No Tempo Dos Coronéis

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Filhos (as) de Chico Penna no dia do casamento da tia Hilda e do tio Aldo em 1948

Um dia de festa na fazenda do Limoeiro em 1948 rinta e quatro pessoas se reuniram num momento único para a foto de família: Chico Penna, sentado ao lado de Ana Cândida, e em torno deles os nove filhos. Sete casados, com seus respectivos cônjuges: José, Maria, Lino, Mário, Helena, Alice e Hilda, três noras e quatro genros. E dezesseis netos. Família toda reunida. Nos outros casamentos não havia acontecido assim. Nunca antes nem depois houve uma foto em que toda a família, então viva, estivesse presente. Nessa data eram certos 40 anos de vida em comum. Estava muito distante aquela manhã fria do dia 2 de maio de 1908, quando eram jovens e tinham

todas as incertezas pela frente. Agora, fazendo as contas, cinco filhos mortos e nove filhos, sãos e salvos, criando sua própria família. Foram anos e anos de trabalho. Ainda agora, para ele é trabalho de domingo a domingo. Olhando a foto, dá para pensar assim: Hoje é dia de festa. O português está feliz. Um leve sorriso se advinha em sua face. Deve ter orgulho da prole reunida. Hoje ele casa a última filha solteira, Hilda, a ciganinha trigueira que lhe faz rememorar imagens de Portugal. Tia Hilda diz que ele falava com ela, ainda pequena: – “Vamos, ciganinha.” Uma aliança desejada. O rapaz pertence a uma família da cidade, é filho do Coronel José Maria

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