AOS VINTE ANOS DA MORTE DE NAHUEL MORENO Dia 25 de Janeiro de 2007 Pedro Fuentes No dia 25 de janeiro de 2007 completam 20 anos da morte de Nahuel Moreno, dirigente revolucionário argentino com mais de quarenta anos de militância no trotskismo. Morreu jovem, aos 62 anos, mas sua vida militante deu-lhe tempo de construir uma das mais importantes correntes da IV Internacional e deixar um enorme legado aos militantes internacionalistas, especialmente os latino-americanos. Aderiu ao trotskismo em Buenos Aires, no início da década de 40 e, em 1944, quando fundou o GOM (Grupo Operário Marxista), decidiu romper com o "trotskismo de café" que imperava na época, para inserir-se ferreamente na classe operária, suas organizações e seus bairros. O processo de construção das organizações presididas por Moreno atingiu seu auge na década de 1980, na última etapa de sua vida. Naquele período, desempenhou papel fundamental na construção do MAS (Movimento ao Socialismo), na Argentina, -- talvez o maior partido trotskista das últimas décadas -, e da Convergência Socialista, no Brasil. As duas organizações integravam a LIT (Liga Internacional dos Trabalhadores), que converteu-se na época na organização trotskista com maior influência na parte sul de nosso continente. A constância de toda sua vida foi a construção da organização política revolucionária para a ação. Para isso, utilizou diferentes caminhos táticos, militando em diversos países, mas, em nenhum momento, deixou de estar na cabeça de sua organização, dirigindo a construção do partido, nem nas interrupções provocadas por prisões na Argentina, Peru e Brasil, nem quando sua saúde foi se deteriorando perigosamente. É fato que, após a sua morte, as organizações que mencionávamos sofreram fortes processos de divisões. Mas, nem por isso deixou de ser fundamental o papel que desempenham os quadros herdeiros da tradição morenista na luta de classes em muitos países, especialmente na América Latina. Muitos dos militantes das organizações que se reclamam dessa história, e aqueles que se incorporaram à militância nos últimos anos, conhecem Moreno por intermédio de alguns de seus textos, que são ferramenta fundamental à formação política militante.