Era uma vez no Convento

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CONCURSO DE ESCRITA CRIATIVA

Era uma vez

no Convento Escola Bรกsica Santa Clara Agrupamento de Escolas Severim de Faria, ร vora


Biblioteca Escolar

Escola Bรกsica Santa Clara ร vora, 2020 2


ÍNDICE Prefácio

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Categoria 1: 2º ciclo Clara Coelho, 5º A

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Sofia Gonçalves, 5ºA

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Inês Rebocho, 5º C

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Matilde Carneiro, 5ºC

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Dora Isabel Fanico,6ºA

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Duarte Oliveira, 6ºA

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Guilherme Brálio,6ºA

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Isabel Veiga,6ºA

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Madalena Figueiredo, 6ºA

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Madalena Veiga, 6ºA

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Margarida Rêgo, 6º A

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Maria Beatriz Rolo, 6ºA

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Maria Carolina Caldoneiro, 6ºA

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Maria Rita Sardinha, 6ºA

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Maximilian Rebeja, 6ºA

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Simão Ramalho, 6ºA

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Tiago Pontes, 6ºA

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Categoria 2: 3º ciclo Ana Beatriz Vieira,7ºA

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Inês Gabriel, 7ºA

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Ricardo Cansado, 7ºA

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Tales Barreto, 7ºA

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Matilde Martins, 9ºA

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Cristina Ye Huang,9ºC

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Daniel Salvador, 9ºC

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João Euzébio, 9ºC

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Manuel Ferreira, 9ºC

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PREFÁCIO

Se as paredes do Convento de Santa Clara falassem, teriam mais ou menos cinco séculos de histórias para contar. Certamente, as histórias vividas no Convento serão parte da vida daqueles e daquelas que por lá passaram bons e maus momentos. Freiras, militares, alunos, professores e funcionários… Se as paredes do Convento de Santa Clara falassem, contariam a vida de muitos que deixam ali a sua vida, porque ali estudaram, ali trabalharam... porque ali se fizeram homens e mulheres de valor... Ali foram felizes e, às vezes, também infelizes. São as histórias vividas no Convento que nos trazem hoje aqui. Para assinalar o 40.º aniversário da Escola Básica Santa Clara, os professores de Português em parceria com a Biblioteca Escolar lançaram um desafio de escrita criativa a todos os alunos do ano letivo de 2019/2020. O desafio lançado teve como objetivos não só criar/consolidar hábitos de leitura e de escrita, mas também promover a escrita criativa/valorizar a expressão literária e o património arquitetónico e os valores culturais. Embalemo-nos na escrita daqueles que, por agora, respiram os ares do Convento de Santa Clara mas não sem antes os felicitar pela ousadia em participar no concurso!

Cristina Alpalhão Caixeiro Coordenadora da Escola Básica Santa Clara

Ficha técnica Prefácio: Cristina Caixeiro Grafismo e paginação: Olga Rocha Fotografias: Ermelinda Carrilho Professoras de Português envolvidas no projeto: Cristina Caixeiro, Fátima Pica, Manuela Domingos, Maria José Vitorino, Maria Joaquina Fernandes, Olga Rocha

Participação especial: Carlos Canhoto

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Categoria

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2.ยบ ciclo

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Clara Coelho, 5ºA

ERA UMA VEZ NO CONVENTO

Estávamos no ano de 1832, quando eu tinha por volta dos meus dezasseis anos, e os meus pais ordenaram que eu fosse para um convento. Não estava disposta a argumentar, porque a decisão estava tomada e fiquei calada para que não fosse castigada severamente pelos meus pais. Quando cheguei ao Convento de Santa Clara, era ainda de manhã. No jardim, havia flores amarelas, azuis e cor de rosa até perder de vista, nos ramos havia dezenas, senão centenas, de folhas verdes que tombavam para o chão numa fração de segundo cada uma. Na fonte, havia água transparente que tremia e andava de um lado para o outro como se estivesse a dançar. Estive a cuidar das meninas que vinham para o convento por dificuldades financeiras da família. Era um trabalho muito difícil, porque quase metade das crianças que lá havia eram bebés. Ensinei as meninas a rezar e a bordar aventais para usarem quando iam cozinhar e lavrar o campo. Passavam-se poucas semanas e as meninas já sabiam ler e escrever, pintar e fazer doces. Fiz imensas amigas, maioritariamente mais velhas, que faleceram enquanto eu estava no convento. Mas tinha as meninas, que iam ficando crescidas e facilitavam imenso o meu trabalho: cozinhavam, lavravam, ajudavam a limpar e rezavam comigo. Em 1902, foi o ano em que eu resolvi fazer uma viagem sem destino e sem data marcada para voltar. Acho que tomei a decisão certa, porque já estava cansada física e mentalmente. Agora o convento é uma escola cheia de alunos que, se quiserem, terei todo o prazer em encontrar-me com eles: meia-noite, acho que é a hora melhor para um lanche!

Madre Maria Ludovina do Carmo

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Sofia Gonçalves, 5ºA

UM BEM-VINDO À GRANDE Era sexta-feira, uma sexta-feira agradável, estava sol, não chovia, mas esse não era o único motivo de alegria. Naquele dia, chegou um professor novo à escola de Santa Clara, o professor Manuel, primo da professora Joaquina. Como o professor Manuel não conhecia a escola, a professora Joaquina pediu a alguns alunos seus que a acompanhassem numa visita-guiada ao professor Manuel. E assim foi. No entanto, só lhe puderam mostrar uma parte da escola, pois já era tarde e tinham de ir para casa. O professor, quando ouviu pela primeira vez a história da freira de Santa Clara, não acreditou: - Ó prima, como é que uma freira que viveu aqui há mais de duzentos anos nos pode assombrar? A sério que acreditas nisso?! A professora Joaquina, que gostava de uma boa partida, quis fazer o professor acreditar… e pensou logo numa partida para pregar ao professor Manuel. Claro que quando esta notícia chegou aos ouvidos dos seus alunos, eles não resistiram e também quiseram entrar na brincadeira. Como se diz que a freira se encontra na sala 27, a professora pediu aos alunos que fizessem uma parede que cobrisse todo o corredor, incluindo as escadas. A parede era feita de cartão, cartolina, ervas, musgo, pedrinhas… enfim, estava bem disfarçada. Umas semanas depois, quando o professor se instalou na escola, já estava tudo pronto e continuaram a visita guiada, mas desta vez, não era só a professora Joaquina e os seus alunos a planear a partida: era a escola toda! Quando lhe foram mostrar o resto da escola, alguns alunos e professores ficaram a dar uns últimos retoques no corredor e a decorar melhor a sala. E quando chegaram à porta da biblioteca, deram de caras com um beco sem saída! Enquanto todos entravam na biblioteca, duas alunas deslocaram a parede e começaram a gritar: -Professora! Venha cá! Esta parede mexeu-se! Todos fingiram um ar surpreso e preocupado (claro, os que tinham jeito para o teatro) mas o professor ficou confuso e até com algum receio, mas ele, que conhecia bem a prima, percebeu que se passava alguma coisa. Todos tentaram abrir aquela gigantesca porta e conseguiram. Toda a gente entrou, por isso ele não ia ficar para trás. Só que, quando entraram, não viram uma sala de físico-química, encontraram um sítio aterrorizador, obra da professora Fátima que, enquanto professora de Inglês, era especialista em decorações de Halloween. Como o professor sabia que aquela escola já tinha a fama de pregar partidas a certos professores que chegavam à escola, percebeu logo que aquilo era uma partida, mas não sabia que tipo de susto o esperava. Andavam todos a vaguear pela sala, quando, de repente: “UUUAAAAAA!!!!!” - apareceu a freira, vestida de preto, com a cara negra e uns dentes afiados (que era na verdade só uma aluna disfarçada). O professor deu um salto e desatou a gritar, tal como todos os outros que fingiam. De repente, os gritos acabaram e toda a gente começou a rir e a dar gargalhadas e claro, o professor que já estava à espera de uma coisa do género, também achou piada. Logo a seguir, tocou para a entrada e foram todos para as aulas, mas a professora Joaquina ficou a comentar o acontecimento com o professor Manuel. Daí em diante, o professor Manuel começou também a alinhar nas partidas aos outros professores que ali chegavam.

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Inês Rebocho, 5ºC

ERA UMA VEZ NO CONVENTO

Diz-se por aí que, em 1834, quando os conventos começaram a fechar, uma menina chamada Lola entrou à socapa num convento chamado Convento de Santa Clara. Ninguém sabe ao certo o porquê de tal ação, mas diz-se que foi porque ouviu dizer que aquele convento tinha coisas bastante valiosas. A rapariga tinha cabelos longos e castanhos, usava roupas escuras e colares com pérolas pretas. Muitas pessoas pensam o contrário, mas esta menina tinha um coração de ouro, só fez aquilo por que a sua família estava em dificuldades. Quando entrou no convento viu que era lindo: a fonte deitava água que brilhava à luz do sol, os claustros eram magníficos e o chão estava coberto por um jardim deslumbrante. Viu algumas freiras ao pé da fonte e outras a andar pelo convento, como se estivessem a avaliar tudo e todos que viam pela frente. Lola queria ir ver tudo mais de perto, mas não podia ser descoberta. Continuou a andar. Andou, andou, andou, mas, como ia distraída, sem querer, deu de caras com uma freira que olhou para ela e disse: - Não deverias estar aqui, pois não? - Não – respondeu ela. - Vem comigo – disse a freira. Lola assim fez. Foram ter a um quarto muito luxuoso. - Desculpe a pergunta, minha senhora – disse Lola. – Mas como é que se chama? - As pessoas chamam-me Madre Maria Ludovina do Carmo, mas o meu nome é Maria Ludovina do Carmo. Trata-me apenas por Madre Maria! - Se lhe chamam Madre Maria, a senhora é que manda! - Sim – disse Madre Maria. De repente, ouviram-se uns tambores, a Madre agarrou na mão de Lola e levou-a para ao pé da fonte. Os tambores pararam e a fonte soltou luzes fortes. Começaram a cair fios do céu, que pareciam cabelos louros. Quando deixou de cair cabelo, a fonte ganhou uma cara e disse: - Se um presente queres receber, a palavra “para” tens de dizer! Quando a fonte voltou ao normal, começaram a cair moedas de ouro do céu e todas as freiras recolheram algumas. Madre Maria e Lola foram para o pátio. A Madre ordenou a Lola que fosse à sala 1 e abrisse o armário, lá estariam 19 mil moedas de ouro e, quando as tivesse recolhido, que fechasse os olhos e dissesse: “Santo Deus”. Lola assim fez. Quando acabou de dizer aquilo, reparou que estava à porta da sua casa, com as moedas de ouro, e já não estava mais no convento. Algumas pessoas dizem que isto é só uma história, mas quem sabe… 8


Matilde Carneiro, 5ºC

ERA UMA VEZ NO CONVENTO Há muitos anos, em 1832, num dia como os outros, começaram a cair, de uma nave, pedaços de seda. O que as freiras não sabiam, é que lá dentro criaturas místicas tentavam chegar à Terra. - Não se preocupem! – gritou a Maria Ludovina do Carmo. No entanto, dentro delas, questionavam-se: o que será que lá está dentro? Quando anoiteceu, uma das freiras saiu do seu quarto e, quando abriu a porta, ficou surpreendida pois tinha encontrado um alien (bem, ela não sabia que era um, mas, no final, conheceram-se melhor…). - Ah! – gritou a freira aterrorizada. – Quem és tu!? (O que ela também não sabia é que os alien, com apenas um toque do indicador, conseguiam falar qualquer língua, de qualquer planeta.) - Olá! – respondeu ele muito alegre. – Estou no Convento de Santa Clara? - Sim. Mas, primeiro, como te chamas, de onde vens e, o mais importante: O QUE ÉS TU? – perguntou, já menos assustada. - Sou o Happy, venho do Planeta Extralúcido e sou um alien. Mais alguma coisa? – respondeu amigavelmente.

– Tenho uma mensagem para vocês, mas era suposto não me veres! - Não faz mal! Tu és muito simpático! – exclamou. - A mensagem é que vocês, e todos os conventos de freiras, têm de fechar, mas, a boa notícia, é que é só

quando a última freira, que cá anda, morrer – informou o Happy. – Agora, adeus! Passaram anos e anos, só já restava a Madre Maria Ludovina do Carmo. Já estávamos em 1902 quando esta morreu de velhice, com 86 anos. Em homenagem, emparedaram-na e, há quem diga, que ela ainda aparece na sala 27, quando os alunos dizem a frase: Madre Ludovina, aparece e assusta!

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Dora Isabel Fanico, 6ºA

UMA AVENTUA NO CONVENTO DE SANTA CLARA Numa manhã ensolarada, o João estava em casa quando ouviu «TRIM! TRIM! TRIM!» era o telefone que estava a tocar. Ele foi atender e disse: - Bom dia, quem fala? A tia Lúcia respondeu: -Não sabes quem eu sou? Sou a tia Lúcia. O João foi então convidado pela tia para ir com os seus amigos ao Convento de Santa Clara, em Évora, no dia seguinte. Assim que os cinco chegaram a Évora foram para o Convento. Ao passarem pela majestosa porta castanha, deram de caras com um homem a olhar muito fixamente para os azulejos. O Chico perguntou entre dentes: -Porque estará ele a olhar para uns velhos azulejos com desenhos azuis e brancos? O Pedro respondeu: -Não sei, mas isto cheira-me a esturro… De seguida foram todos para ao pé da fonte e encontraram a tia Lúcia que veio ter com eles, toda entusiasmada. Passaram a tarde a aprender curiosidades sobre o Convento como, por exemplo, que quem habitara aquele convento tinham sido as irmãs Clarissas; que o convento foi fundado no século XVI, que as Irmãs Clarissas viviam em clausura… A tia Lúcia disse: -O tempo passou a correr. Vamos ver onde vocês vão dormir! -Que pena! Queria saber mais curiosidades sobre o Convento— retorquiu a Luísa. Já de noite, o Pedro ouviu um barulho e chamou o Chico, o João e as gémeas e foram todos percorrer o Convento até que ouviram um ruído na entrada. Deslocaram-se para lá e viram o mesmo homem que tinham visto de manhã a olhar para os azulejos, mas a tia chamou-os e tiveram de se ir embora. No dia seguinte, ao pequeno-almoço perguntaram à tia se conhecia aquele homem que estava sempre a olhar para os azulejos. Mas a tia não o conhecia, só sabia que ele passava os dias inteiros a observar atentamente os azulejos. Mesmo nessa noite, foram até à entrada e encontraram o homem misterioso a tocar em alguns dos benditos azulejos e, num piscar de olhos, este desapareceu. A Teresa observara e memorizara a sequência de movimentos, então chegou-se à frente, experimentou repeti-la e… acertou! Também eles desapareceram num piscar de olhos e entraram numa sala cheia de azulejos! O Chico comentou desapontado: - A sério?! Isto é só um monte de azulejos! Chegaram-se mais perto e repararam que os azulejos tinham desenhos de freiras, da fonte branca do Convento, dos claustros, duns fios de cabelo dourados como raios de sol… Levaram alguns consigo para os entregarem à sua tia e esta explicou-lhes que aqueles azulejos tinham sido desenhados por uma freira, que eram muito valiosos e que já eram procurados há muito tempo. E assim o grupo de amigos desvendou mais um mistério!

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Duarte Oliveira, 6ºA

ERA UMA VEZ NO CONVENTO Há alguns anos atrás, uma menina chamada Amélia estudou na escola do convento de Santa Clara. Ela tinha entrado para o 5º ano, tudo era uma novidade para ela como para todos os meninos e meninas. Iniciava-se uma nova etapa na vida da Amélia com muitas surpresas, umas boas e outras menos boas, mas tudo faz parte da escola. O seu primeiro dia foi uma agitação, conhecer novas professoras, colegas, e uma mochila cheia de livros e muita aventura. No meio desta euforia, Amélia foi almoçar no refeitório. Ali conheceu Sebastião, aquele que viria a ser o seu melhor amigo. O encontro deu-se da pior forma possível, o tabuleiro da refeição caiu-lhe desastrosamente, provocando uma enorme risota. Sebastião interveio ajudando-a nesta pavorosa situação. Amélia fugiu para a biblioteca, mas ele foi atrás dela para a consolar. A partir daí nasceu uma grande e verdadeira amizade. Com o passar dos dias na escola de Santa Clara, Amélia e Sebastião viveram muitas aventuras. Nomeadamente um certo fenómeno que foi muito misterioso, eles chamaram-lhe Cabelos de Anjo... Numa manhã de inverno, começaram a cair cabelos estranhamente vindos do céu! Pareciam teias de aranha a esvoaçar no horizonte como cabelos, logo Amélia e Sebastião, intrigados, quiseram resolver esse mistério. Sebastião apressadamente agarrou em quatro fios de “cabelo” e colocou-os na sua lancheira para os observar mais tarde, já que o resto se evaporara. Para isso precisariam de mais uma aliada. Nesse momento lembraram-se de que tinham conhecido uma rapariga, Safira, que estava sempre metida em sarilhos. Pensaram em pedir-lhe ajuda e combinaram encontrar-se no pátio da entrada, nessa tarde. Mostraram-lhe os “cabelos” e logo repentinamente ela decidiu analisá-los no laboratório para desvendar o mistério. Só que tinham que conseguir lá entrar sem as professoras darem por isso. Eles não faziam ideia que estavam a ser observados por quatro raparigas de 7º ano e que elas estavam a planear algo horrível. Terça-feira reuniram-se todos no pátio de entrada para delinear o plano. Enquanto se dirigiam para a sala 24, as raparigas de 7º foram atrás deles. Quando eles chegaram, a porta estava obviamente fechada, e por isso, Safira sacou de um gancho do seu cabelo para abri-la. Ela conseguiu abrir a fechadura e eles entraram para dentro da sala. Foram procurar o microscópio e analisaram que não se passava nada mais do que um estranho fenómeno. Um barulho vindo da porta, e alguns risos, foi quando descobriram que estavam trancados dentro da sala. Depois de tentarem abrir a porta várias vezes, concluíram que não havia nada a fazer, e tiveram de saltar pela janela. O que lhes valeu várias nódoas negras e alguns arranhões. Nesta aventura e noutras, a amizade deles foi crescendo, e para eles o maior fenómeno é mesmo a amizade.

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Guilherme Brálio, 6ºA

O CONVENTO Era uma vez um convento, que mais tarde se transformou numa escola e que hoje em dia já faz 40 anos. Eu já estou há dois anos nessa escola e adoro! Já aprendi coisas novas e também conheci novas pessoas, amigos e professores. A escola é muito grande. Pode ter muitas pessoas, mas são gente boa. Os professores conseguem fazer com que eu aprenda mais. Dantes, entre 1400 até 1600, diziam que havia uma freira, que morreu na sala 27, mas eu não acredito nisso. Esta escola está cheia de segredos, e só os que ficaram mais tempo lá é que sabem. Um dia, caíram misteriosamente teias do céu, que agora se chamam «Cabelos de Anjo». Para além de ser um bocado sinistro. Esta escola é a melhor em que já andei. Atualmente, frequento o 6º ano e gosto de andar nesta escola. Cada ano, vejo sempre caras diferentes e também novas matérias, o que vem enriquecer mais amizades e conhecimentos.

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Isabel Maria Veiga, 6ºA

ERA UMA VEZ NO CONVENTO

Era uma vez, há muito tempo atrás, na escola de Santa Clara, quatro alunos que decidiram criar um jogo. Tratava-se de uma brincadeira que implicava passar a noite na escola. Planearam durante meses, até que finalmente chegou o grande dia: 31 de outubro, dia de Halloween. De manhã, os quatro alunos estavam a ver o desfile de máscaras na escola, quando um deles disse: - Acham mesmo que devíamos fazer isto? Esta escola é muito assustadora... - Concordo, Alice. Os alunos do oitavo ano andam só a falar de uma tal freira...Vocês acreditam nisso? - comentou o Joel. -Eu não acredito. Tenho a certeza que eles só nos querem meter medo – afirmou a Mariana. -Não precisas ter medo, Alice, o que o Joel diz não é verdade! – sussurrou o Artur para a Alice. «TRIM!» A campainha tocou e os quatro amigos foram para a sala. Depois da aula, eles combinaram um plano para enganar os pais: iam dizer que dormiam em casa uns dos outros. Em casa do Artur, os quatro amigos esperavam impacientemente que os pais dele adormecessem. Quando finalmente se ouviram os roncos do pai do Artur, foram para a escola, saltaram o portão de trás com muita dificuldade e entraram para o pátio. Já lá dentro, a Alice comentou: -A escola, à noite, é muito mais assustadora... -Vocês não estão a ouvir uns barulhos? – perguntou a Mariana. -Sim eu estou a ouvir, vamos ver o que é? – sugeriu o Artur. Eles subiram as escadas, até à sala vinte e quatro, de onde vinham os barulhos e viram que a porta da sala estava verde como o mato. -Vamos já embora daqui – gritou o Joel assustado. Eles desceram a escada e quando chegaram à fonte tiveram uma grande surpresa. -Oh, não! As mochilas onde trazíamos as lanternas e os telemóveis desapareceram! Vamos já embora – pediu a Mariana. Chegaram à porta e o Joel disse: -A porta não abre! - Tu não tens é força, deixa que eu tento – disse o Artur convencido, mas não conseguiu abri-la.- Ai! A porta não abre mesmo. -Rapazes!- chamaram a Mariana e a Alice. -Ahhh!! - o grito dos quatro amigos rompeu a noite escura. À sua frente estava nada mais, nada menos do que a freira, vestida com um manto preto e com uma cara assustadora. Num salto, todos desataram a fugir em direção ao muro ao lado do portão de trás e até treparam pela rede como se fossem macacos. Em cinco segundos estavam na casa do Artur, que era o que morava mais perto da escola. Nunca mais falaram sobre o que aconteceu e aprenderam a lição: não se brinca com as lendas das escolas!

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Madalena Figueiredo, 6ºA

ERA UMA VEZ NO CONVENTO Em 1988, num dia normal de escola para a Teresa, ela estava a ir em direção à papelaria para comprar uma cartolina. Quando saiu de lá reparou nos azulejos que eram azuis como o céu e tocou-lhes. De repente a parede começou a abrir-se lentamente e por trás dela havia uma porta que dizia: "Se entrares aqui és amaldiçoado", e a Teresa, com muito medo, não entrou. No dia seguinte, Teresa voltou a tocar nos azulejos e apareceu a tal porta, ela não resistiu e entrou. Do outro lado da porta estava tudo muito escuro e era aterrorizador. Então Teresa ligou a luz e começou a ver freiras zombies a ir na sua direção, assustada começou a correr, a correr e a correr até que saiu porta fora. Quando chegou à sala em que ia ter aula, os colegas perguntaram-lhe o que é que tinha acontecido e Teresa não hesitou e contoulhes. De seguida os colegas disseram para ela não ter medo e decidiram ir todos juntos aos azulejos para resolver aquilo. Quando abriram a porta acenderam a luz e lá estavam as freiras zombies. Estavam todos cheios de medo e surpreendentemente houve um rapaz que se chegou à frente e deu uma poção às freiras. Passado um tempo as freiras deixaram de os aterrorizar. E sabem que sítio misterioso era aquele? Era o antigo convento de Santa Clara.

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Madalena Veiga, 6ºA ERA UMA VEZ NO CONVENTO

Era uma vez, por volta do século XIX, um convento chamado Santa Clara. O convento situava-se num sítio alto e sombrio, e nele moravam freiras, das mais animadas às mais desagradáveis. Naquela altura tudo era diferente, havia muita seriedade e não podiam fazer ou dizer coisas desagradáveis, se não acabariam por passar o resto da vida de forma infeliz e muitas nem sequer veriam a luz do dia. Num dia, a freira Maria preparava-se para ir à missa, como costumava fazer com frequência, quando avistou uma luz ao fundo de uma porta. Sabia que se fosse apanhada a espreitar provavelmente não voltaria ali tão cedo, mas, por outro lado, estava muito curiosa. Por isso decidiu ir ver o que estava atrás daquela porta. Quando a abriu, descobriu um misterioso portal que a levaria para o futuro. A freira Maria estava muito confusa pois não sabia o que havia de fazer, por um lado ela tinha ali muitas amigas e sabia que se atravessasse o portal provavelmente não voltaria a vê-las, mas por outro lado ela sentia-se presa pois já há muito que não saia do convento, e decidiu então viajar para o futuro. Maria atravessou o portal e saiu instantaneamente dois séculos à frente, no século XXI, na sala 13, que é atualmente conhecida pela sala da freira. O sol radiante encandeava os seus olhos brilhantes. Saiu da sala e especou-se com uma multidão de crianças ao seu redor. Finalmente sentia-se livre e solta. As crianças brincavam alegremente como pássaros a voar. Maria ao ver as crianças a brincarem felizes percebeu que não estava ao pé das pessoas que mais amava e que fugir não iria resolver os seus problemas, mas agora já não havia volta a dar, pois o portal que a trouxera para o futuro não a traria de volta para o passado. Maria sentia-se triste, e sentou-se numa fonte que se encontrava no centro do pátio da escola, uma fonte magnífica feita de mármore. Mafalda, a melhor aluna a Física, que por ali passava, foi ter com a freira e perguntou-lhe: -Porque é que está a chorar? -Fiz uma má escolha, encontrei um portal que me teletransportou para este tempo, mas percebi que o meu lugar é no passado porque é lá que estão as pessoas que fazem parte da minha vida, o problema é que agora não consigo voltar- respondeu a freira Maria. - Não se preocupe. Eu vou ajudá-la e juntas vamos arranjar uma forma para voltar para o passado- disse Mafalda, apesar de se sentir confusa. -Muito obrigada pela tua ajuda e compreensão! Por aquele gesto tão gentil a fonte para a Mafalda e para a freira ficou conhecida como a fonte da amizade e da união. Passados alguns dias e várias tentativas frustradas, finalmente tinham conseguido reconstruir o portal mágico e chegara a hora da partida e da despedida. Maria despediu-se e partiu para uma viagem que a levaria para o passado, mas claro sem esquecer nenhuma das palavras que Mafalda lhe dirigiu e assim ela pôde refletir e concluir que as pessoas que nós mais precisamos são as que estão mesmo ao nosso lado.

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Margarida Rêgo, 6ºA

ERA UMA VEZ NO CONVENTO

No convento de Santa Clara havia uma freira que era simpática e magrinha, era daquelas freiras que queria sempre ajudar as outras. Ela ajudava a toda a hora nas tarefas e todos se lhe referiam com o nome de «a simpática» mas o nome verdadeiro dela era Mariana. Na altura, havia lá também uma freira muito mal educada que nunca via o bem. Ela chamava-se Patrícia e, no fundo, ela queria a atenção toda. Ela deixava as coisas cair, dizia mal das outras freiras... Então chamavam-lhe «a Maléfica». Num dia de verão, a freira Mariana foi para o pátio do convento e a Irmã Patrícia foi atrás dela e começou a discutir com ela sem motivo. Chegou a hora do almoço e a freira Mariana sentou-se, como sempre, com as outras freiras, enquanto a freira Patrícia se sentava sozinha. Foi então que a freira Mariana chamou Patrícia para falarem e tentou dizer-lhe que ela tinha de praticar o bem, não podia estar sempre a fazer o mal. Mas Patrícia não queria saber se fazia o bem ou o mal. Foram outra vez para o refeitório que era enorme, onde se sentavam encostadas a paredes revestidas de lindos azulejos azuis e brancos. Havia sempre uma freira que só almoçava depois das outras, pois ficava a ler durante a refeição num «púlpito». Enquanto ouvia a leitura, a freira Patrícia refletiu e pensou que, se calhar, não tinha a noção do mal que estava a fazer principalmente à freira Mariana. Subitamente, a freira Mariana tropeçou e caiu à sua frente e a freira Patrícia ajudou-a sem pensar duas vezes. Foi aí que ela começou a ver o bem, a fazer amigas, a não ser cruel e tudo o mais e foi assim que passou a viver muito mais feliz.

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Maria Beatriz Rolo, 6ºA

ERA UMA VEZ NO CONVENTO

Há muitos, muitos, muitos anos no convento de Santa Clara viviam muitas freiras. Era um convento muito moderno naquele tempo, as suas paredes eram revestidas por lindos azulejos e tinha uma fonte no centro, onde as freiras iam buscar água fresca. Cada freira tinha o seu quarto e cada hora tinha sua atividade. Às 6 horas tocava uma campainha em cada um dos quartos, depois iam tomar o pequeno-almoço, e às 8 horas era a missa celebrada pelo padre Fernando. Um dia as freiras adotaram umas crianças, que estavam numa instituição. As freiras cuidavam e tomavam conta delas, mas também lhes davam aulas no mirador. No meio de todos os meninos, havia um mais irrequieto que se chamava António. Mais conhecido por Toni. Ele gostava muito de tirar doces às escondidas do refeitório, e andava sempre a pôr terra nas gavetas das meninas. Apesar de tudo, ele era um menino muito querido e as freiras gostavam muito dele! Os meninos tinham aulas todos os dias até às 4 horas da tarde. No convento, as freiras ensinavam-nos a estudar e a rezar… Os meninos foram ficando cada vez mais crescidos e tiveram de abandonar o convento para ir para uma escola a sério onde obtiveram excelentes resultados. Por isso as freiras fundaram a Escola de Santa Clara.

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Maria Carolina Caldoneiro, 6ºA O MISTÉRIO DA SALA 13 A 13 de Março de 1803 faleceu a irmã Maria Clara do Convento de Santa Clara e foi sepultada no seu próprio quarto onde é hoje a sala 13. Passaram-se alguns anos e, mais precisamente no ano de 1840, as freiras existentes no convento comentavam entre elas os barulhos que ouviam durante a noite, vindos do quarto da irmã Maria Clara, que já não era aberto há trinta e sete anos. Entretanto o Miguel, uma criança de dez anos, que todos os dias ia entregar ovos ao Convento de Santa Clara, para as irmãs fazerem os seus doces conventuais, acompanhado do seu cão Black, parou antes de chegar ao convento, pois o seu cão não parava de ladrar em direção a um buraco que estava junto da parede do convento. Miguel começou a escavar o buraco, mas não encontrando nada foi entregar os ovos e voltou para casa. No dia seguinte volta a acontecer a mesma coisa, Miguel intrigado continuou a escavar o buraco e descobriu um túnel por onde entrou. Seguiu o túnel até chegar a uma bifurcação onde seguiu pela direita apesar do Black ter ladrado e puxado Miguel para a esquerda. Chegou ao fim do túnel e viu uma porta pequenina. Qual não é o seu espanto quando se apercebe de que está na cozinha do convento! Com todas as freiras a olhar para ele com um ar muito espantado, o Miguel muito envergonhado deixou cair os ovos e saiu a correr pelo mesmo caminho deixando as freiras em alvoroço. Quando chegou novamente à bifurcação o Black fugiu-lhe pela esquerda e o Miguel preocupadíssimo correu atrás dele. Chegou ao final do túnel onde encontrou uma escada e uma pequena portinha no teto. Miguel, curioso como era, subiu e abriu a porta, encontrou-se num quarto muito velho que parecia já não ser aberto há muito tempo. À sua frente viu uma criança que deveria ter mais ou menos a sua idade, assustada e a chorar. Reconhecendo a criança Miguel perguntou: -Francisco, és tu? -Miguel?! -Francisco, é tão bom ver-te de novo! Toda a gente anda à tua procura - afirmou o Miguel - É que sabes… Eu estava a passear e de repente entrei no convento e vim parar a esta sala porque ouvi barulhos vindos daqui e tu sabes aquela lenda em que se diz que a freira abriu todas as torneiras? Então eu achei que ela estava aqui. Pensei que seria um bom artigo para o jornal onde o meu pai trabalha. Ao entrar esqueci-me de que a porta se fechava se ninguém a segurasse e foi assim que fiquei aqui preso. -Depois disto, a tua história é que vai ser artigo de jornal … -Ah,Ah, Ah -riram-se os dois. -Mas espera… - comentou o Francisco - como é que vamos sair agora que entraste? -Pois é! -respondeu o Miguel . Em seguida, os dois bateram à porta e o Black ladrou insistentemente, até conseguirem chamar a atenção das freiras. As freiras ouviram o barulho ensurdecedor e lá foram abrir a porta. Mas o seu espanto vem-lhes quando veem duas crianças e um cão a correrem até elas. -Obrigado! - exclamaram as crianças. -Que faziam vocês ali dentro? -perguntou a freira mais nova. As duas crianças explicaram a história e as freiras compreenderam e deixaram-nos sair. 18


Maria Rita Sardinha, 6ºA ERA UMA VEZ ... NO CONVENTO Era uma vez um convento chamado Santa Clara, em Évora, que tinha uma lenda que eu vos vou contar. Num certo dia, foi assinado um acordo que consistia em que quando a última freira morresse o convento fechava. A maioria das irmãs era idosa, à exceção de uma que tinha entrado há pouco tempo e era a mais nova. Esta irmã ficou lá sozinha durante muitos anos. Comenta-se por aí, que por causa de tanta solidão tornou-se malvada. Por pensarem estar assombrado, um dia, cinco adolescentes foram acampar no convento. Eles chamavam-se Miguel, Gustavo, Catarina e os irmãos João e Joana. Numa sexta-feira treze, lá foram, e como era um edifício velho foi fácil entrar. À chegada, depositaram logo as suas coisas ao pé da fonte. Estava lua cheia, abriram a tenda, puseram três sacos-cama lá dentro e dois fora da tenda, e ainda levaram uma geleira com comida, para quando desse aquele «ratinho» terem comida para alimentá-lo. Quando acabaram de organizar as coisas combinaram os turnos: -Como o Miguel é o mais valente e forte, fica com as meninas e eu e o João ficamos juntos - argumentou o Gustavo - E assim ficamos seguros. Não aconteceu nada até perto das três da manhã, em que começaram a ouvir uns barulhos. Nessa altura, decorria o turno das meninas com o Miguel, cheios de medo, acordaram os rapazes para acharem uma solução e o João teve uma ideia: -Com os mesmos grupos dos turnos vamos dividir os pisos e verificar as salas, para ver o que são estes barulhos esquisitos como: bater de portas, ranger de soalho, assobios… Os meninos viram o terraço todo e quando entraram numa das salas o João abriu a porta e viu as paredes cheias de crucifixos virados ao contrário. O Gustavo a tentar fazer uma piadinha disse: -Mas enfiaram-nos todos aqui!? -Gustavo, é um dos símbolos do diabo. Foge! As meninas e o Miguel quando foram para o pátio, viram uma pessoa sentada num dos bancos. -Vamos lá falar com ela? -perguntou a Joana. -Estás a gozar, certo!? Achas!? Vamos mas é fugir! – respondeu a Catarina já a ir-se embora. Depois de uma pequena discussão combinaram que a Catarina ficava à porta do pátio e o Miguel e a Joana iam falar com a pessoa. Quando foram falar com ela perceberam que era a freira e ao gritarem, os três desapareceram como por magia. A Catarina ao fugir dali, encontrou-se com os rapazes que iam ver a sala que faltava, os rapazes iam à frente e ela atrás, quando se baixou para atar os sapatos, ao levantar-se eles já lá não estavam e então foi a correr até à sala. Quando abriu a porta, não viu só os seus amigos, mas também as outras freiras do convento, todos pendurados por uma corda no teto, e tinham todos ao pescoço os malditos crucifixos virados ao contrário!

Cerrou os olhos e ao voltar a abri-los estava em sua casa, no seu quarto, com uma frase escrita na parede “Conta a toda a gente porque a próxima és tu!”. No dia seguinte, ela contou a toda a gente o que tinha acontecido, e apesar de ninguém acreditar, todos comentavam que ela estivesse maluquinha. Três meses depois a Catarina morreu, mas ninguém sabe a causa. Hoje o convento é uma escola, os alunos falam sobre a freira e dizem que ela anda na sala vinte e seis, pois já aconteceram coisas muito estranhas nessa sala, e ninguém sabe como. Eu só sei que a primeira vez que entrei na sala vinte e seis, senti uma presença… e não foi a dos meus colegas! 19


Maximilian Rebeja, 6ºA

ERA UMA VEZ NO CONVENTO No convento há muitas coisas: a fonte, a biblioteca, os claustros e muitas salas. Dizem que numa sala que está fechada, está lá uma freira que viveu muitos anos neste convento. Também dizem que, à noite, esta freira aparece e anda pelos corredores. Eu uma vez sonhei que quando tocou à última hora, antes de sair ainda fui à casa de banho porque estava muito aflito. Quando sai da casa de banho, os meus colegas já tinham ido embora e eu corri para a porta, mas… Foi horrível, já toda a gente tinha ido embora e eu fiquei um pouco assustado. Pensei ”Eu não vou ficar aqui. Vou procurar uma sala mais confortável para me resguardar.” Fui então para a biblioteca! Felizmente a porta estava aberta e eu entrei. Sentei-me no sofá e lembrei-me que podia ligar à minha mãe do telemóvel. Quando fui tentar ligar, o telemóvel desligou-se e lá de dentro soou uma gargalhada “AH!AH!AH!” Achei o som meio estranho mas não liguei. Resolvi comer o resto do lanche e quando comecei a comer as bolachas, uma porta bateu “PUM…” Aí, o meu coração deu um salto e fiquei tão assustado como um pardalito que caiu do ninho. O que seria aquilo? Espreitei à porta da biblioteca, muito devagarinho e vi passar um vulto no corredor da frente. Tive que tapar a boca para não gritar. Eu estava cheinho de medo. Mas, ao mesmo tempo criei coragem e saí devagarinho da biblioteca. Andei até ao corredor da frente e vi o vulto a voltar à direita. Com alguma distância fui indo atrás. O meu coração batia que nem uma bomba preste a rebentar a qualquer momento mas era o medo que me levava para a frente e me dava coragem. Desci as escadas e deixei de ver o vulto. Teria sido imaginação minha? Percorri todo o corredor de baixo e nada…não vi mais nada nem ninguém. Suspirei de alívio… Já estava noite e eu resolvi ir dormir. No dia seguinte, alguém me havia de abrir a porta e voltaria tudo ao normal. Resolvi voltar para a biblioteca para dormir. Ainda bem que tinha deixado a porta aberta. Entrei, tentei acender a luz mas as lâmpadas deveriam estar avariadas, pois não acenderam. A luz da lua dava claridade à sala e eu lá me acomodei num sofá. Estava mesmo a começar a adormecer quando ouço cair qualquer coisa. Levanto a cabeça para ver o que era e… AH!AH!AAAAAH! A freira estava mesmo ali à minha frente. Era horrível e eu gritei o mais que consegui. Nisto, ouvi a voz da minha mãe a dizer: -Max acorda, acorda, são horas de ir para a escola. Porque é que gritas? Acorda!… Então eu acordei ainda a tremer. Felizmente, tudo isto não tinha passado de um sonho. Ou melhor: foi um enorme pesadelo!

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Simão Ramalho, 6ºA

ERA UMA VEZ NO CONVENTO No convento de Santa Clara em Évora, habitavam freiras, imensas freiras. Num dia frio de inverno, estavam no convento duas freiras a conversar sobre o que iriam acrescentar no convento. Já que não podiam sair de lá, inventavam coisas que podiam ser interessantes. De repente, tiveram a brilhante ideia de aplicarem azulejos em todo o convento. Mas não eram uns azulejos quaisquer, eram azulejos feitos por elas. Trabalharam, trabalharam, trabalharam, até acabarem de os meter todos nas paredes do convento. Em cada divisão do convento colocaram azulejos diferentes. Numa divisão colocaram flores e palácios desenhados, noutra divisão barcos, etc… Eram todos lindíssimos! Quando começou a ficar de noite, todas as freiras se juntaram à volta de uma fogueira para se aquecerem, comerem e conviverem, até ser hora de irem dormir. As mais pobres dormiam todas juntas num só quarto, com más condições. As ricas dormiam separadas, cada uma em seu quarto, quartos luxuosos. Todos os dias inventavam alguma coisa para fazer e à noite juntavam-se à volta da fogueira até ser horas de dormir.

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Tiago Pontes, 6ºA ERA UMA VEZ NO CONVENTO Num dia frio de inverno, de manhã, na escola de Santa Clara, um rapaz chamado Isac foi com a sua turma fazer uma visita ao convento da sua escola com os professores de história. O Isac era muito curioso e queria ver com os próprios olhos como era diferente a sua escola no século XIX. Mas ele não era o único curioso já que os seus dois amigos Freddie e William também gostavam de aprender mais. Os amigos de Isac não tinham máquinas do tempo, ele tinha uma em sua casa, mas não tinha permissão dos pais para a usar. Por isso o Isac decidiu levar a máquina do tempo “emprestada” e quando se juntou aos seus amigos, eles tentaram perceber como ela funcionava. A máquina era esférica, tinha uma tela e um botão vermelho. O Isac, de repente, lembrou-se que já tinha visto o seu pai a usá-la, pressionando o botão vermelho e dizendo se pretendia avançar ou recuar no tempo. Os três foram teletransportados para o século XIX. Uma coisa que eles não sabiam era que a máquina tinha um defeito, aconteciam coisas sinistras porque o seu pai tinha entornado água para a máquina às 3h da manhã enquanto estava sonâmbulo. Quando os três recuaram no tempo e chegaram ao convento não viram nenhuma freira e nada tinha mudado, mas viram um homenzinho cinzento sem rosto que lhes deu uma folha de um bloco de notas. Na folha estava escrito que eles deviam ter cuidado com uma freira de olhos vermelhos, sorriso assustador e que usava um martelo para capturar todas as pessoas que estivessem ali. Eles ficaram com medo e quiseram voltar para o presente, mas a máquina tinha desaparecido. Os três amigos foram à procura da máquina e foi nesse momento que o Freddie disse para se separarem. O William foi para a biblioteca, mas quando abriu a porta deu de caras com a freira e começou a correr tão depressa para o lado oposto que o Flash ficaria com inveja. A freira começou a persegui-lo assim que o viu. A sorte de William é que ela não corria muito depressa e assim ele teve tempo de entrar no laboratório 3 e esconder-se no armário. A sala era grande, tinha alguns armários e torneiras. O rapaz, quando estava escondido no armário, ouviu o som da porta a abrir-se devagar. Ele ficou paralisado com o barulho. O William ganhou coragem e abriu a porta do armário, mas em vez de ver a freira viu o seu amigo Isac que caiu para trás com o susto. O Isac e o William olharam melhor para o armário e viram outra folha de um bloco de notas do homenzinho cinzento. A folha dizia que ele tinha a máquina e que tinham de o encontrar. O Freddie não sabia onde estavam os amigos, por isso só continuou a andar. Ele decidiu entrar na biblioteca. Quando ele abriu a porta viu o homenzinho cinzento ao pé dos computadores com a máquina do tempo na mão, não para viajar no tempo, mas sim para invocar espíritos invisíveis para saber tudo o que se passava ali na escola. Ele também tinha invocado a freira que perseguia os três rapazes. O Freddie conseguiu tirar-lhe a máquina, mas foi cercado por quarenta e um espíritos que o homenzinho cinzento havia criado, incluindo ele mesmo. Quando a freira estava prestes a dar-lhe uma martelada, o rapaz conseguiu desviar-se e por sorte o Isac e o William apareceram. Quando regressaram ao presente e foi cada um para a sua casa, o Isac começou a pensar numa forma de levar a máquina do tempo para casa sem os pais verem, mas já não valia a pena porque eles já tinham descoberto. Quando o Isac chegou a casa estavam os pais dele zangadíssimos e a sua mãe já com o chinelo na mão. A viagem no tempo ao convento, mesmo sem sair da escola, valeu ao Isac uma valente chinelada! 22


Categoria

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3.ยบ ciclo

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Ana Beatriz Vieira, 7ºA

ERA UMA VEZ NO CONVENTO Um dia, uns alunos estavam na Escola de Santa Clara e subiram até à biblioteca. De imediato, repararam numa pétala branca no chão, pegaram nela e viram que tinha uma palavra escrita: “ Ajudem-me”. Os meninos ficaram assustados e, logo depois, encontraram outra pétala que dizia: “ Por favor “. Depois avançaram até à sala 21 e encontraram muitas pétalas que diziam: “Preciso de muita ajuda”. Quando os alunos desceram para a fonte, ouviram-se barulhos e via-se tinta branca caída no chão. A escola tinha as portas todas fechadas exceto a da entrada e não estava lá ninguém, só aqueles meninos. Os meninos estavam super assustados e agora ouviam vozes que diziam: - Meninos, subam as escadas. Havia tinta branca nas escadas e caía cada vez mais tinta branca mas eles subiram até à sala 27 onde viram um espírito a vaguear por lá. Eles perceberam que o espírito queria alguma coisa porque estava a chorar. Por baixo do espírito, estava escrito “ Ludovina Conceição 1840 - sem data de morte”. Mas os alunos perceberam que era um espírito por isso havia de ter morrido. Só que havia uma coisa que eles não sabiam que era a Ludovina tinha sido presa no convento e ter-se-ia transformado em espírito só não tinha morrido. Então, os meninos perguntaram-lhe o que podiam fazer e ela respondeu: -Vão até à sala 11 e destranquem a porta que está ao fundo da sala. Ludovina tinha sido presa naquela sala quando o convento fechou. E todos pensavam que ela tinha morrido porque durante uma semana não havia ninguém no convento. - Quando era adolescente estava a andar pelo convento e entrei nos aposentos de uma outra freira que aqui estava e fiquei curiosa para descobrir o que estava para lá daquela porta e, então, entrei para ver o que lá estava mas depois fecharam aquela porta e nunca mais a voltaram a abrir. O meu maior desejo, neste momento, é que alguém me solte para que eu possa viver. Os alunos foram até à sala 11, abriram a porta e viram que estava lá o corpo de Ludovina quase desfeito em pó, tiraram-no dali e levaram-no até à sala 27. Ludovina entrou no corpo e voltou a viver. De seguida, disse-lhes: - Muito obrigado por me terem salvado. Quando morrerem, irão para o céu e ficarão ao lado de Jesus. Ludovina precisava do corpo para poder morrer. Então, ela voltou para o seu túmulo e nele está escrito o seu nome, a data de nascimento e a data de morte “Ludovina Conceição 1840-1903”.

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Inês Gabriel, 7ºA

ERA UMA VEZ NO CONVENTO... Era uma vez, no Convento de Santa Clara, uma freira chamada Clarissa Maria Ludovina do Carmo. Ela era uma jovem rica e, como qualquer jovem, julgava ter ainda muito tempo para viver. O convento era frio e solitário e Ludovina era a última freira do convento. Segundo as regras das Clarissas, o convento só poderia fechar após a sua morte, a morte da última Clarissa. Muitos anos passaram e Ludovina acabou por morrer. Passaram-se muitos, muitos anos e o convento que, outrora foi uma casa de freiras ligadas à fé cristã, transformou-se em hospital e depois em centro militar. Só muito mais tarde foi transformada em escola, sendo que há cerca de 40 anos se transformou na atual Escola de Santa Clara. A Escola de Santa Clara era em tudo igual a outras escolas, mas à tarde quando as crianças iam para as suas casas e só ficavam os auxiliares, a escola tornava-se assustadora e sombria. Todas as noites, uma auxiliar chamada Maria costumava fazer a limpeza de todas os espaços da escola. Assustava-a sobretudo o último andar onde só existia uma porta para o terraço e a sala 27. Numa sexta-feira à tarde, a Maria estava a limpar as escadas, ao lado da sala 27, quando, de repente, ouviu um grito. Apavorada, ela não se mexeu, nem olhou para trás e quando se apercebeu estava junto ao arco ao lado da biblioteca, um vulto. A Maria não conseguiu perceber bem do que se tratava, pois este tinha uma forma desfocada. Quando a Maria se apercebeu que o vulto se aproximava deu uns passos atrás, tendo rapidamente esbarrado com a parede, facto que a impedia de continuar a andar. A Maria tirou do bolso uma chave e, rapidamente, abriu a porta da sala 27. Já lá dentro, lembrou-se que, em anos anteriores, haviam desaparecido diversos auxiliares misteriosamente na Escola de Santa Clara. Enquanto pensava nestes últimos acontecimentos, a Maria ouviu de novo um grito que agora parecia afastar -se. Quando voltou a abrir de novo a porta da sala, o vulto tinha desparecido. A auxiliar Maria saiu da sala apavorada e apressou-se a descer as escadas, saindo rapidamente para a rua. Quando chegou a casa, o marido, de nome Henrique, notou que a Maria estava muito ansiosa, perguntando-lhe o que se tinha passado. A Maria explicou-lhe que tinha visto um vulto a andar pelos corredores da escola. O Henrique ficou assustado com o que ouviu e lembrou-se de ligar imediatamente aos seus amigos, para que estes o pudessem ajudar. Na sexta-feira seguinte, a Maria estava a limpar as escadas quando ouviu de novo um grito. Desta vez, não se preocupou muito porque o seu marido e os seus amigos iriam protegê-la. A Maria ouviu de novo um grito, uma e outra vez, enquanto o seu marido e os amigos usavam os aparelhos para detetar fantasmas, para tentarem descobrir de que fantasma se tratava. De repente, o vulto apareceu misteriosamente assustando os homens que começaram a correr muito depressa, deixando Maria e o seu marido sozinhos na escola. O casal escondeu-se novamente na sala 27. A Maria tinha os olhos fechados de medo, e quando os abriu, com curiosidade, visualizou o vulto que estava mesmo à sua frente e que se parecia muito com uma mulher. De seguida, o vulto atirou-lhes um pó para a cara que fez com que eles adormecessem. Quando acordaram, a Maria e o Henrique aperceberam-se que estavam num lugar escuro, húmido e malcheiroso. Mas não sabiam onde. Rapidamente, uma luz acendeu-se e a Maria olhou em volta e viu que se encontrava numa prisão antiga. Dentro de outras celas estavam algumas pessoas e estas contaram-lhe: - Somos antigos funcionários e fomos raptados por um vulto branco e desfocado. É claro que a Maria e o Henrique rapidamente perceberam que se tratava do vulto que tinham visto nos corredores. 25


Passaram duas semanas e os funcionários continuavam presos nas celas. A única sorte deles era terem comida e água que o fantasma trazia da cantina escolar. Mas algo não batia certo! Porque estaria o fantasma a dar comida aos funcionários? O que pretendia deles? A Maria e o Henrique faziam varias tentativas de fuga mas nenhuma resultava. Um dia, o fantasma estava a vigiar as celas, enquanto cantava uma bela canção, quando Maria lhe perguntou: -Porque é que não podemos sair daqui? Para que precisa de nós? O fantasma olhou para ela e respondeu-lhe: - Quero a minha família de volta. É claro que a Maria não percebeu o que queria o fantasma e voltou a fazer-lhe a mesma pergunta. Mas este não lhe ligou. Umas horas mais tarde, enquanto vigiava os auxiliares, o fantasma tirou algo do bolso que parecia um medalhão. A Maria reconheceu o símbolo do medalhão pois já o tinha visto em algum lado. Mas onde? Ela olhou para o Henrique e perguntou-lhe: - Vês o símbolo que está no medalhão do fantasma? Já o vi em qualquer lado mas não sei onde. - Eu também já o vi. – respondeu o Henrique – É o mesmo que está gravado num bloco de madeira na sala 27. - É claro! – disse a Maria. - Temos de correr para lá, assim que o fantasma sair daqui. Umas horas mais tarde, o fantasma saiu de dentro da prisão. Enquanto ele não chegasse, a Maria e o Henrique iriam tentar sair daquele local. Todos os outros auxiliares foram igualmente libertados e dirigiram-se à saída. Aquela porta dava acesso a umas escadas que conduziam à fonte. Rapidamente, a Maria e o Henrique dirigiram-se para a sala 27, a atual sala de físico-química. Quando entraram e acenderam as luzes, começaram a procurar o símbolo que tinham visto no medalhão. Alguns minutos mais tarde, encontraram dois blocos de madeira com o mesmo símbolo. Um tinha o número 1 e o outro o número 2. Quando levantaram o 1.º bloco do chão, viram que por baixo estava um papel de aspeto antigo. O Henrique leu em vos alta: «Se a Ludovina queres ajudar, o medalhão vais ter de encontrar. Usa o punhal para ativar o portal.» - Muito bem! Precisamos de um medalhão, dum punhal e duma Ludovina. – disse o Henrique. - Ludovina não é uma coisa. A Ludovina é um nome de uma pessoa. Só pode ser o fantasma e o medalhão está com ela. Mas onde esta o punhal? – perguntou a Maria. - Não sei - respondeu Henrique. Depois de refletirem um bocadinho, levantaram o segundo bloco e por baixo deste estava uma lâmina. - Esta lâmina só pode ser do punhal que o enigma refere. – disse a Maria. Procuraram durante mais algum tempo, até que encontraram um terceiro bloco. Ao levantá-lo, encontraram o que faltava para completar o punhal. Como por magia, quando os aproximaram, eles uniram-se.- Para que servirá o punhal? – perguntou a Maria. – Segundo o enigma, serve para ativar um portal – respondeu o Henrique. De súbito, ouviu-se um grito e quando a Maria e o Henrique olharam para a porta da sala, viram o vulto. Ou melhor, o fantasma. Ou ainda melhor, a Ludovina. Com o medo, Maria recuou e o Henrique agarrou no punhal e esticou-o tocando no medalhão, que no mesmo instante saiu do pescoço da Ludovina. O medalhão flutuou no ar e abriu um portal. Ao ver o portal aberto a Ludovina sorriu e disse aos dois, com voz suave: - Obrigado! Obrigado por encontrarem o portal e por me deixarem encontrar de novo a minha família. Vivi muitos anos sozinha no convento e preciso de encontrar de novo aqueles que amo, a minha família. Assim que a Ludovina entrou no portal, este fechou-se. O punhal, o papel com o enigma e o medalhão desapareceram, os blocos de madeira voltaram ao seu lugar. O símbolo igual ao do medalhão desapareceu. 26


O Henrique e a Maria dirigiram-se à porta principal da escola, onde os esperavam os outros auxiliares, que já estavam acompanhados da polícia e dos serviços de urgência. Depois de contarem a sua versão da história, a Maria e o Henrique voltaram para casa. À noite, a Maria ainda conseguia ouvir a Ludovina a cantar enquanto as cortinas do seu quarto esvoaçaram ao sabor do vento.

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Ricardo Cansado, 7ºA

Era uma vez no convento Era uma vez três irmãos, dois meninos e uma menina. Os irmãos chamavam-se Leonardo, Alexandre e Margarida. Num dia de frio, os três irmãos estavam a passear e, ao longe, viram um enorme convento. Eles decidiram aproximar-se. O convento era muito grande e imponente, no entanto, já tinha algumas janelas partidas e a caliça, que com o tempo se tinha transformado numa cor branca suja, caía aos pedaços. Depois de já terem visto o convento por fora, o Leonardo disse aos seus irmãos: - Eu ouvi dizer que este convento tem um tesouro escondido no seu interior. Parece que é um tesouro que pertencia a uma freira que se chamava Ludovina. - É verdade, acrescentou o Alexandre – este é o famoso Convento de Santa Clara. Pelo que eu sei, a freira Ludovina viveu aqui até morrer. Eu já li muitas coisas interessantes sobre este convento. Segundos depois, a Margarida disse a frase que todos queriam ouvir: - Vamos entrar ou não, o que é que estamos à espera? - Claro – responderam os dois rapazes ao mesmo tempo. Os três abriram a enorme porta e entraram pé ante pé no convento. À sua frente estava um placar que dizia: “ Se no convento querem entrar, este enigma vão ter de acertar.” e “ A resposta na entrada abaixo terão de colocar.”. Perante o seu espanto, a frase do placar mudou, e agora estava escrita a seguinte mensagem: “Se aqui vocês querem entrar, então terão de dizer o número do quarto onde a freira Ludovina se foi aposentar”. O Alexandre, que tinha um ar todo espertalhão, pegou num papel e rapidamente escreveu o número 27 e colocou-o na abertura que estava no meio do placar. Os três irmãos esperavam por uma resposta, mas a porta abriu-se no mesmo instante. Eles puderam entrar, mas avançaram apenas um passo e já outra surpresa os esperava. No meio do caminho estava um fantasma enorme e muito assustador. Ao seu lado, encontrava-se outro placar onde estava escrito: “Se este fantasma querem afugentar, uma das coisas que estão em cima da mesa terão de utilizar”. Quando terminaram de ler a frase, apareceu-lhes à sua frente uma mesa. Em cima da mesa, encontrava-se um copo com água, uma agulha com uma linha roxa enfiada e ainda um bocado de ferro. O Leonardo olhou para cima da mesa e logo gritou: - Peguem no copo de água e atirem-no ao fantasma, a água afugenta os fantasmas. O Leonardo pegou no copo de água, que parecia fugir-lhe das mãos, e atirou-o à cara do fantasma. Este, assim que sentiu a primeira gota de água cair-lhe em cima, desapareceu. A descoberta não terminava aqui, o placar voltou a mudar a mensagem que lá estava escrita. Agora lia-se: “ Se o tesouro querem encontrar vão até à sala n.º 27 e deixem-se lá ficar”. Os irmãos seguiram a informação, subiram as escadas e foram para a sala n.º 27. A Margarida ia à frente e ainda não tinha subido o último degrau, já a porta da sala se abria para que ela e os seus irmãos entrassem. 28


A sala n.º 27 tinha sido transformada num grande laboratório, com muitas mesas e cadeiras. A um canto da sala, viram um ciclope que se apressou a dizer-lhes que a sua garganta estava a doer e que se eles não o curassem, ele comê-los-ia. Olhando à sua volta viram, em cima de uma mesa, uma receita escrita numa folha de papel para prepararem uma solução de leite com mel, com uma concentração de 1g/L. A Margarida, que era muito boa aluna e gostava muito de física e química, fez logo as contas e preparou a receita do leite com mel e deu-a ao ciclope. O ciclope melhorou imediatamente e levantou-se do sítio onde se encontrava deixando à vista um pequeno cofre. Os três irmãos ficaram sem saber o que fazer, mas decidiram pegar no cofre e correr para casa para mostrarem à sua mãe. Quando chegaram a casa, colocaram o cofre em cima da mesa. A mãe ficou surpreendida e abriu-o de imediato, ficando deslumbrada com o que viu no seu interior. O pequeno cofre continha imensas jóias, com um enorme valor. A mãe olhou para os três irmãos e deu-lhes um beijo na cabeça, mantendo um ar muito sorridente. Com esta descoberta, os três irmãos e os seus pais puderam comprar tudo o que precisavam, mas no entanto, guardaram algumas peças valiosas, que permitiram que o convento fosse renovado. Anos mais tarde, o convento voltou a estar cheio de crianças que vinham à escola: “ A Escola de Santa Clara”.

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Tales Barreto, 7ºA ERA UMA VEZ NO CONVENTO Era uma vez uma jovem muito gentil e religiosa chamada D. Maria Ludovina Conceição. Ela era filha de pais burgueses, mas não era a mais velha, por isso, não podia casar, pois não tinha tantos direitos quanto a sua irmã mais velha. Então, ainda jovem, decidiu ir para um convento chamado “Convento de Santa Clara”. No início D. Ludovina não estava acostumada com aquela vida, mas sabia que Deus a queria ali, por isso todos os dias ela rezava: —Meu Deus, ajude a manter-me nesta vida nova que o Senhor me deu, pois ainda não estou acostumada. Durante os anos que passou nesse convento foi-se tornando cada vez mais importante - de noviça até tornar-se madre. Mas como ela tinha sido a última a entrar no convento, por causa do decreto de extinção das ordens religiosas, ela sentia-se cada vez mais sozinha. Todas as noites, ela orava pela sua família e pelas suas amigas que estavam cada vez mais velhas. Passaram-se alguns anos e só lá estava ela naquele convento. Como já estava a ficar cada vez mais velha e sabia que não demoraria muito para a sua morte, dedicava todo o seu tempo a rezar com muita alegria: —Meu Deus, meu amigo, dedico-te a minha vida. Por favor, guarda aí um lugar no céu para mim ou faça-se a tua vontade que eu não serei contra. Como Ludovina já previa, morreu. Não se sabe bem ao certo o mês da sua morte, mas foi no ano de 1903. Depois da sua morte, o convento passou a ser um quartel militar entre os anos de 1911 e 1936. Depois o ministério decidiu torná-lo na Escola Industrial e Comercial de Évora, em 1951 que passados mais ou menos vinte anos foi substituída pela Escola Preparatória André de Resende e, finalmente, em 1979 foi fundada a Escola Básica de Santa Clara até os dias de hoje. Alguns funcionários que já lá trabalharam ou que trabalham relatam ter ouvido vozes da antiga madre perto da sala 27 onde ficavam os seus aposentos. Eles relataram que essas vozes pareciam um sussurro e diziam: — Cuidado, façam o mínimo de coisas erradas e as coisas que fizerem de errado reconheçam-nas e peçam perdão. Muitas vezes, os funcionários nem ligavam e as vozes tinham uma mensagem um pouco diferente e soavam ainda mais forte: — Ouça-me bem, agradem a todas as pessoas, principalmente as que vocês mais amam e louvem a Deus com prazer e alegria. Outros funcionários mais religiosos contaram que nunca ouviram nada. Por este motivo, todos acreditam que ela só fala para as pessoas que não acreditam ou que acreditam muito pouco. E, por enquanto, o último recado que foi ouvido dizia: — Quando era muito jovem cometi um erro de que me arrependo muito, por favor não cometam este mesmo erro. — E qual foi este erro? — perguntou um funcionário. — Isso eu já não posso dizer você terá que descobri-lo. — afirmou a freira. — Porque? — questionou o funcionário assustado. E depois só foi ouvido silêncio. E até aos dias de hoje essa pergunta não foi respondida.

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Matilde Martins, 9ºA

UMA NOITE NO CONVENTO

No ano de 1952, uma rapariga chamada Maria acabara de concluir o seu 8º ano de escolaridade numa grande escola em Guimarães. Numa manhã, os pais de Maria receberam uma chamada da Direção da escola a dizer que, por motivos inexplicáveis, a escola tinha ardido durante a noite, e não havia vestígios de tal crime. A família, preocupada com o futuro académico dela e com esta situação, decide mudar de casa para uma cidade longe de toda aquela confusão, neste caso, Évora. Maria ficou na Escola Básica de Santa Clara que, anteriormente, teria sido um convento de freiras. Era uma escola modesta mas com professores de qualidade. A sua nova turma, 9º A, preparava uma grande festa de Halloween para os mais velhos, uma festa muito divertida em que pernoitar na escola era o verdadeiro desafio. Chegou o dia da festa e, entre a comida, a música, os doces e a diversão, esperavam o melhor para o final: os mistérios de Santa Clara. Após a festa, Maria adormeceu e, passadas algumas horas, sentiu vontade de ir à casa de banho. Então dirigiu-se para a fonte da escola onde estava a única casa de banho aberta. Quando saiu de lá, olhou em sua volta e viu teias de aranha brancas e macias a cair do céu, tal como se fosse neve, mas em outubro. De repente, ouviu barulhos estranhos e não pôde deixar de ver o que estava a acontecer. Lá em cima, no céu, ela nunca tinha visto nada assim... Um OVNI branco, azul e brilhante a sobrevoar a sua nova escola. Ficou assustada e deu um passo atrás. Passados alguns segundos, sentada na fonte, estava uma sereia decapitada, imbuída de todo o sangue que de lá saía. À volta de todos aqueles claustros estavam milhares de freiras a rezar ajoelhadas perante Maria, esta, com medo, deu um segundo passo para trás. Era tudo como num filme de terror: pisou uma pedra da calçada e abriu-se um túnel no chão, sem pensar duas vezes, entrou no túnel. Era escuro e frio, mas ela não teve coragem de parar de correr até chegar a uma saída. Ao sair do túnel, Maria apareceu num convento de frades, onde é o atual Eborae Mvsic, o conservatório onde estudam os alunos de Ensino Articulado. Em torno da fonte das instalações, estavam milhares de frades ajoelhados a rezar a hora dos mortos. Um frade aproximou-se de Maria e perguntou-lhe: - O que estás aqui a fazer? Porque estás a interromper a nossa oração? Ele tirou uma faca do bolso e ela gritou o máximo que pôde por ajuda. Pedro, um colega de turma exclama: - Não podes fazer tanto barulho, ainda estão todos a dormir! Afinal tudo isto tinha sido um pesadelo e não passava de uma fantasia da nova aluna na nova escola.

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Cristina Ye Huang, 9ºC

AQUELE CONVENTO Desci da carroça, onde viajara aproximadamente dois dias, com a minha bagagem na mão. Agradeci pela viagem e encarei a porta de madeira que estava à minha frente que refletia os tons quentes do sol da tardinha. A mesma pertence ao Convento da Santa Clara, a minha nova "casa". Empurrei a porta e dei de caras com uma freira. - Olá, deve ser a nossa nova irmã, Maria Ludovina do Carmo, certo? - Ela olhou para mim com uma intensidade que eu desconhecia. Senti um arrepio subir pelo meu corpo. - Sim, agradeço a vossa gentileza em aceitar-me aqui – respondi, inclinando um pouco a minha cabeça em sinal de respeito. - Ora, deixe-se de cortesias. Aqui aceitamos as novas irmãs de braços abertos. Sou a Joaquina Soares dos Anjos, a abadessa deste convento. Um silêncio instalou-se entre nós e senti os seus olhos cravados em mim, enquanto olhava para o chão como se fosse a oitava maravilha do mundo. - Venha, irei mostrar-lhe o Convento. Joaquina mostrou-me o Convento- devo dizer que ele é muito bonito- e acabamos a visita já de noite, frente ao meu dormitório. - Você dormirá aqui, irá dividi-lo com as irmãs Júlia e Ângela - explicou-me rapidamente e despediu-se. Entrei no dormitório e encontrei mais duas freiras. Uma de cabelos longos e negros, olhos azuis e com mais ou menos 1,70m de altura; e a outra tinha por volta dos 1,50m, com cabelos loiros que lhe chegavam aos ombros, tinha os olhos cor de âmbar. - Olá irmãs, irei frequentar o Convento com vocês, espero não trazer muitos problemas – expliquei, olhando para as duas. - Deixa esse formalismo para amanhã. Dentro deste dormitório não queremos esse tom entre nós - disse a freira com longos cabelos negros como as penas de um corvo. - A Júlia tem razão, este Convento é meio estranho. Aqui entre nós vamos ser amigas, não irmãs de religião, certo?- completou rapidamente a outra freira. - Certo! – disse confiante - Então, falem-me mais sobre vocês - enquanto comecei a arrumar os meus pertences no armário e na minha cabeceira. - Sou a Júlia Araújo, vim por vontade própria, mas acho que cometi um erro enorme. A voz dela era suave, como a voz de uma mãe - diria. - Sou a Ângela! Foram os meus pais que me mandaram para cá - continuou a outra freira de cabelos curtos. Ouviu-se o sino do recolher, mas nenhuma de nós realmente se importou. - Hum... o meu nome é Maria Ludovina do Carmo, também foram os meus pais que me mandaram para cá. Mas, Júlia, porque dizes que cometeste um erro enorme? - mantendo o tom da curiosidade para ter mais chances de receber uma explicação. - Não sei se devo dizer-te..... - a mesma pareceu desconfiada - Não sei se vais entender, é que parece uma loucura gigantesca. - Júlia, acho que ela é de confiança, pelo menos ela não julgou quando dissemos que não queríamos formalidades aqui dentro - Ângela defendia-me com um penar no olhar. - Certo... - Júlia respirou fundo e começou - Pelo que eu entendi, este Convento tem algo de muito errado. Mesmo obrigando as freiras a rezar, orar e acreditar em Deus, ele esconde algo de muito errado. 32


Júlia desconfiava especialmente da Joaquina, já que ela era a abadessa deste Convento, mas provavelmente ela teria alguém que fizesse as ações desonestas por ela. - Isso é de loucos – disse, por fim. Sentia a minha cabeça pesar com a informação surreal. - Se não acreditares, eu entendo, afinal quem acreditaria? - interrompeu de imediato a Júlia. - Não! Eu acredito totalmente em ti, afinal, porque uma freira inventaria isso? É só informação demais para a minha cabeça, mas acredito em ti, acredito em vocês - sorrio confiante. Enfim, toda esta loucura deixou-me com sede. - Terás que ir ao refeitório para beber água, mas tem cuidado para não seres vista, terás um castigo severo se te virem a passear por aí depois do sinal do recolher - avisou Ângela, a cobrir-se para dormir. Assenti e saí do dormitório fazendo o mínimo barulho possível. Desci as escadas com cuidado e fui até ao refeitório na ponta dos pés. Chegando lá, enchi um copo com água de um jarro que lá havia e deliciei-me com a mesma. No caminho de volta, vi uma freira a entrar no quarto da abadessa. Que estranho- pensei. Quis ignorar, mas a curiosidade falou mais alto. A pedir o perdão de Deus, meti-me à porta do quarto da abadessa e ouvi atentamente a conversa. - Já lhe expliquei. A morte da Júlia será logo amanhã, ninguém irá reparar. Fazemo-lo como se ela caísse do terceiro andar - falava a freira um tanto nervosa. - Certo, mas espero bem que não deixem nenhum rasto. Não quero mais problemas. Que essa Júlia morra logo, não aguento mais ela a olhar-me de lado, desconfiada de tudo - falava Joaquina rapidamente - Agora sai daqui! Comecei a ouvir passos vindos em direção da porta. Senti o nervosismo a subir pelo meu corpo e procurei um lugar para esconder-me. Reparei numa árvore consideravelmente grande no pátio e corri para lá nos bicos dos pés. Sem reparar, pisei de mal jeito e acabei por torcer o pé, porém a adrenalina não deixou a dor sobressair, dando-me a possibilidade de esconder-me por trás da árvore. No mesmo instante em que me pus atrás da árvore, a freira abriu a porta lentamente e fechou-a logo, indo embora. Depois de ter a certeza que a mesma estava longe, comecei a sentir a dor no meu tornozelo. Ele não torceu a ponto de não conseguir andar, mas que estava a doer, estava. Coxeei até ao meu quarto a conter os gemidos de dor, pensando no que acabava de ouvir - Estou com medo - Abri a porta lentamente e vi Júlia de pé. - Maria, finalmente! Estava quase a sair para ir à tua procura. Por que raios demoraste tanto?! - sussurrou visivelmente preocupada. - Desculpa Júlia, eu tenho algo muito importante para contar-te.... Sem reparar, as minhas mãos estavam a tremer, talvez pelo medo ou pela fraqueza que sempre vem após a adrenalina. Sentamo-nos na minha cama e Júlia esperava pacientemente enquanto eu arranjava uma forma de dizer aquilo. - Júlia, quando estava para voltar, eu vi uma freira a entrar no quarto da abadessa e...... - O que ouviste? - pergunto firme, como se não tivesse medo do que poderia vir a seguir. - A freira disse que tu ias ser morta amanhã, de uma forma que parecesse um acidente, que tu terás caído do terceiro andar e.... a abadessa aceitou! Eu tremi muito neste instante, por não conseguir digerir aquela informação. - Eu sabia que este Convento escondia algo. Não tenhas medo Maria, tudo vai ficar bem, certo? - ela pegou nas minhas mãos na intenção de ajudar - Eu irei arranjar um jeito de não cair na armadilha. Consenti, ainda a tremer. Após a conversa, Júlia obrigou-me a dormir. - Já está tarde e amanhã ainda tens que fingir que nada aconteceu – disse ela. Não sei quantas horas passaram deste que me deitara, só sei que só adormeci quando os primeiros raios de sol apareceram. Fui acordada pela Ângela. Arrumamo-nos e fomos para o refeitório. Júlia ficou para trás porque não encontrava o seu colar da Virgem Maria. Após ficar uns minutos à espera da Júlia, comecei a ficar preocupada. 33


Decidi ir à procura dela. Quando cruzava o pátio, vi algo preto cair do terceiro andar. Quando prestei mais atenção, senti as minhas pernas amolecerem tão rápido quanto a luz, logo as mesmas traíram-me e caí sentada no chão, chocada com a poça de sangue que se fazia ao redor do corpo de Júlia. Não me lembro do que ocorreu a seguir. Na verdade, não me lembro do que aconteceu nos próximos dias. A minha mente simplesmente desligou-se. Não sei quanto tempo passou, mas sabia que era o funeral da Júlia. Várias freiras levavam o caixão, mas o que mais chamou a minha atenção foi uma conversa entre duas freiras atrás de mim. - Estranho mesmo, usam sempre o mesmo modelo de caixão - disse uma. - Nunca se sabe se estão a usar o mesmo caixão para todas - comentou a outra. - Não digas essas coisas - repreendeu por fim a primeira. Isso atiçou de novo a minha curiosidade. Não pode ser apenas uma coincidência, pode? Após o funeral, andei pelo Convento todo à procura de algo que nem eu tinha a certeza. Depois de umas quantas voltas, reparei numa porta num canto esquecido. Pensei que ela não fosse usada há muito tempo, mas quando prestei mais atenção percebi que era exatamente o oposto. Havia uma falha no pó depositado na porta, com a marca de uma mão. A minha cabeça ia a mil, tinha que descobrir o que havia ali dentro, especialmente depois de sentir o fedor que dali emanava. Como não podia fazer nada, deixei isso de lado por enquanto, mas sabia que até descobrir o que pudesse existir lá dentro, o meu cérebro não descansaria. À noite, podia ouvir a leve respiração da Ângela, a mesma andava muito vazia e cansada, mas o corpo não conseguia descansar. Fiquei aliviada ao vê-la dormir pela primeira vez, depois de tanto tempo. Passei a noite em claro, até que ouvi o tilintar de chaves. Levantei-me rapidamente e fui à procura de alguém acordado. Ao descer as escadas, vi Joaquina com as chaves na mão. Segui-a silenciosamente. O Convento não é muito iluminado, especialmente de noite, então não seria difícil esconder-me da abadessa, caso ela se virasse para trás, porém seria difícil seguir a silhueta sem perdê-la de vista. A mesma parou em frente da porta que tinha chamado a minha atenção, hoje. Joaquina pegou nas chaves, tentado fazê-las tilintarem o mínimo possível e abriu a porta, fechando-a logo atrás de si. Não queria arriscar a minha pele aproximando-me muito da porta, e , pela primeira vez, o medo falou mais alto que a curiosidade. Virei-me e voltei para o meu quarto. Passei a noite a pensar numa forma de conseguir as chaves e alvitrar o lugar onde pudessem estar. Passei mais uma noite em claro e, logo que o primeiro raio de sol sobressaiu, por entre o céu escuro, levantei-me. Não quis acordar Ângela, arranjei-me silenciosamente e logo desci ao encontro das outras freiras. Prossegui a minha rotina e na hora de almoço reparei que a portaria estava vazia, e em cima da mesa estava o molho de chaves que precisava. O sino tocou e logo uma freira voltou para o posto -calculo que fosse uma hora da tarde. Já no dia seguinte, estava à frente da portaria e olhei para os lados - a esta hora as freiras estarão na biblioteca, provavelmente. De repente, senti algo cair na minha cabeça, levantei a mão e vi que era uma espécie de teia de aranha. Assustei-me e atirei a teia para longe de mim. Reparei que estava a cair muito mais pelo pátio inteiro, isso deixou-me aterrorizada - estas coisas não são normais. O sino tocou e as freiras saíram de onde estavam, preparando-se para a ir à igreja, mas ninguém pareceu reparar que algo estava a cair do céu. Eu senti a minha cabeça às voltas, parecia que ela iria explodir a qualquer momento. Tudo que eu ouvi e vi aqui deixaram-me louca. - Ninguém vê?! - gritei em desespero - Sério que ninguém vê que este Convento tem algo de errado? O que é isto?! De longe vi a abadessa e mais umas quatro freiras virem na minha direção. Não me lembro bem do que aconteceu, sei que a abadessa obrigou-me a tomar um remédio muito amargo e que depois disso parece que entrei num estado de hibernação. Parecia que apenas assistia ao que fazia, mas que não estava realmente lá. Não sei quanto tempo passou, não sei o que realmente fiz neste meio tempo e muito menos o que andava a pensar, estava totalmente anestesiada. Senti uma dor na minha bochecha esquerda, havia acabado de levar uma chapada. 34


- Maria, por favor acorda. Vi Ângela com lágrimas nos olhos. - Não aguento mais uma perda... Mal consigo superar a ida da Júlia e agora estás assim? Por amor de Deus Maria.... não me deixes aqui no meio destes monstros... Algo acordou dentro de mim e por necessidade abracei Ângela. - Tonta, nunca te deixarei - falo também com lágrimas nos olhos - Nunca! Passamos algum tempo abraçadas, era uma forma de nos ajudarmos a sobreviver a esta loucura. Nessa noite, quando fui levada à enfermaria para tomar as drogas, eu escondi todos os remédios por baixo da minha língua para fingir que os tomei e, pela primeira vez em muito tempo, passei uma noite em claro a pensar no que poderia fazer para acabar com este Convento. Hora de almoço do dia seguinte—Cá estou eu à frente da portaria. Entrei sem medo e procurei pelas chaves. Hoje elas já não estavam dispostas na mesa, o que me deu mais trabalho. Não consegui encontrar as chaves até o sino tocar. Choraminguei para mim mesma e saí o mais rápido possível. Teria que tentar a minha sorte no dia seguinte. Enquanto cruzava o pátio, vi uma freira correr desesperada. - A irmã Ângela está morta! A irmã Ângela está morta! - gritava desesperadamente. Alguém perguntou onde teria visto isso e a freira respondeu que havia encontrado o corpo da Ângela na casa de banho e que provavelmente teria escorregado e batido com a cabeça na pia, mas eu sabia que isso não era possível. Como ela escorregaria com sapatos de sola de borracha? Corri até à casa de banho, vi o sangue a espalhar-se e Ângela caída no chão... morta. Senti as lágrimas invadirem os meus olhos, mas mantive-me firme. Virei-me e juro a Deus que iria vingar-me, que a morte das minhas amigas -corrijo- das minha irmãs, não seria em vão, que iria desmascarar este convento, nem que tivesse que morrer por isso. Pressenti a raiva subir pelo meu corpo e tomar o meu cérebro. No dia seguinte, fiquei determinada a encontrar as chaves. Após alguns minutos a vasculhar, encontrei as benditas chaves na segunda gaveta do penúltimo armário. Passei o resto do dia ansiosa pela chegada da noite, seria hoje que iria desmascarar este Convento. Era noite cerrada quando me levantei da cama; olhei para as outras duas camas. - Vai ser hoje... vai ser hoje que tudo acaba - sussurrei. Desci as escadas rapidamente e corri em direção à porta que tanta curiosidade me causara. Peguei no molho de chaves e tentei uma por uma - Alguma delas tinha que ser desta porta - À décima, ouvi um click e sorri. Abri a porta e….. - Senhorita Ludovina? Senhorita Ludovina? – oiço o maquinista chamar-me suavemente. Não sei o que sonhei, mas senti que foi algo muito movimentado , pois a adrenalina corria por entre as minhas veias. Abri os olhos e dei comigo sentada na carruagem. Desci do comboio, onde viajei aproximadamente dois dias, com a minha bagagem na mão. Agradeci pela viagem e encarei a porta de madeira que estava à minha frente que refletia os tons quentes do sol da tardinha. A mesma pertence ao Convento da Santa Clara, a minha nova "casa". Empurrei a porta e dei de caras com uma freira. - Olá, deve ser a nossa nova irmã, Maria Ludovina do Carmo, certo? - Ela olhou para mim com uma intensidade que eu desconhecia. Senti um arrepio subir pelo meu corpo.

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Daniel Salvador, 9ºC

O MISTERIOSO CONVENTO Eram oito e meia da manhã quando uma rapariga viu alguma coisa estranha e foi ver. Às oito e quarenta e cinco, a rapariga estava a contar às pessoas da aldeia que tinha visto um convento e os habitantes começaram a rir da rapariga porque achavam que estava a alucinar. Quando era meio-dia e meia, a rapariga voltou ao convento e viu uma pessoa a entrar que deixou sem querer a porta aberta. A rapariga aproveitou a oportunidade para entrar no convento e saber o que era. Viu que aquele lugar tinha muitas pessoas que ela não conhecia. A rapariga, com medo, saiu a correr mas em vez de sair do convento, estava a entrar cada vez mais para dentro. Até que parou de correr e reparou que estava perdida e cansada. Eram quase dez da noite e algumas pessoas da aldeia começaram a estranhar que a rapariga que estava sempre a falar e a contar histórias não aparecia. No dia seguinte, as pessoas saíram das suas casas para procurar a rapariga. A certa altura, encontraram o sítio de que a rapariga lhes tinha falado no dia anterior e arrependeram-se, de imediato, de terem feito troça da rapariga. Enquanto a aldeia andava à procura da rapariga, ela dormia tranquilamente num quarto. Alguém entrou no quarto onde a rapariga estava a dormir e acordou-a para saber o que ela estava a fazer ali. Quando a rapariga acordou, entrou em pânico e tentou fugir porque ela pensava que a pessoa que estava ao pé dela lhe queria bater, mas ela estava enganada porque a pessoa queria ajudá-la. Era meio-dia e os aldeões já tinham procurado a rapariga por todo o lado, exceto no edifício misterioso, mas quando resolveram entrar no convento, a porta abriu-se e, de dentro, saiu uma mulher com a rapariga feliz. Contudo, os aldeões suspeitaram da pessoa que estava ao lado dela. Mais tarde, a rapariga foi visitar o convento para visitar a mulher que a ajudou a sair, mas, quando lá chegou, estava fechado. Porém, a rapariga não desistiu e tentou entrar. Desta vez veio um homem que não gostava de ser perturbado e disse –lhe “Se voltas a aborrecer-me eu vou matar a pessoa que te ajudou a sair daqui.”. A rapariga ficou com tanto medo que nunca mais foi aborrecer as pessoas do convento. Os aldeões repararam que a rapariga andava muito triste e foram ao convento falar com a mulher para saber se esta teria feito alguma coisa à rapariga para ela estar assim. Quando os aldeões chegaram ao convento, perceberam que a rapariga não tinha falado com a pessoa que a tinha ajudado mas com outra que não souberam identificar. No dia seguinte, a rapariga já estava melhor porque esqueceu aquela ameaça que o homem lhe tinha feito. Passados alguns dias, a rapariga decidiu ir ver o convento e quando chegou lá, este tinha desaparecido. O convento teria existido?

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João Euzébio, 9ºC

O CONVENTO DA ESCOLA DE SANTA CLARA

Na escola de Santa Clara, num dia de aulas às nove e meia da manhã, estavam os alunos do nono ano a terem uma aula de Físico Química, na sala 27. Estava tudo a correr bem quando os alunos e a professora ouviram grande estrondo que veio de fora da sala, do pátio no andar de cima. Todos os alunos perguntaram ao mesmo tempo: - O que é que foi aquele estrondo? A professora interrompeu a aula - Fiquem aqui que eu vou lá ver o que é que se passa. A professora saiu da sala , mas os alunos não aguentaram a curiosidade e também foram ver. Desde a saída da sala até chegarem ao pátio de cima, os alunos estiveram todo o caminho a imaginar o que poderia ter acontecido à professora e só adivinhavam coisas más, como por exemplo “Será que a professora caiu e aleijou-se ou será que a professora torceu o pé?” . Quando os alunos chegaram ao pátio viram a professora caída no chão mas, felizmente, a professora estava só desmaiada . Os alunos viram outra senhora vestida com uma bata branca , outra com uma bata que era preta com uma cruz ao pescoço e essa senhora que estava caída no chão teve um ataque cardíaco e como não aguentou morreu. Os alunos acharam que era uma freira. Depois a professora acordou, já os alunos tinham chamado o INEM. Quando os alunos e os outros professores chegaram ao pátio de cima, já a freira não estava lá e a Laura , que era uma das alunas da professora , disse: -É como se estivesse evaporado!! E foi por isso que os professores trancaram a porta do pátio e nunca mais foi aberta. Os alunos também tiveram uma ideia, dar um sobrenome à escola. Esta passou a chamar-se Convento da Escola de Santa Clara.

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Manuel Ferreira, 9ºC

A FREIRA E O SEU BEBÉ Alunos contam a história de uma freira que vou passar a narrar. Há muito tempo, quando a escola era um convento.... Tudo aconteceu num dia de chuva. Esperança, que era freira naquele convento há cinco anos, deslocara-se para o seu dormitório 27 e aí teve o seu bebé. Uma freira não podia ter um bebé e, por isso, aquele ficou escondido no quarto 27. Ninguém se tinha apercebido, até que um dia uma freira e um padre ouviram um choro que vinha do desse quarto. Quando estes entraram no quarto, encontraram o bebé e deduziram que fosse da freira Esperança. No dia seguinte, à hora da refeição, o padre e a freira encontraram-na e perguntaram-lhe se sabia de quem era aquele bebé. Ela respondeu : - O bebé é meu. Eles (respiraram fundo) e declararam: -Não podes ter um bebé e por isso vais ter um castigo. Vais limpar a cozinha e a cantina durante um mês. Ela concordou. Às escondidas dela, eles pediram às cozinheiras para sujarem o que quisessem. Passado um mês, ela tinha acabado as tarefas e foi descansar. O seu filho estava ainda a mamar mas a diretora decidiu que ela não ia ser freira e expulsaram-na do convento. Porém, deram-lhe um trabalho que dava para se sustentar e ao seu filho. A Esperança viveu feliz e com a sua família em vez de ser freira. O seu filho cresceu e ajudou a mãe.

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