O Olhar do 6ºB

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O Olhar do 6ยบ B Projecto Editorial 6ยบ Ano Turma B / Biblioteca Escolar / CRE

Ano Lectivo 2008/2009


FICHA TÉCNICA

Título: O Olhar do 6º B Autores: Alunos do 6º B da escola E.B 2,3/S Engº Dionísio A. Cunha (Anos lectivos 2007/2008; 2008/2009) Ilustrações: Alunos do 6º B Ilustração da capa: Professora Cláudia Costa Coordenação do Projecto: Professora Ana Lourenço e Professora Celeste Sampaio Edição: Biblioteca Escolar/CRE


ÍNDICE Ana Peres nº 1 . Paisagem Perfeita . A Cor . No Fundo do Mar Ana Fernandes nº 2 . A Fada da Horta . Neste Natal Se Eu Fosse Fada . O Jardim Encantado

Andreia Oliveira nº 3 . A Rainha das Borboletas

Bruna Moitas nº 4 . Carta ao Pai Natal . A Rosa do Prado . O Prado Florido

Carlos Rodrigues nº 5 . Caldas da Felgueira

Carolina Pais nº 6 . As Minhas Férias de Natal

Diogo Oliveira nº 7 . A Árvore de Chocolate . No Fundo do Mar

Ema Figueiredo nº 8 . O Planeta Terra

Fábio Silva nº 9 . As Minhas Férias de Verão

Fábio Ribeiro nº10 . A Cobra Perdida . Uma Corrida de Bicicleta


James Pereira nº11 . O Oceano Desconhecido

João Martins nº12 . A Galinha Castanha . Se Eu Fosse um Peixe

José Henriques nº 13 . A Árvore de Chocolate

Juliana Ferreira nº14 . O Esquilo e o Coelho . O Pequeno Golfinho . Um Sonho

Juliana Machado nº 15 . A Nicky e o Ice . As Pequenas Sereias

Margarida Rodrigues nº 16 . A Aventura Disney . Uma Árvore

Mariana Ferreira nº17 . Amanhecer . Francisca e as Bolas de Sabão . O Sonho Inesquecível de Marta

Odete Moitas nº18 . As Baleias e os Oceanos . A Árvore de Chocolate

Ricardo Nisa nº19 . Uma Aventura no Fundo do Mar

Marco Figueiredo nº 20 . A Árvore Centenária


Para vós, caros alunos: Juntos fizemos longos percursos nos caminhos das leituras… Juntos vivemos aventuras com as personagens das histórias… Juntos produzimos os textos que as leituras nos estimularam e sugeriram e… Sonhámos… Um livro… o livro do 6º B. Planeámos e trabalhámos em conjunto para o nascimento desta obra… … «O Olhar do 6º B». Aqui estão reunidos os vossos olhares, os olhares de cada um de vós sobre diversas realidades. Todos participaram, cada um à sua maneira. Olharam com os vossos olhos… olharam com olhos de ver… E fizeram viagens à digressão interior da vossa criatividade. Nasceram ideias… Pintaram-se… E… eis finalmente o livro, este livro que vos ajudou a crescer… Parabéns! Um grande abraço. Ana Lourenço


PAISAGEM PERFEITA

No norte da Europa, ao viajar no comboio que liga alguns países dessa região, deparei-me com uma beleza sem fim. A paisagem, aquela paisagem era linda… Comecei por ver uma imensidão de belas flores azuis, violetas, amarelas e de todas as cores, que cresciam sobre um fofo tapete de relva… relva macia, fresca, pura… O zumbir das abelhas a sugarem o néctar das flores, uma leve brisa a soprar e as flores a dançar uma valsa, num espectáculo maravilho e sem fim… Mais à frente, mesmo no meio, o brilho do sol que se reflectia num lago, de azul intenso, acolhendo todos os peixes que ali viviam alegres e felizes. Pois ali quem poderia estar triste? À sua volta, cresciam ervas altas que davam a sensação da mais pura frescura que alguma vez alguém sentira. Lá mesmo ao fundo as montanhas…. As montanhas que tocavam o céu com suavidade. Já no cimo das montanhas, a neve mesmo juntinho às nuvens que pareciam castelos de algodão. Toda esta beleza enchia o meu ser e ia soltando palavras mágicas que faziam uma canção que ecoava sobre toda aquela paisagem maravilhosa…, mágica…

Ana Peres


A COR

A cor é um bem precioso da vida. Faz-nos viver coisas maravilhosas e preciosas. Será que sem a cor a vida seria a mesma? Eu acho que as cores são preciosas, porque nos fazem sonhar e imaginar coisas que nunca antes foram vistas. Às vezes podemos estar tristes, mas há sempre uma cor que nos ilumina e que nos faz feliz. Essa cor brilha e brilha como nunca brilhou. As cores como o amarelo, o azul, o verde, o roxo e o vermelho são cores que nos fazem sentir bem, maravilhosos e encantados. E como seria a vida sem cor? Isto é uma questão que eu faço quase todos os dias. A vida sem cor seria como uma flor sem pétalas e sem cheiro. Tenho também outra dúvida. Será que os cães e outros animais vêem as cores como nós? Ouve-se dizer que sim e que não. Qual será a verdade? Ninguém sabe? Ninguém sabe o que é viver sem cor, pois a Natureza deu-nos esse maravilhoso bem. Estimem-na!

Ana Peres


NO FUNDO DO MAR

Andava a passear na praia, num dia de sol brilhante e maravilhoso, até que mergulhei. Quando dei por mim, olhei e estava no fundo do mar de um azul intenso. Que lugar tão mágico era aquele! Corais de todas as cores e peixes de todos os tamanhos e feitios nadavam calmamente. Paz! Era o que sentia. As bolhas que me saíam da boca pareciam leves penas que voavam suavemente no ar. Não sabia bem ao certo o que ali estava eu a fazer naquele mundo enorme e maravilhoso, mas que me sentia bem, lá isso sentia. Por breves momentos esqueci-me de tudo. Que prazer! Sou mergulhadora e estudo animais marinhos e peço por favor que não os matem com a poluição. O simples gesto de deitar lixo para o mar pode matar milhares destes seres vivos. Da próxima vez que eu entrar no mar, gostaria de ver os animais saudáveis e por isso deixo aqui um apelo a todos vocês. “Não poluam o meio ambiente! Protejam a Natureza! Respeitem e gostem da Bela Azul!”

Ana Peres


A FADA DA HORTA Finalmente tinham chegado as férias e Leonor foi passar uns dias a casa dos seus avós, no campo. Ela gostava muito de brincar na horta dos avós. Quando ficava cansada, ia descansar debaixo de uma macieira para se proteger do sol que estava a ficar quente. Reparou que as borboletas dançavam por cima das flores e as cigarras cantavam. Leonor suspirou: - Quem me dera ficar aqui para sempre e não ter de voltar para casa! De repente, apercebeu-se de uma luzinha azulada a dançar no ar. Pensou que era uma borboleta. Mas não. Havia um vestido e uma cara, dois bracinhos cor-de-rosa, duas perninhas e um par de sapatinhos azuis. Leonor sentiu um sopro … - Bom dia, Leonor – disse baixinho uma vozinha. - Sou a fada da horta. Visito muitas vezes as crianças antes do meiodia, quando o sol ainda não está muito forte. Consegues ver-me? Leonor admirada acenou com a cabeça para cima e para baixo. - Vou levar-te a passear. Mas não me percas de vista! Leonor levantou-se. - Despacha-te! Despacha-te! Só faltam dez minutos para o meio-dia. Queres que te apresente aos meus filhos? Leonor esfregou os olhos e disse que sim com a cabeça. Tinha medo de que a fada desaparecesse se ela falasse e resolveu segui-la. - Vê bem as borboletas que voam com o vento … e as papoilas. Quando estão de pernas para o ar parecem bonitas bailarinas com vestidos vermelhos. A fada da horta ia mostrando à Leonor as margaridas, os lírios, as açucenas e as rosas vermelhas. Leonor nunca tinha visto de tão perto tantas flores bonitas. - Não são bonitos os meus filhos? – disse a fada que voava muito feliz. - Agora vou apresentar-te os meus preferidos. E levou a Leonor até à horta, onde cresciam as cenouras, os tomates e os pepinos. - A primeira coisa a notar é o cheiro, que é mágico! Força, cheira! Leonor curvou-se e cheirou, contra a sua vontade, os pepinos, os tomates, as alfaces, a salsa, o alho, a cebola, o pimento … - Mas isto são só legumes – disse a Leonor, torcendo o nariz – e eu não gosto de legumes. A pequena fada ficou vermelha de raiva. A sua vozinha tremeu. - O que queres dizer com “só legumes”? Fui eu que os criei! São as mais belas criações de todo o universo, porque os colhemos das árvores ou da terra, e são bons para comer.


Voando à volta de Leonor, a fada continuou: - Ora cheira! Ali estão as ervilhas, dentro da sua casinha verde. Se trincares uma, ainda crua, vais ver a vida vestida de verde. E olha para os pepinos e para as beringelas. Têm uma água mágica dentro deles que ajuda a crescer. Sabias que as fadas bebem a água dos pepinos? – perguntou a fada da horta a rir. E voou para o milho! Vê bem estas espigas douradas alimentadas pelo sol. Vou contar-te um segredo: o sal dos legumes é como o vento que vem do mar. O açúcar é como um pouco de sol. A sua água é como um pequeno rio. Se misturarmos tudo, temos as mais belas criações da terra! É por isso que os frutos e os legumes curam tudo: constipações, amigdalites, tristezas. E ajudam a crescer. A visita tinha chegado ao fim. A fada da horta repetiu: - Os frutos e os legumes foram todos feitos por mim e sinto-me muito orgulhosa deles. E trincou um tomate com gosto. - Sempre que vires um fruto ou legume, deves agradecer. - Não sabia que as fadas gostavam tanto de legumes – disse Leonor, admirada. Pensava que comiam bombons. A fadazinha da horta desatou a rir. - Bombons! Mas isso seria impossível! Perderia toda a minha magia. De repente, parou de falar e levantou a cabeça. - O sol está quase a pique. Tenho de ir embora. Não te esqueças dos meus filhinhos … Leonor viu-se de novo debaixo da macieira. Piscando os olhos, tentou ainda encontrar a fada da horta. Decidiu finalmente ir para casa. A avó estava a preparar o almoço. - Avó, sabes que tive um sonho formidável? – Perguntou-lhe Leonor. Encontrei a fada da horta. - Tiveste muita sorte – respondeu a avó. - Levou-te a ver o jardim e a horta? - Perguntou-lhe. - Sim – respondeu Leonor. Apresentou-me todos os legumes. Leonor calou-se porque, de repente, a ideia de uma fada a trincar um tomate, parecia-lhe impossível … Depois do almoço, durante o qual comeu todos os legumes que havia na mesa, voltou à horta. Queria ver uma coisa no canteiro dos tomates. Depois de muito procurar, acabou por ver o tomate meio comido pelos dentinhos da fada. Pegou nele e comeu o resto. A partir deste dia, a Leonor diz sempre aos seus amigos que devem comer legumes porque fazem bem à saúde. - Se saudável queres crescer, muitos legumes tens de comer! Ana Rita


NESTE NATAL, SE EU FOSSE UMA FADA Neste Natal, se eu fosse uma fada, fazia um bolo do tamanho do mundo e distribuía-o, em partes iguais, por todos os povos que nele habitam. Com a minha varinha de condão, e com toques de magia, inventava uma receita especial que, com toda a certeza, quando as pessoas o provassem, iriam descobrir os valores através dos quais se devem orientar para termos um mundo melhor, com pessoas boas e mais justas. Só reinaria a paz, a sinceridade, a amizade, a solidariedade, a compreensão, a justiça, o amor, …, e deixaria de haver guerras, fome, abusos sexuais e crianças infelizes. Começava por misturar duas colheres cheias de justiça com dois pedaços de sinceridade. Batia devagarinho, e juntava em seguida quatro chávenas de amizade, continuando a bater delicadamente. Por fim, juntava dois pedacinhos de compreensão, três pedacinhos de solidariedade e cinco pitadinhas de amor. Levava ao forno mágico durante quarenta minutos para ter um bom resultado. Desenformava-o e cobria-o com um creme fofo e delicioso feito com o sacrifício e a boa-vontade misturados em partes iguais. Por fim, enfeitava-o com o coração e pepitas de alegria. Que tal dar-lhe o nome de “Espírito de Natal”? É uma boa ideia, não acham? Eu penso que sim, porque Espírito de Natal é um sentimento que nesta data dá força aos laços de amizade entre os homens e que nos faz sentir o desejo de sermos melhores, mais generosos e menos egoístas. É como se no nosso coração crescesse o amor que o Menino Jesus desejou que reinasse entre os homens. Se tudo isto se realizasse, e se todos os dias fosse Natal, o mundo não seria como é hoje com tantas guerras, tanta fome, tantas crianças a sofrerem; seria maravilhoso. Quem me dera ser uma fada!

Ana Rita


O JARDIM ENCANTADO

Era uma vez um jardim encantado, situado na ilha da fantasia, no planeta fantástico. Tudo nele era belo. Era uma ilha habitada apenas por animais e por um Senhor chamado Ambiente. Aquele jardim era a sua casa. O Senhor Ambiente achava que aquele jardim era a coisa mais bela que existia, por isso, cuidava dele como se fosse a sua própria vida. O que ele mais gostava de fazer era apreciar aquela paisagem maravilhosa. O jardim era cheio de flores, todas de feitios, cores e formas diferentes. Parecia um arco-íris. As suas folhinhas estavam cheias de joaninhas e de lagartas dentro de casulos à espera que estes se abram delicadamente e de lá saiam lindas borboletas. E as abelhas de um lado para o outro a construírem as suas colmeias para armazenarem o mel amarelinho e doce, tão delicioso. Zzz!...Zzz!... A alimentar as flores, com a sua água refrescante, um belo lago de águas azuis e amenas, cheias de peixes. Os peixes eram tão brilhantes, que pareciam belas jóias de princesas. E de noite ouviam-se os sapos e as rãs a coachar levemente. Rabiittt!... Rabiittt!... Um pouco mais à frente, ervas altas, verdes e macias. Tinham um cheiro fresco e leve, um cheiro a Primavera. Sobre elas, sombras grandes e escuras de lindas montanhas altas e imponentes. No seu pico, um pouco de neve fria e macia como o veludo. No alto do céu, lindas e fofinhas como algodão doce, nuvens em castelo, nuvens livres, num céu azul intenso e brilhante. Quando o Senhor Ambiente acabava de apreciar a paisagem, fechava os olhos e pensava no seu maior desejo. Esse desejo era que o planeta fantástico nunca fosse descoberto pelos seres humanos, pois eles iriam destruí-lo como estão a destruir a Terra. Tudo o que nós destruímos agora, vai destruir o nosso futuro. Ana Rita


A RAINHA DAS BORBOLETAS

Era uma vez uma borboleta muito bonita. As suas asas tinham mil cores e ao voar deixava um rasto brilhante de pozinho. Ela era a rainha das borboletas. Todas as manhãs fazia sempre o mesmo percurso. Ela acordava as flores e com o pozinho refrescava-lhes as pétalas para ganharem mais cores. Um certo dia todas as cores tinham desaparecido, nem o pó dela dava resultado. Todas as borboletas ficaram assustadas porque não tinham as suas cores de volta. A tristeza da floresta era tanta que a rainha ficou triste por não conseguir fazer nada. A rainha foi perguntar ao sol, mas ele não estava lá. O céu estava coberto de nuvens escuras. Então percebeu o que estava a acontecer. As borboletas não podiam ter vida e alegria sem a luz brilhante do sol. Então pediu com insistência e fé que as nuvens desaparecessem e que voltasse novamente o sol. De manhã quando acordou estava tudo alegre e feliz. Concluíram então que o sol é muito importante para dar cor à Natureza!

Andreia Oliveira


CARTA AO PAI NATAL

Urgeiriça, 20 de Dezembro de 2007

Querido Pai Natal, Espero que estejas bem. Este ano fui uma menina boazinha, por isso estou a escrever-te para te pedir as prendas deste ano. Como já sou crescidinha, e sei que tens amigos pequeninos, com orelhas bicudas, que são conhecidos por duendes, mas não são nada parecidos contigo; este ano vou pedir algo que não é para mim, pois os meus familiares já sabem o que quero. Este ano gostaria que todas as crianças do mundo recebessem um presente, na noite de Natal, um miminho… Gostaria que todas as pessoas idosas, tivessem o amor dos seus familiares, amigos e que não fossem esquecidos, nesta noite tão importante. Que deixasse de haver ressentimento entre as pessoas e abrissem o seu coração para deixar sair o amor, nesta noite. Gostava que houvesse outras formas de entendimento entres os governantes de todo o mundo para se conseguir viver sem guerras, pois elas trazem fome, doenças e matam muitas pessoas. Gostava que todos aqueles que sempre foram infelizes pudessem tomar o gostinho da felicidade pelo menos uma vez. Basicamente o que eu gostava era que houvesse Paz no mundo, Amor e muita, muita alegria. Obrigada, Pai Natal. Beijinhos da Bruna Moitas

P.S. Boas festas e até para o ano!


A ROSA DO PRADO

Num lindo dia de Primavera, nasceu uma rosa vermelha no meio do prado. Passava lá um riacho onde a rosa se olhava ao espelho e se apreciava. Era visitada por abelhas, que rapidamente espalharam a notícia a todos os animais e plantas, que nascera a flor mais bonita do prado. -Nasceu a rosa mais bonita do prado! - anunciavam as abelhas. Certo dia, junto a ela, nasceu um cacto. A rosa não gostou muito, porque ele era feio e tinha espinhos

grossos. A rosa passava os dias a

gozá-lo. -Tu és feio e eu sou bonita! - troçava ela. Chegou o Verão e o riacho secou. A rosa tinha muita sede e sem água, começaram-lhe a cair as pétalas, começou a chorar e a murchar. Mas o cacto que tinha muita água cedeu alguma água para a rosa continuar bonita. A rosa ficou muito agradecida. -Obrigada! A partir desse dia a rosa ficou muito amiga do cacto e sempre, que as abelhas a visitavam, ela dizia que com a sua beleza e com a bondade do cacto, o prado ficava mais belo.

Bruna Moitas


O PRADO FLORIDO

Era uma vez uma menina chamada Joana. Ela vivia em Amsterdam, a cidade das flores. Joana andava na escola e tinha um fraquinho por um menino da sua sala, o Tiago. Ela tinha um «esconderijo», esse esconderijo era um prado florido, tinha flores de todas as cores, havia um riacho onde as águas cochichavam belas melodias e do outro lado do prado havia ervas altas, até às montanhas. O prado era muito bonito, tinha flores com cores amarelas, cor-delaranja, cor-de-rosa e roxas, os seus caules eram verde - alface. O rio tinha uma cor tão bela e tão brilhante que parecia um cristal, seguido de ervas altas onde tantos bichinhos por aí pairavam. Depois erguiam-se as montanhas imponentes com um bocadinho de neve no pico e, por fim, o céu azul com algumas nuvens de variadíssimas formas. Quando a Joana queria estar sozinha, deitava-se junto das flores para ouvir o chilrear dos passarinhos que estavam nos seus ninhos, o zumbir das abelhas, as conversas das árvores e a melodia das águas do riacho. Joana também adorava ver o sol a esconder-se entre as montanhas. Um dia ela resolveu levar o Tiago para verem o pôr-do-sol. Deitaram-se os dois no meio das flores e esperaram, entre mil brincadeiras. Maravilhoso! Depois decidiram ir tomar banho e viram peixinhos muito coloridos que nadavam tranquilamente. O tempo ali não passava. - Adoro este prado! -disse o Tiago - Eu também! Já cá venho desde pequena. -acrescentou Joana. Este prado passou a ser o segredo dos dois amigos. Eles passaram lá bons momentos e cada vez que um estivesse triste, ia para ali onde havia paz, beleza e sentimento.

Bruna Moitas


CALDAS DA FELGUEIRA

Eu chamo-me Carlos e vivo nas Caldas da Felgueira, no concelho de Nelas. A minha terra é muito importante porque passa lá o rio Mondego e há lá umas termas. Na minha terra há umas águas muito boas para curar pessoas com algumas doenças: pneumonias, falta de ar e bronquites. Eu vivo na pensão Mondego, mas também há outros hotéis onde ficam hospedados os doentes para se tratarem. Caldas da Felgueira situa-se entre uns montes com muitas árvores à sua volta que dão colorido àquela região. Venham visitá-la!

Carlos Rodrigues


AS MINHAS FÉRIAS DE NATAL

No final da tarde do dia 18 de Dezembro terminaram as aulas do primeiro período. Fui para casa ansiosa e satisfeita, pois tinha dezasseis dias à minha frente de descanso e de divertimento. Finalmente chegou o dia de Natal. De manhã escorreguei silenciosamente da minha cama e fui tomar o pequeno-almoço com o meu pai e a minha mãe. É claro que fiquei triste, pois os meus avós paternos não estavam comigo, nesse dia tão especial. Vesti-me, fui andar de bicicleta e a seguir fui brincar com a minha prima, pois a minha mãe estava muito ocupada com a ceia de Natal. No dia seguinte de manhã ao acordar, fui ver a minha árvore de Natal. Tinha lá os presentes todos: para a minha mãe, para o meu pai e claro para mim. Recebi o livro das 365 piadas, batons, uns chinelos e um mealheiro. Os dias passaram e chegou a passagem de ano. Nessa noite fui a casa da minha madrinha. À meia-noite comemos as passas e fomos comemorar para a rua. Assim passei as minhas férias de Natal, regressando às aulas no dia 6 de Janeiro, com muita força e vontade em continuar motivada, para as aprendizagens escolares.

Carolina Pais


A ÁRVORE DE CHOCOLATE

Era Inverno, o Natal aproximava-se e os chocolateiros fizeram uma árvore muito bonita de chocolate, muito grande e vistosa. Depois da obra acabada, ficaram orgulhosos e disseram: - Vamos fazer um brinde a esta árvore! Nunca se viu outra igual! Plantaram-na no centro da cidade para que pudesse ser vista por toda a gente. Passaram-se muitos dias, meses, e houve uma família que foi visitá-la e admiram-na muito. Passado algum tempo, chegou o Verão e a árvore começou a derreter. Os chocolateiros ficaram tristes e disseram: - Não é possível que a nossa obra acabe aqui! - Pois devíamos ter pensado nisso antes – disse alguém. - Sim, mas agora, o melhor é pensar no que vamos fazer – acrescentou o primeiro. Então viram que toda aquela quantidade de chocolate estava estragada e não servia para mais nada. Só lhes restava ficar com ela em fotografia, como recordação e no próximo Natal pensar melhor.

Diogo Oliveira


NO FUNDO DO MAR

Um dia, sonhei que era mergulhador e que passava os dias no fundo do mar. Nesse sonho, eu andava vestido com toda aquela roupa própria e instrumentos usados para fotografar o que havia nas águas fundas. E que via eu? Uma maravilha de cores, de plantas e de animais marinhos. Havia algas, anémonas, corais, que pareciam desenhados de propósito para eu ver. Os animais e peixes de todas as cores e feitios nadavam atrás uns dos outros, como se estivessem a fazer jogos. Era um lugar limpo e sem objectos estranhos, as pedras brilhavam e as ervas cresciam livres e saudáveis sem a intervenção dos humanos. Era um lugar mágico, apetecível e real, como tantos outros que o planeta onde habitamos tem, mas que o senhor homem faz o favor de destruir.

Diogo Oliveira


O PLANETA TERRA

Olá! Sabem quem eu sou? Claro, sou o Planeta Terra! Hoje estou muito triste, porque sou cada vez mais destruído por causa dos humanos. Querem que vos diga como é que eu apareci? Já há muito tempo. Há 4.500 milhões de anos eu era apenas uma gigantesca nuvem de poeira e de gases, comecei-me a transformar numa esfera de rocha incandescente e líquida. Quando a superfície arrefeceu, transformei-me numa crosta sólida de rocha que libertava vapor e gases. As minhas nuvens produziram chuvas intensas que deram lugar aos primeiros mares. A distância que me separava do Sol fez com que eu tivesse a temperatura ideal para a existência de vida. E para saberem mais sobre mim ainda vos digo que sou uma superfície esférica sólida que tem três camadas que são a Crosta, o Manto e o Núcleo. E foi assim que eu nasci! Se querem saber sinto-me orgulhoso de ser assim tão bonita, ou digam lá que eu sou feia! Admito que já fui mais bonita antes dos humanos chegarem. Têm-me maltratado fazendo muita poluição e assim fico mais negra e para além disso a minha Camada de Ozono, que serve para proteger a vida na Terra, dos fortes raios solares, está a romper – se devido à poluição. E outras coisas muito feias me têm feito. Enfim… e dizem que o ser humano é racional!

Ema Figueiredo


AS MINHAS FÉRIAS DE VERÃO Eu adoro passar as minhas férias de Verão na praia, porque gosto muito do sol, do mar e da areia onde faço muitas brincadeiras. Todos os anos, na companhia dos meus pais, dos meus padrinhos e dos meus primos costumamos acampar no parque municipal de Mira. Gosto muito desta praia porque é uma praia limpa, tem um extenso areal, tem uma lindíssima paisagem com bonitas dunas e uma grande lagoa com muitos jardins onde se pode dar um passeio agradável. Para além disto as pessoas que lá vivem são muito simpáticas e também é um local onde se encontram pessoas conhecidas e assim encontro lá muitos amigos. Também gosto muito de acampar porque acho engraçado viver dentro de uma tenda e é óptimo acordar de manhã cedo. Gosto muito de ir para a praia ver os pescadores a tirarem o peixe. Para mim é uma surpresa ver os diferentes peixes que saem nas redes e quando o sol começa a aquecer sabe bem dar um mergulho, no mar. Espero que o Verão chegue depressa, pois já sinto saudades das férias.

Fábio Silva


A COBRA PERDIDA Era uma vez uma cobra chamada Joana. Os seus melhores amigos eram o seu irmão, a cobra macho João e a sua prima cobra, Luísa. Uma vez numa visita de estudo, a um acampamento em Evoramonte, os três formaram logo um grupo. No dia da visita de estudo montaram a tenda num instante. O instrutor do acampamento propôs uma caça ao tesouro aos grupos de cada tenda. Os membros do grupo da Joana começaram a correr e deixaram-na para trás. Ela correu, mas não os conseguiu apanhar. Ela começou a ficar com medo, porque estava sozinha no meio do mato. Começou a escurecer. Com a manta e a lanterna que tinha na mochila, refugiou-se num buraco, numa rocha. Começou a ficar frio, juntou vários pauzinhos que estavam à entrada do buraco e com duas pedras raspou até conseguir lume. De madrugada, ela arrumou tudo e começou a procurar comida. Encontrou uma bela macieira com maçãs grandes e muito vermelhinhas e que tinham um aspecto delicioso. Ela começou a comê-las e, de repente, ouviu a chamarem por ela. Eram os seus amigos e os outros grupos que passaram a noite à sua procura. Quando chegaram ao acampamento deram o prémio à Luísa pela sua coragem e esperteza.

Fábio Ribeiro


UMA CORRIDA DE BICICLETA O João era um menino que vivia numa terra distante de tudo. O seu único passatempo era andar de bicicleta. O João tinha um sonho, participar numa prova de BTT. Como na sua pequena aldeia ninguém organizava qualquer tipo de provas, João e os seus poucos amigos decidiram eles próprios organizar uma grande prova de BTT, na aldeia. Meteram maus à obra e começaram a fazer cartazes que espalharam pela aldeia. Foi então que os adultos ao verem o magnífico trabalho das suas crianças, começaram a ajudar naquela que seria uma prova de grande nível. Então os mais velhos foram espalhar cartazes por todas as aldeias, vilas e cidades mais próximas. Sem se aperceberem, começaram a ter um número elevado de inscrições. No dia da prova o João era a criança mais feliz do mundo, pois o seu sonho ia ser realizado. Ia participar numa prova de BTT e ainda por cima com tantos participantes. A prova foi dura, mas a vontade de vencer era tão grande que o João cada vez tinha mais força. Também contava com o apoio das pessoas da aldeia. O resultado da prova só poderia ser um. O João foi o vencedor. Estava muito orgulhoso com a medalha ao peito, mas mais satisfeito ficou porque ajudou a tornar a sua pequena aldeia mais conhecida. Entretanto o João foi crescendo, mas o gosto das corridas e o amor pela sua aldeia continuou com ele.

Fábio Ribeiro


O OCEANO DESCONHECIDO

Havia um enorme oceano com águas cristalinas e muito azuladas, brilhantes como o céu. Nesse oceano havia grandes golfinhos muito sorridentes e muito brincalhões. Aqui circulavam milhares de seres vivos que faziam deste oceano o mais belo paraíso. Havia flores que pareciam animais e animais que pareciam flores. Tudo aqui era maravilhoso. A paz e a tranquilidade reinavam. Lá bem no fundo passeavam golfinhos, caranguejos, estrelas-domar, cavalos-marinhos que pareciam pontos de interrogação… Havia milhares de espécies, de muitas cores e tamanhos, muito giros e engraçados que passeavam de um lado para o outro. Aqui o tempo não passava e nunca havia pressa de chegar onde quer que fosse. Viviam em palácios de nácar, rodeados de florestas de algas e de areia fina e lisa. Aqui não havia medos, nem receios, nem pavores. Aqui havia melodias, canções de embalar, apaixonantes concertos… dados pelos murmúrios das águas. As estações do ano eram inexistentes e nada mudava. As florestas de algas e os jardins de anémonas estavam sempre floridos. As raias passeavam majestosamente dentro das grutas de coral, sem nada as perturbar. Que magnífico! Tudo isto é belo, não é? Este oceano existiu sim, no princípio dos tempos, quando o homem ainda não era bicho ruim. Este paraíso natural existiu sim, quando o homem ainda não o tinha descoberto. Este oceano já não existe mais, já não é o oceano desconhecido. Sabem porquê? Porque o homem o encontrou! Porque o homem encontra tudo o que é belo, para destruir depois!

James Pereira


A GALINHA CASTANHA Naquele dia, levantou-se mais cedo do que o costume, com todas as cautelas para não acordar os filhotes, que dormiam o seu sono e disse: - Deixa-me ir dar voltas à vida, que tenho muito para fazer. E rapidamente, sacudiu as penas, atou o seu avental à cintura, pegou na vassoura e começou a varrer a capoeira. Enquanto a galinha estava a varrer a capoeira bateram à porta e perguntou: - Quem é! - Sou eu a Galinha Vermelha! A Galinha Vermelha era engomadeira de seu ofício, que vinha perguntar se tinha roupa para engomar. - São oito tostões cada peça. Golas e colarinhos são dez tostões. Bibes posso fazer por seis tostões - explicou a Galinha Vermelha. - Não é preciso. Eu mesma lavo e engomo a minha roupa e a dos meus pintainhos – respondeu a Galinha Castanha – sou uma galinha trabalhadora, tudo o que aprendi foi na minha escola. - A D. Galinha Castanha andou na escola? – Perguntou a Galinha Vermelha. - Andei quando era franga – disse. Aprendi a fazer os trabalhos de uma dona de casa e por isso não preciso dos seus serviços. Muito obrigada! Tenho de trabalhar, pois vivo com muitas dificuldades e tenho de criar os meus filhos. Adeus! A Galinha Vermelha, a engomadeira de seu ofício, não gostou daquilo e seguiu o seu caminho a barafustar…ora esta… ora esta!

João Martins


SE EU FOSSE UM PEIXE

Se eu fosse um peixe, vivia no alto mar. Era um peixe diferente, grande como uma baleia, tinha as barbatanas pequenas e a cauda grande, tinha a boca muito grande para comer muita variedade de peixe, tinha olhos vermelhos, e era muito gordo. «Como me chamaria?» «Já sei …Peixe balão.» Seria muito vaidoso, porque era um peixe diferente. Escolhia para melhores amigos a baleia, o tubarão e o atum. Brincaria muito com eles às escondidas nas profundezas do mar. Seria muito brincalhão e camarada. Para o nosso almoço, as sardinhas que se cuidassem! E assim seria a minha vida de peixe nas profundezas do mar.

João Martins


A ÁRVORE DE CHOCOLATE Numa aldeia longínqua, no alto de uma serra, existe uma árvore centenária que as pessoas utilizam, no Verão, para a brincadeira, descansar e deitar-se à sua sombra. Vou contar-vos um pouco da sua história. Esta árvore foi plantada por um burguês muito rico cujo passatempo preferido era ser coleccionador, não de selos, nem de moedas ou caricas, ele coleccionava árvores. Na sua colecção já tinha árvores de todos os tamanhos e feitios, cores e cheiros, de todas as partes do mundo. Imaginem que ele tinha plantado todas estas árvores nas propriedades da família e sentia que ainda lhe faltava uma árvore, para ver a sua colecção completa. Certo dia chegou pelo correio uma encomenda para ele. Era a sua prima Rute que se tinha mudado para o Brasil. Qual não foi o seu espanto quando ao abrir a caixa viu uma pequenina semente do tamanho de um grão de areia. Junto à semente vinha um bilhete onde se podia ler: «Querido primo Alberto, mando-te esta semente para que possas acrescentar mais uma árvore à tua vasta colecção. P. S. Para a veres crescer basta dar-lhe amor e carinho.» Espantado com toda aquela situação não podia esperar nem mais um minuto para plantar aquela pequenina semente, mas entretanto deparou-se com um grande problema. Não tinha mais espaço nas suas terras para plantar aquela semente tão especial. Foi então que decidiu plantá-la no jardim da aldeia. Passados alguns anos a árvore foi crescendo e todos a admiravam. Era uma árvore frondosa e bela, muitas pessoas vinham à aldeia para ver esta bela árvore. Posso-vos dizer que eram precisos dez homens de mãos dadas para abraçar o tronco desta árvore. Certo dia o Afonso, um mestre pasteleiro, da aldeia, decidiu que devia homenagear aquele senhor que tinha plantado aquela árvore e tinha doado todas as suas terras à população da aldeia, para a construção de um parque natural. Afonso decidiu fazer para cada pessoa da aldeia uma árvore de chocolate em miniatura, uma réplica daquela árvore que fazia as delícias da população. Todas as pessoas da aldeia adoraram a gulosa ideia do Sr. Afonso e a partir deste dia, a especialidade daquele pasteleiro passou a ser as miniaturas daquela árvore. A fama do senhor Afonso foi tão grande que passou as fronteiras do país e a aldeia que outrora se chamara Videmontinho, passou-se a chamar Aldeia da árvore de chocolate. José Henriques


O ESQUILO E O COELHO

Era uma vez uma quinta grande rodeada por uma enorme cerca. Tinha uma casa amarela, de telhado vermelho, tinha árvores, relva verde e muito fresca, onde cresciam lindas e perfumadas flores. Quando passava a leve brisa do vento, o seu perfume adocicado espalhava-se por toda a quinta, parecia que tudo estava encantado. Não muito longe dali, andava um esquilo muito fofo e peludo a apanhar bolotas. De repente sem o pobre esquilinho estar à espera, apareceu um coelho branco de barbas grandes e olhos vermelhos, muito bem tratado que lhe disse: - Olha lá, ó esquilinho, porque é que em vez de andares a apanhar essas bolotas velhas, não vais ali à quinta? Lá comes tudo do bom e do melhor e não tens de trabalhar tanto. - Tu estás a dizer para eu ir aquela quinta tão bela, roubar toda a comida? – disse o esquilo indignado. - Sim ! É mesmo isso! - Ora eu era incapaz de roubar. Além disso a dona da quinta não gosta lá muito de nós e estas bolotas são muito boas! – Acrescentou o esquilo que já não estava a gostar da conversa. - Já percebi. Tu és um fraco. Mas, escuta bem o que te digo. Eu vou lá dentro e roubo tudo o que quiser e quando voltar são e salvo e com a barriguinha cheia, vais ser a chacota de todos os animais. Dizendo isto o coelho virou as costas ao esquilo e com cara de sabichão, dirigiu-se para a quinta. Passaram uma, duas, três semanas e nada de coelho! Até que numa manhã, como todas as outras, lá andava o esquilo a colher o seu repasto, quando viu um ratito com a sua família a sair da cerca da quinta. Admirado perguntou: - Desculpem lá estar a intrometer-me, mas estão em mudanças? – Perguntou o esquilo curioso e ao mesmo tempo preocupado. -Sim, – disse o ratito – mas ainda não sabes? - Não sei o quê?


- Aqui há umas semanas atrás, apareceu na quinta um coelho, roubou e comeu o que quis, mas para seu azar a dona da quinta apanhou-o, engordouo e por fim matou-o. É por isso que nós vamos embora. Os humanos não gostam de nós e não queremos morrer – disse o ratito assustado. -Coitado do coelho! – disse o esquilo. - Agora temos que arranjar uma nova casa. - E eu tenho fominha - disse o ratinho mais pequenino. O esquilo deu-lhe duas grandes, suculentas e brilhantes bolotas e até um pedaço do delicioso almoço que a sua mãe lhe tinha preparado. Depois deste acto tão generoso o esquilo acrescentou: - Sabem? Quem tudo quer tudo perde! E lá foram os ratitos todos contentes. E o esquilinho sentia-se feliz por ajudar aquela família e de não ter ido na treta do sabichão coelho.

Juliana Ferreira


O PEQUENO GOLFINHO

Lá longe, no profundo oceano tudo estava calmo, depois de um dia agitado todos os animais sonhavam com a grande festa dos golfinhos. Reinava o silêncio nas águas límpidas e calmas até que pela manhã um grito ensurdecedor acordou todos os golfinhos e seus convidados. - Não! - Gritou o golfinho mais velho. E não foi preciso dizer mais nada, todos viram que tinham acordado para um pesadelo. - Estamos rodeados de lixo! – Disse o pequeno golfinho a chorar. - Culpa dos homens – respondeu a mãe golfinho. A confusão instalou-se, todos queriam resolver o problema, mas ninguém tinha solução. - Calados! – Gritou o pequenino golfinho. Eu tenho a solução, vamos levar o lixo de volta à praia e como não podemos fazê-lo sozinhos, vamos pedir ajuda às gaivotas. Assim foi, trabalhando em conjunto levaram todo o lixo para a praia, para junto das pessoas. Depois todos ficaram a ver o que iria acontecer e … Surpresa! As pessoas retiraram todo o lixo da praia. O golfinho mais novo ficou confuso! -Mãe, porque não voltaram a deitar o lixo ao mar? A mãe respondeu: - Por fim perceberam o mal que estavam a fazer! Sabes meu filho, nunca devemos fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós.

Juliana Ferreira


UM SONHO

Estava a passear quando me vi no meio de um cenário lindíssimo. No meio, um lago de água cristalina, brilhante, pura como cristais, com alguns nenúfares a pairar sobre ele. Lá no fundo pedrinhas brilhantes como sentimentos puros e florestas de ervas. Os peixes saltitavam felizes como estrelas cadentes, … splax … splax … splax … Atrás, uma planície de relva verdejante, fresca, macia… Lá no fundo montanhas rochosas com neve no topo como chantili, dando um ar doce a paisagem. À frente do lago, um lindo prado de flores multicores, com pétalas de veludo e um cheiro adocicado, suave e fresco, que espalhava no ar um aroma mágico. As abelhas zumbiam enquanto sugavam o doce néctar das florinhas zee … zee …zee … zee … Os passarinhos chilreavam piu … piu… piu … De repente, sem estar à espera, começou a chover, mas o sol continuava a brilhar e um lindo e espectacular tesouro apareceu no céu para me encantar ainda mais. Um arco - íris que combinava com as flores. Uma imensidão de cor e brilho pairava na paisagem e o cheirinho a terra molhada de fresco era tão delicioso e harmonioso que me fez voar, num sonho.

Juliana Ferreira


A NICKY E O ICE Numa quente tarde de Verão, Nicky passeava pelo bosque em busca de um pouco de água para saciar a sede. Fatigada, as pernas fraquejavam! O seu pêlo imenso fazia-lhe ainda mais calor e não encontrou água no bosque, pois o tempo era de muita seca. Nicky resolveu então voltar para sua casa. -Estou muito cansada. Gostava de matar a sede antes de chegar a casa, mas está difícil! Com alguma sorte os meus donos têm a piscina cheiinha de água só para mim. Pelo caminho encontrou Ice, o cão mais temido do bairro. -Olá Ice! Estás bem? – Perguntou Nicky com meiguice. - Mete-te na tua vida! Não falo com cadelas de outra raça. Nicky baixou as suas orelhas e seguiu o seu caminho muito triste. Estava Nicky a preparar-se para mergulhar na sua bela piscina, quando ouve uma enorme algazarra na casa do resmungão Ice. -Parece que o Ice está em apuros. Ele foi tão mau para mim há pouco que não devia ir ajudá-lo, mas vou ver o que se passa. Quando a Nicky chegou a casa do Ice, este estava numa luta feroz com outro cão. Ice estava a perder a luta: orelhas mordidas, pêlo arrancado e um buraco na pata. Nicky resolve, sem hesitar, ajudar o seu vizinho. -Vai-te embora, cão maldito! – Diz Nicky ao cão vadio que estava a lutar com Ice. Nicky dá três dentadas ao cão que logo deixa o Ice em paz. -Obrigada, Nicky, se não fosses tu não sei se me conseguia ver livre dele. -Não fiz mais do que o meu dever. Os amigos servem para isso. Apesar de tu não me considerares tua amiga, eu sempre gostei de ti. -Desculpa Nicky, não tenho sido muito correcto contigo, mas a partir de agora seremos bons amigos. -Agora queres vir comigo dar um mergulho? -Sim, vamos lá. Desde esse dia, Nicky e Ice tornaram-se amigos inseparáveis. Ficou provado que nem sempre quem se julga mais forte o é. Juliana Machado


AS PEQUENAS SEREIAS

Era uma noite quente, com um luar deslumbrante, os escuteiros estavam a acampar numa praia linda e selvagem, com árvores enormes, água cristalina e areia dourada. Três melhores amigas do acampamento saíram a meio da noite. Uma delas era morena, alta, e muito simpática cujo nome era Rita. Sua irmã chamava-se Sofia e era loira, um pouco reguila. A amiga delas era a mais bonita, mais meiga e a mais aventureira, era Íris. Passeavam pela praia e encontraram uma gruta onde a entrada era em forma de sereia. No meio da mesma, havia um lago mais azul do que o céu e nele brilhava uma luz que era mais dourada do que o sol. No momento em que se preparavam para explorar o lago, ouvem uma voz: -Íris! Rita! Sofia! Onde estão? – Era o monitor. Rapidamente correram em direcção a ele. Mesmo assim foram castigadas. Lavar a loiça toda e fazer as refeições. Na próxima noite a curiosidade era tanta que voltaram à gruta. Nessa noite ninguém deu por nada e puderam observar atentamente a beleza daquela gruta. Mergulharam naquele belo lago. Passado uns minutos reparam que as suas pernas se tinham transformado numas barbatanas lindíssimas, o que as deixou assustadíssimas. Saíram da água a rastejar para se secarem. Depois de secas as barbatanas desapareceram. Que magia sensacional! Desde essa noite, todas as vezes que entravam em contacto com a água daquele logo se repetia o episódio. Nunca se soube o porquê deste mistério, mas quando podiam, as amigas voltavam lá.

Juliana Machado


A AVENTURA DISNEY! Vou-vos contar uma história, que sonhei e que vivi, passa-se num mundo encantado, que um dia descobri. Um dia, enquanto dormia, vi-me a voar. O avião era grande, voava para lá das nuvens e ia cheio de gente, que via o Sol a brilhar através das pequenas janelas. O tempo foi passando, a viagem foi rápida, e o avião aterrou numa outra capital, Paris! Viajei então de autocarro até um parque de encantos, cheio de mistério, fantasia e ilusão, ali o sonho passa a realidade, porque cada visitante passa a viver aquilo com que sempre sonhou e pensou só ser possível na ficção. No Disneyland Park entrei numa viagem no Disneyland Railroad – um comboio que me levou numa viagem encantadora ao longo do parque Disney. Embarquei na Main Street Station e passei por cinco estações. Até a viagem acabar, parámos na Frontierland, Adventureland, Fantasyland e Discoveryland, vi do comboio todo o parque. Em Frontierland, há o parque do Woody, que é a personagem do filme “Toy Story”. Esta zona do parque estava cheia de abóboras, fantasmas, caldeirões e esqueletos, pois aqui decorriam as festas do Halloween. O parque da Pocahontas estava cheio de escorregas, tendas de índios e outras diversões. Representa a aldeia da jovem índia e é um lugar divertido. Ainda em Frontierland descansei a bordo do “Thunder Mesa Riverboat Landing”, um barco grande que nos leva numa calma viagem à volta do grande lago. Advertureland é o lugar que convida à aventura. Os piratas inspiram esta viagem encantadora que nos deixa viver novas emoções com os piratas das Caraíbas. O Parque do “Indiana Jones” e também a passagem encantadora do Aladino, são espaços a visitar. A Fantasyland é o espaço de fantasia cor e emoção. Há castelos, viagens ao mundo da Branca de Neve. O labirinto de «Alice no país das maravilhas» transporta-nos para o seu mundo louco e sem sentido, deixando-nos com vontade de cantar, “É tarde! É tarde! Tão tarde que até arde! Ai, ai meu Deus! Olá e Adeus é tarde, é tarde, é tarde!” Os carrosséis são divertidíssimos! E o país dos contos de fadas? Tem comboio e barco para nos divertirmos…


O sonho torna-se divertidíssimo no “Small World”, a aventura que mais me encantou pela calma, beleza e pelo encanto da música. Na Discoveryland o sonho, aqui liga o presente ao futuro, gostei muito da aventura do Buzz Lightyear Laser Blast. Aqui na Space Mountain a viagem é cheia de adrenalina. No Walt Disney Studios, a magia de cada filme chega até nós, há o cinemagique, o Stich Live e o comboio que me encantou, pela capacidade de nos deixar viver com intensidade, as cenas mais violentas de um filme – o “Studio Train Tour”. A acção surge no espectáculo, cheio de efeitos especiais, que nos é proporcionado pelo Donald e pelo Mickey (Animagique), aqui tudo nos faz viver o sonho. É divertido conduzir um carro, do filme “carros”, é entrar na aventura. E que tal voar, no tapete do Aladino? Aqui toda a arte da animação Disney chega ao limite na Torre do Terror. Toda a diversão atinge o grande desfile das mágicas personagens do mundo Disney, um espectáculo de luz, cor, animação, esplendor e deslumbramento o “ Disney once upon a dream!”. Um sonho que sonhei? Um sonho que vivi, senti, adorei! Obrigada pelo sonho! Um dia voltarei!

Margarida Rodrigues


UMA ÁRVORE Olhei pelo vidro da janela do meu quarto, numa manhã solarenga de Março, o verde povoava o meu quintal. O meu olhar deteve-se na árvore mais deslumbrante que vi naquele momento. Um pessegueiro, uma pequena árvore nativa da China, de tronco fino e galhos muito delicados, as folhas já vestiam os seus ramos, e o rosa pintava a arvorezinha, carregada de lindíssimas flores. Estava calor e já não chovia há algum tempo. Peguei num pequeno regador e reguei a árvore deixando a água num buraco redondo que estava feito na terra, circundando o tronco do pessegueiro. O tempo passou e em Abril reparei que as belas flores haviam desaparecido, em seu lugar estavam agora pequeninos e verdes frutos. As folhas continuavam verdinhas e compridas. O Sol brilhava e os frutos cresciam de dia para dia. O mês de Junho chegou e com ele, o Verão e o calor tornaram aquela árvore abençoada. Ela conseguiu produzir uma grande quantidade de pêssegos grandes, suculentos, apetitosos e saborosíssimos. Comi nesse Verão tantos pêssegos que me tornei amiga daquela maravilhosa arvorezinha, que tinha agora as folhas mais amarelas. As temperaturas começaram a baixar e as folhas castanhas começaram a cair e a sujar o chão, era Outono e como se sabe o pessegueiro é uma árvore de folha caduca, perde as suas folhas, nos meses mais frios do ano. É a forma que a árvore encontra para se proteger. O Inverno chega e o pessegueiro parece agora morto, com ramos despidos de folhas. Apenas o tronco fino e os pequenos raminhos apontam o céu, porque a terra em redor está agora também despida de verde, não há plantas, a terra está adormecida, espera o calor e a luz da Primavera. Descansa a pequena árvore para que possa de novo dar-me os seus magníficos frutos, para as sobremesas do próximo Verão! Estou ansiosa à espera. Surpreende-me de novo, árvore bela!

Margarida Rodrigues


AMANHECER

Amanhece. O chilrear dos pássaros esvoaça no ar puro, fresco e cheio de alegria. Na planície estende-se um longo tapete de flores coloridas que libertam um cheiro a natureza. Por cima das flores, abelhas sugam o pólen amarelinho e doce. Borboletas batem as suas asas multicolores. Por entre as flores passa um ribeirinho de água azul, clara e límpida. Lá ao fundo um lago, de água cristalina, pura e fresca, onde peixinhos nadam suavemente. Esse lago tem muita alegria e o sol reflecte-se nele. Há carpas amarelas da cor do ouro e peixes de mil cores. No fundo desse maravilhoso lago, abundam florestas de algas de todas as cores e feitios. Á volta do lago arbustos verdejantes, destacando-se uma árvore de tronco esguio e de folhas amareladas e, em cima dessa maravilhosa árvore, um casal de esquilos muito apaixonados. Lá mais ao fundo erguem-se umas montanhas cobertas de neve, onde já batem os primeiros raios de sol. Por fim um céu azul coberto de castelos de nuvens brancas e macias como o algodão. Uma manhã bonita, cheia de cor, vida e principalmente paz.

Mariana Ferreira


FRANCISCA E AS BOLAS DE SABÃO

Era uma vez uma menina de nome Francisca. Ela adorava bolas de sabão e dizia que para ela, as bolas de sabão nunca acabavam. Sabem porquê? Porque quando uma rebenta nasce uma nova. Ela passava os dias a fazer bolas de sabão. A menina olhava para elas como se fossem um espelho. Um certo dia acabou-se o sabão e ela muito triste foi dizer à mãe: - Mãe! As minhas bolas de sabão já acabaram. - Filha, não te preocupes, quando eu acabar de arrumar a loiça, vamos comprar o sabão. Francisca, muito feliz foi contar o seu dinheiro: - Cinquenta cêntimos, cinco cêntimos, vinte cêntimos… deu o total de setenta e cinco cêntimos. De repente Francisca ouve a mãe a chamá-la: - Francisca! Veste-te que vamos comprar o sabão. Francisca vestiu-se toda feliz e foi com a mãe comprar o sabão. Pelo caminho cantava: “ Eu vou, eu vou comprar o sabão! Eu vou, nã…nã… nã… ” Francisca chega à loja e pede sabão para fazer as bolas. O senhor Albino Felismino logo disse: - Menina Francisca, esse sabão foi retirado do mercado, por motivos de saúde. Francisca ficou triste, mas logo teve uma bela ideia! - Eu própria vou fazer o sabão. E assim foi. Foi investigar e aprendeu a fazer sabão em casa porque nós podemos fazer o sabão e outras coisas em casa. Basta ter os ingredientes necessários. Sabiam?

Mariana Ferreira


O SONHO INESQUECÍVEL DE MARTA

Marta sempre pensou um dia ir ao Pólo Norte, onde tudo é branquinho, cheio de pinguins, ursos polares, focas e simpáticos leões marinhos. Um dia de manhã, nas suas férias de Verão, levantou-se e foi à janela ver o sol a brilhar. Olhou para baixo e viu a mãe e o pai a fazerem as malas. Mas ela estranhou, viu que numa das malas iam patins de gelo e pranchas de esqui. Ela calçou-se e desceu as escadas. Chamou pela mãe: - Mãe, aonde vamos? - Marta, vai-te vestir, que vou preparar o teu pequeno - almoço. A Marta foi-se vestir e tomar o pequeno - almoço, como recomendou a mãe. A mãe chamou-a para entrar no carro. O pai ligou o carro e lá foram eles em direcção ao aeroporto de Lisboa. Como a Marta nunca andou de avião, não sabia aonde estava. A mãe deu-lhe a mão, enquanto o pai levava as malas. Entraram dentro do avião e a Marta abismada só fazia perguntas: - Mãe, aonde estamos? - Pai, aonde estamos? Passado, quatro horas ela começou a ver um lindo manto branco. Quando aterraram, ela saiu a correr, fez bonecos de neve, anjos de neve… de repente viu focas, leões marinhos, uma família de pinguins… Não queria acreditar na bela surpresa que os pais lhe quiseram fazer. Foram de facto umas férias surpreendentes! Ela ficou tão feliz e garantiu que um dia iria lá voltar.

Mariana Ferreira


AS BALEIAS E OS OCEANOS Era uma vez uma baleia que vivia no Oceano Pacífico. Chamava-se Erica. Certo dia a baleia Erica encontra uma menina chamada Odete que andava a investigar a água, para saber se estava contaminada e tornaram-se amigas. Na manhã seguinte apareceram uns homens vestidos de pescadores que traziam no barco botijas muito suspeitas que esconderam numa gruta. Nessa mesma noite quando a Erica se preparava para entrar na sua gruta, sentiu alguma coisa na água. Foi chamar a população (as baleias) para verem o que se passava. A Erica ficou assustada e foi chamar a Odete, mas como ela já estava a dormir profundamente, a Erica teve de dar uma pancadinha no barco para a acordar. A Odete acordou toda preocupada e resolveu chamar alguns cientistas que poderiam ajudar. Os cientistas não tiveram outra opção se não levar as baleias para um parque natural. As baleias tiveram que ficar aí quatro semanas porque a água já estava muito contaminada. Essas botijas continham uns resíduos tóxicos. Durante esses dias os cientistas tiveram de desinfectar a água do produto tóxico e retirar todas as botijas. Ao fim dessas quatro semanas, as baleias voltaram para casa, mas todos os dias a Odete tinha de levar medicamentos às baleias, porque a água não estava totalmente saudável. Os cientistas descobriram quem foi que infectou o Oceano. E quem eram? Uns cientistas italianos que andavam a fazer experiências com um produto tóxico. Foram altamente punidos pela sua falta de sensibilidade para com a Natureza. Ainda bem que há seres humanos que lutam pela preservação do meio ambiente!

Odete Moitas


A ÁRVORE DE CHOCOLATE Era uma vez um homem que tinha uma pastelaria, numa pequena vila que se chamava Canas de Senhorim. Certo dia apareceu um menino muito mimado e muito rico que tinha pedido muitos doces para o seu aniversário. Como o pasteleiro não tinha todos aqueles doces que ele pediu, mas como o menino era muito mimado foi fazer queixas ao seu pai. O pai muito chateado foi ao tribunal queixar-se do pobre pasteleiro. O tribunal concordou e mandou fechar a pastelaria. O Sr. pasteleiro foi para casa muito tristonho, a pensar como havia de resolver a sua vida. A filha mais nova, muito chocada, foi dar um passeio para espairecer. Foi então que apareceu um unicórnio. Ela encantada seguiu-o. Encontrou uma floresta que nunca tinha visto. Era uma floresta encantada. Aí podia falar-se com animais, havia árvores de todas as cores e uma era feita de chocolate. A menina perguntou porque é que aquela árvore era feita de chocolate. Apareceu então a fada Mia. Foi a partir daí que a fada Mia contou a história: «A história começou quando a rainha das fadas estava a morrer e decidiu escolher-me a mim e não a Lisa para guardiã da árvore de chocolate. Como a Lisa queria a árvore só para ela, então comeu uma das folhas da árvore de chocolate. Foi então que quebrou as regras da floresta e que se transformou numa das folhas da árvore. O feitiço só se quebrava se uma menina de coração puro e sem ganância comer uma das folhas da árvore.» A menina com pena da Lisa comeu a folha. Então a Lisa muito agradecida perguntou em que a podia ajudar. Ela respondeu que voltasse a abrir a pastelaria de seu pai e lhe desse todo o tipo de massas para bolos. E foi assim que o Sr. Pasteleiro voltou a abrir a pastelaria e fazer todos aqueles bolos que o menino mimado tinha pedido.

Odete Moitas


UMA AVENTURA NO FUNDO DO MAR Chamo-me peixe vidro, vivo no fundo do mar onde tenho alguns amigos como a menina do mar, o polvo, o caranguejo e o peixe. Vivo com eles numa gruta de coral e de areia branca, fina e lisa, no fundo do mar. A menina gosta muito de brincar por isso inventamos muitos jogos, mas às vezes também corremos perigos porque aparecem peixes muito perigosos, mas o caranguejo, o polvo e o peixe ajudam - nos sempre a escapar. Vivemos muitas aventuras juntos, por vezes perigosas, mas tudo passa e divertimo-nos à brava. Houve uma altura em que nos afastamos de casa por causa das brincadeiras, quando reparámos, já estávamos cercados pelas raias que eram as donas daquele mar. O polvo disse: - O que fazemos? Já não sei onde estamos, e vocês sabem? E diz a menina? - Nós também não sabemos. O caranguejo disse: - O que vamos fazer agora? Começámos a olhar uns para os outros e como a nossa amizade era sem fim, uma força interior dominou-nos e conseguimos transmitir o que naquele momento cada um deveria fazer. E assim foi. Nadámos até à exaustão, dominando aquelas raias malditas e encontramo-nos no nosso esconderijo: um velho barco naufragado cheio de baús onde repousavam belos tesouros, no outro lado do mar. Então disse o peixe: - Vamos passar a noite por baixo dos baús, para não sermos vistos pelos peixes perigosos e de manhã logo vemos o que fazer. Passámos a noite sem perigo. Quando amanheceu o polvo disse: - Vamos tentar voltar para casa. Mas não conseguimos encontrar o caminho. Foi então que apareceram umas tartarugas, amigas da menina do mar que nos ofereceram o seu dorso para nos transportarem e assim ficámos a salvo e voltámos todos para casa e tudo acabou bem. Nunca mais nos afastámos de casa, depois desta odisseia. Ricardo Nisa


A ÁRVORE CENTENÁRIA

Era uma vez uma árvore centenária, no largo da minha aldeia. Todas as crianças e idosos vinham refrescar-se na sua sombra, todas as tardes de Verão. Certo dia eu e o Nuno fomos jogar futebol, para o largo, num fim de tarde. Quando chegámos lá, alguns homens da Câmara disseram-nos isto: -Esta árvore vai ser deitada abaixo. -Porquê? -perguntámos nós. -Vamos fazer um parque subterrâneo, neste local - responderam eles. Eu e o Nuno fomos a correr falar com a presidente da Câmara Municipal e dissemos: -Aquela árvore, no parque, não pode ser deitada abaixo. -Porquê? -perguntou ela. -Nós achámos esta fotografia na cabana abandonada na quinta do tio António Coxo - dissemos nós. E é precisamente esta Árvore. -Quantos anos terá a fotografia? – perguntou a presidente. -Não sabemos, mas parece muito antiga – dissemos. -Então essa árvore não pode ser cortada. Vamos chamar alguns peritos para nos ajudarem – disse ela. Passado uns dias andavam uns peritos em volta da árvore a fazer medições e a recolher amostras para estudarem a tal árvore. Finalmente chegaram os resultados. Aquela árvore, no largo da minha aldeia, era uma árvore centenária, que continuava bela e frondosa, dando prazer e bem-estar a quem se acomodava à sua sombra, nas calorentas tardes de Verão. Toda a população nos agradeceu e a presidente da Câmara, numa solarenga tarde, festejou connosco. A partir daí, a presidente da Câmara Municipal começou a ter mais cuidado com o abate das árvores, no seu município. Eu e o Nuno estávamos muito orgulhosos desta nossa boa acção.

Marco Figueiredo


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