CENTRO LOCAL: Proposta de um centro comercial no bairro do Arruda

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO ARQUITETURA E URBANISMO BEATRIZ MEDEIROS LIMA

CENTRO LOCAL: Proposta de um centro comercial no bairro do Arruda.

Trabalho Final de Graduação desenvolvido pela aluna Beatriz Medeiros Lima, orientada pelo professor Dyego da Silva Digiandomenico, e, apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco como requisito final para a conclusão da disciplina de Trabalho de Graduação.

RECIFE 2021

APRESENTAÇÃO O trabalho a ser apresentado foi desenvolvido na disciplina de Trabalho de Graduação , sob o título, “Centro local: proposta de um centro comercial no bairro do Arruda”, a partir da orientação do professor Dyego da Silva Digiandomenico em atendimento às exigências para a graduação no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco.

No que se refere a arquitetura, a pesquisa se desenvolve a partir da análise dos espaços terciários e seu desenvolvimento e quais consequências trouxe para sociedade e malha urbana. Dessa forma, a pesquisa tem como finalidade a proposta de um centro comercial que ressignifique as experiências do usuário e que aplique as definições da arquitetura biofílica e sensorial e dos conceitos de Jan Gehl para o desenvolvimento de um bom espaço público.

SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO

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2.

JUSTIFICATIVA

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3. OBJETIVOS Objetivos gerais

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Objetivos Específicos

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 5.

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA os templos de consumo 5.1 - Traços histórico A troca como primórdios do comércio nas cidades.

O processo evolutivo dos centros comerciais.

O Recife e suas formas comerciais.

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5.2 - A crise no modelo de consumo e comércio O fracasso da cultura dos shoppings Mudança nos modos de vida e consumo.

O formato do comércio atual Impacto da pandemia na forma de consumir.

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5.3 - Linha do tempo

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projetar sentidos 5.4 - A necessidade de ressignificar experiências.

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5.5 - A arquitetura e a manifestação sensorial dos sentidos O usuário e os 5 sentidos como foco do projetar O design biofílico como agente transformador

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o comércio como potencializador regional 5.6 - Economia criativa 5.7 - A influência do comércio nas cidades

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6. PRECEDÊNCIAS PROJETUAIS

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7.

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LEITURA URBANA - O TERRITÓRIO

8. DIRETRIZES PROJETUAIS

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9. PROGRAMA

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10. O PROJETO

Desenhos Técnicos Detalhes Perspectivas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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LISTA DE FIGURAS

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REFERÊNCIAS

1. INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Figura 01: Bazaar de Kasahn, Irã. Acredita-se que tenha sido construído na era Seljuk (século 10) Imagem: Nicola Messana

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A arquitetura é por essência uma experiência sensorial, envolvendo os sentidos humanos e suas perspectivas, como Pallasmaa afirmava. Edificações são materialização de idealizações, conceitos e reflexo das necessidades humanas.

Assim, projetar pensando no usuário se faz necessário para criar um ambiente de conforto e de permanência.

Nos últimos anos, o capitalismo deu abertura para a perda de algumas características importantes. No âmbito comercial, a volorização de projetar em detrimento da venda do produto passou a ser prioridade para alguns. Dessa maneira, os que optaram por essa forma de abordagem, viram seus espaços perdendo sua força arquitetônica e por muitas vezes tornando os ambientes monótonos e comuns. O meio virtual foi adentrando no ambiente das relações, nos negócios, lazer e consequentemente no comercial, afastando ainda mais o usuário dos ambientes físicos.

Assim, para compreender a lógica dos ambientes de comércio, os espaços terciários, se fez necessário uma análise em suas origens, com o foco nas atividades de comércio, serviços varejistas e suas respectivas edificações contextualizado em seu espaço e tempo.

Como ser social, o ser humano tem seus primeiros traços comerciais a partir do encontro para realizar a troca. Podemos compreender a grande importância desta característica a partir dos primeiros ambientes dedicados para realizar tais atividades como a ágora na Grécia antiga, o bazaar no Oriente Médio (figura 01) e os fóruns romanos. Esses espaços de troca tiveram origem e formato a partir de cada contextualização histórica e espacial da época e do local.

As mudanças que ocorreram na história da civilização, onde novas estruturas sociais se impõem e ocorre o desenvolvimento da propriedade privada, interferem diretamente no comércio, que passa a ter uma função muito mais lucrativa e de interesse consumista do que de abastecimento das necessidades cotidianas e de espaço com função para discussões políticas e sociais.

Da evolução das praças mercantis do século XVIII, surgem as ruas cobertas, espaços comerciais dedicados a mais do que

apenas realizar as compras das mercadorias essenciais, até as galerias, grandes lojas e posteriormente os shoppings centers, que acabam por cortar a relação existente entre espaço comercial e a cidade e perde parte das principais características que um ambiente social e de convívio requer.

As relações físicas, o contato e o encontro se dissiparam ainda mais com a chegada da pandemia da Covid-19, no final do ano de 2019. As relações virtuais, que já estavam presentes no cotidiano humano, expandiram e passaram a ser o principal meio de comunicação para diversos serviços. O toque, a conversa presencial, o convívio, um simples momento de lazer pela cidade tiveram que ser deixados de lado para conter a disseminação da doença.

Muitos só desenvolveram consciência da importância dessas interações após sua ausência. Além disso, a pandemia causou um enorme impacto na economia de maneira mundial. Do pequeno comerciante aos grandes varejos, o espaço terciário sofreu diretamente com a crise que o isolamento social proporcionou. E para somar, o foco de prioridade do usuário mudou, muitos passaram a priorizar a compra de produtos de higiene pessoal e alimentícia, e a se preocupar mais em ter uma atenção com a questão da sustentabilidade mundial, dando prioridade a alimentos frescos e produtos que não agridem o meio ambiente.

A partir disso, compreender como os modos de vida foram evoluindo em paralelo com a evolução do ambiente comercial, além de analisar quais fatores influenciaram as mudanças desses espaços em decorrer da pandemia, nos levará a compreensão de maneiras de materializar e posicionar o mercado diante da questão do mundo que vamos encontrar na situação pós pandemia.

E assim, nos leva a questionar como podemos resgatar o usuário para o ambiente físico e retomar a economia, além de providenciar as experiências humanas que estamos ávidos à espera.

Logo após a chegada do comércio virtual (e-commerce) a relação comércio e experiência do usuário já vinha sofrendo algumas mudanças. A compra virtual traz benefícios de preços mais acessíveis dentre inúmeras possibilidades e da facilidade de adquirir produtos diversos, mas não gera as mesmas experiências, sensações,

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comunicação e nem passa a confiança de uma compra feita presencialmente. Se por um lado o e-commerce se desenvolve de maneira isolada das demais atividades sociais, por outro, a necessidade dessas atividades passa a ser ainda mais requisitadas e necessárias no cotidiano humano (VARGAS, 2018. p. 246). O impulso das vendas do e-commerce e o avanço da tecnologia trouxeram uma nova visão e uma estimulação para novos negócios e mudanças no meio de tratar o espaço varejista presencial. O e-commerce não substitui as atividades de compras que precisam de envolvimento, escolha experimentação, prazer e que promovem o encontro. Os conceitos de flagship stores e recreational shopping, são atualmente conceitos que visam trabalhar em cima de propor uma nova ressignificação da experiência do usuário. Além disso, compreender como o corpo humano e nossos sentidos se relacionam com as edificações que o cercam e a importância de considerarmos a relação da biofilia inseridos nos ambientes como agente transformador da nossa relação de saúde e bem-estar com o espaço, levando em consideração seus princípios projetuais, trazem parâmetros importantes a serem analisados para o desenvolvimento projetual proposto.

Estratégias que implementam mais do que um desenvolvimento voltado unicamente para a questão econômica, nos levam ao conceito de economia criativa, que trouxe maneiras de abordar o crescimento econômico envolvendo e estabelecendo uma relação entre a tecnologia, a inovação, cultura, criatividade e sustentabilidade como maneiras de fomentar a vivência e a economia das cidades.

A partir de estudos e assuntos tratados por arquitetos urbanistas como Jan Gehl em seu livro Cidades para pessoas, podemos afirmar que as cidades precisam de locais caminháveis que passam sensação de segurança e conforto e que fomentem a convivência social diária, sendo um espaço para troca, conversas, lazer, cultura e que estejam atrelados ao comércio como maneira de tornar os centros comerciais mais do que um ambiente de compras, e sim um grande potencializador regional, que quando bem integrado com a malha urbana se torna um ambiente convidativo e atrativo para o pedestre e melhora a qualidade de vida da cidade.

Todas essas diretrizes, pilares e princípios, nos encaminhará ao objetivo principal desta pesquisa: o desenvolvimento de um centro comercial no bairro do Arruda na cidade do Recife, com a intenção de ser mais do que um local de abastecimento das necessidades imediatas da população do bairro, mas sim, resgatar o ambiente social e de entretenimento que um dia o bairro já possuiu, oferecendo um novo espaço para os pequenos comerciantes mais fortemente afetados pela pandemia da Covid-19, ao mesmo tempo que proporciona a ressignificação das experiências do usuário a partir dos estudos feitos, além de propor um ambiente que oferte de um consumo mais consciente, sustentável e saudável.

Figura 02: Nova York Livre de Carros: espaços públicos têm o poder de conectar as pessoas e as cidades Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/873962/espacos-publicos-10-principiospara-conectar-as-pessoas-e-a-rua> Acesso em: 04 de Junho de 2021

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Figura 03: Espaço que incorpora elementos biofilicos em em seu espaço de permanência e em toda edificação.

Disponível em: < https://www.archdaily.com/960828/xintiandi-atrium-renovation-aimarchitecture > Acesso em: 04 de Junho de 2021

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2.

JUSTIFICATIVA

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JUSTIFICATIVA A crise no modelo de consumo e comércio não é algo recente, o abandono de muitos shopping centers nos Estados Unidos já demonstram a ineficiência desses tipos de estabelecimentos atualmente. Estimase que cerca de 3.800 shopping centers já estavam sem uso em 1999 nos EUA, número bastante significativo considerando que, no momento da pesquisa, existiam 6.500 empreendimentos com área acima de 40.000m² de ABL (área bruta locável) no país. (GARREFA, 2007).

comércios locais que mantêm uma melhor relação com a comunidade e com a cidade, levando muitas pessoas a terem preferência em consumir nesses ambientes.

Em contrapartida, o Brasil continua sendo um dos países que mais possuem shopping centers. A BBC news Brasil disponibilizou alguns dados do estudo realizado pela consultoria americana Lizan Retail Advisors, onde a pesquisa afirma que a falta de espaços públicos adequados e seguros destinados ao lazer e compras aqui no Brasil, levam as pessoas a ter o shopping como alternativa para tal uso. A especulação imobiliária em volta desses ambientes e a revitalização de áreas populares para a construção desses empreendimentos que acarreta em fuga dos antigos moradores da área e uma nova logística urbana em detrimento dos automóveis e degrine a vida pública das cidades em ambiente fechados para o urbano, nos leva para a direção contrária das diretrizes de Jan Gehl de que cidades devem ser feitas para pessoas, além de que estes empreendimentos causam a desvalorização do comércio local e tradicional, comprometendo os pequenos negócios que são de extrema importância para ajudar a estabelecer um comércio mais justo e gerar ganhos econômicos para toda uma região.

Figu Disp

estao

Do macro ao micro, todo o comércio sofreu comportamento dos consumidores. Mesmo com o gr Kodali, já aponta que o pico de vendas não durará compras, as vendas online irão diminuir. Porém, os da compra e já vinham perdendo força no meio com nova experiência para o cliente no ato da compra, p ofertar mais que produtos e ter um ambiente const está totalmente ligado às experiências do usuário, que a experiência possa ser cada vez melhor e gar

Figura 04 e 05: Shoppings abandonados nos EUA Disponível em: < https://www.historiailustrada.com.br/2014/04/

completamente-surreal-fotos-de-dentro.html > Acesso em: 04 de Junho

Proporcionar um ambiente convidativo, conf permanência nesses espaços será papel fundamen comprovado como um grande impulsionador de ve natureza em seus espaços.

de 2021

Em 2017 o banco Credit Suisse estimou o fechamento de cerca de 20% a 25% de shopping centers nos EUA em um espaço de 5 anos. O comércio eletrônico tem sua parcela nesse fenômeno, mas não é o único responsável. A reversão do processo de gentrificação em muitas áreas urbanas dos Estados Unidos, possibilitou a volta de

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Figura 08: Ambientes comerciais tem apostado no uso do design biofílico para atrair clientes.

Disponível em: < https://www.verticalgarden.com.br/post/biofilia-gera-experienciapara-consumidor-e-aumenta-receita-no-varejo > Acesso em: 04 de Junho de 2021

ura 06 e 07: Noticías indicam queda de movimento em shoppings. ponível em: < https://exame.com/economia/um-quarto-dos-shoppings-americanos-fechara-ate-2022-preve-banco/ > e < https://mercadoeconsumo.com.br/2021/02/04/shoppings-

o-mais-vazios-mas-centros-comerciais-de-rua-crescem-no-pais/ Acesso em: 04 de Junho de 2021

com a pandemia da Covid-19, que acarretou numa mudança na logística das organizações e no rande crescimento do e-commerce em meio a pandemia, a analista de varejo da Forrester, Sucharita e que no momento que a população tiver a oportunidade de voltar a frequentar ambientes de espaços comerciais obsoletos que não oferecem nenhuma experiência e atração agregada ao ato mercial, apenas tiveram que acelerar o processo de mudanças necessárias para proporcionar uma pois, tais mudanças já teriam que ocorrer dado em vista a necessidade de o ambiente comercial truído que ofereça mais do que a finalidade de realizar compras. O ressignificado das lojas físicas mais do que uma experiência lúdica e sensorial, elas têm como papel a oferta de serviços para ranta a confiança do cliente.

fortável de bem-estar e adequado às necessidades de clientes e funcionários que estimule a ntal da arquitetura sensorial somada ao design biofílico neste projeto, sendo o design biofílico endas no varejo e de melhora da qualidade de vida nos ambientes que aplicam características da

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De acordo com o relatório Human Spaces: The Global Impact of Biophilic Design in the Workplace, que realizou um estudo coletivo com a intenção de demonstrar a necessidade do contato humano com a natureza no local de trabalho, mostrou que ambientes com elementos naturais geram níveis até 15% mais altos de bem estar, 6% a mais de produtividade, 15% a mais de criatividade, do que ambientes sem esses elementos, agindo como pontos importantes para frequentadores e usuários do espaço, além dos funcionários que permanecerão ali durante seu tempo de trabalho.

A pesquisa também procurou entender o estado emocional das pessoas em seus respectivos ambientes de trabalho ao longo do dia, permitindo a análise do impacto imediato dos ambientes e seus elementos no psicológico dos entrevistados (7.600 indivíduos).

A partir dos resultados demonstrado na tabela a baixo (figura 10) podemos concluir a importância do design biofílico nos lugares com o intuito de promover sentimentos positivos nas pessoas que o frequentam, principalmente funcionários que permanencem no espaço por um longo tempo de seu dia.

Figura 09: Tabela análise de funcionários em seus ambientes de trabalho com e sem a presença do design biofílico.

Disponível em: < http://interfaceinc.scene7.com/is/content/InterfaceInc/Interface/Americas/WebsiteContentAssets/Documents/Reports/Human%20Spaces/Global_Human_Spaces_Report_pt_BR.pdf > Acesso em: 02 de Setembro de 2021

Quando se trata da área de estudo, como um espaço que possui uma identidade para aqueles que conhecem e frequentam, a região merece ter suas raízes de usos preservada e resgatar a memória comercial da feira do Arruda, que vem perdendo sua importância e força em detrenimento dos grandes empreendimentos que tomaram lugar na pela cidade. Como alguém que mora na região desde o nascimento, pude experimentar bons momentos ao frequentar a feira na minha infância e usufruir do que era ofertado.

Atualmente, com a constante delimitação do que a feira vem podendo oferecer, alimentos frescos, produtos em que o consumo agride menos o meio ambiente, além de produtos para a higiene da casa, entre outras opções tem feito falta na região. É importante trazer a ressignificação do ambiente para os usuários e consumidores, usufruindo da arquitetura sensorial e do design biofílico, sem perder a essência que o lugar sempre proporcionou, enquanto permite usos variodos para o estimulo da apropriação do espaço público por parte dos moradores e usuários.

Figura 10: Situação atual das bancas no pátio da feira.

Fonte: A autora, 2021

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Figura 11: Feira do Arruda em 1937.

Disponível em: < https://www.facebook.com/recantigo/photos/a.1206410226166192/2424856534321549?_rdc=2&_rdr

> Acesso em: 02 de Setembro de 2021

Dessa forma, no que tange os espaços públicos de comércio e lazer, mostra que a cidade necessita de ambientes que estimulem o âmbito social, o convívio e a caminhada pela rua de forma segura e saudável. A relação comércio e cidade, funcionam quase que de forma umbilical e deve proporcionar edificações que sejam construídas com enfoque na escala humana, com proximidade em relação a rua, permitindo a permeabilidade visual entre o espaço público e privado, além de atrativos em seu térreo ativo. A forma como as atividades terciárias se desenvolvem e se manifestam fisicamente produzem uma imagem física e mental da cidade, que irá diretamente refletir na qualidade ambiental urbana. A visão de um comércio que se compromete em projetar em prol do comprometimento da qualidade de vida coletiva, torna-se não mais um problema urbano como os shopping centers e sim parte da solução para o desenvolvimento das cidades.

Dessa forma, considerando as necessidades do bairro do Arruda na cidade do Recife, que não possui ambientes de convívio e lazer, mas tem uma relação histórica de cultura e espaços comerciais, o projeto proposto tem como objetivo resgatar e proporcionar um comércio local que valorize o bairro, a cidade e seus usuários, levando em consideração as análises feitas no decorrer do estudo e os princípios e pilares pautados para promover um ambiente mais saudável e de conexão entre cultura, social, o urbano e o ser humano.

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3. OBJETIVOS

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OBJETIVOS

Objetivo Geral Projetar um centro comercial no bairro do Arruda, Recife, que proporcione um espaço com propósito de reinserir pequenos comerciantes afetados pela pandemia no meio comercial e que possa proporcionar um espaço sensorial de conforto e lazer atribuídos ao design biofílico para o bairro, simultaneamente buscando estimular que as pessoas caminhem, frequentem e convivam nos espaços públicos do bairro e adquiram hábitos que melhorem a qualidade de vida.

Objetivos Específicos Identificar problemáticas que levaram à crise do modelo de consumo e comércio atuais.

Identificar as mudanças nos modos de vida da sociedade e como isso afetou os convívios sociais nos ambientes urbanos e públicos da cidade.

Analisar o design biofílico e a arquitetura sensorial enquanto atuantes no relacionamento dos sentidos humanos e suas experiências no espaço construído.

Propor um estudo preliminar de um centro comercial que proporcione um espaço sensorial e ressignifique a experiência do cliente e estimule uma qualidade socioespacial urbana no bairro e consequentemente na cidade.

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4. PROCEDIMENTOS

METODOLÓGICOS

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O presente estudo partirá da base de pesquisa e coleta de dados sobre os assuntos abordados e sobre a área de intervenção, além de buscar conhecer o usuário em foco do projeto e o colocar como fim do processo de inovação.

Será imprescindível buscar compreender como o consumidor vem se comportando atualmente, bem como ter o envolvimento da população da região por meio de pesquisas e questionários que terão como finalidade extrair dos resultados o programa que contenha o que os usuários têm buscado adquirir no momento, tendo assim o intuito de manter o espaço sempre em uso e buscar proporcionar um estímulo de movimentação pelo bairro aonde o projeto

será proposto.

Além disso, o estudo dos traços históricos do tema abordado e suas problemáticas, também tem grande importância para a pesquisa, visto que não podemos resolver um problema com o mesmo pensamento que o originou, e assim entender o processo de erros para propor novas abordagens a partir de estudos de casos que obtiveram bons resultados e de análises de maneiras projetuais que intensifiquem os fins desejáveis para esta pesquisa.

Dessa forma, afim de atingir tais objetivos, esta pesquisa segue as seguintes etapas metodológicas:

1. Revisão Bibliográfica - Por meio desta etapa foi desenvolvida a busca por referências bibliográficas acerca da temática abordada e para basear por meios dos conceitos a conceituação temática desta pesquisa dividida em três principais partes e tendo assim o seguinte referencial teórico: Os templos de consumo

- Tem como finalidade se aproximar do problema, buscando se aprofundar em diferentes pontos de vista e tópicos em que o tema se enquadra.

Para a pesquisa, o desenvolvimento desta fase se dará por meio do estudo histórico dos centros comerciais desde seus primórdios até a forma que conhecemos hoje, para assim compreender o que levou aos problemas construtivos dessas edificações e como isso afetou seus usuários (consumidores e funcionários) assim como os proprietários.

Esta fase fará sua imersão bibliográfica no estudo do livro: VARGAS, Heliana Comin. Espaço Terciário. O lugar, a arquitetura e a imagem do comércio. São Paulo: Editora Senac, 2018.

E na tese de: GARREFA, Fernando. Shopping Centers: de centro de abastecimento para produto de consumo. São Paulo, 2007.

Projetar sentidos

- Essa etapa tem como objetivo entender como a arquitetura e o design podem ser agentes importantes nas propostas de centros comerciais, o estudo do design biofílico e a análise dos dados que apontam seus benefícios no espaço projetado bem como a arquitetura sensorial serão os assuntos tratados nesta parte da conceituação temática..

Assim, essa fase terá sua pauta estudada a partir da bibliografia de PALLASMAA, Juhani.

Os Olhos Da Pele: A arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011.

E nos artigos de design biofílico de KELLERT, Stephen R.; CALABRESE, Elizabeth F. Nature by Design: The Practice of Biophilic Design. New Have: Yale University Press, 2015. e DESIGN, BIOPHILIC. 14 PATTERNS OF BIOPHILIC DESIGN.

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O comércio como potencializador regional

- Essa parte da conceituação trata-se da análise de exemplos e conceitos de como espaços comerciais e públicos influenciam a cidade e as pessoas, e as vantagens em considerar o comércio como atividade de desenvolvimento econômico e social avaliando como esses espaços modificam e influenciam a cidade, analisando soluções a partir de conceitos princípios para uma cidade urbanizada pensando nas pessoas e de uma economia que envolve muito mais que apenas o fator econômico.

A terceira e última parte da conceituação temática será pautado a partir da bibliografia de GEHL, Jan. Cidades para pessoas. São Paulo, Perspectiva, 2013

2. Análise de estudos de caso - Para esta etapa serão analisadas referências de projetos de maneira que sirvam de base para a solução espacial que será desenvolvida. Os projetos irão passar por uma análise crítica a partir de critérios de avaliações pré estabelecidos de acordo com os objetivos que a proposta do trabalho busca atingir, além disso, também serão analisados a partir dos conceitos de Jan Gehl para um espaço público de qualidade.

3. Levantamento de dados - A partir dessa etapa, serão analisados e diagnosticados dados e parâmetros do território em contexto, para a elaboração de mapas, pesquisas e levantamento fotográfico para reconhecimento da área.

4. Proposta

- Por fim, a partir de todo estudo teórico e crítico, além da investigação de estudos de caso e de reconhecimento da área, será feita a elaboração de diretrizes projetuais, estabelecendo os propósitos do projeto para por fim ter a elaboração do mesmo de acordo com todo estudo realizado.

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5. CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

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PARTE 1 28

OS

TEMPLOS DE

CONSUMO

5.1 - Traços Histórico “O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende.”

- Émile Durkheim Investigar na história o ponto de partida dos centros comerciais e como esses espaços se relacionavam com as cidades e o povo se faz importante para a compreensão do que conhecemos hoje dessas edificações que transformam o espaço urbano e partir como premissa para o desenvolvimento e abordagens de ideias que levarão ao desenvolvimento do projeto proposto.

Compreender como o comércio funcionava a partir das trocas na era medieval e como o desenvolvimento da industrialização trouxe novas possibilidades e uma comercialização capitalista até chegarmos na forma dos centros comerciais atuais, será a grande pauta neste capítulo.

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A troca como primórdios do comércio nas cidades É explícito a importância da atividade comercial na sociedade se observamos a arquitetura destas construções em seus primórdios, trata-se de espaços consolidados no traçado urbano, construídos com a finalidade de providenciar o encontro para que assim, ocorresse a troca. A localização geográfica desses espaços é também outro fator de cunho importante, como verdadeiras áreas públicas, era necessário atrair e estimular a comercialização entre pessoas.

Cada espaço de troca teve sua origem e formação de acordo com a contextualização histórica e regional da época. O Oriente Médio teve como impulso para seus centros de comércios, sua localização, pois está situado entre dois continentes, esses espaços, conhecidos como bazaar, se tornaram parte essencial da cultura islâmica, o coração da cidade, onde diferentes classes sociais convivem em harmonia e não apenas mercadorias eram trocadas, mas opiniões também eram negociadas para influenciar na política.

Segundo Vargas, que cita Weiss e Westermann (1998), ao adentrar num bazaar, você será tomado de sensações que despertam seus sentidos, diferentes odores tomam conta do seu olfato, assim como sua visão será tomada por diferentes cores presentes em cada espaço e a audição se torna familiar ao som de conversas e negociações em cada lugar inundando o vasto ambiente dessa atmosfera única que transborda no bazaar.

Por séculos, os bazares mantém seu mesmo formato, simplicidade nas fachadas e a presença de pátios internos, além de incluir espaços para promulgação de leis, para hospital e proteção para sem tetos.

Abrigam também, a função religiosa com a presença de mesquitas e oferecem salas de banho, centros educacionais e locais para culto (Wirth, 1975 apud Weiss e Westermann, 1998, p. 60)

A atmosfera do bazaar conduz a um universo de sensações com cores, odores e sabores, onde a experiência faz parte do processo de troca que inclui conversa e o toque (VARGAS, 2018, p. 82)

Figura 13: Baazar. Grande Bazar de Tabriz com presença de iluminação natural Disponível: < https://hy.wikipedia.org/

wiki/%D5%8A%D5%A1%D5%BF%D5%AF%D5%A5%D6%80:GRAND_ BAZAR_OF_TABRIZ.jpg > Acessado em 03 de Junho de 2021

Figura 12: Baazar. Grande Bazar de Tabriz é um dos bazares mais antigos no Oriente Médio Disponível: < https://www.istockphoto.com/br/foto/tabriz-grande-bazar-

no-ir%C3%A3-grande-bazar-de-tabriz-%C3%A9-um-dos-bazares-maisantigos-no-gm1011487054-272548316 > Acessado em 03 de Junho de 2021

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Quando mudamos o cenário de análise para a Grécia Antiga, grande potência de capacidade comercial e de negociações, o espaço de comércio que encontramos é denominado como ágora. Primordialmente as atividades comerciais eram realizadas em frente a acrópole, porém, com o grande

crescimento populacional, esse espaço deixou de ser suficiente e a acrópole tornase um ambiente de função apenas religiosa enquanto toda a atividade mercantil passa a ocorrer na ágora.

A ágora, parte inicialmente como um espaço público e aberto, de cunho de função comercial e vai adquirindo conceitos diferentes a partir do momento que o ambiente vai se moldando às necessidades da sociedade da época. Seu traçado urbano, proessegue tornando-se de forma gradual um espaço cercado e fechado por edifícios, e quanto mais monumentais estes edifícios eram, mas a ágora se tornava um espaço recluso e perdia o caráter de espaço aberto.

O intuito era de isolar este espaço público da grande movimentação da área da cidade e oferecer um ambiente mais tranquilo para as conversas, discussões políticas, as trocas, negociações e vendas da área mercantil que ocorriam em conjunto na ágora.

Figura 15: Mercado Chinês.

Disponível: < http://povosdaantiguidade.blogspot.com/2010/04/chinahan.html > Acessado em 03 de Junho de 2021

Já os fóruns romanos, atuavam como locais de transações da cidade, como espaço público aberto que combinava as atividades mercantis, religiosas, políticas e sociais. Assim, os imperadores romanos construíram edifícios monumentais que possuíam característica de centros urbanos principais, com múltiplas funções (VARGAS, 2018, p. 93).

Figura 16: Fórun Romano.

Disponível: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%ADcio_(Roma) > Figura 14: Ágora, Grécia Antiga.

Disponível: < https://www.istockphoto.com/br/vetor/a-gr%C3%A9cia-

antiga-a-%C3%A1gora-de-atenas-gm498026112-79448461 > Acessado em 03 de Junho de 2021

Um ambiente que se assemelhava a ágora com suas barracas e lojas, eram os mercados chineses que se encontravam na capital durante o último Império de Han (25 a 220), estes ambientes, ricos em diferentes atividades tanto para moradores da cidade quanto viajantes, varejistas e compradores, possuía ambientes para entretenimento, com música e apresentações acrobáticas, marionetes e contadores de estórias e eram estrategicamente localizados perto das principais pontes da cidade com o intuito de facilitar a mobilidade das mercadorias para a cidade.

Acessado em 03 de Junho de 2021

A arquitetura dos fóruns consistia em atender às características climáticas do local e que agrupasse as atividades sociais, políticas e de negócios, ao ponto que alguns possuíam basílicas que eram como uma extensão coberta dos fóruns com colunas internas e um formato retangular. O fórum de Pompeia, por exemplo, servia para muitos propósitos, o mercado, era o coração da cidade, se encontrava em uma área aberta, onde funcionava com bancas armadas pelos próprios camponeses e comerciantes e estavam rodeados de colunatas que davam acesso à lojas que expunham suas mercadorias do lado de fora ou penduradas ao teto e aos escritórios dos comerciantes logo acima das lojas.

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Na Idade Média, as características de comercialização tornam-se mais internas as suas respectivas regiões, a indústria, os negócios de transportes e o comércio, passam a fazer parte do domínio dos grandes proprietários de terra e a burguesia aparece como a nova elite. A praça torna-se o espaço da concentração social, ambiente onde as funções se integram, não é nenhum exagero dizer que a praça é a expressão física da urbanização da Idade Média (VARGAS, 2018, p. 103). A convivência nas cidades medievais passam a se moldar ao seu espaço, onde a praça passa a dar a dimensão ao tecido urbano, encontrando-se em áreas vazias rodeadas por uma densa quantidade de edificações e agrupando as funções de comercialização, espetáculos e eventos, manifestações da vida pública e social.

A localização das praças, visava facilitar a locomoção das pessoas e variava em três principais formas: As que tinham a finalidade de abastecer a população com as necessidades cotidianas, encontrando-se então no centros da área populacional que visava atingir; as que vendiam itens mais especializados e ficavam espalhadas pela cidade; e as que ficavam fora da cidade mais próxima as estradas e que eventualmente acabam sendo envolvidas pela crescimento da malha urbana.

Figura 17: Pizza da Erbe e de Signori, Verona.

Disponível: < https://girlinflorence.com/2015/11/04/36-hours-in-verona-italy/ > Acessado em 01 de Setembro de 2021

A evolução desses ambientes de atividade comercial sofrerá modificações de acordo com o avanço tecnológico, as necessidades, pensamentos da época e de seu relacionamento com o espaço físico. A característica de abastecimento básico vai abrindo espaço para a inclusão de mercadorias que visam o aumento dos negócios e valoriza a oferta de produtos novos. Estes ambientes deixam assim de partirem como algo espontâneo e natural em espaços públicos, com mercadorias espalhadas pelo chão, tendas, bancas e barracas, para assumir características de loja, de ambientes privados, com condição de estabelecimento permanente planejado, que seguirá evoluindo para as características varejistas, tendo mudanças em sua técnica de vendas, formato e tamanho mas até então, não mudará sua essência.

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O processo evolutivo dos centros comerciais No final do século XVIII, início do século XIX, os espaços comerciais que eram então conhecidos até aqui, aos poucos vão perdendo força e dando lugar para que a atividade comercial seja conhecida não apenas como atividade social, mas sim como uma atividade econômica fortemente especulativa, onde estratégias eram adotadas para gerar lucros e seus espaços físicos significativos perdem parte da essência de serem um espaço público por excelência e adotam características de espaços privado (VARGAS, 2018, p. 121).

Essas mudanças acarretaram na apropriação do espaço urbano pelo capital imobiliário algumas vezes associado ao mercantil, com a lógica de utilizar o comércio e serviços varejistas como elementos de seus empreendimentos e de se situar em localidades centrais e privilegiadas.

Outra importante influência que desencadeou as mudanças do ambiente mercantil foi o avanço tecnológico que trouxe novas invenções como o vidro e aperfeiçoamento do ferro, que possibilitou que pequenas janelas fossem agora grandes aberturas com curvas ou ângulos, sendo possível usar até mesmo utilizar esta tecnologia em cobertas, o que levou ao surgimento dos grandes mercados cobertos.

Figura 18: Palais-Royal, Galeries du Bois, 1786-1788 Disponível: < https://www.wikiwand.com/en/Palais-Royal > Acessado em 03 de Junho de 2021

A arquitetura desenvolvida para esses espaços originalmente tinha como proposta um ambiente fechado por lojas que se voltavam para um ambiente central, coberto por uma grande estrutura de ferro (inicialmente era utilizado madeira) que sustentava um leve forro e no interior desses ambientes a comercialização era feita em barracas sem coberturas individuais ou divisórias (VARGAS, 2018, p. 124).

Com o tempo, o espaço físico foi sendo modificado para a presença da ideia central de uma arcada comercial, capaz de abrigar uma grande capacidade de lojas e de atingir um público mais diversificados pela proposta de opções variadas que oferecia e rapidamente se transformou num importante centro de atividades local, sendo possível unir as oportunidades de negócio, demandas sociais e arquitetura, com a capacidade de ser acessível também para a vida noturna.

Suas ruas de compras com fileiras de lojas espalhadas, que algumas vezes serviam apenas como uma passagem coberta para o pedestre, possuía um sistema funcional que recria o espaço urbano no central, encorajando a exposição social, intelectual, artística, a vida política e a vida noturna, possuindo salões de jogos e clubes (VARGAS, 2018, p. 129).

Figura 19: Galerie d’Orléans, Paris, 1830 Disponível: < https://useece.blogspot.com/2017/04/palais-royal-galeriedorleans-18-de.html > Acessado em 03 de Junho de 2021

O elemento de grande destaque nas arcadas eram as grandes cobertas de vidro, tornando o exterior e interior um elemento só, levando o pedestre que adentrava o ambiente completamente imerso na luz natural do local ou por sua vez, dos postes que com iluminação a gás que tornavam as passagens cobertas os únicos lugares iluminados a noite. Tanto as cobertas das arcadas, como toda sua estrutura sofreram uma evolução, sendo o traço essencial que as define a repetição regular dos módulos comerciais, posicionado de forma a guiar o caminho do pedestre. Já em sua fachada a porta da entrada das galerias permitia seu fechamento marcando sua condição de espaço público de dia e privado a noite, além de em maneira geral ter em sua composição lojas e serviços no andar térreo com um andar elevado com janelas retangulares e um ou mais andares residenciais (VARGAS, 2018, p. 137).

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LINHA DO TEMPO ARCADAS E GALERIAS Figura 21: Galeria Cristoforis, Milão Disponível: < https://opencms10.cittametropolitana.mi.it/verdi_a_milano/Biografia/Curiosita/La_ Galleria_De_Cristoforis > Acessado em 03 de Junho de 2021

CRESCIMENTO E EXPANSÃO (1820-1860) As passagens cobertas se expandem de Paris para outras cidades da Europa. Em Londres muitas foram construídas a partir da demolição parcial ou total de hotéis. Outras até mesmo incluíam em seus programas hotéis. ex: Galeria Cristoforis, Milão - 1831 que reagrupava 70 lojas acima das quais se encontravam 30 apartamentos, um teatro e um hotel.

Figura 20: Passage Delorme, Paris Disponível: < https://wiki.geohistoricaldata.org/Passage_

Delorme_(Paris)_Parcelles_et_habitants_R%C3%A9volutionEmpire > Acessado em 03 de Junho de 2021

INOVAÇÃO (1796-1820) Passagens e galerias foram construídas com tetos de madeira e vidro no ínício e apenas em 1808 será construída a primeira passagem coberta usando ferro. A Passage Delorme em Paris será a primeira construída com ferro e vidro. ex: Passage Delorme, Paris - 1808 Figura 22: Galeria Vittorio Emanuelle, Milão Disponível: < https://www.europadestinos.com.br/galleria-vittorioemanuele-milao/ > Acessado em 03 de Junho de 2021

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Figura 23: Cl Disponível: <

CONSOLIDAÇÃO E MONUMENTALIDADE (1860-1880) A transformação das passagens cobertas se dá com o desenvolvimento da construção metálica e da junção do capital público e privado, onde aos poucos, as arcadas vão perdendo a característica de espaço de espaço de circulação e se transformam em verdadeiros espaços de cidade. onde são valorizado o poder de um Estado e a prosperidade do capitalismo, o que acarreta no grande crescimento da escala das arcadas que passam a adotar cada vez mais o formato de grandes estabelecimentos multifuncionais, sendo o principal foco a venda dos serviços e da comercialização do que a qualidade do espaço construído (Vargas, 2001, p. 150). ex: Galeria Vittorio Emanuelle, Milão - 1867 ex: Cleveland Arcade, Ohio - 1888-1890 Construída quando o movimento das Arcadas vinha perdendo força, a cleveland Arcade já nos remete aos grands magasins, estabelecimentos contemporâneos às arcadas que posteriormente dará origem aos shoppings centers.

Figura 24 e 25: Les Galerie des Champs-Élysées, Lido Disponível: < https://www.usine-digitale.fr/article/sur-les-champs-elyseesles-galeries-lafayette-misent-sur-le-commerce-conversationnel.N830675 Acessado em 03 de Junho de 2021

>

DESCARACTERIZAÇÃO E DECLÍNIO (1880)

A partir do momento em que os empreendimentos

optam

por

escolher

estimar o consumo em detrimento da qualidade do espaço, as galerias começam a se tornar monótonas, a perda da luz natural e redução das grandes alturas no pé direito são características tão fortementes vinculadas as arcadas que foram sendo perdidas. Vargas cita Delorme e Dubois que dizem que a arcada “ao abandonar o caráter de rua abriu mão de sua essência”.

Sendo este o passo inicial para os futuros shopping centers.

leveland Arcade, EUA

https://www.ohiotraveler.com/the-arcade/ > Acessado em 03 de Junho de 2021

ex: Les Galerie des Champs-Élysées, Lido - 1926

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Seguindo os avanços modernos nos espaços comerciais e a mudança de hábitos de vida e na maneira de comprar das pessoas, cria-se condições para o surgimento das grandes lojas que farão sua evolução até os grandes departamentos. Esses espaços passam a adotar novas características e princípios de vendas como a possibilidade de troca e o preço fixo que irá revolucionar o mercado. A qualidade arquitetônica desses espaços será de grande atrativo sendo, um dos elementos que busque chamar a atenção do consumidor.

O que marca uma forte alteração nesse tipo de estabelecimento é o aumento do seu tamanho. A grande loja passa a vender uma maior variedade de produtos, embora seja algo mais especializado do que as futuras lojas de departamentos que tem como proposta a possibilidade de possuir várias seções, vendendo de tudo. (VARGAS, 2018, p. 159). As grandes vitrines começam a aparecer já no andar térreo desses projetos e com isso a implementação das cortinas de vidro nas fachadas dos edifícios. Posteriormente a chegada do elevador e da escada rolante serão partes do atrativo comercial das edificações, sendo anunciadas como informes publicitários.

Segundo Vargas, que cita Renoy (1983, p. 79) A arquitetura desses ambientes apresentavase “Como uma estação envolvida por rampas de dois andares, cortadas por escadas suspensas, atravessadas por pontes volantes.” As passarelas e escadas metálicas se destacavam sobre o branco dos vitrais que Renoy denominou de “Arquitetura leve, de realização moderna de um palácio de sonhos. Toda uma decoração sofisticada, colorida e brilhante, condizente com uma catedral do comércio.”

Mesmo com a perda da lógica da troca, que trazia espontaneidade para o ato comercial, tanto as arcadas comerciais como as grandes lojas foram desejos do ser humano em transformar o comércio numa atividade econômica por natureza (VARGAS, 2018, p. 177). Ambas as manifestações varejistas obtiveram sucesso ao perceber a importância das demais atividades terciárias e exploraram de forma a dar vitalidade ao comércio (VARGAS, 2018, p.

178). Apesar do espaço privado ter ganhado força sobre o ambiente de espaço público, as atividades desenvolvidas nos novos ambientes de comércio manteve a essência

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da troca, de ambiente para lazer, conversa e divertimento, fazer negócios e política, onde a arquitetura teve papel fundamental como objeto de sedução que tornassem esses estabelecimentos notáveis e de qualidade espacial.

Figura 26: louis sullivan’s carson pirie scott store, Chicago.

Disponível: < http://wendycitychicago.com/the-story-of-louis-sullivanscarson-pirie-scott-store/ > Acessado em 03 de Junho de 2021

O Recife e suas formas comerciais No Brasil, o desenvolvimento varejista foi fortemente influenciado pelo modelo Europeu e posteriormente pelo modelo americano que desenvolveu os super e hipermercados e os shopping centers (VARGAS, 2018, p. 208), que serão amplamente avaliados no próximo capítulo.

Na cidade do Recife, capital de Pernambuco, já nas primeiras décadas do século XIX, a cidade perde sua característica de vila colonial e adquire característica de espaço urbano em movimento e expansão, tendo sua vida cotidiana muito influenciada pelos interesses mercantis que cercavam o porto.

A cidade passa a compreender espaços urbanos comerciais como as praças de comércio, que representavam tanto o local em que o comércio ocorria, como a denominação legal do grupo das pessoas atuantes no comércio perante ao governo. Esses ambientes comerciais foram de cunho de grande importância para o desenvolvimento econômico durante o período Imperial brasileiro. Recife carregava assim, juntamente com outras cidades brasileiras, característica de cidade comercial, reconhecendo seu desenvolvimento e sua consciência corporativa na economia brasileira do século XIX. A imagem abaixo demonstra a relação que existia entre a Praça do Comércio, o prédio da Associação Comercial Beneficente ao fundo e a região portuária da cidade naquela época. O espaço urbano mantia uma boa relação com o entorno e com o usuário, onde o gabarito das construções levava em consideração e colocava em evidência o observador e a visão do horizonte do porto.

Figura 27: Recife, capital Pernambucana na década de 1860 Disponível: < https://www.historia.uff.br/stricto/td/1888.pdf > Acessado em 03 de Junho de 2021

Figura 28: Recife e o porto de Pernambuco Disponível: < https://www.historia.uff.br/stricto/td/1888.pdf > Acessado em 03 de Junho de 2021

Ainda por volta do século XIX, os mercados cobertos conquistaram seu espaço na cidade, muitos originados a partir das feiras existentes na época, desenvolveramse de forma a reproduzir uma arquitetura semelhante à que é vista na Europa, sendo o Mercado Público da cidade do Recife um dos pioneiros em 1875.

Figura 29: Mercado Público de Recife Disponível: <https://arteforadomuseu.com.br/mercado-sjose/> Acessado em 03 de Junho de 2021

Logo após, os Mercados recifenses passaram a reproduzir uma imagem importante da cidade e uma cultura forte da presença de mercados de bairros, e mesmo que os mercados tenham tido um propósito de substituir as feiras, tornou-se comum que muitas acabassem por se desenvolver em volta das edificações do mercado, algumas permanecendo nessas condições até hoje como é o caso do Mercado Público de Água fria construído em 1954, que em seu terreno possuía uma pequena feira livre de frutas e verduras e após a construção do mercado a feira voltou a se desenvolver no pátio de entrada do local.

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Por volta do século XX, Recife já possuía seus espaços comerciais bem definidos como os bairros da Boa Vista, Santo Antônio e Bairro do Recife, sendo os três com o maior adensamento urbano da época.

Figura 30: Recife e os primeiros bairros Disponível: < https://www.historia.uff.br/stricto/td/1888.pdf > Acessado em 03 de Junho de 2021

A partir desses bairros que originaram a cidade, o desenvolvimento da cidade do Recife direcionou no início do século XX, sua produção para as primeiras lojas de departamento, sendo uma delas a tradicional rede varejista Lojas Pernambucanas, fundada em 1908. Posteriormente Recife abrigará as lojas Mesbla, e suas primeiras Lojas Americanas, sendo esta última a única que ainda existe atualmente na cidade.

Daí em diante, mercados públicos e centros comerciais se expandem para outros bairros da cidade como Casa Amarela, Encruzilhada e Afogados. Os subcentros passariam a abrigar os magazines e galerias sobre a influência dos centros comerciais europeu.

Porém, assim como ocorreu em outros países, a influência americana também fez parte do desenvolvimento dos espaços comerciais da cidade do Recife. A localização de supermercados e hipermercados não regularizada por lei, possibilitou a implantação desses empreendimentos próximo às feiras e mercados públicos, contribuindo para o fechamento de vários ambientes comerciais dos subcentros da cidade e abandono desses espaços. A situação de competição se agravaria ainda mais com a enfim chegada dos shoppings centers, que acarretaria em mudanças no padrão de consumo da cidade.

O surgimento de outros shoppings e super e hipermercados nos bairros e municípios que possuíam uma centralidade comercial menor e regionais, leva a esses comércios

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mais tradicionais a ofertar os produtos e serviços por um preço menor e com foco em uma população de poder aquisitivo mais baixo.

Assim, o centro do Recife que já vinha passando por transformações, adquirindo característica de local de grande intensidade de troca de produtos e passou de suas lojas tradicionais a ter que dividir o espaço com camelódromos e posteriormente com as ruas-shopping (ruas comerciais tradicionais), passa a ser visto pelos consumidores como um lugar nada atrativo, com calçadas mal conservadas e ambientes suscetíveis a roubo e violência, de comércio informal e popular, o mesmo acontece em outros bairros em que os espaços comerciais se tornam desvalorizados. A Partir daí as práticas sociais decorrente, ocasionaram na fragmentação do centro e eliminação de um espaço público com locais de troca historicamente consolidados, contribuindo para o fim de pequenos comerciantes e desvalorização dos espaços públicos da cidade.

Atualmente, algumas galerias permanecem em funcionamento na cidade, assim como os mercados, que possuem suas próprias dinâmicas, propostas e funções para seus bairros, sendo ambientes de resistência e de retomada como espaço de expressão cultural da cidade, cada um com sua história e arquitetura, formando espaços de abastecimento e convívio.

Além disso, novos espaços com propostas comerciais têm adentrado na imagem da cidade, como o armazém do campo, que tem como principal abordagem ofertar alimentos orgânicos para os moradores, com alimentos originados dos territórios de Reforma Agrária, ao mesmo tempo que demonstra a importância da cultura que pode nascer com a comida saudável que colocamos na mesa e o Mercado da Torre, com uma proposta de mercado gastronômico, que possui um mesmo ambiente dos mercados públicos tradicionais com um carácter de se entregar aos costumes e rotinas da população do bairro e se estabelecer com espaço de experimentação gastronômica.

Figura 31: Mercado da Encruzilhada no Recife.

Disponível: < https://visit.recife.br/o-que-fazer/atracoes/mercados > Acessado em 03 de Junho de 2021

Figura 32, 33 e 34: Mercado da Torre no Recife tem proposta gastronômica Disponível: < http://viagemsembagagem.com/2019/03/mercado-datorre-abre-as-portas-na-zona-norte-do-recife/ > Acessado em 03 de Junho de 2021

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5.2 - A Crise No Modelo de Consumo e Comércio “O que distingue uma época econômica de outra, é menos o que se produziu do que a forma de o produzir.”

- Karl Marx Com a revolução industrial veio também a evolução dos comércios, tanto quanto no que tange suas edificações como no modo de vender, sendo este último tendo sofrido um impacto ainda maior atualmente com a evolução dos meios de comunicação virtuais e a situação de pandemia da COVID-19.

As relações humanas no convívio, na troca, no contato e nas experiências têm perdido força, porém não deixaram de ser importantes, pois os seres humanos são seres que se relacionam e necessitam de estar em contato físico com outros.

Compreender os erros das construções comerciais que trouxeram tantos pontos negativos para o meio inserido e o que o ser humano precisa e almeja são pontos importantes para o posicionamento e propostas do âmbito varejista futuro.

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O fracasso da cultura dos shoppings No decorrer do século XX, as mudanças nos espaços varejistas decorreram do próprio desenvolvimento da atividade, sendo muitas vezes influenciada pelas exigências das novas formas de produção, principalmente após as revoluções industriais que mudaram radicalmente a organização e carácter das cidades e também por influência do alto crescimento demográfico (VARGAS, 2018, p.

72).

O valor da grandiosidade arquitetônica se perde, tendo espaço apenas para a valorização do objeto mercantil. Os espaços amplos e a qualidade espacial não são mais o foco e nem a principal influência da permanência do cliente na loja, as estratégias de negócio e consumo passam a ser as únicas características a assumir essa função. As edificações dos ambientes varejistas passam a se fechar para a rua, retirando suas grandes vitrinas e aberturas, para toda sua atração ser voltada para o interior onde está presente a mercadoria, nenhuma distração que se origine no exterior e que não possa ser devidamente controlada deve ser permitida (VARGAS, 2018, p. 175).

as necessidades das classe trabalhadora, onde o preço do produto e a conveniência eram mais significativo do que a oferta de variedades, esta última sendo a principal característica das lojas de departamento.

Após a crise de 1929, fez-se a necessidade de novas formas de vendas, o alto custo que era gerado para fornecer um atendimento ao consumidor teve que ser diminuído, a partir disso o varejo traz a inovação de um sistema revolucionário: o self-service, implementado nos super e hipermercados. Esses estabelecimentos conquistaram os quarteirões modestos onde o maior número de pessoas podia encontrar, a preços sem concorrência, os artigos básicos (VARGAS, 2018, p. 181). Sua funcionalidade estava pautada justamente na modalidade do layout onde o cliente poderia circular com facilidade entre os produtos expostos, sem o serviço ao consumidor e sem demais distrações pois a arquitetura nada mais era do que imensos pavilhões, fechados sobre si mesmos, sem nenhum interesse arquitetônico, visto que a finalidade era justamente que a atenção dos consumidores não fosse desviada do ato de consumo, tornando os supermercados mais um método de vendas do que uma organização varejista.

(VARGAS, 2018, p.184). Além disso, com o uso de novos objetos como portas automáticas, catracas e carrinhos de compras, a modalidade do self-service ganhou ainda mais força.

Figura 35: Great Atlantic and Pacific Tea Compan, nos EUA Disponível: < https://scripophily.net/greatatandpa1.html > Acessado em 03 de Junho de 2021

As cadeias de lojas múltiplas são as primeiras a adquirirem tais características, ocasionando no início do declínio do formato de lojas de departamento, uma vez que seus produtos ofertados atendem

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Figura 36: Supermercado Great Atlantic and Pacific Tea Compan, nos EUA Disponível: < https://scripophily.net/greatatandpa1.html > Acessado em 03 de Junho de 2021

Esses ambientes logo deixaram de ser restritos apenas a alimentos para englobar outras áreas comerciais. O que posteriormente desencadeará nos shoppings centers que terá sua criação e evolução nos Estados Unidos, sendo esses centros de compras, compreendido como um agrupamento de estabelecimentos comerciais varejistas em um dado local (VARGAS, 2018, p. 188). De início, esses centros de compras conservaram as mesmas características das ruas de compras tradicionais, que possuíam lojas de ambos os lados da rua e pode-se dizer também que assim como as arcadas comerciais e as galerias, sua inovação teve origem externa ao setor. Porém, esses espaços passam a se desenvolverem com foco no acesso ao tráfego, tirando o pedestre do centro de articulação, que só veio ter uma maior valorização para esses empreendimentos tempos depois e ainda assim a separação entre veículo e pedestres continua clara, onde o automóvel possuirá sempre mais benefícios.

A partir desse momento, diversos críticos já estavam responsabilizando os shoppings centers pela exclusão social, pela alienação do consumidor e pelos impactos nos centros urbanos e comércio tradicional entre outros aspectos da vida cotidiana e social (GARREFA, 2007).

Como Vargas indica, o grande desenvolvimento desses centros de compra desencadearam uma série de transformações urbanas em detrimento desses espaços, seu crescimento estrondoso em quantidades levou a necessidade de analisar métodos estratégicos, estudos de tráfego, justificar a escolha da área e o tamanho e composição do centro. Porém, por muito tempo, todas essas escolhas foram tomadas de formas intuitivas e especulativas e não se submeteram a uma análise a fundo, o que acabou afetando os comerciantes independentes e o processo de urbanização das cidades. Os shoppings centers tornaram-se pólos geradores de tráfego a partir do momento em que são elementos que têm o potencial de alterar toda a dinâmica de uma área devido ao fato de atraírem uma grande massa de pessoas diariamente e portanto gerando grandes deslocamentos diários por parte da população.

Figura 38: Shopping Center atualmente Disponível: < https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-

18052010-153220/publico/tese_fernando_garrefa.pdf > Acessado em 03 de Junho de 2021

Figura 37: Shopping Center americano Disponível: < https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-

18052010-153220/publico/tese_fernando_garrefa.pdf > Acessado em 03 de Junho de 2021

De acordo com Vargas (2018): O sucesso desse tipo de empreendimento imobiliário e sua consequente proliferação provocou um forte impacto na estrutura urbana, bem como no funcionamento do setor varejista independente, gerando uma série de medidas de controle com relação à quantidade e à localização.

(VARGAS, 2018)

A arquitetura dos shoppings centers se valida como uma arquitetura pobre, monótona, sem expressão e sem um diferencial experiencial para oferecer, sendo a aparência, forma, layout e conteúdo todos semelhantes. Sua garantia se baseia apenas nas técnicas de vendas e estratégias do negócio que desprezam a importância e força que o ambiente pode proporcionar, seus espaços fechados para o externo cortam a relação do ambiente comercial com o urbano, mantendo a ideia que partiu dos supermercados de não desviar a

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atenção do consumidor. Já a partir do final do século XX, alguns jornais apontavam a falência do modelo em seu próprio país de origem, visto que milhares de shoppings centers se encontravam abandonados nos Estados Unidos. O modelo dos enclosed malls, fundado por Victor Gruen, que são justamente os shoppings mais reclusos e fechados ao exterior, são maioria nesses shoppings centers que decretaram falência e fecharam. Assim como as Arcadas, os shoppings centers passaram por fases que foram identificadas por Garrefa (2007) e podem ser compreendidas melhor na linha do tempo ao lado.

Essa nova época econômica é marcada então objetivamente pela passagem do consumo de bens para o consumo de serviços, como aponta David Harvey (1989) tornando os próprios shopping centers um produto de consumo e imobiliário, pelo fato de estar fundado em um pedaço que irá lhe conferir as características que fomentam seu valor e confere ao proprietário um monopólio da localização.

O termo shopping center (centro de compras), já deixa claro desde o início o afastamento dos lojistas das principais tomadas de decisão e do poder sobre seu espaço, onde o foco não mais é o comerciante e sim o consumidor e o interesse dos empreendedor imobiliário, caso contrário, se o domínio fosse do comerciante provavelmente teria sido chamado de selling center (centro de vendas).

O segmento varejista atual que já demonstra seus sinais de desgaste, necessita de ressignificar a experiência de seus espaços em associação aos hábitos de compra e de realizar uma nova segmentação baseada na análise do perfil do consumidor e suas mudanças de comportamento e modos de vida, além de realizar uma quebra na fórmula semelhante de conteúdo e forma de todos os shoppings center, passando a levar em conta todo o entorno, contexto social e cultural do local onde está inserido, visto que nenhum lugar é igual ao outro, e sendo assim, nenhum espaço de convivência social irá criar conexão com a cidade se não implementar suas principais particularidades em sua forma arquitetônica.

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LINHA DO TEMPO SHOPPING

INTRODUÇÃO DO

Esta fase está mar de não padronizar mais se destacass três modelos foram

Automobile center tradicionais, porém todo planejado, col e tinha os empre controle das opera Drive-ins - Ofereci além de postos cinemas drive-in encontravam volt estacionamento pr Shopping centers estabelecimentos lugar, de início pos para as vias, mas co presentes, até que a se perder por co shoppings centers rua e sim para um

Figuras 39 a 46: Shopping Centers americanos Disponível: < https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-180 > Acessado em 03 de Junho de 2021

MATURAÇÃO (1950-1957) Os empreendimentos passam a partir da lógica em ter como localização áreas que privilegiavam o grande fluxo de automóveis, juntamente a terras com baixo preço. A partir daí então, os shoppings centers passam a ser distinguidos pelo tamanho e pelo o que oferecem, sendo categorizados como shoppings da vizinhança, comunidade ou região.

Fig

PADRONIZAÇÃO (1957-1980) Os shoppings centers passam a necessitar de um intenso planejamento, onde passam a ser feitos estudos varejistas para desenvolver então a formula sumarizada para os modelos de shopping centers que teve inicio nos desenvolvimentos de Victor Gruen e levou aos enclosed malls, os shoppings fechados e cobertos que poderiam ser reproduzidos em qualquer lugar do mundo.

Fig

CENTER

O PRODUTO (1916-1950)

rcada justamente pela opção r os modelos e assim o que se sobreviveria, dessa forma m introduzidos:

- funcionava como os centros m seu desenvolvimento era locava o carro como evidência eendedores imobiliários no ações comerciais. iam lojas de pequeno porte, de gasolina, lanchonetes, e supermercados, que se tadas para um pátio de róximo às vias.

- O modelo que agrupa os comerciais em um único ssuía algumas lojas voltadas om grandes estacionamentos e a relação com a rua começa ompleto, com as vitrines dos s que não se abrem para a m corredor interno.

052010-153220/publico/tese_fernando_garrefa.pdf

DIVERSIFICAÇÃO DO PRODUTO (a partir de 1966) Esta etapa teve diversas influências, como as mudanças estruturais da sociedade que levou a necessidade de mudanças nos espaços comerciais, que os tornassem mais atraentes e inovadores. Porém, foi justamente a massiva diversificação dos modelos que posteriormente iria acarretar no declínio dos shoppings centers. A grande padronização do modelo, gerou um aumento de concorrência e sua diversificação foram maneiras de tentar postergar o seu declínio.

O processo de diversificação pode ter como destaque os: Pedestrian Malls (1962-1976) que tinham como função serem solução na renovação urbana de áreas centrais da cidade, época marcada pela ênfase na pedestrianização, porém, estes empreendimentos acabavam por ignorar os aspectos históricos e culturais do espaço onde eram inseridos, destruindo trechos inteiros das cidades.

E posteriormente os Festival Centers (1976 - 1990) que tentam atribuir outras características de lazer, aspectos culturais e históricos em seus estabelecimentos para atrair consumidores e fazê-los gastar por impulso.

Por fim os Entertainment center (1980) surgem como proposta para a crise no setor dos shoppings centers, principalmente os enclosed malls, que não oferecem nenhum tipo de experiência ao consumidor e são focados em um tipo usuário e não flexíveis de forma a abranger toda a sociedade. Assim, novos shoppings ou reformas nos enclosed malls foram feitas de forma a abrigarem parques de diversões, cinemas, grandes livrarias, aplicações na praça de alimentação etc. O modelo se torna falho ao focar demais no entretenimento e atrair clientes que buscam passar um longo tempo de permanência no espaço para lazer, porém sem consumir, pois devido a imensa escala desses empreendimentos, torna-se cansativo percorrêlo para realizar compras, desestimulando o usuário a realizar compras por impulso.

guras 42

guras 43

DECLÍNIO (1990)

Figuras 44 a 46

Está fase da início ao fechamento e abandono de muitos shoppings como já comentamos no decorrer do trabalho e que já se estipula o fechamento de muitos outros.

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Mudança nos modos vida e consumo.

de

A cultura do consumo já teve seus índices de início logo no fim do século XIX com os resultados da Revolução Industrial, que traria um novo significado em razão do obter determinados objetos, trazendo à tona valores, desejos e ilusões que o sistema capitalista desperta.

As alterações na estrutura econômica, social e política, para Garrefa (2007) que cita Sevcenko (2001), e a maneira que isso foi refletido nas inovações tecnológicas, condicionaram a alteração de condição de vida das pessoas e suas rotinas cotidianas.

A exemplos como a implementação do método prático de conservação dos alimentos no século XX, ideia essa que surgiu como forma de aumentar a duração dos alimentos durante as guerras, ocasionou no novo processo de condicionamento alimentício em latas, que tornava o processo de padronização e definições de pesos e medidas mais fáceis de serem obtidos e escolhidos pelo consumidor. Por conseguinte, a técnica de conservação dos alimentos, acarretou na indústria moderna de distribuição. Esse novo método atrelado ao avanço do uso do automóvel e dos meios de comunicação, coloca o produtor, virtualmente, mais próximo do consumidor, possibilitando que uma compra seja feita a um telefonema (VARGAS, 2018, p. 178).

O quadro de valores da sociedade passa então a sofrer intensa modificação, estando diretamente relacionada com a maneira de consumir. Passada a crise de 29 e com o fim da guerra em 1945, a sociedade alcança uma maior estabilidade financeira e aumento nos padrões de vida e do poder de compra para bens duráveis. Foi possível assim, que o consumo fosse mais focado em adquirir o que consiste em estar na moda como forma de ser identificado pelo que veste e pelos objetos simbólicos que exibem.

“O repertório socioeconômico e cultural reflete-se sobre o comportamento individual na medida em que se necessita da aprovação e reconhecimento do grupo” (VARGAS, 2018, p. 203) A melhor compreensão de como agir sobre esses determinados grupos, passou a ser estratégia significativa na análise do marketing varejista, identificar o perfil do

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consumidor trará uma maior chance de o produto acertar o seu objetivo.

Na base das necessidades humanas, segundo Abraham Maslow (1943) que traçou a teoria clássica da motivação humana, se encontram as necessidades fisiológicas: alimentação e sono, por exemplo. No momento que essas necessidades são supridas, outras necessidades tomam espaço, estando em uma ordem sequencial que indica: Segurança (proteção, abrigo, estabilidade); Social (afeição, amizade, aceitação); Autoestima ( prestígio, fama, sucesso, respeito) e Autorrealização (atingir um potencial, capacitação).

Figura 47: Pirâmida das necessidades humanas baseada na teoria de Maslow Fonte: < www.rafaelrez.com > adaptado pela autora.

Assim, baseada na teoria de Maslow, observa-se que os desejos tornam-se necessidade a partir do momento em que se vislumbra a possibilidade de satisfazêlos, onde só se deseja o que se conhece ou sabe que existe, dessa forma a partir do momento em que o conforto é suprido se inicia a busca pelo prazer (VARGAS, 2018, p.

203).

E é nesse viés que o varejo passa a seduzir o consumidor, buscando o foco da mercadoria para o foco no mercado e seus diversos aspectos. A publicidade se torna a principal ferramenta na transformação de desejos e necessidades (GARREFA, 2010) .

A demanda de necessidades passa a estar também de acordo com cada fragmentação de grupo social que deixou de se constituir como um grande grupo de hábitos previsíveis para se tornar grupos de referências diferentes, que para os olhos

do varejo, esses grupos passaram a servir como mercados segmentados.

Segundo Vargas (2018), esses grupos podem assumir suas características distintas por meio de: determinado momento (religioso, político); grupo ao qual já se está automaticamente inserido (orientação sexual, idade, estado civil, etnia); grupos ao qual se aspira (renda, educação, profissão).

Outros aspectos que estão ligados a esses grupos e seus modos de vida e consumo, podem ser colocados como oriundos dos avanços demográficos como a inserção da mulher no mercado de trabalho, diminuição das taxas de natalidade e na diversidade dos formatos familiares atuais, além do aumento na expectativa de vida do idoso (GARREFA, 2010). Um novo grupo que vem emergindo e tem causado mudanças no varejo, são aqueles que optam pelo consumo consciente, um consumo menos excessivo e de uso de produtos naturais, que não agridem o meio ambiente, sendo esta uma característica fundamental a ser investida, não apenas como marketing para conquistar os consumidores, mas sim como parte de uma sociedade consciente que tem o interesse de preservar o meio ambiente em que vivemos. Dessa forma, o mesmo mercado varejista e capitalista que influencia a compra, também adquire em suas estratégias a proposta de reverter os males causados e trazer um pouco da essência mercantil em seus primórdios que tinha como intuito a oferta de consumir o essencial e mais natural.

outros como livros, podem ser adquiridos, de forma paga ou ilegal online. O contato imediato pode ser realizado de maneira virtual, o surgimento das redes sociais e comunidades virtuais se tornam o novo espaço público de conversas, discussão, trocas de ideias e informações. E por fim, outro ponto que implicou mudanças no comportamento social, é o deslocamento do uso do tempo livre para essas novas atividades. Todas essas novas preferências encontram uma razão em comum: o preço relativamente mais baixo e durável que esses equipamentos oferecem, podendo atingir um público ainda maior.

Esses novos suportes vêm substituindo os tradicionais e causando impactos no mercado de bens culturais.

Porém, o contato virtual e o lazer no âmbito privado não são capazes de transmitir a mesma experiência e sensações que o espaço público e o estar presente envolvido no meio social com diferentes pessoas e grupos transmitem. Cabe aos espaços públicos e sociais se adaptarem às novas realidades, se aproveitando das novas tecnologias como ferramenta de atração.

No cenário atual, o avanço da tecnologia e a expansão dos meios de comunicação são os principais agentes transformadores e influenciadores nos modos de vida. O avanço da internet e a possibilidade de mais pessoas terem como adquirir um computador, um smartphone e/ou uma smart TV, tem minimizado a importância do contato físico e dado abertura para a internet como campo de lazer e entretenimento.

Muitos são os âmbitos em que se notam as mudanças que interferem na sociedade como um todo. O entretenimento vem cada vez mais se tornando algo da esfera privada do que do público por alguns motivos: Os serviços de streaming que vem evoluindo em detrimento da ida ao cinema, além da atual decadência no consumo de DVDs e CDs, visto que, com o fácil acesso a internet todos esses conteúdos, entre

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O formato do comércio atual O comércio virtual, que tem suas raízes no teleshopping (compras por catálogos, ordem por telefone, por correio, vendas a domicílio, por televisão, por rádio, máquinas de venda), tem tomado outras proporções atualmente. O intenso uso da internet trouxe o e-commerce, que por sua vez possibilitou trazer a mercadoria mais próxima do consumidor, até mesmo daqueles que apresentam alguma dificuldade de locomoção até o estabelecimento. Sua alta gama de oferecimentos de produto, tem seu ponto diferencial de atração nos baixos preços oferecidos, se utilizando da premissa de que o consumidor estará gastando com economia.

O e-commerce põe o consumidor no controle do mercado, possibilitando até mesmo que o consumidor venda seus produtos usados e/ou alugue imóveis ou carros. Por isso, para um bom desenvolvimento do comércio virtual, é necessário toda uma análise de como conquistar o cliente na pré-venda e na pósvenda e realizar pesquisas de mercado, geração de condições qualificadas de vendas, anúncios eficientes e providenciar suporte ao cliente (Rowsom, 1998, p.104).

A internet vem tornando-se um ambiente mais seguro para as compras com a ajuda das empresas de tecnologia, o oferecimento de formas de pagamento mais diversificado também torna-se um fator positivo. Porém, ainda sim é frequente que o consumidor desista de sua compra nas últimas etapas, isso se dá ao fato de que o e-commerce ainda não é capaz de produzir os mesmos estímulos de uma compra presencial como a segurança, a necessidade de adquirir o produto naquele exato momento, além de não contar também com o vendedor, em sua maioria dos casos, para incentivar na compra. Somando a isso, tem-se o fato que a compra online não proporciona ao usuário a possibilidade desfrutar de todos os sentidos humanos, tato visão, olfato e paladar Sendo assim, o e-commerce veio para ficar, mas não para substituir e acabar com o comércio físico. Porém, a necessidade de mudanças no ambiente físico entra aqui em evidência. Ultimamente, dois novos segmentos surgem como propostas

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inovadoras, onde a arquitetura reforça o seu papel de importância no ambiente comercial e transforma o espaço físico em um ambiente de experimentações.

A primeira são as flagship stores, que procuram um maior foco na veiculação da marca e na fixação de um conceito do que na venda direta de produtos (Vargas e Bortolli Jr. 2016). Já a segunda é o conceito de recreational shopping, que pode ser traduzido para compras recreativas, onde o espaço comercial oferece opções de lazer e usos múltiplos, tirando do consumidor a sensação de que a compra está sendo induzida a ele e sim que ele tem o poder de escolha. Um exemplo são os espaços gastronômicos que assumem mais do que um papel de alimentação baseada em necessidade e sim de experimentação.

(VARGAS, 2018, p. 248) Assim, as atividades terciárias de comércios e serviços varejistas precisam estar em conjunto com as demais atividades sociais. Isto inclui até mesmo as atividades virtuais, que podem ser utilizadas conjuntamente como base para fomentar o êxito das atividades sociais dos espaços varejista presenciais e servir como estímulo e insumos para o usuário desenvolver atração pelo ambiente e produto oferecido, como mais uma ferramenta de conquista do usuário, além do espaço físico.

Figura 48: Flagship da Kopenhagen no bairro do Itaim, em São Paulo Fonte: < https://mercadoeconsumo.com.br/2021/09/21/a-evolucao-dasflagship-stores/ > acessado em 27 de Novembro de 2021.

O impacto da pandemia na forma de consumir A pandemia da Covid-19 impactou todo o planeta no final de 2019 e suas consequências logo foram sentidas amplamente em cenário mundial. A vida de todos sofreu interferência e consequentemente isso teve reflexo no âmbito comercial, sendo este o setor mais atingido.

Hábitos e padrões de comportamento sofreram mudanças de forma drástica. Se restringir a ficar em casa se tornou essencial para evitar a disseminação da pandemia e com isso o meio virtual, que vinha lentamente se desenvolvendo, necessitou sofrer uma aceleração em seu uso por se tornar o principal canal de comunicação para diversos setores, como: negócios, trabalho, educação e compras. O mercado alimentício, o de menor alcance no e-commerce, acabou por ser o que sofreu um maior salto e a preocupação com a saúde e a economia se tornou uma das maiores prioridades.

Com muitos negócios fechando, temporariamente sem funcionar ou com grande queda de consumidores, o financeiro de muitos mudou de condição, o consumo do apenas essencial passou a ser prioridade, principalmente alimentação e produtos de higiene. A ida ao supermercado se tornou a única a permanecer com grande movimentação, enquanto restaurantes, shoppings e outros estabelecimentos viram a movimentação de seus ambientes físicos cair cada vez mais. Sendo assim, para suprir necessidades não essenciais, o consumidor tem recorrido em maior escala ao uso do e-commerce. Porém, o e-commerce está longe de ser o principal meio de vendas e compra de produtos, a analista de varejo da Forrester, Sucharita Kodali, já aponta que o pico de vendas não durará e que no momento que a população tiver a oportunidade de voltar a frequentar ambientes de compras, as vendas online irão diminuir. Porém, para a divulgação de produtos, o meio virtual vem sendo a principal ferramenta para obtenção de novidades e de buscas de informações mais aprofundadas.

A VEJA INSIGHTS publicou no final de 2020, um levantamento de dados exclusivos desenvolvido pela consultoria EY Parthenon, onde realizaram uma análise sobre os consumidores brasileiros e as mudanças

nos hábitos de consumo e comportamento a partir dos impactos causados pela pandemia da COVID-19. Nos próximos parágrafos serão apresentados algumas das análises feitas pelo estudo e no que isso impacta o futuro do comércio.

Como já vem sendo notado, a recuperação do comércio será lenta, muitos planejam continuar diminuindo seus gastos para economizar. O preço do produto será de grande relevância na hora da compra e muitos passaram a consumir marcas que oferecem o produto a um preço mais em conta. Porém, em um novo estilo de vida que vem sendo adotado, o cuidado centrado na casa deve emergir de maneira positiva, além de uma maior busca por alimentos frescos. A visão de mundo para com o meio ambiente tem se tornado mais significativa, visto que muitos estão buscando, principalmente nos produtos de necessidade essencial, produtos menos agressivos ao meio ambiente e afirmam, que para esses produtos específicos, não se importariam em gastar um pouco mais.

Em um momento de drástica mudanças, muitos brasileiros estão priorizando ter mais cuidado com a saúde física e mental e por isso a busca por compras mais saudáveis vem sendo fortemente adquirida.

A autenticidade e a honestidade do produto oferecido são fatores a serem levados em conta, a comunicação sincera da marca, influência em manter o consumidor mais próximo. Para o comércio local, dados da pesquisa apontam que focar em atribuir a seus produtos princípios éticos, garantia de origem e certificação de produtos conquista a confiança dos consumidores.

A pandemia vem servindo como um momento de aprendizado e alerta para pensarmos mais como parte de uma sociedade e a valorizar. O consumidor vem demonstrando uma disposição para mudar seus hábitos em pró de serviços e produtos que não cause, ou ao menos amenize, os impactos negativos sobre o meio ambiente e sociedade, sendo assim, o âmbito da saúde e do bem-estar virão a se destacar dentre outros.

Outra tendência que já vinha sendo apontada significativamente e que se intensificou com a pandemia, é a de uso mais intenso de lojas e mercados da vizinhança do bairro. De um modo geral, este formato de compra valoriza a conveniência de um local mais próximo para suprir as necessidades

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e durante a pandemia tem funcionado com opção que diminui uma possível exposição ao vírus.

Figura 49: Tabela de gráfico de mudanças nas preferências e comportamento dos consumidores Fonte: < https://veja.abril.com.br/insights-list/insight-3/ > Acessado em 27 de Novembro de 2021;

A valorização do mercado/loja de bairro desenvolverá novas possibilidades de melhoria urbana para a cidade, que serão vistas no tópico: A Influência do comércio nas cidades.

A seguir, algumas imagens das tabelas com os dados da pesquisa publicada pela VEJA.

Figura 50: Tabela de dados com expectativas para o consumo pós-covid Fonte: < https://veja.abril.com.br/insights-list/insight-3/ > Acessado em 27 de Novembro de 2021;

50

Figura 51: Tabela de dados sobre mudanças na importância dos atributos de compra dos consumidores Fonte: < https://veja.abril.com.br/insights-list/insight-3/ > Acessado em 27 de Novembro de 2021;

Figura 52: Tabela de atributos pelo qual consumidores aceitam pagar mais.

Fonte: < https://veja.abril.com.br/insights-list/insight-3/ > Acessado em 27 de Novembro de 2021;

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5.3 LINHA DO TEMPO CENTROS COMERCIAIS (análise tipológi Para finalizarmos o estudo sobre os templos de consumo pelos quais a humanidade já passou, frequentou, usufruiu e continua usufruindo, se faz importante voltarmos nossos pensamentos mais uma vez para estes ambientes e suas tipologias.

Após compreendermos como esses lugares se originaram e se desenvolveram, quais deles ainda permanecem em nossos dia a dia e o que levou as mudanças nos modos de vida das pessoas e consequentemente como isso afetou o consumo nesses espaços comerciais, podemos comparar a forma como esses locais se consolidaram na malha urbana e como se comunicam com o entorno e com o usuário.

A linha do tempo a seguir irá historicamente analisar e comparar o que estes centros comerciais apresentam em comum, quais mudanças ocorreram nos ambientes comerciais da idade antiga até os centros comerciais mais modernos do século XXI, quais pontos e objetivos ainda permanecem os mesmos e quais mudanças ocorreram nesses centros e o que isso acarretou para as cidades e seus espaços urbanos e sociais.

Bazzar - Oriente Médio Como visto anteriormente, os bazares são grandes espaços públicos no Oriente Médio que fizeram parte da história desde a idade antiga e suas magníficas construções permanecem até hoje. Espaço repleto de elementos sensoriais, pessoas e mercadorias, o Bazzar tem como funcionalidade muitas atividades ocorrendo simultaneamente em seus espaços, o que naturalmente levou ao surgimentos de ambientes destinados a geração de atração para frequentadores de tal maneira que gerasse fluxos direcionados para os ambientes de compra do local. Esse tipo de morfologia pode se assemelhar aos shoppings centers de hoje em dia, que possuem esquemas similares, porém sendo completamente planejados.

Além disso, vale ressaltar que o bazzar apresenta o mesmo formato por séculos, dessa forma muito de seus espaços coloca o pedestre em evidência, enquanto os shoppings que constantemente sofre mudanças, vem desde o início colocando o automóvel como principal elemento e se fechando para o seu entorno, além de modificar a malha urbana.

Figuras 52: Grand Bazaar Coberto, Kapali Carsi, Istambul Disponível: < https://www.realtyports.com/grand-bazaar-istanbul/ > Acessado em 26 de Agosto de 2021

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ica)

IDADE ANTIGA (3.500 a.C - 476 d.C)

Figuras 53: Planta Grand Bazaar Coberto, Kapali Carsi, Istambul Disponível: < http://www.arquitetura.uema.br/wp-content/uploads/2018/08/UEMA-AU-TCC-2017-MACEDO-Reinventar-o-espa%C3%A7o-p%C3%BAblicouma-proposta-para-a-CEASA-MA.pdf > Acessado em 26 de Agosto de 2021

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LINHA DO TEMPO CENTROS COMERCIAIS (análise tipológica) IDADE ANTIGA (3.500 a.C - 476 d.C)

Figuras 54: Representação do Fórum de Pompeia Disponível: < https://www.portoribeiro.com/ pichacoes-de-pompeia-cidade-romana-abandonada/ > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Figuras 55: Vista aéria das ruínas de Pompeia Disponível: < https://www.portoribeiro.com/ pichacoes-de-pompeia-cidade-romana-abandonada/ > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Figuras 56: Planta do Fórum de Pompeia Disponível: < http://www.arquitetura.uema.br/wp-content/uploads/2018/08/UEMA-AU-

TCC-2017-MACEDO-Reinventar-o-espa%C3%A7o-p%C3%BAblico-uma-proposta-para-aCEASA-MA.pdf > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Fórum - Roma

A Ágora assim como os Fóruns, possuiam funções semelhantes, sendo ambos espaços par propósitos, tendo o mercado na área leste do fórum, rodeados por colunatas e outras lojas voltad Já a Ágora inicia-se como um ambiente plano de encontro público e vai gradualmente adq em uma forma retangular, tornando o ambiente aberto da ágora isolado do resto da malha urbana A Ágora passa, por influência dos fóruns romanos, a adquirir feições em plano axial. Esse tipo de espaços abertos passam a ser contornados e fechados por edifícios imensos.

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IDADE ANTIGA (3.500 a.C - 476 d.C)

Figuras 57: Ruínas da Ágora de Mileto Disponível: < https://www.emaze.com/@ALRTCRRL > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Figuras 58: Maquete representativa da Ágora de Mileto Disponível: < https://henrymatthews.com/greco-roman-cities-

of-aegean-turkey/attachment/model-of-miletus-in-the-miletusmuseum-the-north-agora-lies-in-the-center-the-bouleuterion-is-thetallest-structure-to-the-right-the-longer-row-of-trees-near-the-harbourconcea/ > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Figuras 59: Planta da Ágora de Mileto Disponível: < http://www.arquitetura.uema.br/wp-content/uploads/2018/08/

Ágora - Grécia

UEMA-AU-TCC-2017-MACEDO-Reinventar-o-espa%C3%A7o-p%C3%BAblicouma-proposta-para-a-CEASA-MA.pdf > Acessado em 26 de Agosto de 2021

ra atividades comerciais, políticas e sociais. O Fórum de Pompeia, por exemplo, servia para muitos das para rua que se encontram ao norte. quirindo a condição de um espaço mais fechado que se encontra cercado por outras edificações, do entorno, pois acreditavam que era necessário isolar o espaço público para o torná-lo tranquilo. morfologia irá desencadear posteriormente nas praças modernas nos países ocidentais, onde os

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LINHA DO TEMPO CENTROS COMERCIAIS (análise tipológica) IDADE MÉDIA (século V - século XV)

Figuras 60: Grand Place, Bruxelas Disponível: < https://www.paraviagem.com.br/o-que-fazerem-bruxelas/ > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Figuras 61: Grand Place, Bruxelas Disponível: < https://www.queroviajarmais.com/grand-placeem-bruxelas/ > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Figuras 62: Planta do Grand Place, Bruxelas Disponível: < http://www.arquitetura.uema.br/wp-content/uploads/2018/08/

UEMA-AU-TCC-2017-MACEDO-Reinventar-o-espa%C3%A7o-p%C3%BAblicouma-proposta-para-a-CEASA-MA.pdf > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Praças de mercado Na idade média, a qualidade urbana de suas cidades era medida pelo tamanho de suas praças de mercado. Estabelecidas em grandes áreas abertas rodeadas por uma grande quantidade de edificações, as praças são totalmente integradas à vida cotidiana dos que ali viviam, sendo parte do tecido urbano da cidade.

A Grand Place, em Bruxelas, é um exemplo de praça construída no estilo barroco, as praças com esse estilo possuem vias axiais na estrutura da cidade, de acordo com o tamanho das cidades que eram maior, sendo assim muitas dela ofereciam serviços para as classe privilegiadas e infraestrutura qualificada para atender a demanda.

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SÉCULO XIX (1801 - 1900)

Figuras 63: Cobertura do Mercado Hungerford Fonte: (VARGAS, 2018, p.126)

Figuras 64: Planta do Mercado Hungerford Fonte: (VARGAS, 2018, p.125)

Os mercados cobertos Os mercados cobertos surgiram do intuito de criar espaços reservados e permanentes para as barracas, além de ser capaz de receber uma grande quantidade de lojas e público diversificado, visto que os mercados precisavam evoluir para ser capaz de abastecer a população que vinha cada vez mais crescendo e se urbanizando.

Estes mercados possuíam assim, uma coberta leve sustentada por grandes estruturas de ferro e seu perímetro era rodeado por outras lojas, em seu interior as mercadorias se encontravam à venda em barracas que não possuíam cobertas individuais ou divisórias.

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LINHA DO TEMPO CENTROS COMERCIAIS (análise tipológica)

Figuras 65: Kaisergalerie, Berlim 1871-1873 Disponível: < https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Berlin,_Innenraum_der_ Passage_der_Kaisergalerie_in_der_Friedrichstra%C3%9Fe,_1900.jpg/ > Acessado em 26 de Agosto de 2021

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SÉCULO XIX - SÉCULO XX (1801 - 2000)

Figuras 66 e 67: Planta da Kaisergalerie, Berlim 1871-1873 e evolução das arcadas em corte.

Fonte: (VARGAS, 2018, p.148)

Arcadas Conforme mencionado anteriormente, as arcadas tiveram seu início, processo de de expansão e inovação, se consolidaram no mercado, e por fim sofreram descaracterização do modelo que o levou ao declínio.

As arcadas, também conhecidas como galerias e passagens cobertas, tinham como maior destaque em sua arquitetura suas cobertas de ferro e vidro, que permitiam grande entrada de iluminação natural. Essas cobertas e até mesmo o tamanho das arcadas, sofreram modificações com o tempo, que podem ser vistas no desenho esquemático de Geist (1993, p.100) onde ele demonstra a evolução do formato das Arcadas.

A origem do modelo das arcadas vem dos pátios monásticos, onde as colunatas e os arcos marcam o caminhar no espaço. Na arcada, às lojas no térreo normalmente possuíam um andar elevado com janelas retangulares e suas fachadas eram marcadas pelo ritmo das vitrinas com uma grande porta de entrada, além disso, era comum algumas galerias na época também funcionarem como hotéis, fomentando o uso misto do local.

A Kaisergalerie em Berlim, como podemos ver, ligava uma esquina a outra, causando uma linha de força de passagem entre a rua Friedrichstrasse até Behrenstraße, no centro dessa passagem se encontrava uma cúpula octogonal que enaltecia ainda mais a coberta de vidro.

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LINHA DO TEMPO CENTROS COMERCIAIS (análise tipológica) SÉCULO XX (1901 - 2000)

Figuras 68 e 69: Modelos do supermercado Omni nos Estados Unidos inaugurado por volta do final do século XX. Disponível: < https://en.wikipedia.org/wiki/Omni_Superstore > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Figuras 70: Planta de um supermercado Omni nos Estados Unidos.

Disponível: < https://en.wikipedia.org/wiki/Omni_Superstore > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Super e hipermercado A arquitetura dos super e hipermercados nada mais é do que grandes pavilhões que funcionam com o sistema de venda de self-service, onde o cliente escolhe seu produto por conta prórpia e realiza o pagamento no caixa. Esse formato de venda idealizado em 1930, pode ser encontrado em grande maioria desse tipo de comércio espalhado pelo mundo, tornando o layout desses ambientes sem nenhum diferencial arquitetônico, propositalmente para que a visão do consumidor permaneça no produto. Além disso, a este ponto, o contato com a iluminação e ventilação natural já não era mais prioridade, assim como se fazia essencial que estes espaços possuissem grandes estacionamentos dispóniveis no entorno da edificação, somando ao fato que esse tipo de estabelecimento não possui vitrines, era por fim perdida a relação de proximidade direta entre pedestre/ usuario e edificação.

Quando hipermercado, estes estabelecimentos costumam oferecer produtos de alimentos, roupas de cadeia de lojas e produtos para casa como encontrados em lojas de departamento. Por muita vezes, esses espaços se transformarão em uma especie de ancora de shoppings centers, fazendo parte da rede de vendas do local.

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SÉCULO XX (1901 - 2000)

Shopping center Como vimos, os shopping centers, surgiram de maneira planejada, inicialmente sem nenhuma proposta inovadora para o sistema varejista, eram como as tradicionais ruas de compras, com lojas em ambos os lados.

Com o crescimento desse tipo de estabelecimento passa a possuir classificações diferentes a depender de seu tamanho da área de influência, localização e capacidade de pessoas, por exemplo.

Na análise em linha do tempo realizada anteriormente no trabalho, vimos a classificação dos shoppings a partir de sua evolução, desde sua idealização até o declínio.

Nessa parte atual do estudo, temos como foco a relação do shopping com com o espaço urbano, que resultou nos shoppings: out of town (periféricos), os downtown (centrais) e os inner town (fora do centro, mas dentro da mancha urbana).

Os shopping centers out of town (periféricos) diferente do que estávamos acostumados a esperar do varejo que se encontrava em espaços centrais da cidade, esses se encontravam afastados e isolados. Parte de seu conceito, era utilizar lojas de departamentos como grande atrativo e direcionador de fluxos do espaço. Possuía grandes áreas de estacionamento, visto que, em maioria, era necessário algum veículo para se dirigir aos shopping centers out of town. Os estacionamentos se encontravam por trás da edificação e se misturavam com o espaço reservado para descarga, carga e coleta de lixo.

De acordo com Vargas (2018, p. 193) Os centros de primeira geração, por volta da década de 50, possuíam algumas características que iriam continuar presente nas próximas gerações, como: 100 mil m² de área bruta locável, entre quatro a oito vagas a cada 100m² e uma clara separação na circulação entre veículos, pedestres, carga e descarga já vinha sendo implementada. Além disso, esse tipo de shopping ainda possuía rastro dos varejos que o antecederam, o mall era aberto, coberto por toldos que protegiam a frente das lojas e incluía alguns outros serviços no empreendimento, por exemplo escritórios e bancos.

Figuras 71: Planta esquemática de um shopping center regional de primeira geração.

Fonte: (VARGAS, 2018, p.193)

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LINHA DO TEMPO CENTROS COMERCIAIS (análise tipológica) SÉCULO XX (1901 - 2000) Já na segunda geração, entre a década de 50-60, os shoppings centers já começam a possuir sua arquitetura fechada e consequentemente a fazer uso da climatização artificial.

Nessa fase a arquitetura busca nas galerias referências, expressando nos projetos suas colunatas e arcadas cobertas. Todas as lojas menores passam a se voltar para o espaço interno do mall, enquanto algumas lojas de departamento mantém alguma conexão por meio de vitrines com o exterior, as lojas voltam-se para o ambiente sem possuir separação por portas ou paredes de vidro, assim se assemelhando aos conceitos de praça, fóruns e mercados.

(VARGAS, 2018, p.194).

Nessa fase da geração de shopping centers é possível perceber a disposição em L das lojas de departamento, com o propósito de serem os principais pontos atrativos do empreendimento.

Figuras 72: Planta esquemática de um shopping center regional de segunda geração.

Fonte: (VARGAS, 2018, p.194)

A terceira geração, ocorre por volta da década de 60-70, nessa fase o mall já expande seu ambiente para vários níveis, assim com o estacionamento verticalizado passa a ser parte do empreendimento. A luz natural volta a fazer parte do cenário, principalmente nas grandes praças de intersecção, onde se encontram as escadas rolantes que dão acesso aos diferentes níveis.

“Segundo Garrefa (2010), é nesse momento que se formata o modelo shopping center, que será exportado para o mundo todo, cujo idealizador foi o arquiteto Victor Gruen” (VARGAS, 2018, p.195).

Figuras 73: Planta esquemática de um shopping center regional de terceira geração.

Fonte: (VARGAS, 2018, p.196)

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SÉCULO XXI (atualmente) Atualmente, os grandes shoppings centers são a principal cadeia comercial das cidades urbanas, alguns pontos já alisados das gerações anteriores se mantêm presentes, como lojas de departamentos ocupando as extremidades como lojas âncoras, como demonstra o exemplo do shopping Riomar no Recife, alguns atrativos novos também passam a serem adicionados, como o cinema e centros de saúde como o spa. Porém como vimos, o modelo que foi idealizado por Victor Gruen e exportado para todo o mundo, vem demonstrando sinais de desgaste e muitos deles estão com seus dias contados. Os grandes complexos climatizados, não possui integração com a cidade, sua circulação se restringe a parte interna da edificação tirando as pessoas da rua para uma caixa fechada, causam transformações na área urbana de seu local de implantação, normalmente esses espaços abrangem uma grande área voltada para o comércio e não dando abertura para o uso misto, o que necessita das pessoas um longo deslocamento para chegar até o empreendimento.

O natural abandono desses espaços, tem nos feito questionar sobre sua ocupação na cidade e a forma que interage com a mesma.

Figuras 74 a 76: Imagem e plantas do shopping Rio Mar. Disponível: < http://www.afa.arq.br/projeto/riomar-shopping-recife/ > Acessado em 26 de Agosto de 2021

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LINHA DO TEMPO CENTROS COMERCIAIS (análise tipológica) Alguns segmentos já vem trabalhando em novas propostas e em uma arquitetura que resgate conexões com o entorno e o urbano, além de possuir diferentes atrativos, com designs imersivos e experienciais. Demonstrando que estamos caminhando para momentos de mudanças que vêm sendo requisitadas e necessárias.

Para está parte final da análise das tipologias, alguns exemplos serão mostrados, demonstrando como alguns tipos de espaços comerciais citados anteriormente estão sendo propostos atualmente e podem vir a serem propostos futuramente:

Mercado e supermercado

Figuras 77,78 e 79: Reabilitação do Mercado Municipal de Vila Nova Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/968456/projeto-dereabilitacao-do-mercado-municipal-de-vila-nova-de-famalicao-rui-mendesribeiro?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Os mercados e supermercados, estão buscando soluções de layouts menos engessadas que possam ter mais fluidez e sejam propícios e agradáveis para permancer, além de buscarem soluções de gerar gentilezas ao entorno urbano e melhorar a conexão de espaço construído e entorno.

O projeto de reabilitação do Mercado Municipal de Vila Nova, trouxe uma nova releitura para a edificação já existe e um aspecto de ambiente mais agradável, com espaços de permanência confortáveis e com elementos verdes, além de uma coberta vazada que permite a entrada da iluminação natural

Figuras 80: Supermercado Spar em Gmunden, Aústria Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/01-138689/supermercado-spar-

em-gmunden-slash-archinauten-dworschak-plus-muhlbachler-zt-gmbh?ad_ source=search&ad_medium=search_result_projects > Acessado em 26 de Agosto de 2021

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Já a ampliação do supermercado Spar resultou na instalação de um mobiliário urbano com bancos, como atrativo urbano para os pedestres.

Lojas

Muitas lojas estão buscando se conectar com o consumidor por meio de novas experiências sensorias na hora de consumir o produto, desde antes do momento da compra, como depois.

O exemplo da loja Desinchá, trabalha em cima do conceito de ao mesmo tempo que é um ponto de venda, também trabalha em apresentar a marca e seus principais ingredientes, transformando a loja convencional em um ambiente lúdico.

No interior da loja, diversos recipientes de vidro boro silicato estão pendurados, mostrando o processo de produção conforme caminhando pela escada, onde todo o processo acontece utilizando apenas a energia solar e os elementos no recipiente.

Figuras 81 e 82: Loja Desinchá / Superlimão - São Paulo, Brasil Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/968472/loja-desincha-superlimao?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Praças

Figuras 83 e 84: Praça das Artes Tradicionais de Varaždin / KONNTRA Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/958035/praca-das-artes-tradicionais-de-varazdinkonntra?ad_source=myarchdaily&ad_medium=bookmark-show&ad_content=current-user > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Praça pública na Croácia, em uma cidade histórica, com quiosques modulares, preservando a identidade e história do local ao mesmo tempo que incentiva novos usos do local e fomenta o comércio artesão do local e o turismo.

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LINHA DO TEMPO CENTROS COMERCIAIS (análise tipológica) Centros comerciais

Figuras 85, 86 e 87: Centro Comercial de LingGang Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/919551/novo-

centro-comercial-de-linggang-shanghai-zf-architectural-design?ad_ source=search&ad_medium=search_result_all > Acessado em 26 de Agosto de 2021

Alguns centros comerciais, estão passando a buscar uma escala mais aproximada do pedestre, além de investir em ambientes com elementos da natureza com o intuito de proporcionar uma experiência de compra única, É o caso do centro comercial de LingGang em Xangai, projetado com intenção de se assemelhar a um mercado tradicional de ruas de bairro que busca atrair pessoas da área residencial em seu entorno, com ambientes livres em seu entorno e próximo ao rio, criando uma experiência de compras próxima a natureza.

Shopping center

Figuras 88, 89 e 90: Proposta de Shopping a céu aberto em Porto Belo Disponível: < https://www.gazetadopovo.com.br/haus/arquitetura/

shopping-ceu-aberto-bairro-projetado-jaime-lerner/ > Acessado em 26 de Agosto de 2021

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Assim como os centros comerciais, os shoppings centers estão caminhando para mudanças e abordagens semelhantes.

A proposta do novo shopping de Porto Belo (SC) segue a linha que a maioria dos novos shoppings que estão ou irão ser construídos vem seguindo: Ambiente sem corredores e pavimentos fechados, com mais contato com a cidade e natureza, possuindo lojas abertas para as ruas e integradas às demais estruturas do bairro, tendo respeito pela escala do pedestre, além de buscar implementar outras atividades de lazer.

Figuras 91, 92 e 93: Shopping em Rhode Island transformado em moradia.

Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/965172/os-shoppingcenters-de-hoje-serao-nossas-casas-amanha?ad_source=search&ad_ medium=search_result_all > Acessado em 26 de Agosto de 2021

E se realmente o sistema e conceito tradicional de shoppings centers acabar, o questionamento que fica é de: O que será feito com os mais de 600 shoppings existentes só no Brasil?

O colapso recente no mercado, fez com que alguns iventidores e incorporadores pensassem em algumas outras soluções para o uso dos shoppings que vem sendo abandonados nos Estados Unidos. Com à escassez atual no mercado imobiliário, uma opção seria transformar os shoppings centers em espaços para moradia. Foi o que aconteceu com um shopping em Rhode Island, construído no início do século XIX, o espaço foi reformado para acomodar 48 unidas residenciais, enquanto o primeiro pavimento continuou sendo mantido como galeria comercial. Sendo uma opção de moradia de baixa renda e dando utilidade aos gigantescos shoppings centers abandonados.

Semelhante ao caso acima, porém com uma abordagem diferente, o famoso shopping da cidade de Seattle, o Alderwood Mall, está construindo cerca de 300 unidades habitacionais ao redor de um antigo centro comercial ao ar livre, onde a antiga praça servirá como uma espécie de pátio, sendo assim o empreendimento pretende se beneficiar disso e vice e versa, visto que a parte comercial do empreendimento ainda prevalecerá.

Figuras 94: Shopping Alderwood Mall em Seattle que está sendo transformado num complexo residencial.

Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/965016/por-que-o-modelo-

tradicional-de-shoppings-centers-vai-acabar?ad_source=search&ad_ medium=search_result_all > Acessado em 26 de Agosto de 2021

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PARTE 2 68

PROJETAR SENTIDOS

5.4 - A Necessidade de Ressignificar Experiências “Diferentes arquiteturas e desenho de interiores têm a finalidade de seduzir o público, transformando o lugar num catalisador para a vitalidade das ruas e para todo o entorno urbano.”

- De Boer Após a imersão nas consequências causadas pela introdução dos novos empreendimentos na malha urbana das cidades, se faz necessário analisar o porquê de precisarmos ressignificar estes espaços e por que precisamos resgatar algumas importantes características que um dia já fizeram parte dos espaços comerciais das cidades.

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A necessidade de ressignificar experiências Ao longo do estudo, é possível sentir os impactos causados na cidade e sua malha urbana a partir das mudanças sofridas nos espaços comerciais e como algumas características importantes foram sendo deixadas de lado a partir disso.

As cidades e a especulação imobiliária têm cada vez mais visado lucros em detrimento do espaço construído e suas sensações e relações com a sociedade e entorno, enfraquecendo a valorização dos sentidos e a conexão do ser humano com a arquitetura a sua volta. A industrialização e o crescimento urbano não planejado, tornou as cidades abstratas, com muitos espaços de convívio e de experiências perdendo suas funções e repelindo classes sociais de menos condições de aquisição.

O espaço varejista tende sempre a necessitar se adaptar para não cair em abstinência e dessa vez a grande missão é o resgate do consumidor para o espaço físico enquanto adquire características importantes que correspondam às necessidades da situação atual. Como visto anteriormente, a chegada da pandemia da Covid-19 e o distanciamento social acarretou em mudanças no cotidiano coletivo e seus relacionamentos. Mais do que ofertar produtos, os espaços terciários precisam oferecer experiências e conquistar o usuário para ocasionar em sua permanência no ambiente.

Uma das mais importantes impressões que os consumidores adquirem de um ambiente comercial é a sua aparência, a arquitetura entra nesse aspecto como grande característica lúdica de conquista.

O estudo realizado pela Veja Insights e a consultoria EY Parthenon em 2020, mostra que os consumidores estão buscando consumir onde o estabelecimento apresenta confiança e qualidade.

A questão da imagem do comércio tem sido trabalhada de maneira que resgate algumas questões abandonadas na década de 1960 (VARGAS, 2018, p. 251). O espaço construído deve levar em consideração formas de integrar e acomodar, de maneira que os espaços possuam significado para os usuários. Cada pessoa irá reagir de maneira diferente aos estímulos que o ambiente

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possuir, pois somos seres que possuem diferentes crenças, vivências e experiências.

Por isso, o espaço em questão precisa levar em consideração os valores, crenças e costumes da comunidade do local onde a construção está inserida, para que seja o mais inclusiva possível das pessoas daquela região. Um espaço que seja construído em prol dos costumes e valores culturais japoneses não terá o mesmo significado e sensações geradas para um italiano por exemplo.

A imagem que o consumidor desenvolverá sobre a loja está ligada a sua experiência no ambiente, desenvolvendo sua própria percepção ao cheirar, tocar, ver, ouvir, sentir e saborear. Vargas (2018) cita o estudo realizado por Donanvan et al. (1994) sobre a relação de consumidor e o ambiente que pode ser resumida em:

Estímulo do ambiente

Estado emocional: prazer, excitação

Respostas: aproximação ou afastamento.

Segundo as hipóteses dos estudos, a variação das respostas emocionais experimentadas no espaço comercial podem contribuir para um maior gasto de tempo no ambiente de compra, independente da percepção da qualidade da mercadoria, variedade e ofertas e valor.

A arquitetura então deverá ter um dos maiores desafios nesses ambientes: Ir contra a padronização imposta inicialmente pela globalização e ter como partido para o projeto as especificidades do lugar em que se insere, respeitando a cultura e a cidade, a partir de uma inserção urbana menos agressiva e que respeite a paisagem. Dessa forma, surge o conceito de locatlization (Rigby e Vishwanath, 2006). Diferentemente do termo de location que está centrado nas questões de acessibilidade e área de influência, localization pode ser entendido como lugarização, envolvendo a inclusão no âmbito e negócio varejista, a partir da arquitetura, serviços e produtos ofertados e horários de funcionamento, assim atendendo uma gama maior de usuários. (VARGAS, 2018, p. 239).

contrário, atribuir a tecnologia aos hábitos de convívio tradicionais é uma das chaves para uma economia criativa, assunto que será discutido mais adiante (capítulo 5.).

Além de colocar em evidência as características do entorno, respeitando a paisagem e projetar levando em consideração a cultura do local, deve-se colocar como foco da construção o usuário.

Muitas construções atuais aparentam ter esquecido que os usuários não estão ali como meros expectadores do ambiente, e sim para participar ativamente do espaço.

A arquitetura tem o dever de oferecer mais do que apenas abrigos para as atividades e funções diárias. Os espaços necessitam ofertar múltiplas funcionalidades e opções no sentido de garantir o consumo atrelado à experiência de lazer do consumidor, marcando o espaço varejista com um cenário de ambiente de encontro, fluxos e socialização indo muito além de apenas serviços e comércio.

Deve favorecer e desenvolver o equilíbrio, harmonia e evolução espiritual do ser humano, de forma que que ele desenvolva um sentimento afetivo com o espaço, que proporcionem sensação de prazer de estar desenvolvendo atividades no ambiente construído, motivando a permanência no local, sendo esse espaço uma extensão de seu entorno, conectando-se com o urbano, as pessoas e com a natureza.

Ressignificar as experiências em um espaço comercial, é por muito se dizer resgatar algumas características que foram esquecidas e perdidas com a evolução dos tempos modernos. Porém, não significa ignorar a importância dos avanços tecnológicos no meio social, pelo

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5.4 - A Arquitetura e a Manifestação Sensorial dos Sentidos “É evidente que uma arquitetura que intensifique a vida deva provocar todos os sentidos simultaneamente e fundir nossa imagem de indivíduos com nossa experiência do mundo.”

- Pallasmaa Uma boa arquitetura deve levar em consideração um dos fatores mais importantes para atrair e englobar o usuário no projeto: nossos sentidos. Entender como eles são atingidos pelo espaço construído e como o design biofílico pode intensificar e beneficiar essas características serão os assuntos aqui abordados para uma melhor compreensão e análise, para gerar as ideias projetuais que serão apresentadas mais à frente.

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O usuário e os 5 sentidos como foco do projetar arquitetura A arquitetura, como tudo que representa arte, está sujeita a provocar sensações no ser humano, sejam elas positivas ou não, a partir do espaço e tempo e do que isso representa ao indivíduo em sua condição humana. Nossos sentidos são os que nos permitem a percepção do entorno ao qual estamos inseridos e seus elementos, podendo nos submeter a diferentes interpretações entre arquitetura construída e corpo humano.

O corpo humano como agente consciente, de pensamentos e percepção do ambiente a partir da articulação dos sentidos, tem sido estimulado principalmente por elementos visuais. O privilégio do sentido da visão sobre os outros sentidos tem sido recorrente e não é de hoje, muitos filósofos a consideram como o sentido mais nobre, e a cultura e o pensamento atual moderno apenas tem reforçado esse privilégio histórico da visão, além de estimular suas tendências negativas.

Pallasma afirma que o que nos faz sentir distantes da arquitetura atual das cidades é a falta de envolvimento das experiências espaciais e corporais.

Quando nos referimos ao campo da visão, esse envolvimento se dá pelo tipo de visão periférica, que tem como finalidade nos integrar com o ambiente, diferentemente da visão focada que nos afasta do espaço, nos tornando apenas espectadores. As edificações tornaramse produtos meramente visuais e foram se descaracterizando de sua profundidade existencial. Sendo assim, apesar do sentido da visão ser desde sempre o mais estimulado e posto em evidência, é também o que consequentemente tem a possibilidade de mais distanciar os usuários do espaço em questão. (PALLASMA, 2011, p. 13) A falta de humanismo da arquitetura e das cidades contemporâneas pode ser entendida como consequência da negligência com o corpo e os sentidos e um desequilíbrio de nosso sistema sensorial.

O aumento da alienação, do isolamento e da solidão no

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mundo tecnológico de hoje, por exemplo, pode estar relacionado a certa patologia dos sentidos. É instigante pensar que essa sensação de alienação e isolamento seja frequentemente evocada pelos ambientes mais avançados em termos tecnológicos, como hospitais e aeroportos. O predomínio dos olhos e a supressão dos outros sentidos tende a nos forçar à alienação, ao isolamento e à exterioridade. A arte da visão, sem dúvida, tem nos oferecido edificações imponentes e instigantes, mas ela não tem promovido a conexão humana ao mundo (PALLASMAA, 2011, p. 18) A preferência pela visão empobrece a relação e experiência do usuário com a arquitetura projetada no momento em que a visão é considerada como elemento único, visto que todos os cincos sentidos transmitem experiências diferentes sobre o corpo humano em detrimento do ambiente construído, devendo assim então, um sentido completar o outro para produzir uma experiência multissensorial humana que vale a pena.

O significado final de qualquer edificação ultrapassa a arquitetura; ele redireciona nossa consciência para o mundo e nossa própria sensação de termos uma identidade e estarmos vivos. [...]

Uma obra de arquitetura não é experimentada como uma série de imagens isoladas na retina, e sim em sua essência material, corpórea e espiritual totalmente integrada. (PALLASMAA, 2011, p.

11) A audição, assim como a visão, é também um dos sentidos mais explorados e desenvolvido em diversos campos, sendo capaz de articular e estruturar a experiência e o entendimento do espaço, além disso, a oralidade nos traz senso de pertencimento e sentido de coletividade. Embora tendo a oralidade sido substituída pelo escrito, as novas tecnologias, como rádio, televisão, telefone, entre outros eletrônicos, reforçam a necessidade da exploração do campo

da audição para a concentração do atual momento e estado em que o corpo se encontra como para a promoção do sentido de conexão.

Quando pensamos em espaços públicos como o shopping centers, as músicas programadas como som de fundo eliminam a possibilidade de palparmos o volume acústico dos espaços (PALLASMAA, 2011, p. 48). Devemos levar em conta que é a partir dos sons que podemos sentir afinidade com o espaço, seja por meio de seus ecos como pela reverberação dos sons que torna possível a percepção da medida do espaço e tornam sua escala compreensível.

Sobre o tato, Pallasmaa (2011) cita Johann Wolfgang que diz “As mãos querem olhar, os olhos querem acariciar”. O sentido do tato, é considerado assim, como uma forma de extensão do sentido da visão, nos permitindo explorar e experimentar o nosso entorno, individualmente em cada corpo, podendo haver um laço de identidade entre a pele e o toque. A pele é responsável pela percepção do peso, textura, densidade e temperatura da matéria utilizada nas edificações, nos conectando com o ambiente e transformando as sensações em experiências.

O padrão de construção ao toque dos materiais que conhecemos hoje, apenas reforça uma superficialidade de senso enfraquecido do uso dos materiais.

Os materiais naturais como: pedra, tijolo e madeira, expressam suas origens e histórias e permitem que possamos mergulhar nossa visão e toque sobre as características da matéria e nos relacionar afetivamente com o ambiente.

Assim, quando as edificações são projetadas com a ausência de sua tatilidade, medidas e detalhes elaborados para o toque das mãos, que não incorporam a dimensão do tempo ou do processo como os atuais materiais industrializados - chapas de vidro sem escala, metais esmaltados e plásticos sintéticos - perde-se a conexão com a construção e as edificações tornam-se planas, irreais e imateriais ao corpo humano, reforçando em partes a arquitetura como uma construção para os olhos, de maneira afastada da autenticidade da matéria e da construção (PALLASMA, 2011, p. 30).

Quando se trata do olfato, podemos associá-lo ao sentido que em nosso

subconsciente fica resguardado por mais tempo na memória. Um cheiro específico tem a capacidade de nos transportar ao ambiente ao qual o cheiro se remete, nosso olfato tem o dom de despertar uma imagem do ambiente esquecido pelos olhos e também de resgatar as emoções e percepções relacionadas à memória.

Cheiros podem repelir ou atrair o usuário de um ambiente, sendo o sentido que eventualmente será despertado e deixará uma impressão do espaço, seja ela negativa ou positiva. Ambientes projetados com aromas que despertam e agradam são grandes atrativos, onde cada cidade tem seus odores e sabores e torná-los interesse de exploração ao público como parte da cultura da cidade, reforça a imagem e experiência simbólica e significativa que o usuário pode adquirir no espaço.

Dessa forma, assim como o olfato, o paladar, apesar de ser o sentido com menos possibilidades de exploração de um edifício arquitetônico, tem a mesma capacidade de conquistar o usuário como um ato social em espaços públicos e centros comerciais, estando diretamente relacionado com o convívio e a interação e integração do usuário com a arquitetura e o ambiente explorado.

Podemos concluir que o espaço arquitetônico não deve ser apenas um espaço construído, a exploração dos sentidos a partir das nossas experiências no ambiente devem tornar a arquitetura em um espaço vivenciado. Além da preocupação com a funcionalidade do edifício e mais do que meramente um objeto de estética visual, o espaço construído deve receber movimento, incorporar detalhes e texturas superficiais que convidem ao toque, irregularidades e ritmos múltiplos que visam acentuar as experiências, possuir equilíbrio e escala coerente com o usuário e seu entorno, ocasionando na comunicação e encontro de intimidade e aconchego entre corpo e arquitetura.

A arquitetura, tem então o papel de reforçar a experiência existencial por meio do envolvimento multissensorial do corpo com as características do espaço, transmitir e concretizar nossa existência no mundo, refletindo e materializando nas edificações das cidades nossa cultura e tempo.

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O design biofílico como agente transformador A abordagem da biofilia em nossos dias tem sido mais do que necessária nos tempos atuais, principalmente no campo da arquitetura, pois alguns dos fatores que afetam nossa saúde e bemestar estão diretamente relacionados com o ambiente construído à nossa volta. Como visto até então, as mudanças nos modos de vida dos seres humanos que começaram drasticamente a afetar as cidades, meio urbano e meio ambiente, teve partida com a revolução industrial e o consequente afastamento do ser humano do meio rural e da natureza.

A biofilia aplicada à arquitetura tem então como finalidade justamente resgatar a proximidade das pessoas com a natureza e melhorar a qualidade de vida. Estudos da neurociência aplicada à arquitetura têm o importante papel de entender como o ser humano tem reagido a determinados aspectos físicos do espaço em que estão inseridos, principalmente espaços como centros comerciais em que a funcionalidade e seu propósito de compras interessam mais do que o bem-estar do usuário, acarretando em ambientes de iluminação artificial, fechados, sem conexão com natureza e o externo.

Essas circunstâncias podem levar os ambientes comerciais a repelir seus usuários e a gerar desconfortos e transtornos psicológicos aos funcionários que ali trabalham diariamente, visto que ambientes físicos quando não desenvolvidos em prol do bem-estar, podem gerar ansiedade, impotência, falha no desenvolvimento das atividades, sensação de esgotamento e sobrecarga, o que leva consequentemente a atingir diretamente a economia do local comercial e da cidade.

O design biofílico entra com parâmetros projetuais para intensificar e promover benefícios diários para nossos corpos e nossa saúde, que atribuídos a centros comerciais podem melhorar a experiência do cliente e aumentar as vendas. O cliente que consome em espaços rodeados pela natureza aceita que a empresa de varejo cobre preços até 25% mais altos, o que comprova que o usuário tende a frequentar e comprar em lojas em que a vegetação natural está presente. (JOYE, 2010).

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Para o direcionamento e auxílio projetu Calabreze desenvolveram três pilares princip

EXPERIÊNCIA DIRETA COM A NATUREZA O primeiro pilar trata da inclusão direta da natureza no espaço construído. Buscar a inserção de elementos naturais como a luz, ar, água e plantas, elementos da paisagem natural e do ecossistema. Os elementos que englobam este pilar são assim identificados como sendo: • • • • • • • •

Luz Ar Água Plantas Animais Clima Paisagens naturais e ecossistemas Fogo

ual de espaços e edificações com a presença do design biofílico, Stephen R. Kellert e Elizabeth F. pais:

EXPERIÊNCIA INDIRETA COM A NATUREZA

EXPERIÊNCIA DE ESPAÇO E LUGAR

O segundo pilar está relacionado com a aplicação de elementos análogos naturais, a representação da natureza por meio de materiais e padrões. O uso de formas ornamentais inspiradas na natureza (biomimética), materiais naturais e cores naturais são alguns exemplos de como este pilar pode ser integrado em projetos.

Para este pilar as características descritas por Kellert e Calabreze são :

O terceiro pilar se refere a como nosso corpo se identifica e cria uma conexão cultural com o espaço, se tratando da reação psicológica e fisiológica gerada pelas características do ambiente.

• Prospecção e refúgio • Complexidade organizada • Integração das partes como um todo • Espaços de transição • Mobilidade e orientação • Vínculos culturais e ecológicos com o local

• • • • • • • • • •

Imagens da natureza Materiais naturais Cores naturais Simulação natural de luz e ar Formas naturais Evocando a natureza Riqueza de informação Idade e mudança Geometrias naturais Biomimética

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Pesquisadores e acadêmicos vêm ao longo dos anos identificando as melhores estratégias para a abordagem do design biofílico. Assim, a firma de consultoria Terrapin Bright Green reuniu a partir dessas pesquisas os 14 padrões do design biofílico que podem ser identificados como padrões que se correlacionam com os três pilares do design biofílico estando os padrões separados em três categorias:

Figura 98: Bananal Ecologe , Ubatuba Disponível em: < https://sustentarqui.com.br/design-biofilico-o-que-ee-quais-sao-suas-vantagens/ l> Acessado em 04 de Junho de 2021

Natureza no espaço 1. Conexão visual com a natureza: vista do ambiente projetado voltada para elementos da natureza e seus sistemas vivos e processos naturais.

2. Conexão não-visual com a natureza: estímulos sensoriais que fazem referência a natureza e seus sistemas vivos.

3. Estímulo sensorial não-rítmico: conexões efêmeras com a natureza.

4. Variação térmica e de fluxo de ar: sutis mudanças no ar e na temperatura ambiente.

5. Presença de água: Aprimoração da experiência ao ver, escutar ou tocar a água.

6. Luz dinâmica e difusa: Variadas intensidades de luz e sombras que mudam com o tempo para criar condições que ocorrem na natureza.

7. Conexão com os sistemas naturais: Consciência dos processos naturais, especialmente mudanças sazonais e temporais característica de um ecossistema saudável.

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Figura 99: Casa Cobogó Marcio Kogan – SP – Foto: Nelson Kon Disponível em: < https://sustentarqui.com.br/design-biofilico-o-que-ee-quais-sao-suas-vantagens/ l> Acessado em 04 de Junho de 2021

Analogias Naturais 8. Formas e padronagens biomórficas: Referências simbólicas a contornos, arranjos padronizados, texturizados ou numéricos que encontramos na natureza.

9. Conexão dos materiais com a natureza: Materiais e elementos da natureza que refletem a ecologia ou geologia local criando uma sensação de ambiente único e distinto de demais.

10. Complexidade e ordem: Ricas informações sensoriais que aderem a um espaço de hierarquia semelhante àquelas encontradas na natureza.

Figura 100: Mistério Disponível em: < https://sustentarqui.com.br/design-biofilico-o-que-ee-quais-sao-suas-vantagens/ l> Acessado em 04 de Junho de 2021

Ao longo de pesquisas as evidências da importância da conexão do ser humano com a natureza apenas se intensifica, indicando que este é um caminho não apenas favorável para nossa saúde, convívio social e para a realização das atividades do nosso dia a dia, como também para a economia dos estabelecimentos varejistas e consequentemente da cidade e do país.

Incluir o design biofílico seguindo os pilares e padrões encontrados e estabelecidos na natureza terá a capacidade de transformar a experiência do usuário e atingir seus sentidos. Os benefícios adquiridos a um ambiente pelo design biofílico fomentam e encorajam seus usuários a permanecer e a retornar ao local, mudanças simples em nossos ambientes varejistas podem acarretar em inúmeros pontos positivos do ponto de vista econômico, de saúde e bemestar.

Figura 101: Esferas da Amazon Disponível em: < https://sustentarqui.com.br/design-biofilico-o-que-ee-quais-sao-suas-vantagens/ l> Acessado em 04 de Junho de 2021

Natureza do Espaço: 11. Panorama: Espaços com vista ampla a distância.

12. Refúgio: A sensação de que observar seu entorno traz conforto e segurança.

13. Mistério: Antecipação do que pode ser encontrado porém com a possibilidade de obter mais informações ao adentrar o ambiente.

14. Risco/Perigo: Emoção de sentir um risco não possível de identificar, porém associado a uma sensação de salvaguarda.

Figura 102: E Casa Catuçaba (SP) -Foto: Fernando Guerra Disponível em: < https://sustentarqui.com.br/design-biofilico-o-que-ee-quais-sao-suas-vantagens/ l> Acessado em 04 de Junho de 2021

Figura 103: Biblioteca em Gando- Francis Kere Disponível em: < https://sustentarqui.com.br/design-biofilico-o-que-e-e-quais-saosuas-vantagens/ l> Acessado em 04 de Junho de 2021

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PARTE 3 80

O COMÉRCIO COMO POTENCIALIZADOR REGIONAL

5.6 - Economia Criativa “imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo.”

- Albert Einstein De forma a trazer inovação na forma de produzir espaços comerciais e de qual o intuito a ser alcançado com essesambientes, de forma que possa gerar economia para a região e para os comerciantes, se fez necessário o estudo sobre a economia criativa e como ela tem sido aplicada como solução para alavancar a economia e como agrega valor ao negócio ao explorar a criatividade como produção de atividades na qual o ser humano pode exercitar sua imaginação e que darão retorno econômico para as cidades, além de estimular a convivência, a cultura e o lazer nas regiões.

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Economia criativa Por muitos anos, as atividades terciárias eram vistas como atividade indigna e desprezível e de pouco significado para o campo do desenvolvimento econômico social. Esta cena ideológica passou a ter mudanças com a ascensão da burguesia, que possuía novos anseios e impulsos aquisitivos, o que levou a mudança nas ofertas e processos varejistas aqui já discutidos.

Estes processos de mudanças desenvolvidas ao longo das décadas, tanto dos ambientes comerciais quanto dos modos de vida, ironicamente pautados na predição dos fenômenos econômicos de ambientes terciários, acabaram por interferir no próprio desenvolvimento espontâneo da economia e da livre ação das forças de mercado e na descaracterização arquitetônica desses espaços. (VARGAS, 2018, p. 23). As consequências dessas ações, nos levou a cenários complexos como polarização e desigualdades, onde agora são necessárias transformações e estratégias criativas para que possamos explorar as mudanças culturais, econômicas, sociais e tecnológicas em seus âmbitos positivos.

O que nos leva a questionar maneiras de realizar tais mudanças de forma que a economia tenha seu desenvolvimento ultrapassando a visão unicamente econômica. O conceito de economia criativa entra como base de interface entre cultura, tecnologia e economia, além de buscar inovação e promover a sustentabilidade. O pesquisador britânico John Howkins acredita que é justamente a relação que acontece entre a economia, a criatividade e o campo simbólico que surge a Economia Criativa, onde temos a economia encarregada de regular a produção, distribuição e consumo de bens e serviços e a criatividade para trazer novos modelos de negócios com inovação, buscando benefícios para todas as partes envolvidas.

Comparando a economia criativa com a economia tradicional, podemos compreender suas diferenças. A economia tradicional tem seu foco bem consolidado em agricultura, comércio e manufatura. Já a economia criativa, muito mais abrangente, tem sua produção focada em bens tangíveis ou intangíveis, busca o foco no conhecimento

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artístico e intelectual e pode concentrar suas ativida serviços pela internet e até mesmo artesanato, além Para melhor exemplificar a Conferência das N (UNCTAD) elaborou um diagrama demonstrando a diferentes eixos: patrimônio, artes, mídia e criações outros setores.

Figura 104: Classificação dos setores das indústrias criativas Disp

br/&gclid=CjwKCAjwkN6EBhBNEiwADVfya7MkL7gotM06nCPJCvyeMEsfjmd7tfdxfFWa6xp

As indústrias criativas são então empresas c à vontade e desejos do ser humano em desenvo segmentos que só foram possíveis graças ao des a ter seu foco centrado nos valores culturais, um d Assim, a economia criativa vem gerando um pap intensifica não apenas o desenvolvimento econôm qualidade de vida, bem-estar e autoestima das pe locais são valorizados.

Diante disto, a mistura de raízes culturais e com criativa abordar, capaz de impulsionar o crescimen desenvolvimento por ter sua base pautada na cria sociais da cada país/região para serviços únicos e p Assim, Costa e Souza-Santos (2011) tange a e a Unesco (2008,2010) de tal maneira: 1. A que desenvolve e promove empregos, exportaç e desenvolvimento humano.

2. A conexão existente com a economia, cultura intelectual e objetivos turísticos.

3. Um sistema econômico baseado no conhecimento entre elementos macro e micro da economia.

ades em setores como arquitetura, artes, tecnologia, m da publicidade, fotografia, televisão, entrou outros.

Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento a classificação das indústrias criativas em quatro funcionais, onde juntas podem se desenvolver nove

ponível em:

< https://www.politize.com.br/economia-criativa/?https://www.politize.com.

pjK7RqMUzIdp8FmBoC_fIQAvD_BwE > Acessado em 04 de Junho de 2021

criativas, que sempre existiram no mercado graças olver coisas novas, mas que desenvolveram novos senvolvimento das tecnologias digitais, e passando dos pontos mais importantes da economia criativa. pel de importância na sociedade atualmente, pois mico como o social também, por buscar gerar uma essoas e comunidade, onde os aspectos culturais

merciais gera amplas possibilidades para a economia nto econômico e representar uma alternativa para o atividade, usufruindo das características culturais e produção de bens. economia criativa e seus benefícios de acordo com

ção, promoção e inclusão social, diversidade cultural e aspectos sociais com tecnologia, propriedade

o desenvolvendo a dimensão e através da interligação

4. Desenvolvimento da inovação através de políticas multidisciplinares.

Costa e Souza-Santos (2011) citam também Landry (2003), sobre as cidades criativas e como elas representam de maneira importante a possibilidade da economia criativa em movimentar o comércio em escalas globais, onde criam uma rede de cooperação e reposição de talentos em todo mundo. O surgimento e fortalecimento destas cidades, tem o poder de transformar o próprio ambiente onde se situam, promovendo novas dinâmicas para os setores em que a economia criativa atinge e visando a revitalização de áreas e regiões da cidade que carecem de tal atenção e transformação.

O ambiente urbano para as cidades criativas se torna uma característica definidora e representativa de suas cidades, onde o valor cultural e histórico de suas edificações devem ser compreendidos e preservados. A importância do valor cultural que já foi tratado quando falamos da importância da experiência do ser humano em um ambiente construído, é aqui reforçado pela visão da economia criativa, que no campo da arquitetura pauta as possibilidades de conservar mutuamente o significado e o papel designado de uma edificação. A conservação pode ser adquirida de diferentes maneiras, como: preservação da memória, conservação da arte e de realizações arquitetônicas, valorização de lugares de significado e sentido coletivo e ainda assim permitir a possibilidade da ressignificação desses espaços.

A maneira que pensamos nossas cidades é o que virá a contribuir para o sentimento de pertencimento e de identidade de cada população local. Sendo a conexão entre comunidades e as edificações que lhe cercam, onde vivem e trabalham, crucial para o desenvolvimento.

Dessa forma, a economia criativa abrange também a valorização do comércio local, pois consumir os pequenos negócios e empreendimentos do bairro se torna um combustível para toda a economia, levando o dinheiro a circular pela região e favorecendo o desenvolvimento local, sendo também uma forma de valorização cultural do bairro e da cidade, além de trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento social e sustentável

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das cidades, assunto que será melhor desenvolvido no próximo capítulo. Portanto, no que diz respeito aos benefícios que trazem o consumo e compra local, sobretudo no âmbito da economia, o SEBRAE destaca os seguintes pontos:

PERTO DE CASA E DO TRABALHO

GERAÇÃO DE EMPREGOS

NOVOS NEGÓCIOS

Menor tempo de deslocamento, fato que reflete na economia com transporte e faz bem ao trânsito das cidades, com mais qualidade de vida e menor impacto ao meio ambiente.

Vagas de trabalho são geradas nos estabelecimentos locais.

De acordo com o Sebrae, as micro e pequenas empresas empregam 52% da população que tem carteira assinada.

Com as pessoas trabalhando na cidade, são geradas novas demandas por produtos e serviços, assim o dinheiro circula localmente e resulta em um desenvolvimento econômico mais acelerado.

DESENVOLVE A COMUNIDADE

ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS

Valorizar o comércio da vizinhança fortalece as empresas locais, que são estimuladas a inovar, investir na diversidade de produtos e serviços e na melhoria do atendimento.

Quando o consumidor escolhe os negócios locais, ele contribui com a geração de renda para o poder executivo municipal, que por sua vez pode aplicar nas demandas da cidade.

Tabela 1: Benefícios que o consumo e compra local trazem para o bairro e cidade..

Fonte: SEBRAE

A exploração de possíveis conexões e maneiras de trazer inovação a partir da cultura é um dos possíveis caminhos para estabelecer uma nova identidade para o varejo.

A promoção de atividades diversificadas nesses espaços ligados à cultura e ao lazer, resgatando esses ambientes como local de encontro e de pertencimento da cidade e sua população, trará impactos positivos para o social e econômico.

A transformação necessária não irá partir do princípio da homogeneidade, a economia criativa tem justamente como um de seus princípios que é a valorização e a força da diversidade que resulta em boas ideias. Quanto mais diversificado o espaço, mais ele irá incorporar diferentes classes sociais, origens, gêneros, estilos e comportamentos, fazendo com que o espaço comercial atinja diferentes públicos e atraia mais usuários para o estabelecimento em diferentes horários. Usufruir da possibilidade de espaços e ambientes colaborativos, de produtos e serviços autorais com valor intangível, onde o engajamento de lojas com propostas além da oferta, podem ter a colaboração coletiva entre partes interessadas como clientes e fornecedores, mostra uma reformulação em relação a maneira de consumir e vender que irá acarretar em ambientes de propostas significativas e da ressignificação dos espaços comerciais nas cidades.

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Figura 105 a 107: Casulo moda criativa Disponível em: < http://interpreta.com.br/como-a-economia-criativatem-contribuido-para-inovar-o-varejo/ > Acessado em 04 de Junho de 2021

Maiene Horbylon, Raquel Guerra e Milleide Lopes, do Casulo Moda Coletiva, empreendimento que usa da economia da criativa ao terem como proposta diferente no consumo de moda, indo além da oferta de produtos de vestúarios, o empreendimento propõem um vincúlo com suas clientes, fornecedores ou a quem interessar. Além de apoiarem marcas que se preocupam com a sustentabilidade, o espaço tem como uma das propostas um bazar de troca regular, onde os clientes levam as peças que estão interessados em se desfazer.

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5.7 -A Influência do Comércio nas Cidades “Assim como as cidades podem convidar as pessoas para uma vida na cidade, há muitos exemplos de como a renovação de um único espaço, ou mesmo a mudança no mobiliário urbano e outros detalhes podem convidar as pessoas a desenvolver um padrão de uso totalmente novo .”

- Jan Gehl

Para finalizar o estudo da conceituação temática desta pesquisa, se fez necessário compreender como o comércio se relaciona com as cidades e a maneira que, quando bem projetado, esses espaços podem se tornam um verdadeiro estímulo para a convivência na cidade e um fomentador de espaços públicos que geram vida na cidade seja de dia ou de noite. A partir daqui teremos subsídios para solucionar alguns problemas encontrados na área de estudo desta pesquisa, que mais a frente serão identificados.

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A influência do comércio nas cidades Cidade e comércio possuem uma relação de origem ( VARGAS, 2018, p. 272) visto que nos primórdios, as cidades se originaram da troca entre os viajantes e comerciantes.

Em um mundo cada vez mais globalizado e urbano, a relação entre as práticas do setor terciário e a cidade precisam se relacionar mutuamente. Ambientes comerciais não planejados são a alma da cidade, pois nasceram de maneira espontânea para suprir as necessidades da população e criaram sua identidade no espaço e tempo, permitindo que os usuários se apropriem do ambiente e criando uma relação conjunta do comércio e as demais atividades sociais, registrando funções essenciais na distribuição de produtos e serviços, além de manter o abastecimento humano e cultural da sociedade.

O entendimento da atividade comercial como apenas um ambiente de consumo vem perdendo força, porém como já dito, por muito tempo as atividades do setor terciário foram vistas como pouco importantes para o desenvolvimento econômico e social. Essa falta de interesse inicial com o ambiente do comércio levou a poucos estudos sobre o assunto e acarretou em uma proliferação degradada de espaços comerciais e projetos gigantescos que não foram planejados de acordo com a lógica do ambiente urbano, perdendo totalmente o compromisso com a cidade, onde as companhias imobiliárias desenvolveram espaços sem nenhuma correspondência com a demanda, sendo suas ofertas maiores do que a necessidade e procura.

Figura 108: Shopping Rio Mar no Recife com 295milm² de área construída, pode ser considerado um exemplo de Gentrificação na cidade do Recife.

Disponível em: < https://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/

riomar-recife-e-obra-do-ano-eleita-pela-abcic/> Acessado em 04 de Junho de 2021

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O enobrecimento de bairros com o intuito de melhoria social, cultural e econômica, entram em uma linha tênue no conceito de gentrificação. O processo acaba deslocando os residentes do bairro devido ao aumento dos preços de serviços, comércio e moradia da região e a resultar em espaços públicos da área politizados e segregados.

Como vimos, na cidade do Recife esse tipo de processo ocorreu com frequência com a chegada dos supermercados e hipermercado e posteriormente do shopping center que foram localizados perto de áreas de comércio tradicional ativo como feiras e mercados, contribuindo para o fechamento de vários comércios desse segmento e de um aumento da aquisição financeira do bairro e a consequente gentrificação da região. Os comerciantes tradicionais remanescentes foram obrigados a venderem seus produtos por preços mais baixos para conseguirem se sustentar diante da concorrência. A desvalorização de muitos bairros os deixarão com característica de um ambiente de comércio informal e não valorizado.

Somente após ser notada a desordem em que as cidades se encontraram é que o comércio passou a ser motivo de atenção e pensado não apenas como problema, mas também como solução para o desenvolvimento urbano.

A cidade deve ser palco para as pessoas trocarem ideias, vender e comprar e ter espaços para relaxar e se divertir. O espaço comercial tem capacidade para ser um grande catalisador para unificar essas atividades, sendo capaz de marcar culturalmente e socialmente o ambiente, como um espaço para desenvolver o turismo e o encontro de pessoas.

O placemaking, anda lado a lado com a gentrificação, porém com um intuito e consequências de suas propostas levando ao viés totalmente oposto. Enquanto a gentrificação não leva em consideração o ambiente já existente e acaba repelindo algumas classes sociais da área, o placemaking tem o intuito de ser um processo de planejar espaços públicos de qualidade que venham a contribuir para a melhoria do bem-estar da comunidade local.

A noção que delimita a ideia de placemaking foi originada em 1960 por Jane Jacobs e William H. Whyte, que passaram a desenvolver ideias que inovaram o âmbito

sobre a criação de cidades feitas para atender as pessoas, com bairros vivos e convidativos.

Além disso, o comércio local ao estimular que a cidade seja mais caminhável, evita que as pessoas adquiram doenças relacionadas ao sedentarismo e diminui os impactos ambientais causados pela emissão dos combustíveis dos automóveis, além de consequentemente gerar uma melhora para o tráfego e evitar o desgaste e estresse no trânsito. Implementa também a atribuição de ruas mais seguras, espaços vazios e sem movimentação transparecem insegurança, enquanto ambientes e ruas com pessoas circulando a todo tempo, em momentos diferentes, realizando atividades diversas e usufruindo da infraestrutura disponível, passa a imagem de ser um ambiente seguro.

Figura 109: Sundance Square forma o núcleo de um novo distrito urbano caminhável em Fort Worth, TX, USA. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/960416/o-que-eplacemaking > Acessado em 04 de Junho de 2021

Como vimos a partir da pesquisa realizada pela VEJA Insights sobre as mudanças na forma de consumo desde a pandemia da COVID-19, os consumidores já estavam propícios a resgatar um vínculo com os ambientes comerciais de seus bairros e usufruir dos benefícios que o comércio tradicional proporciona. Além de gerar uma melhor distribuição de renda, ao valorizarmos o comércio de bairro adquirimos vantagens como atendimento customizado, relação de confiança, novidades de acordo com as necessidades do bairro, praticidade e comodidade de termos um lugar perto o suficiente para ir apenas caminhando, sendo a caminhada beneficente para nossa saúde e para o meio ambiente ao evitarmos mais um trajeto necessitando do uso de automóvel.

Figura 110: Intervenção na Rua Completa de Juiz de Fora. Foto: Daniel Hunter/WRI Brasil Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/919765/antes-edepois-medicao-de-impacto-em-3-cidades-que-estao-implementandoruas-completas > Acessado em 04 de Junho de 2021

Figura 111: Proposta de Perkins+Will’s para o Mission Rock em São Francisco

Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/867519/4-dicas-importantes-para-projetar-ruas-para-aspessoas-e-nao-apenas-para-os-carros?ad_medium=widget&ad_name=recommendation > Acessado em 04 de Junho de 2021

O que encontramos nas ruas é crucial para o desenvolvimento da vida humana, espaços varejistas que se desenvolvem abertamente com o térreo ativo voltado para as ruas, intensificam o entorno da localização e nos coloca em contato com o que está próximo. Por isso, o contato direto de ambientes comerciais com o pedestre se torna crucial. As cidades precisam pôr o pedestre em evidência e ter suas fachadas permeáveis construídas ao nível dos olhos.

A atenção no desenvolvimento das edificações a partir da escala humana e com o que o nível dos nossos olhos podem alcançar, é requisito em qualquer área urbana. Um espaço urbano ao bom nível dos olhos é o que torna convidativa a caminhada pelo ambiente e nos torna próximo da cidade (GEHL, 2014, p. 118).

Espaços bem planejados que incentivam a caminhada e se conectam com o pedestre, nos trazem uma melhor qualidade de vida, além de que ambientes movimentados e com a presença de permeabilidade visual, tornam as ruas mais seguras de praticar a caminhada.

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PRAZER

CONFORTO

PROTEÇÃO

Para reforçarmos a vida nas cidades, as áreas térreas das edificações devem ser atrativas e funcionais e incentivar a permeabilidade física e visual. Os shoppings centers atuais são o completo oposto, suas grandes fachadas com ausência de aberturas, tornamse imensos paredões para o entorno, além da falta de proximidade com a calçada e o pedestre, colocando o automóvel sempre como preferência. Jan Gehl além de listar critérios positivos para a elaboração do térreo de uma edificação como a necessidade de ser: Ativo, Convidativo e Misto, identifica em Cidade Para Pessoas os doze critérios de qualidade para um espaço público de qualidade: PROTEÇÃO CONTRA O TRÁFEGO E ACIDENTES SENSAÇÃO DE SEGURANÇA -Proteção aos pedestres -Eliminar o medo do tráfego

PROTEÇÃO CONTRA O CRIME E A VIOLÊNCIA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA - Ambiente Público cheio de vida -Olhos da rua -Sobreposição de funções de dia e à noite - Boa iluminação

PROTEÇÃO CONTRA EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS DESCONFORTÁVEIS -

Vento Chuva/ neve Frio/ calor Poluição Poeira, barulho, ofuscamento

OPORTUNIDADES PARA CAMINHAR

OPORTUNIDADES PARA PERMANECER EM PÉ

OPORTUNIDADES PARA SENTAR-SE

-

Espaço para caminhar Ausência de obstáculos Boas superfícies Acessibilidade para todos - Fachadas interessantes

- Efeito de transições/ zonas atraentes para permanecer em pé/ ficar - Apoios para pessoas em pé

- Zonas paara sentar-se - Tirar proveito das vantagens: vista, sol, pessoas - Bons lugares para sentar-se - Bancos para descanso

OPORTUNIDADES PARA VER

OPORTUNIDADES PARA OUVIR E CONVERSAR

- Distâncias razoáveis para observação - Linhas de visão desosbstruídas - Vistas interessantes - Iluminação (quando escuro)

- Baixos níveis de ruído - Mobiliário urbano com disposição para paisagens/ para conversas

OPORTUNIDADES PARA BRINCAR E PRATICAR ATIVIDDADE FÍSICA

ESCALA

OPORTUNIDADES DE APROVEITAR OS ASPECTOS POSITIVOS DO CLIMA

- Edifícios e espaços projetados de acordo com a escala humana

- Sol/ sombra - Calor/ frescor - Brisa

- Convites para criatividade, atividade física, ginástica e jogos - Durante o dia e à noite - No verão e no inverno

EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS POSITIVAS - Bom projeto e detalhamento - Bons materiais - Ótimas vistas - Árvores, plantas, água

Tabela 2: 12 critérios de qualidade com respeito à paisagem do pedestre.

Fonte: GEHL (2010, p.239)

Devemos compreender melhor o espaço urbano da cidade e como as pessoas se relacionam com o local, buscar atender as necessidades do público ao inserirmos eles como parte do desenvolvimento projetual, portanto a colaboração dos habitantes nesse quesito é essencial para tornar a rua lugares convidativos.

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O comércio entra nesse aspecto como condição de atividade social e de abastecimento que relaciona a atividade comercial com o cotidiano das pessoas, sendo a cidade e comércio causa e efeito para a centralidade que pressupõe o encontro para o fluxo de pessoas, mercadorias, idéias e conversas (VARGAS, 2000). Em especial o comércio local de bairro, que quando valorizado e de acordo com as necessidades da região pode ser um grande atribuinte para o estímulo de uma cidade mais viva, e quando atribuído a outras atividades então, se torna um catalisador de espaços públicos desenvolvidos de maneira que seja possível realizar os três tipos tipos distintos de atividades caracterizados por Gehl como: Atividades necessárias, atividades opcionais e atividades sociais. Atividades necessárias são aquelas que as pessoas geralmente têm que fazer, que acontecem sob qualquer condição, como ir trabalhar ou à escola. Atividades opcionais, que são aquelas que acontecem sob boas condições, são atividades recreativas como caminhar ou sentar para apreciar a vista. O aumento no nível de atividades opcionais é um convite ao aumento das atividades sociais, que nada mais é que a interação entre as pessoas.

Figura 112: Representação gráfica da ligação entre qualidade de ambientes externos e atividades ao ar livre.

Fonte: GEHL (2013, p.21) Adaptado pela autora.

O exercício da atividade comercial, sua diversidade, a maneira como se manifesta fisicamente e como os usuários se relacionam e se apropriam do ambiente, irá refletir diretamente sobre a imagem da cidade, tanto física quanto mental. Ao preservarmos a identidade de um determinado espaço, mantendo suas características naturais, seja bairro ou amplamente de toda a cidade, o tornarmos identificável para sua população e consequentemente resguardamos suas memórias culturais enquanto o ressignificamos como ambientes públicos e espaços de convivência trazendo novas formas de atividades e maneiras de vivenciar os ambientes da cidade que possam estimular melhorias na economia e na qualidade de vida dos cidadãos, pois como afirma Jan Gehl “A vida em bons espaços públicos é parte importante de uma vida democrática e completa.”

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6.

PRECEDÊNCIAS PROJETUAIS

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PROCEDÊNCIAS PROJETUAIS Os projetos a seguir, foram escolhidos por apresentarem uma ou mais características projetuais relevantes abordados anteriormente na conceituação temática, de serem utilizadas como base para a proposta do centro comercial no bairro do Arruda de forma que o espaço atenda aos critérios projetuais com finalidade de proporcionar um ambiente de ofertas variadas, sensorial, com presença da biofilia e de integração, permeabilidade física e visual com a cidade.

Critérios de avaliação foram estabelecidos para facilitar a análise dos projetos a seguir, de forma que eles podem ser consonantes ou dissonantes em alguns aspectos. Ao final de cada análise dos projetos, eles serão avaliados a partir dos critérios estabelecidos.

Após isso, no final, os projetos também serão avaliados de acordo com os 12 critérios de qualidade para um espaço público de Jan Gehl, com o intuito de seus aspectos positivos serem espelhados futuramente nas diretrizes projetuais que serão propostas.

Tipologia Espacial

Morfologia

Espaço Aberto

Integrado a Biofilia

Fluxo em Bloco

Integrado ao Entorno

Programa Diversificado

Experiências Sensorias Positivas

Tabela 03: Tabela de critérios a serem analisados em cada projeto.

Fonte: A autora (2021)

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PROTEÇÃO CONFORTO PRAZER

PROTEÇÃO CONTRA O TRÁFEGO E ACIDENTES SENSAÇÃO DE SEGURANÇA -Proteção aos pedestres -Eliminar o medo do tráfego

PROTEÇÃO CONTRA O CRIME E A VIOLÊNCIA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA - Ambiente Público cheio de vida -Olhos da rua -Sobreposição de funções de dia e à noite - Boa iluminação

PROTEÇÃO CONTRA EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS DESCONFORTÁVEIS -

Vento Chuva/ neve Frio/ calor Poluição Poeira, barulho, ofuscamento

OPORTUNIDADES PARA CAMINHAR

OPORTUNIDADES PARA PERMANECER EM PÉ

OPORTUNIDADES PARA SENTAR-SE

-

Espaço para caminhar Ausência de obstáculos Boas superfícies Acessibilidade para todos - Fachadas interessantes

- Efeito de transições/ zonas atraentes para permanecer em pé/ ficar - Apoios para pessoas em pé

- Zonas paara sentar-se - Tirar proveito das vantagens: vista, sol, pessoas - Bons lugares para sentar-se - Bancos para descanso

OPORTUNIDADES PARA VER

OPORTUNIDADES PARA OUVIR E CONVERSAR

- Distâncias razoáveis para observação - Linhas de visão desosbstruídas - Vistas interessantes - Iluminação (quando escuro)

- Baixos níveis de ruído - Mobiliário urbano com disposição para paisagens/ para conversas

OPORTUNIDADES PARA BRINCAR E PRATICAR ATIVIDDADE FÍSICA

ESCALA

OPORTUNIDADES DE APROVEITAR OS ASPECTOS POSITIVOS DO CLIMA

- Edifícios e espaços projetados de acordo com a escala humana

- Sol/ sombra - Calor/ frescor - Brisa

- Convites para criatividade, atividade física, ginástica e jogos - Durante o dia e à noite - No verão e no inverno

EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS POSITIVAS - Bom projeto e detalhamento - Bons materiais - Ótimas vistas - Árvores, plantas, água

Figura 59: 12 critérios de qualidade com respeito à paisagem do pedestre.

Fonte: GEHL (2010, p.239)

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Centro comercial Muy Güemes

Figura 112: Centro comercial Muy Gumes Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/775064/muy-guemes-agostina-gennaro-plus-maria-jose-pendola?ad_source=myarchdaily&ad_ medium=bookmark-show&ad_content=current-user > Acessado em 22 de maio de 2021.

Ficha técnica: Arquitetos: Agostina Gennaro, María José Péndola, Gastón Péndola Localização: Córdoba, Argentina Área: 1247 m² Ano do projeto: 2015 O centro comercial Muy Güemes, está inserido em um tradicional bairro de Córdoba, o bairro de Güemes, que tem passado por diferentes processos de transformação, que buscam incorporar no bairro novas atrações com finalidades gastronômicas, comerciais e culturais.

O ambiente do centro comercial então, buscou atrelar algumas dessas características ao seu espaço, com o intuito de tornar o local um espaço de convívio e encontro. O terreno onde antes já funcionou um estacionamento, hoje abriga lojas,

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restaurantes e bares dispostos de forma linear, separados por um percurso com “movimento intrincado”.

A materialidade do local define a estética e conceito que guiou o projeto e propõe uma mescla para identificação dos diferentes espaços, onde as lojas possuem fachadas idênticas, com grandes vitrines para exposição de produtos e acabamento em madeira e chapa metálica preta. Em contraponto, os bares e restaurantes possuem uma identidade mais própria. A estrutura original do local foi conservada,

de modo que passou a ter uma imagem quase que escultural, sendo utilizada para pendurar grandes luminárias metálicas que dimensionam e regulam a escala do espaço que fica a céu aberto.

Figura 113: Centro comercial Muy Gumes Fonte: Adam Cimand (google)

Figura 114: Centro comercial Muy Gumes Fonte: Adam Cimand (google)

A partir da análise das plantas baixas, observa-se a circulação única do espaço que leva o usuário a fluir por entre o caminho que leva até pátios que existem entre as lojas posicionadas de forma horizontal, criando espaços para o público, oferecendo oportunidades de permanência a partir de cadeiras, mesas, poltronas e bancos.

Na planta superior, pode-se observar que os bares/restaurante utilizam a laje como parte da expansão do estabelecimento para abrigar mais clientes, enquanto as lojas horizontais possuem telha de fibrocimento e as demais lojas possuem tetos verdes, requisição da equipe projetual com o intuito de fomentar práticas mais sustentáveis.

Figura 115 e 116: Plantas centro comercial Muy Gumes Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/775064/muy-guemes-agostina-gennaro-plus-maria-jose-pendola?ad_source=myarchdaily&ad_ medium=bookmark-show&ad_content=current-user > Acessado em 22 de maio de 2021.

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Figura 117: Centro comercial Muy Gumes Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/775064/muy-guemes-agostina-gennaro-plus-maria-jose-pendola?ad_source=myarchdaily&ad_ medium=bookmark-show&ad_content=current-user > Acessado em 22 de maio de 2021.

Diagnóstico: O projeto possui uma proposta interessante com seu ambiente a céu aberto e fluxograma dos ambientes mesclados a partir de sua circulação entre lojas, espaços de permanência e bares/restaurantes, adquirindo algumas características que remetem às ruas cobertas da Europa do século XIX. O uso de detalhado verde, circulação da ventilação natural, uso da iluminação natural e a presença de materiais como madeira são importantes pois englobam algumas das características do design biofílico.

Por se localizar em um terreno que uma vez já foi um estacionamento, seu espaço estreito e entre muros, acaba perdendo um pouco da relação visual e de permeabilidade física com o entorno. Mas não impede de sua fachada com características industriais e as plantas espalhadas pela entrada se comuniquem com o usuário que passa pela rua, chamando atenção, se utilizando de elementos que ativam os sentidos e que leve o pedestre a querer adentrar e explorar melhor o espaço.

Figura 118 e 119: Centro comercial Muy Gumes Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/775064/muy-guemes-agostina-gennaro-plus-maria-jose-pendola?ad_source=myarchdaily&ad_ medium=bookmark-show&ad_content=current-user > Acessado em 22 de maio de 2021.

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Figura 120: Cortes do centro comercial Muy Gumes Disponível: < https://www.archdaily.com.br/br/775064/muy-guemes-agostina-gennaro-plus-maria-jose-pendola?ad_source=myarchdaily&ad_ medium=bookmark-show&ad_content=current-user > Acessado em 22 de maio de 2021.

Figura 121: Centro comercial Muy Gumes Fonte: Adam Cimand (google)

Figura 122 e 123: Centro comercial Muy Gumes Fonte: Adam Cimand (google)

Tipologia Espacial

Espaço Aberto

Fluxo em Bloco

Programa Diversificado

Morfologia

Integrado a Biofilia

Integrado ao Entorno

Experiências Sensorias Positivas

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Galeria Metrópole

Figura 124: Galeria Metrópole, vista do vão interno.

Fonte: Pedro Napolitano Prata Ficha técnica: Arquitetos: Salvador Candia e Gian Carlo Gasperini Localização: São Paulo, Brasil Área do Terreno: 8.000 m² Área Construída: 48.000 m² Ano do projeto: 1960 O projeto do centro Metropolitano de Compras, se deu a partir de um empate no concurso fechado para a construção do edifício, entre Salvador Candia e Gian Gasperini, o que levou os dois arquitetos a decidirem então a trabalharem juntos, tornando o projeto uma das mais importantes exemplificações da produção arquitetônica moderna na cidade de São Paulo na década de 1960.

Na época, galerias comerciais tinham um papel muito significativo na imagem da cidade. As pessoas andavam mais a pé e os ambientes comerciais ao nível dos olhos

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do pedestre faziam parte de seus cenários diários de caminhada e logo naturalmente o usuário adentrava os ambientes e percorriam seus corredores com infinidade de opções de lojas e serviços.

A cidade como parte da estrutura física teve grande influência na transformação do edifício. Sua proposta tem como foco um edifício de uso misto, onde o térreo abriga um conjunto de lojas comerciais que se estendem até o terceiro andar e os demais andares possuem salas para uso de escritórios que se encontram no volume

vertical que está interligado à galeria.

A galeria, bem posicionada em seu terreno, tem como foco o pedestre, possui proximidade com a rua e garante a permeabilidade tanto física quanto visual, sendo estas características muito importantes em ambientes comerciais, hoje em dia não encontrada em muitos shoppings.

Figura 125: Lojas da Galeria Metropóle próxima a calçada e aos pedestres Disponível: < http://cidadepluralcronicas.blogspot.com/2010/07/galeria-metropole-cronicas-da-cidade.html

> Acessado em 22 de maio de 2021.

A estrutura da edificação foi concebida a partir de uma modulação de forma que se adaptasse a diferentes circunstâncias que o projeto necessitasse. No que se refere ao bloco vertical o maior vão possui uma distância de 7,80, entre os pilares, enquanto o menor vão tem 6,40m de distância, o que permite uma extensão na área das lojas quando necessário.

O vão interior no ambiente da galeria, traz uma sensação de conexão com o externo, a entrada de luz e ventilação natural, além da vegetação presente, trazem ao ambiente um pouco da natureza e das características importantes que a biofilia aplicada em projetos arquitetônicos podem adquirir.

O programa do edifício contava ainda com um cinema, um dos mais concorridos da cidade por um longo tempo, além de um total de 180 lojas que se encontram ao redor do vazio central, hoje em dia possuindo restaurantes, salão de beleza entre outras opções, e o estacionamento que se encontra em um dos pisos do subsolo.

Figura 126: Estrtura daGaleria Metropóle vista do lado de fora.

Disponível: < https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/30660-roteirosarquitetonicos-do-iab > Acessado em 22 de maio de 2021.

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6 GALERIA METRÓPOLE

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Figura 127: Galeria Metrópole e entorno.

Fonte: Debora Bonetto Disponível: < https://deborabonetto.files.wordpress.com/2014/09/galeria-metrc3b3pole.pdf

> Acessado em 22 de maio de 2021.

A galeria se encontra na esquina da Avenida São Luis com a Praça Dom José Gaspar (1), no coração da cidade de São Paulo, sendo assim, em seu entorno próximo podemos encontrar edificações e espaços como a Praça da República (2), Terraço Itália (3), Largo do Paiçandu (4), Copan (5), Conde Silvio Penteado (6), Zarvos (7), Galeria Nova Barão (8) e a Galeria do rock (9).

O estacionamento da galeria que possui 123 vagas, se encontra logo a baixo do primeiro subsolo da edificação. No pavimento do primeiro subsolo, já é possível encontrar algumas lojas distribuidas pelo andar, guiados pela circulção horizontal, além disso é também onde se encontra a área verde da galeria que possui visibilidade nos demais pavimentos do vão interno da galeria.

Figura 128: Área verde interna da galeria Metrópole Disponível: < https://pt.foursquare.com/v/galeriametr%C3%B3pole/4d25cefe10a7721ee1461804 > Acessado em 22 de maio de 2021.

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Figura 129 e 130: Plantas Galeria Metrópole Fonte: Amanda Gomes Disponível: < https://prezi.com/poo5ssrdz4ux/galeria-metropole-sp-centro/

> Acessado em 03 de Outubro de 2021.

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O pavimento do térreo é aquele que possui conexão direta com as ruas de seu entorno e com os pedestres que ali circulam, tem suas vitrines na fachada circulando toda as esquinas que possuem conexão direta com a rua, além de ser mais recuada que os pavimentos superiores, criando assim, uma proteção para aqueles que passam na calçada em frente as vitrines e tornando a escala mais agradavél para o pedestre. Além disso, possui outras novas opções de lojas, é neste pavimento que se encontra também o acesso ao cinema que costumava funcionar na galeria, onde hoje o espaço funciona uma boate, espaços para festas e eventos.

Figura 131 e 132: Plantas Galeria Metrópole Fonte: Amanda Gomes Disponível: < https://prezi.com/poo5ssrdz4ux/galeria-metropole-sp-centro/

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> Acessado em 03 de Outubro de 2021.

Figura 133: Galeria Metrópole vista externamente e como o terréo se conecta com o entorno.

Disponível: http://redacao.mackenzie.br/galerias-do-centro-e-sua-verticalizacao/ > Acessado em 22

de maio de 2021.

Figura 134: Antiga e atual área do cinema da Galeria Metrópole Fonte: Veja São Paulo

Figura 135: Corte longitudinal Galeria Metrópole Fonte: Amanda Gomes Disponível: < https://prezi.com/poo5ssrdz4ux/galeria-metropole-sp-centro/

> Acessado em 03 de Outubro de 2021.

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Nos pavimentos seguintes, as lojas ainda estáo presentes na galeria, assim como todo o espaço dedicado para o cinema. No pavimento da terceira sobreloja, já é possível encontrar algumas salas comerciais, que nos seguintes pavimentos será o programa dominante da edificação.

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Figura 136 a 139: Plantas Galeria Metrópole Fonte: Amanda Gomes Disponível: < https://prezi.com/poo5ssrdz4ux/galeria-metropole-sp-centro/

> Acessado em 03 de Outubro de 2021.

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Figura 140: Galeria Metrópole pavimentos Fonte: Veja São Paulo

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Figura 141 e 142: Cortes Galeria Metrópole Fonte: Amanda Gomes Disponível: < https://prezi.com/poo5ssrdz4ux/galeria-metropole-sp-centro/

> Acessado em 03 de Outubro de 2021.

A partir dos cortes e de imagens que mostram os andares da galeria, podemos entender e perceber a conexão e proximidade visual existente entre os pavimentos e como eles possuem a integragão para a área verde no interior e vão da edificação.

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Figura 143 e 144: Galeria Metrópole Disponível: < https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/18.120/6707

> Acessado em 03 de Outubro de 2021.

Diagnóstico: O projeto da Galeria Metrópole demonstra as preocupações necessárias para projetar um espaço público de qualidade que se conecte e envolva a cidade e seus usuários. As vitrines voltadas para a rua ao nível dos olhos dos pedestres, cria a permeabilidade visual e a proximidade necessária com a rua, enquanto as entradas para o pedestre distribuídas pelo térreo permitem a permeabilidade física por mais de um acesso da edificação. Mesmo ao adentrar o espaço, o vão central envolto pelas lojas, com a presença da ventilação e iluminação natural, além da vasta presença da vegetação, nos mantém conectados com o externos e ativa nossos sentidos, com a nossa audição sendo preenchida por sons naturais, o olfato e o paladar acometido pelos cheiros das opções de comida oferecidas nos restaurantes da galeria, a materialidade que chama a atenção do nosso tato, enquanto a visão integra o usuário ao espaço e pode sentir sua dimensão e receber informações do que podem ser encontradas ao redor.

O espaço ainda promove o lazer e outras atividades com presença de música para aqueles que a preferem frequentar pela noite, trazendo vida para a cidade em diferentes horários e sendo um espaço para atração de diferentes públicos, gerando conexão e interação.

Tipologia Espacial

Morfologia

Espaço Aberto

Integrado a Biofilia

Fluxo em Bloco

Integrado ao Entorno

Programa Diversificado

Experiências Sensorias Positivas

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Figura 145: Galeria Metrópole pavimentos e vão interno Fonte: Veja São Paulo

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Kurve 7 Ficha técnica: Arquitetos: Stu/D/O Architects Localização: BANGKOK, THAILAND Área: 6000 m² Ano do projeto: 2014

Figura 146: Centro comercial Kurve 7 Disponível: < https://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects > Acessado em 22 de maio de 2021.

112

O projeto se localiza em uma área de maioria residencial, onde funciona justamente não apenas como um ambiente comercial para o bairro, mas como um espaço público relaxante com o ambiente ao ar livre envolto pela vegetação.

A volumetria do projeto é dividida em 9 blocos em duas fileiras posicionadas de forma a irem formando uma curva que guia o usuário pelo ambiente. Em função de demonstrar uma certa conexão, apesar dos volumes estarem separados em blocos, uma longa coberta de concreto vai seguindo

Figura 147: Centro comercial Kurve 7 Disponível: < https://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects

o formato curvilíneo do espaço e conecta os blocos. Quando no centro da entrada principal do espaço, a coberta é elevada cerca 1,5 a mais de sua altura e possui um recorte que se abre para a passagem de uma árvore que foi abraçada pelo projeto, assim como as outras existentes no terreno.

Os materiais escolhidos para o projeto tiveram a finalidade de enfatizar os elementos arquitetônicos do projeto. Enquanto podemos encontrar concreto na coberta, os pisos são reforçados com madeira e as fachadas são tratadas com vidros que vão do chão ao teto, emoldurados por metal escuro.

> Acessado em 22 de maio de 2021.

Figura 148 a 150: Diagramas implantação/ conceito e detalhmaneto estrtural do centro Kurve 7 Disponível: < https://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-oarchitects > Acessado em 22 de maio de 2021.

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Figura 151: Kurve 7 imagem da área verde externa.

Disponível: < https://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects

> Acessado em 22 de maio de 2021.

Diagnóstico: Um dos pilares que auxiliam o desenvolvimento de projetos utilizando o design biofílico é o de experiência indireta com a natureza. Ao utilizar materiais, como a madeira, que remetem a natureza, o projeto acaba se enquadrando neste pilar, além de atingir o pilar de experiência direta com a natureza também a partir da preservação das árvores e de ser permeável para ambientes com iluminação e ventilação natural.

Como um estabelecimento de bairro, o projeto visa a formatação da economia local e um consumo mais consciente e próximo dos usuários, ativando o senso de pertencimento dos moradores com a área e permitindo a apropriação do espaço.

Porém, ao criar um grande jardim na frente da edificação, o projeto acaba perdendo a conexão e aproximação que é tão necessária entre um estabelecimento comercial e a rua, o que acaba descaracterizando um pouco a qualidade do projeto como um espaço de comércio.

O projeto como os demais, possui seus acertos e erros, o importante a destacar é que como um projeto comercial em um importante local e de área relativamente grande, os arquitetos levaram em consideração o entorno e as pessoas que desenvolvem seu dia a dia pelas proximidades e ao invés de criar um grande shopping center fechado, que poderia inclusive levar a gentrificação do local, optaram pela construção de um ambiente com o objetivo de ser um novo espaço de lazer ao ar livre, com jardins espaços públicos, atrelado a lojas comerciais e preservar e respeitar a cultura e convívio de quem ali já morava.

Figura 152 e 153: Kurve 7 áreas internas Disponível: < https://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects

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> Acessado em 22 de maio de 2021.

Figura 154: Kurve 7 planta baixa Disponível: < https://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects

Figura 155: Kurve 7 planta baixa primeiro pavimento Disponível: < https://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-oarchitects > Acessado em 22 de maio de 2021.

Tipologia Espacial

> Acessado em 22 de maio de 2021.

Figura 156: Kurve 7 cortes Disponível: < https://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-oarchitects > Acessado em 22 de maio de 2021.

Morfologia

Espaço Aberto

Integrado a Biofilia

Fluxo em Bloco

Integrado ao Entorno

Programa Diversificado

Experiências Sensorias Positivas

115

PROTEÇÃO

12 CRITÉRIOS DE QUALIDADE PARA UM ESPAÇO PÚBLICO PROTEÇÃO CONTRA O TRÁFEGO E ACIDENTES SENSAÇÃO DE SEGURANÇA -Proteção aos pedestres -Eliminar o medo do tráfego

PROTEÇÃO CONTRA O CRIME E A VIOLÊNCIA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA - Ambiente Público cheio de vida -Olhos da rua -Sobreposição de funções de dia e à noite - Boa iluminação

PROTEÇÃO CONTRA EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS DESCONFORTÁVEIS

PRAZER

-

Vento Chuva/ neve Frio/ calor Poluição Poeira, barulho, ofuscamento

ESCALA - Edifícios e espaços projetados de acordo com a escala humana

OPORTUNIDADES DE APROVEITAR OS ASPECTOS POSITIVOS DO CLIMA - Sol/ sombra - Calor/ frescor - Brisa

EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS POSITIVAS - Bom projeto e detalhamento - Bons materiais - Ótimas vistas - Árvores, plantas, água

116

PROJETOS Centro Comercial

Galeria

Muy Guemes

Metrópole

Kurve 7

CONFORTO

12 CRITÉRIOS DE QUALIDADE PARA UM ESPAÇO PÚBLICO OPORTUNIDADES PARA CAMINHAR

PROJETOS Centro Comercial

Galeria

Muy Guemes

Metrópole

Kurve 7

-

Espaço para caminhar Ausência de obstáculos Boas superfícies Acessibilidade para todos - Fachadas interessantes

OPORTUNIDADES PARA VER - Distâncias razoáveis para observação - Linhas de visão desosbstruídas - Vistas interessantes - Iluminação (quando escuro)

OPORTUNIDADES PARA SENTAR-SE - Zonas paara sentar-se - Tirar proveito das vantagens: vista, sol, pessoas - Bons lugares para sentar-se - Bancos para descanso

OPORTUNIDADES PARA PERMANECER EM PÉ - Efeito de transições/ zonas atraentes para permanecer em pé/ ficar - Apoios para pessoas em pé

OPORTUNIDADES PARA OUVIR E CONVERSAR - Baixos níveis de ruído - Mobiliário urbano com disposição para paisagens/ para conversas

OPORTUNIDADES PARA BRINCAR E PRATICAR ATIVIDDADE FÍSICA - Convites para criatividade, atividade física, ginástica e jogos - Durante o dia e à noite - No verão e no inverno

117

118

7.

LEITURA URBANA O TERRITÓRIO

119

LOCALIZAÇÃO O bairro do Arruda localizado na cidade do Recife, capital de Pernambuco e que compõe a RPA2, possui uma das mais movimentadas avenidas da cidade, a Av. Beberibe, onde uma diversidade de edificações abrigam habitações e serviços.

Uma das características mais fortes da região é sem dúvidas o estádio José do Rego Maciel, mais conhecido como estádio do Arruda, sendo o fomentador de grande movimentação pela área em dias de eventos ou jogos que o espaço costuma sediar.

Outro espaço de ambiente emblemático para o bairro, que será o local de intervenção, é a feira do pequeno empreendedor do Arruda que se localiza em um pátio na rua Ramiz Galvão. O pátio e a feira, conhecida pelos moradores do bairro como feira da sulanca ou feira do Arruda, já foi por muitos anos um local de abastecimento para o bairro, com venda de frutas e verduras, roupas entre outros produtos oferecidos pelos feirantes, além de seu entorno possuir opções para outros serviços.

A feira sofreu grandes mudanças com o passar dos anos, o espaço que antes já foi um lugar para encontro e compras, perdeu sua força devido aos grandes empreendimentos da cidade, a feira viu seu movimento cair e o

LEGENDA: Pátio do Arruda

Mapa1: Bairro do Arruda Fonte: Google earth, adaptado pela autora (2021)

120

espaço do pátio ser tomado por carros para finalidade de estacionamento. Atualmente, o estacionamento, feira e espaço livre para algumas atividades divem o ambiente do pátio, porém não convergindo de forma agradavel para proporcionar um uma boa experiência pra os usuários. Muitos dos espaços de comércio e serviço que se encontram no entorno do pátio, que forma uma pequena galeria, estão hoje também com estabelecimentos fechados e sem funcionar, acarretando na perda de identidade do bairro e da conexão de seus espaços com as pessoas e a cidade. Além disso. logo ao lado, existe um galpão para armazenamento de caminhões que não condiz com o fluxo e usos da rua.

O bairro vem perdendo a conexão de seus espaços com as pessoas devido ao desprovimento de qualidade em características necessárias para qualificar um bairro como um local que possua bons espaços públicos para o desenvolvimento humano diário. Estas características ficarão mais claras a partir da análise do entorno do local à luz dos 12 critérios para determinar um bom espaço público de Jan Gehl que será visto mais a frente.

1: 8.000 00 00

0,1m 0,15

,2 ,3

Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano - DILURB

0,4 i 0,6 km

Figura 157: Galeria no entorno do pátio com muito de seus comércios fechado Fonte: A autora (2021)

Mapa 2: O pátio e o entorno.

Fonte: Google earth, adaptado pela autora (2021)

Rua Ramiz Galvão

Figura 158: Pedestre de passagem parando para verificar as opções de produto.

Fonte: A autora (2021)

Pátio da Feira do Arruda Galpão

Área: Pátio da Feira - 1.192m² Entorno Galeria - 830m² Galpão - 994m²

Figura 159: O pátio e o entorno Fonte: Google earth, adaptado pela autora (2021)

ENTORNO AV. BEBERIBE

121

ASPECTOS HISTÓRICOS O atual bairro do Arruda, na capital Recifense, já foi antes conhecido como Estrada Nova por volta do início do século XX. O bairro costumava não ter muitos atrativos até a chegada das maxambombas, as pequenas locomotivas em que os maquinistas trabalhavam numa cabine sem coberta. Nessa época, a maioria das ruas eram tortas e possuíam casas de palha.

Figura 160: maxambombas passando em Fundão, 1910 na Avenida Beberibe.

Fonte: Allen Morrison Disponível em: < https://vozesdazonanorte.blogspot.com/2015/06/ahistoria-de-beberibe-de-baixo-e.html> Acessado em 04 de Junho de 2021

Com o avanço da área causado pelas maxambombas, o portugês Manuel Inácio de Arruda, conhecido como “seu Arruda”, escolheu o bairro para instalar uma quitanda, que não demorou muito para se transformar em uma mercearia que atendia a inúmeros clientes. O espaço se tornou tão conhecido que em homenagem ao negociante português, Estrada Nova passou a ser o bairro Arruda.

Figura 161: Ponte do Arruda sendo construída Fonte: Allen Morrison em Vozes da Zona Norte

122

A característica comercial do bairro aumentou ainda mais com a feira que acontecia aos domingos em volta da estação das maxambombas, que se localizava ao lado da onde se encontra o atual estádio do Santa Cruz Futebol Clube, o estádio José Rego Maciel. Daí em diante outros estabelecimentos comerciais continuaram a surgir pelo bairro.

Outras atrações como o Teatro do Melado, que apresentava dramas, fandangos (espetáculo popular no Norte e Nordeste com dança, música, anedotas e orações) e pastoris, ficavam encarregados de levar entretenimento para a região. Muitos circos também traziam atrações divertidas para entreter a população.

O bairro do Arruda também já foi conhecido pela animação em épocas de festas populares como o Carnaval e o Natal.

Com destaque para os blocos e agremiações carnavalescas que traziam a animação de seus ensaios para as ruas já a partir de Setembro.

Em 1922 as maxambombas foram substituídas pelo bonde elétrico. A partir dessa época até meados de 1960 o bairro sofreu grande desenvolvimento e teve uma grande concentração de casas comerciais, consultórios médicos e sofreu diversas modificações em sua estrutura social e na configuração urbana. Possuia já nessa época dois cinemas, uns dois mais antigos da região, o cinema Guanabara e o Arruda, que

Figura 162: Bonde elétrico na Avenida Beberibe. (1922) Fonte: Allen Morrison em Vozes da Zona Norte

Figura 163: Cinema Olímpio Fonte: Allen Morrison em Vozes da Zona Norte

acorreu de ser incendiado durante a revolução de 1930. Em 1956, o empresário Orlando Batuta acabou inaugurando o Cine Olímpio, possuindo capacidade para 784 pessoas, sendo bastante frequentado e localizado em na movimentada Avenida Beberibe, onde hoje se encontra o Armazém Canal da Construção.

Como muitos outros bairros do Recife, o Arruda apresenta problemas em sua estrutura urbana, com calçadas não confortáveis para a caminhada, ausência de arborização, paredões cegos, avenidas e ruas feitas pondo o automóvel como prioridade, entre outros problemas.

123

ELEMENTOS DE DESTAQUE 1

5 2

4 3

1: 8.000 00 00

0,1m 0,15

,2 ,3

Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano - DILURB

Feira do Arruda: A Rua Ramiz Galvão no Bairro do Arruda, possui como uma de suas características marcante a feira que existe desde meados do século XX, que por um longo tempo foi ambiente de encontro e de troca. De alimentos, frutas, artesanatos e vestuário, o pátio onde a feira se encontra atraia um público diversificado da região, que veio perdendo força a partir da retirada de muitas das barracas que por muitas vezes se estendiam até quase metade da rua Ramiz Galvão, estando hoje resumidas a metade da área do pátio. A galeria Jofre de Andrade que se encontra em frente ao pátio, assim como a feira, perdeu movimentação e hoje possui alguns de seus estabelecimentos fechados.

124

Figura 00: Vista de cima da Rua Ramiz Galvão em 2011 Fonte: Google earth

0,4 i 0,6 km

Bompreço do Arruda: O Bompreço do Arruda foi projetado pelo arquiteto Heitor Maia Neto, que seguiu os modelos de edificações norte-americano. Na época os supermercados em Pernambuco não tinham uma linguagem solidificada, Maia Neto então, não queria apenas transformar um galpão em supermercado, procurou estudar o espaço e para aprender os processos de uma loja, reduzir espaços para implementar padaria, açougue, frutas, verduras dentro da área de vendas.

Av. Beberibe: Importante via da Zona Norte do Recife, a Avenida Beberibe foi elaborada no século XIX com seu plano de ter início na estrada da João de Barros, o que posteriormente foi modificado para ter início na atual Encruzilhada e terminar no Beco de Fundão, o que foi mantido. No projeto para a avenida também era previsto uma barreira em um ponto intermediário para a cobrança de pedágio. Está barreira foi construída onde hoje se encontra a ponte que fica sobre o canal do Arruda.

Atualmente a avenida corta cerca de 8 bairros e se interliga a importantes artérias da cidade que possibilita a ida a muitos outros lugares do Recife.

com ajuda de seus torcedores e já sediou inúmeros jogos e foi palco de shows entre outros eventos.

Possui estacionamento para 400 carros e 35 ônibus, além da circulação de 10 diferentes linhas de ônibus que passam na parada em frente ao estádio, sendo uma delas integrada com o metrô, o que facilita a chegada dos torcedores ao local. O bairro basicamente teve sua evolução urbana em volta do estádio e isto pode ser visto nas fotos a baixo.

Canal do Arruda: O Bairro do Arruda é atravessado pelo canal que leva o mesmo nome do bairro, com uma extensão de quase quatro quilômetros, o canal recebe resíduos de muitos outros bairros da Zona Norte, onde todos os anos necessita passar por um processo de limpeza para retirada de quase 4,5 toneladas de lixo. A imagem de sujeira exposta no canal degrine a imagem do bairro e afeta o processo de requalificação do mesmo. É importante ressaltar a importância de manter o espaço sem resíduos sólidos para melhores condições de vida do bairro.

Estádio do Arruda: Estádio do Arruda: Um dos maiores estádios do Brasil, o estádio José do Rego Maciel, conhecido popularmente como estádio do Arruda, foi inaugurado em 4 de junho de 1972 e é a maior referência do bairro. Localizado na Av. Beberibe, o campo que pertence ao clube do Santa Cruz, foi comprado em 1943 Figura 00: Canal do Arruda com resíduos sólidos Fonte: Felipe Ramos

Figura 00: Canal do Arruda limpo Fonte: Felipe Ramos

125

ELEMENTOS DA NATUREZA LEGENDA: TERRENO CANAL DO ARRUDA ( RIO BEBERIBE) ÁRVORE FORA DO LOTE ÁRVORE DENTRO DO LOTE

A cidade do Recife, possui uma massa vegetal variada, possuindo um relevo formado por planícies litorâneas e banhado pelos principais rios da cidade: o rio Capibaribe, o Beberibe e o Tejipió. O principal tipo da vegetação da área é a Mata Atlântica, porém, apesar de cobrir 45% dos 222,93 km² da cidade, com vegetação que vai de árvores, arbustos e gramas, possui uma distribuição espacial da cobertura vegetal em suas áreas urbanas demasiadamente irregular, concentrando boa parte da cobertura vegetal em bairros como Casa Forte, Apipucos, Dois Irmãos, Casa Amarela, Sítio dos Pintos, Guabiraba e por fim PauFerro.

Sendo assim, como pode ser analisado no mapa, o bairro do Arruda possui uma vegetação mais concentrada em volta do rio Beberibe em áreas de maior aquisição financeira, ou intra lote, não tendo muitas áreas públicas com vegetação na área em questão.

Figura 175: Árvore Existente em frente ao terreno da espécie senna siamea.

Fonte: A autora (2021)

126

Figura 176: Vegetação próxima ao canal do Arruda próximo ao estádio do Arruda.

Fonte: Felipe Ramos

Figura 178: Vegetação próxima ao canal do Arruda em áreas de moradia de baixa renda.

Fonte: Google street view, março 2020.

Figura 179: Vegetação na rua Ramiz Galvão.

Fonte: Google street view, março 2020.

127

USOS LEGENDA: Alimentício

Mercadinho

Mercadinho de Frutas

Outros Usos

Farmácia

Armazém de Construção

Supermercado

Restaurante/ Lanchonete

Bar

Padaria

Comércio de Gás

Salão de Beleza

Escola

Cartório

Os usos da área apesa envolvimento com lazer, além Com alguns mercadinh busca uma alimentação mais de frutas e verduras.

Dessa maneira, podem que carece para o planejamen

Alimentícios: Mercadinhos- Oferecem alim por mais tempo, como por e de limpeza.

Mercadinho de frutas- O bairr afastado da área da proposta.

Supermercado- Existe apena diversificada de produtos de variadade para roupas e/ou ac permanência.

Restaurantes/Lanchonetes- U ainda assim suas formas de pela região.

Bar- As opções de bar pelo b bar de rua mais tradicional, co Padaria- Até o momento da p padaria para abastecimento d

128

Figura 180: Padaria no bairro do Arruda.

Fonte: Google street view, 2021.

Figura 181: Mercearia no bairro do Arruda na Av. Beberibe.

Fonte: Google street view, 2021.

1: 8.000 00 00

0,1m 0,15

,2 ,3

0,4 i 0,6 km

Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano - DILURB

Figura 182: Restaurante e lanchonete no bairro do Arruda na Av. Beberibe.

Fonte: Google street view, 2021.

ar de diversificado não oferecem em sua maioria m da vasta ausência da biofilia não apenas nesses hos e opções de estabelecimentos alimentícios, a saudável, antes função da feira que acontecia no

um ambiente propício de permanência ou de espaços comerciais mas em todo o bairro. área ainda assim carece de opções para quem pátio do arruda com opções mais enriquecidas

mos classificar os usos de maneira em que compreendamos o que o bairro já tem a oferecer e o nto de programa da proposta do projeto para o pátio.

mentos que podem ser armazenados exemplo biscoitos, bolachas, produtos

ro possui apenas um e este se encontra . as um no bairro. Oferece uma gama e limpeza e alimentos, mas poucas cessórios e ausência de ambientes de

Uso que tem mais opções pelo bairro, e estabelecimentos e produtos variam

bairro possuem uma característica de omo o entrado na rua Ramiz Galvão. pesquisa o bairro possuia apenas uma da região.

Oustros Usos: Farmácia- Duas podem ser encontradas próximo do local de estudo.

Armazem de construção- Dois se encontram na Av. Beberibe.

Escola- Algumas escolas se encontram pelo bairro, sendo uma delas na Rua Ramiz Galvão.

Cartório- O cartório do Arruda se encontra na Av. Beberibe, também próximo ao local para a proposta projetual.

Salão de Beleza- Algumas opções de salão de beleza podem ser encontradas pelo bairro.

Comércio de gás- O bairro também possui um comércio de gás que atende os moradores da região.

129

ASPECTOS POPULACIONAIS Em 2000, de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do bairro do Arruda era de 13.434 habitantes. Já em 2010 o IBGE apontou que o bairro, com uma área de 95,8 ha, possuía 14530 habitantes, apresentando densidade populacional de 145,56 hab./ha.

Sendo a maioria entre as idades de 25 e 59 anos, somando mais de 50% da população total do bairro.

Área Territorial (hectare)2: 100 População Residente: 14.530 População por sexo: Masculina: Feminina:

6.607 7.923

45,47% 54,53%

População por faixa etária: 0 – 4 anos 5 – 14 anos 15 – 17 anos 18 – 24 anos 25 – 59 anos 60 anos e mais

hab 880 2.144 665 1.699 7.387 1.755

% 6,06 14,76 4,58 11,69 50,84 12,07

Densidade Demográfica Hectare): 145,56

(Habitante/

Domicílios (nº)5: 4 467 Média de moradores por (Habitante/Domicílio): 3,2 Proporção de Mulheres Pelo Domicílio (%): 53,54

domicilio

Responsáveis

Valor do Rendimento Nominal Médio Mensal dos Domicílios: R$ 2.234,83

TABELA 04: Dados populacionais do bairro do Arruda.

Fonte: CENSO Demográfico, 2010. Resultados do universo: características da população e domicílios. Disponível em <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em 15 de Maio, 2021.

130

LEGISLAÇÃO O local escolhido para à aplicação do projeto se encontra em uma ZONA DE REESTRUTURAÇÃO URBANA (ZRU). O plano diretor da cidade do Recife, indica que a zona corresponde aos principais eixos de mobilidade urbana e transporte e por isso o objetivo é que seja promovido a possibilidade de adensamento populacional e construtivo, ao mesmo tempo que incentivo ao uso misto, sendo assim que os locais possuam outros serviços e comercios, com fachadas ativas, mobilidade ativa e qualificação dos espaços públicos, de forma a incentivar empreendimentos com um trtatamento diferente nos térreos para que haja uma qualificação da interface entre os espaços públicos e privados.

Dessa forma, o plano diretor indica as seguintes diretrizes para uma ZRU: DIRETRIZES I – a estruturação do transporte público como principal vetor de estímulo ao adensamento construtivo associado ao adensamento populacional.

II – retirar a obrigatoriedade do atendimento mínimo de vagas de garagem.

III – incentivar o uso da mobilidade ativa por meio da introdução de ampliação de calçadas, ciclovias, paraciclos, bicicletários e vestiários nos empreendimentos residenciais e não residenciais,.

IV – estimular o uso misto.

V – promover maior dinamização dos espaços públicos por meio de melhorias nas calçadas de modo a contemplar acessibilidade universal, intensificação da arborização e iluminação pública adequada ao pedestre.

VI – promover o convívio e tornar os espaços públicos mais seguros para as mulheres, idosos, crianças e pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

PARÂMETROS URBANÍSTICOS DE OCUPAÇÃO DO LOTE (EXCETO CONTRIBUIÇÃO AMBIENTAL)

PARÂMETROS URBANÍSTICOS PROPOSTOS

TABELAS 05 e 06: Tabela de parâmetros urbanísticos propostos.

Fonte: Plano diretor do Recife, 2018.

Disponível em <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em 20 de Setembro, 2021.

131

ANÁLISE DE FLUXO

100m 100

m

0m 15

m

200

N

Principais rotas dos pedestres

Via arterial principal

Linha de força atual do pátio

Via coletora

No que diz respeito a caminhabilidade da região, as calçadas não estão agradáveis para incentivar tal ato, é comum inclusive que o pedestre opte por caminhar pela rua do que desviar dos obstáculos da calçada.

Além disso, outro aspecto importante a ser levado em consideração para a proposta no local, é o fato de o pátio possuir uma linha de força que cruza o ambiente, muito usada por aqueles com a intenção de apenas utilizarem o espaço para cortar o caminho. Podendo ser um fator útil para atrair pessoas para o novo ambiente proposto, sendo assim a linha de força pode traçar um caminho inicial para o desenvolvimento da proposta do projeto.

Figuras 183 e 184: Calçada no entorno desgastada.

Fonte: A autora (2021)

132

A Av. Beberibe como já mais importantes da cidade p outras partes do Recife, sua durante os dias da semana intensa aos finais de seman Diretor de Recife (Lei 17.511/ cidade, a Av. Beberibe está arterial principal, por cumprir bairros da cidade, tendo velo Já a rua Ramiz Galvão, com uma via arterial, se classifica um movimento tranquilo que dias da semana, exceto quan estádio do Arruda.

N

N

á vimos, é uma das avenidas por se conectar com diversas a movimentação é constante a, sendo um pouco menos na. De acordo com o Plano /2008) no sistema viário da considerada como uma via r as funções de ligar áreas ou ocidade máxima de 60 km/h. mo uma via que se conecta a a como uma via coletora. Tem se mantém durante todos os ndo ocorre algum evento no

Parada de ônibus Rota de ônibus

No quesito transporte público, a Av. Beberibe possui uma quantidade de pontos de ônibus o suficente, que atenda as necessidades do terreno de locomoção por meio de transporte público. Estes pontos possuem uma frota de ônibus diversificada, o que contribui para a atratividade múltipla do terreno.

Não foram encontradas ciclovias nas mediações do terreno, apenas a marcação de uma via para ciclistas na Estrada velha de Água fria com a Rua São Bento. Sendo assim será prevista uma ciclofaixa na Rua Ramiz Galvão que tenha conexão com a via para ciclistas já existente.

Via para ciclistas existente Ciclovia a ser proposta Estação para bicicletas

N

133

PESQUISA SOBRE HÁBITOS DE CONSUMO Com o intuito de compreender melhor como o consumidor Recifense vem se comportando recentemente, uma pesquisa foi realizada com doze breve perguntas e obteve 87 respostas, sendo 51 delas de moradores da Zona Norte do Recife. Foi possível assim, comparando com a pesquisa da VEJA insights realizada em 2020, confirmar as mudanças no hábito do consumidor que de fato vem buscando consumir mais dos comércios locais de seu bairro, ido menos ao shopping e se preocupando mais em possuir alimentos frescos e produtos naturais em detrimento de outros produtos.

AONDE TEM COSTUME DE CONSUMIR COM MAIS FREQUÊNCIA?

Comércios do bairro (l padarias, lanchonetes, Shopping Online

A seguir, podemos conferir os resustados de cada pergunta por meio dos gráficos gerados: COM QUE COMPRAS?

QUAL SUA IDADE? 50 anos e acima De 40 a 49 anos De 30 a 39 anos

FREQUÊNCIA

REALIZA

Mais de dez vezes no m

Entre duas e dez vezes

Ao menos uma vez no

De 19 a 29 anos <ou= a 18 anos

ATUALMENTE VOCÊ NORTE DO RECIFE?

134

MORA

NA

ZONA

VOCÊ COSTUMA CONSUMIR DOS COMÉRCIOS LOCAIS DO SEU BAIRRO?

Não

Não

Sim

Sim

lojas, conveniência, mercearias e mercados)

mês

s no mês

o mês

Os próximos gráficos são importantes para determinar que tipo de programa teremos no projeto, de acordo com o que o consumidor vem demonstrando ser mais propício a consumir.

Entre os 87 que responderam a pesquisa, 80 afirmaram consumir do comércio local de seu bairro e dentro de suas preferências estão frequentar lanchonetes, cafeterias e restaurantes e, a busca por consumir frutas e verduras, sendo este tipo oferta, como já visto, em minoria no bairro do Arruda, sendo a feira do pátio o única lugar com a prioridade de ofertar este tipo de produto.

Frutas e verduras

SE SIM, QUE TIPO CONSUMO E/OU PRODUTOS?

Vestuário

Padaria / Lanchonetes e/ou cafeterias

Produtos naturais

Outros 01

QUE TIPOS DE PRODUTOS COSTUMAVA CONSUMIR COM MAIS FREQUÊNCIA ANTES DA PANDEMIA DA COVID-19?

02

03

04

05

06

07

08

0

Higiene

Alimentação

Vestuário e calçado

Beleza e cosméticos

Outros 01

APÓS A PANDEMIA QUAIS PRODUTOS PASSOU A CONSUMIR MAIS?

02

03

04

05

0

Higiene

Alimentação

Vestuário e calçado

Beleza e cosméticos

Outros 01

02

03

04

05

06

07

08

0

135

PAGARIA MAIS CARO EM UM PRODUTO NATURAL E/OU EM ALIMENTOS FRESCOS E QUE NÃO CAUSA DANOS AO MEIO AMBIENTE E QUE POSSUEM MAIS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE E BEM-ESTAR?

FREQUENTARIA UM ESPAÇO NO BAIRRO QUE OFERECESSE DIFERENTES POSSIBILIDADES DE PRODUTOS, ALIMENTOS E ATIVIDADES DE LAZER?

Não

Talvez

Sim

Não tenho interesse Sim

COMPRA OU COMPRARIA PRODUTOS DE ORIGEM LOCAL PARA APOIAR OS PEQUENOS COMERCIANTES DO BAIRRO? Talvez Não Sim

PENSANDO NAS FRASES ABAIXO, QUAL DELAS VOCÊ MAIS SE IDENTIFICA? Só faço compras pela internet.

Prefiro comprar pela internet.

Deixo para comprar em lojas físicas apenas o que não encontro online Compro pela internet e em lojas físicas.

Minha escolha depende do tipo de produto, preço e entrega.

Só faço compras pela internet de produtos que não preciso experimentar ou tocar para escolher Só faço compras em lojas físicas.

A pesquisa torna-se uma base para podermos compreender ideias iniciais que irão ser melhor desenvolvidas a partir das diretrizes projetuais até o produto final da idealização do projeto.

136

137

O PÁTIO O ENTORNO E OS 12 CRITÉRIOS DE UM ESPAÇO PÚBLICO Em uma breve conversa com um dos comerciantes remanescentes da feira do Arruda, seu Walter, ele nos conta que já trabalha há mais de 20 anos no local e que em seu início, existiam cerca de 220 bancas na feira, e que possuíam até mesmo um coordenador para a organização do espaço que alternava suas vendas em produtos alimentícios, vestuários e acessórios. Com o passar dos anos, o movimento da feira caiu muito em detrimento dos grandes empreendimentos que surgiram na cidade, além disso, muitos feirantes passaram a ter dificuldades em conseguir pagar pelo frete para o da mercadoria e a ter como aceitar novas formas de pagamento que não fossem em espécie.

Sendo assim, para compreendermos melhor como a relação do urbano, entorno imediato e o estado em que o pátio se encontra hoje, foi realizada uma análise a partir dos 12 critérios de um espaço público de Jan Gehl, que será análisado nas próximas páginas por uma tabela geral e logo em seguida separadamente em cada uma de suas principais categorias: Proteção, Conforto e Prazer. A partir deste estudo será possível produzir insumos para as diretrizes projetuais e resultar em objetivos para o desenvolvimento do projeto.

Figura 185: Seu Walter e sua banca de vestuários.

Fonte: A autora (2021)

Figura 186: Barracas existentes da feira de frutas e verduras.

Fonte: A autora (2021)

2 3 7

8

5

4

6

1

N 138

1

2

3

4

5

6

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8

Figura 187 a 194 : imagens do território e o entorno.

Fonte: A autora (2021)

139

PROTEÇÃO CONFORTO PRAZER

PROTEÇÃO CONTRA O TRÁFEGO E ACIDENTES SENSAÇÃO DE SEGURANÇA -Proteção aos pedestres -Eliminar o medo do tráfego

PROTEÇÃO CONTRA O CRIME E A VIOLÊNCIA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA - Ambiente Público cheio de vida -Olhos da rua -Sobreposição de funções de dia e à noite - Boa iluminação

OPORTUNIDADES PARA CAMINHAR

OPORTUNIDADES PARA PERMANECER EM PÉ

-

Espaço para caminhar Ausência de obstáculos Boas superfícies Acessibilidade para todos - Fachadas interessantes

- Efeito de transições/ zonas atraentes para permanecer em pé/ ficar - Apoios para pessoas em pé

OPORTUNIDADES PARA VER

OPORTUNIDADES PARA OUVIR E CONVERSAR

- Distâncias razoáveis para observação - Linhas de visão desosbstruídas - Vistas interessantes - Iluminação (quando escuro)

- Baixos níveis de ruído - Mobiliário urbano com disposição para paisagens/ para conversas

ESCALA

OPORTUNIDADES DE APROVEITAR OS ASPECTOS POSITIVOS DO CLIMA

- Edifícios e espaços projetados de acordo com a escala humana

- Sol/ sombra - Calor/ frescor - Brisa

Proteção: O pátio se encontra na esquina da Av. Beberibe, bastante movimentada, dessa automóveis. Em oposto a isso, a Rua Ramiz Galvão como já foi analisado anteriormente, se manté porém, além da ausência de um grande fluxo de automóveis, falta também pedestres circulando espaços públicos. Somando a isso, por se tratar de um espaço aberto, poucos são as proteções e

Conforto: Como vimos, a locomoção para os pedestres não se encontra nas melhores cond paredões que repelem o pedestre.

Apesar de ter sofrido uma requalificação no ano de 2020, e terem acrescentando espaços de per usufruindo dos novos artefatos urbanos. Isso se dá pelo fato de o ambiente não passar seguranç

Prazer: Quanto a escala do entorno do pátio, se demonstra adequada para a escala humana, acaba desqualificando esse fato positivo. A ausência de elementos biofílicos como presença de poderia ser aproveitado se torna desagradável.

140

PROTEÇÃO CONTRA EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS DESCONFORTÁVEIS -

Vento Chuva/ neve Frio/ calor Poluição Poeira, barulho, ofuscamento

OPORTUNIDADES PARA SENTAR-SE - Zonas paara sentar-se - Tirar proveito das vantagens: vista, sol, pessoas - Bons lugares para sentar-se - Bancos para descanso

OPORTUNIDADES PARA BRINCAR E PRATICAR ATIVIDDADE FÍSICA - Convites para criatividade, atividade física, ginástica e jogos - Durante o dia e à noite - No verão e no inverno

EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS POSITIVAS - Bom projeto e detalhamento - Bons materiais - Ótimas vistas - Árvores, plantas, água

forma, a parte do local que se conecta a avenida está bastante vulnerável ao tráfego intenso de ém em sua maioria dos dias calma, principalmente nos dias em que a feira do pátio não funciona, o que causa a sensação de um ambiente subjetivo a sensação de insegurança, faltando vida nos encontradas contra fatores sensoriais desconfortáveis.

dições, estando as calçadas desgastadas. As fachadas ausentes de conexão com a rua, formando

rmanência e para a prática de atividade física, o pátio continua vazio, sem a presença de pessoas ça e não oferecer conforto e nem oportunidade de lazer.

, não passando do térreo ou do primeiro pavimento, porém, os paredões dos espaços sem vitrines, árvores, vegetação no geral, água, torna as experiências sensoriais do local pobre e o clima que

141

Figura 195 : imagens do território e o entorno.

Fonte: A autora (2021)

142

PROTEÇÃO

PROTEÇÃO CONTRA O TRÁFEGO E ACIDENTES SENSAÇÃO DE SEGURANÇA -Proteção aos pedestres -Eliminar o medo do tráfego

PROTEÇÃO CONTRA O CRIME E A VIOLÊNCIA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA - Ambiente Público cheio de vida -Olhos da rua -Sobreposição de funções de dia e à noite - Boa iluminação

PROTEÇÃO CONTRA EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS DESCONFORTÁVEIS -

Vento Chuva/ neve Frio/ calor Poluição Poeira, barulho, ofuscamento

Como apontado anteriormente, a Rua Ramiz Galvão possui um tráfego leve, ainda sim, com calçadas desgatadas e ambientes propícios para servirem como estacionamentos de veículos, pedestres e automóveis acabam dividindo os mesmos espaços de forma desordenada, se tornando comum em muitas vezes presenciarmos o pedestre caminhar pelo asfalto e o carro invadir espaços destinados ao pedestre.

Com a fraca movimentação comercial do local, o ambiente se torna vazio de atividades sociais, o que leva a um ambiente público pobre em presença de pessoas, tanto pela manhã, tarde ou noite. Além disso, a iluminação do local deixa a desejar e torna o local um ambiente hostil para se caminhar à noite.

Somando a isto, o lixo que é encontrado espalhado pelo local, torna as experiências de quem por ali passa, uma experiência negativa, além de outros pontos notáveis como a ausência de sombra que desistimula a permanência do usuário no local.

143

CONFORTO

144

OPORTUNIDADES PARA CAMINHAR

OPORTUNIDADES PARA PERMANECER EM PÉ

-

Espaço para caminhar Ausência de obstáculos Boas superfícies Acessibilidade para todos - Fachadas interessantes

- Efeito de transições/ zonas atraentes para permanecer em pé/ ficar - Apoios para pessoas em pé

OPORTUNIDADES PARA VER

OPORTUNIDADES PARA OUVIR E CONVERSAR

- Distâncias razoáveis para observação - Linhas de visão desosbstruídas - Vistas interessantes - Iluminação (quando escuro)

- Baixos níveis de ruído - Mobiliário urbano com disposição para paisagens/ para conversas

OPORTUNIDADES PARA SENTAR-SE - Zonas paara sentar-se - Tirar proveito das vantagens: vista, sol, pessoas - Bons lugares para sentar-se - Bancos para descanso

OPORTUNIDADES PARA BRINCAR E PRATICAR ATIVIDDADE FÍSICA - Convites para criatividade, atividade física, ginástica e jogos - Durante o dia e à noite - No verão e no inverno

Com o intuito de gerar algum conforto para os frequentadores do pátio, alguns elementos que permitem a permanência no local foram instalados, além de equipamentos que permitem a prática de atividades físicas.

Porém, não foi o suficiente para chamar a atenção dos moradores e os convencer a frequentar e a se apropriar do ambiente, a falta de outros elementos que estimulem o convívio, que ofereceram zonas confortáveis para sentar e conversar, observar, projetos atrativos com fachadas interessantes, ambientes com boa iluminação, ventilação e sombra, assim como oportunidades para praticar ativiadades opcionais, causam toda diferença quando se trata de um espaço público que deva ser de qualidade.

Figura 196 : imagens do território e o entorno.

Fonte: A autora (2021)

145

Figura 197 : imagens do território e o entorno.

Fonte: A autora (2021)

146

PRAZER

ESCALA - Edifícios e espaços projetados de acordo com a escala humana

OPORTUNIDADES DE APROVEITAR OS ASPECTOS POSITIVOS DO CLIMA - Sol/ sombra - Calor/ frescor - Brisa

EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS POSITIVAS - Bom projeto e detalhamento - Bons materiais - Ótimas vistas - Árvores, plantas, água

A escala do entorno permite que o projeto a vir ser apresentado possua uma escala consonante e adequada a escala humana, visto que em sua maioria as edificações existentes possuem apenas o térreo. O que nos proporcionará um ambiente prazeroso de se estar, traçando uma conexão mais próxima entre indivíduo e espaço construído.

Quanto aos aspectos climáticos, por se tratar de um local aberto, o sol invade fortemente a área em alguns pontos, porém nem sempre se torna confortável visto que a a ausênsia da vegetação entre outros elementos biofílicos torna esse calor desagradável, além de deixar a vista do ambiente enfraquecida e sem atrativos. Carecendo assim a área da insersação destes elementos acompanhados de um projeto adequado para a área.

147

148

8.

DIRETRIZES PROJETUAIS

149

CONFORTO

A partir dos 12 critérios para um espaço de qualidade de Jan Gehl, foram desenvolvidas seis diretrizes que estão diretamente interligadas aos 12 critérios, de maneira que os abranja também no projeto.

PROTEÇÃO

DIRETRIZES PROJETUAIS PROTEÇÃO CONTRA O TRÁFEGO E ACIDENTES SENSAÇÃO DE SEGURANÇA

ARTICULAÇÕES URBANAS

-Proteção aos pedestres -Eliminar o medo do tráfego

OPORTUNIDADES PARA CAMINHAR

FLUXO PERMEÁVEL

-

Espaço para caminhar Ausência de obstáculos Boas superfícies Acessibilidade para todos - Fachadas interessantes

OPORTUNIDADES PARA VER

PROXIMIDADE

PRAZER

- Distâncias razoáveis para observação - Linhas de visão desosbstruídas - Vistas interessantes - Iluminação (quando escuro)

ESCALA

PROXIMIDADE

- Edifícios e espaços projetados de acordo com a escala humana

Diretrizes: • Integração a biofilia: Desenvolvimento projetual a partir dos pilares e dos 14 padrões do desig que estimule, melhore e intensifique a vida das pessoas na cidade.

• • Fluxo Permeável: A permeabilidade física do projeto deve se acomodar de acordo com a m adentrado por mais de um ponto e gere conexões e visibilidade por mais de um meio.

• • Proximidade: O desenvolvimento de um centro comercial que possua conexão com a rua e se Estabelecendo o pedestre como ponto de partida projetual, sendo ele o principal foco da cons • • Multi Atividades: Um ambiente que possa oferecer mais de um tipo de desenvolvimento de oferecimento de produtos, lazer ou descanso.

• • Desenvolvimento de senso de Comunidade: A construção de um espaço público local para das pessoas com o espaço, estimulando-as a fomentação do local como um ambiente de des •

150

Articulações Urbanas: Esta diretriz tem como função propor melhorias não apenas no pátio, m alcançar seus objetivos de estimular o caminhar e a convivência social no espaço urbano de Ramiz Galvão como rua compartilhada, melhoria na qualidade da iluminação, inserção de mobi para serem propostas por esta diretriz.

PROTEÇÃO CONTRA O CRIME E A VIOLÊNCIA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA

DESENVOLVIMENTO DE SENSO DE COMUNIDADE

-

- Ambiente Público cheio de vida -Olhos da rua -Sobreposição de funções de dia e à noite - Boa iluminação

OPORTUNIDADES PARA PERMANECER EM PÉ

ARTICULAÇÕES URBANAS

- Efeito de transições/ zonas atraentes para permanecer em pé/ ficar - Apoios para pessoas em pé

OPORTUNIDADES PARA OUVIR E CONVERSAR

- Sol/ sombra - Calor/ frescor - Brisa

INTEGRADO A BIOFILIA

Vento Chuva/ neve Frio/ calor Poluição Poeira, barulho, ofuscamento

OPORTUNIDADES PARA SENTAR-SE

ARTICULAÇÕES URBANAS

- Zonas paara sentar-se - Tirar proveito das vantagens: vista, sol, pessoas - Bons lugares para sentar-se - Bancos para descanso

ARTICULAÇÕES URBANAS

- Baixos níveis de ruído - Mobiliário urbano com disposição para paisagens/ para conversas

OPORTUNIDADES DE APROVEITAR OS ASPECTOS POSITIVOS DO CLIMA

PROTEÇÃO CONTRA EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS DESCONFORTÁVEIS

OPORTUNIDADES PARA BRINCAR E PRATICAR ATIVIDDADE FÍSICA

MULTI ATIVIDADES

- Convites para criatividade, atividade física, ginástica e jogos - Durante o dia e à noite - No verão e no inverno

INTEGRADO A BIOFILIA

EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS POSITIVAS

INTEGRADO A BIOFILIA

- Bom projeto e detalhamento - Bons materiais - Ótimas vistas - Árvores, plantas, água

gn biofílico com a função de propor um ambiente agradável, sensorial e de qualidade e bem-estar,

malha urbana existente e suas linhas de forças existentes, permitindo que o projeto possa ser

eus pedestres, deve ser realizado a partir de proximidade física e visual para atrair seus usuários. strução para a proporção e aproximação. atividades para assim alcançar um maior público diário e manter o local sempre ativo, seja em

os moradores se identificarem e estimularem o senso de comunidade e promover a apropriação senvolvimento econômico e de lazer para o bairro, sendo sinônimo de saúde e bem estar.

mas também em seu entorno imediato, suas calçadas e ruas, como parte essencial para o projeto qualidade, envolvendo todos os âmbitos. Espaços de permanência, a possibilidade de ter a Rua iliários urbanos, espaços sombreados e proteção para o pedestre, são algumas das possibilidades

151

9.

PROGRAMA E PRÉ-DIMENSIONAMENTO

152

Como já mencionado no decorrer do trabalho, é importante propor um espaço o mais diversificado possível para atender o maior número de diferentes públicos possível.

Com isto em mente, o programa do projeto terá como área principal da proposta a área de lazer onde poderá ser desenvolvida atividades diárias das diferentes maneiras que a população desejar, podendo se um espaço para a prática de atividade física de dia e um ambiente para eventos à noite.

Com o intuito de abrigar os feirantes remanescentes de frutas e verduras, sendo esta uma grande necessidade do bairro, será providenciada bancas que terão seu ambiente específico e propício para o desenvolvimento de suas atividades salas comercias para lojas para promover a venda de produtos naturais e outros produtos que seja interessante para a área.

Vale apontar a possibilidade dessas lojas serem colaborativas para provomer o uso diversificado do espaço.

Para o setor de serviços, será incluso espaços de usos da administração do espaço e ambientes para o uso dos funcionários.

área

setor social

quant.

unidade

área total

Lojas colaborativas -

17m²

13

221m²

Bancas -

32m²

6

192m²

Bicicletário -

10

Sanitários -

30m²

Espaço lazer (área aberta) -

250m²

Setor serviço Administração Copa funcionários Sanitário funcionários -

19m² 31m² 38m²

153

154

10.

O PROJETO

155

MEMORIAL DESCRITIVO Com base nos estudos apresentados aqui nesta pesquisa, o trabalho tem como objetivo, apresentar estratégias arquitetônicas e urbanas para um projeto de um centro comercial no bairro do Arruda, que envolva a galeria Jofre de Andrade e os feirantes do pátio do Arruda.

Dessa forma, a proposta deste espaço comercial também se expande para a revitalização urbana do trecho da rua Ramiz Galvão que tem ligação direta com o atual pátio do Arruda, visto que o projeto também tem como propósito promover a convivência entre as pessoas, impactando diretamente na tradição, cultura, desenvolvimento, economia e da convivência da comunidade, possibilitando um espaço urbano e um ambiente público de qualidade que sirva de palco para uma vida em comunidade mais saudável no bairro e consequentemente na cidade.

Assim, além de incluir a biofilia e despertar uma arquitetura sensorial positiva nos usuários, o projeto e seus equipamentos tem como finalidade serem como um catalisador de espaço público, seguindo os 12 critérios de Jan Gehl para o desenvolvimento de um bom espaço público, devendo, além de seu propósito de vendas comerciais, proporcionar a possibilidade deque realizar outrasobjetivo atividades seucomercial interior eno entorno.

O projeto tem como um em centro bairro doa Arruda, possuindo bancas de feiras, espaços de convivência, lazer, lojas colaborativas e áreas verdes, que visa atender tais objetivos:

O PROJETO SEGUE OS PRINCIPAIS OBJETIVOS:

REESTABELECER A FEIRA COMO UM IMPORTANTE PONTO E FONTE DE CONSUMO DE ALIMENTOS

FOMENTAR E ESTIMULAR ENCONTROS E TROCAS ENTRE AS PESSOAS

SER UM PONTO CULTURAL E DE LAZER PARA AS PESSOAS

FORNECER POSSIBILIDADE DE ATIVIDADES NOTURNAS BARES RESTAURANTES

DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA: A partir do programa de necessidades já apresentado, foi desenvolvida a seguinte distribuição dos espaços: setor serviços principais áreas verdes e de lazer área feira

lojas principais fluxos de passagem galeria existente

bar/restaurante a ser proposto Figura 198 : Programa de necessidades aplicado no espaço.

Fonte: A autora (2021)

156

Preservar Galeria existente Utilizar e reformar área do galpão existente

Demolir edificação em desuso

Figura 199 : Aplicação e desenvolvimento dos espaços.

Fonte: A autora (2021)

Para o projeto ser desenvolvido então, de maneira a atender o programa seguindo as diretrizes e objetivos, se da necessidade da implantação ocupar todo o terreno disponível, se tornando também em consonância com a implantação das edificações do entorno, sem afastamentos laterias e com a implatação alinhada com as implatações do entorno.

N Figura 200 : Implantação do projeto no terreno em consonância com o entorno.

Fonte: A autora (2021)

157

Dessa maneira, a área da feira se projeta de forma que se abra para o entorno e a cidade, possuindo permeabilidade visual e física, com uma grande coberta que segue a linha de força do terreno se projetando sobre onde costumava ficar o pátio, se aproximando do pedestre, fazendo com que o espaço do projeto se torne parte de uma grande nova calçada, trazendo o pedestre para dentro do local e tornando o espaço um possível local de passagem, como as antigas ruas cobertas, ou levando o pedestre para dentro dos ambientes e catalisando o usuário para diferentes tipos de fluxo no espaço.

Galeria existente

Galeria existente

Figura 201 e 202 : Desenvolvimento a partir da linha de força existente no local.

Fonte: A autora (2021)

Permeabilidade visual

Permeabilidade visual

Figura 203 : Pontos de permeabilidade visual do projeto.

Fonte: A autora (2021)

158

ELABORAÇÃO DA FACHADA: A partir da implantação, as volumetrias internas propostas devem seguir a escala da galeria existente para tornar as volumetrias harmoniosas entre si e coesas com a escala humana. O bar existente e o novo bar propostos que se encontram alinhados na fachada com a galeria existente devem seguir o ritmo das aberturas da galeria para serem o mais consonante possível com a volumetria pré existente.

Figura 204 : Desenvolvimento da fachada por meio a malha da edificação existente.

Fonte: A autora (2021)

A estrutura com a viga misulada, seguindo uma modelagem de forma que não comprometa a fachada da galeria existente, completa a fachada, resgatando a contemplação do telhado duas águas, comum no bairro.

LOTE

CENTRO COMERCIAL DO ARRUDA

Figura 205 : Desenvolvimento da fachada utilizando a viga misulada Fonte: A autora (2021)

DA SUL

ADA LESTE

Figura 206 e 207 : Telhado duas águas no entorno Fonte: google (2021)

159

A BIOFILIA COMO ESTRATÉGIA PROJETUAL Iluminação natural: O projeto possui uma grande coberta, que ao mesmo tempo que protege os ambientes da incidência solar e possíveis ocorrências de chuva, permite a entrada da iluminação natural nos ambientes. Criando conexão externa-interna, dos ambientes do projeto com o exterior e sendo uma opção de iluminação de ambiente mais saudável para o meio ambiente e para os seres humanos, além da economia financeira por um uso menor da iluminação artificial.

Ventilação natural: A ventilação natural preenche os ambientes por meio da possibilidade da ventilação cruzada entre ambientes amplos e abertos visto que um dos conceitos do projeto trata-se de permeabilidade visual e física, possibilitando espaços de grandes vãos integrados e abertos para a cidade e assim permeáveis para a ventilação.

Mobilidade: O estímulo ao uso de transportes mais sustentáveis e saudáveis se encontra no projeto por meio da proposta de uma ciclovia e bicicletários distribuídos na calçada no entorno do projeto, sendo parte do programa de necessidades do projeto, assim como melhora nas calçadas e o uso de árvores na mesma para sombrear o percurso, estimulando assim a caminhada pelo entorno.

Vegetação e materiais: O uso de materiais naturais como a madeira podem ser encontrados por grande parte do projeto, sendo esse um dos elementos de experiência indireta com a natureza, além disso o uso da vegetação natural pode ser encontrado internamente e externamente, na proposta urbana para a calçada e na grande área verde que se doa para a cidade, sendo uma grande massa verde localizada na frente do projeto.

Vínculo cultural com o local: Criar conexão com os usuários por meio do fato do local já ser um ambiente conhecido por eles, já cria o estímulo da relação humana com o ambiente, de forma cultural, ecológica e histórica.

Estímulo Sensorial: A estrutura misulada da grande coberta que se encontra sobre a área da feira, possui um estímulo ritmo onde a forma da misula remete a abertura dos troncos de árvores, sendo uma conexão e experiência indireta com a natureza.

LOTE

LOTE

LOJA

SOLO NATURAL Solo para jardim

Piso em Placas de concreto

1/3 de húmus 1/3 de argila 1/3 de terra vegetal

Lastro de brita Sub-base de concreto

Figura 208: corte esquemático demonstrando a biofilia como estrategia projetual Fonte: A autora (2021)

CORTE AA

160 0

1

5

Junta de dilatação Sapata pilares em vista

LOTE

CALÇADA ACESSÍVEL

BICICLETÁRIO

FAIXA DE AUTOMÓVEL

+0.30 0.00

Sapata/Meio fio Deck de madeira

Asfalto Brita graduada

161

PRAZER

CONFORTO

PROTEÇÃO

O PROJETO E OS 12 CRITÉRIOS DE UM ESPAÇO PÚBLICO PROTEÇÃO CONTRA O TRÁFEGO E ACIDENTES SENSAÇÃO DE SEGURANÇA -Proteção aos pedestres -Eliminar o medo do tráfego

PROTEÇÃO CONTRA O CRIME E A VIOLÊNCIA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA - Ambiente Público cheio de vida -Olhos da rua -Sobreposição de funções de dia e à noite - Boa iluminação

OPORTUNIDADES PARA CAMINHAR

OPORTUNIDADES PARA PERMANECER EM PÉ

-

Espaço para caminhar Ausência de obstáculos Boas superfícies Acessibilidade para todos - Fachadas interessantes

- Efeito de transições/ zonas atraentes para permanecer em pé/ ficar - Apoios para pessoas em pé

OPORTUNIDADES PARA VER

OPORTUNIDADES PARA OUVIR E CONVERSAR

- Distâncias razoáveis para observação - Linhas de visão desosbstruídas - Vistas interessantes - Iluminação (quando escuro)

- Baixos níveis de ruído - Mobiliário urbano com disposição para paisagens/ para conversas

ESCALA

OPORTUNIDADES DE APROVEITAR OS ASPECTOS POSITIVOS DO CLIMA

- Edifícios e espaços projetados de acordo com a escala humana

- Sol/ sombra - Calor/ frescor - Brisa

Proteção: Para proteção dos pedestres, a rua Ramiz Galvão, além de ser compartilhada iluminação dupla para a rua e calçada, além de contar com a permeabilidade visual do espaço da

Conforto: Com espaços arborizados e mobiliários para local de permanência, o projeto vis proposta de uso diversificado, seja para dançar, praticar yoga, utilizar o mobiliário ou apenas apro

Prazer: A escala do projeto proposto segue a escala de seu entorno e galeria existente, se também a escala humana, geram proteção e ambientes sensoriais mais agradáveis juntamente c

162

PROTEÇÃO CONTRA EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS DESCONFORTÁVEIS -

Vento Chuva/ neve Frio/ calor Poluição Poeira, barulho, ofuscamento

OPORTUNIDADES PARA SENTAR-SE - Zonas paara sentar-se - Tirar proveito das vantagens: vista, sol, pessoas - Bons lugares para sentar-se - Bancos para descanso

OPORTUNIDADES PARA BRINCAR E PRATICAR ATIVIDDADE FÍSICA - Convites para criatividade, atividade física, ginástica e jogos - Durante o dia e à noite - No verão e no inverno

EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS POSITIVAS - Bom projeto e detalhamento - Bons materiais - Ótimas vistas - Árvores, plantas, água

o que obriga os motoristas a dirigirem em velocidade menores, possui também barreletes e a feira com a calçada, trazendo uma melhor sensação de segurança.

sa trazer conforto para os usuários, além de ter espaços como o deck de madeira como local de oveitar o espaço de baixo do pergolado de madeira.

endo assim coerente com o espaço em que se insere, o uso de pergolados, além de enfatizarem com os espaços verdes e biofílicos do projeto.

163

DESENHOS TÉCNICOS Plantas baixa: 1. Planta de situação 2. Planta de implantação e coberta 3. Planta baixa humanizada 4. Planta baixa com indicação dos cortes e Malha estrtural 5. Planta baixa Paisagismo

Cortes: 6. Corte AA 7. Corte BB 8. Corte CC 9. Detalhe Estrutural

Fachadas: 10. Fachada Sul 11. Fachada Leste

PLANTA D 164

R

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14

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71

E EBERIB AV. B

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10

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1343

12

3

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34 38 42

1344

1345

13

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30

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1

elinho usico F

23 1355

51

71

28

1358 1359

8

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26

98

82

olivar

Rua B

DE SITUAÇÃO 165

4

planta coberta

166

PLANTA DE IMPLANTAÇÃO E COBERTA

167

PLANTA BAIXA 168

planta bai

ixa

169

C

B 2

MEDIDORES

GERADOR 19m²

3

5

6

VESTIÁRIO F.

VESTIÁRIO M.

18m²

20m²

8m²

4

DEPÓSITO 22m²

COPA 31m²

WC M.

WC F.

12m²

ACESSO FUNCIONÁRIOS

Planta baixa com indicação dos cortes e Malha estrtural

1

ADMINISTRAÇÃO

19m²

12,6m²

WC

2,4m²

A LOJA 20m²

LOJA 17m²

B LOJA 18m²

LOJA 17m²

C LOJA 17m²

LOJA 17m²

D LOJA 17m²

LOJA 17m²

E WC

WC

14m²

15m²

LOJA

BAR/RESTAURANTE EXISTENTE 108m² DEPÓSITO

ADMINISTRAÇÃO

17m²

7m²

7m²

DEPÓSITO

4m²

LOJA BAR/RESTAURANTE

17m²

ADMINISTRAÇÃO

5m²

85m²

F LOJA 22m²

G LOJA

A

18m²

LOJA 18m²

LIXO

3 containers de - 700 ml

i = 8,33%

PAREDE E PORTAS GRADEADAS

H

2 1

GÁS 3 botijões

2

B190

SOBE

1 SOBE

SOBE

AE

I

97 77

B PLANTA BAIXA COM INDICAÇÃO DE CORTE E MALHA ESTRTURAL 0

170

1

5

71

51

c

109

N

7

8

9

11

10

12

AV. BEBERIBE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

SOBE

LOJA EXISTENTE

i = 8,33%

LOJA EXISTENTE

A i = 5,7%

SOBE

39

31

23

1359 1358

1355

1350

28

1345 1344 1343

1340

30

1335

N

detalhe tecnico

171

PLANTA BAIXA - PAISAGISMO

MEDIDORES

GERADOR 19m²

8m²

VESTIÁRIO F.

VESTIÁRIO M.

18m²

20m²

DEPÓSITO 22m²

COPA

WC M.

WC F.

12m²

ACESSO FUNCIONÁRIOS

31m²

ADMINISTRAÇÃO

19m²

12,6m²

WC

2,4m²

LOJA 20m²

LOJA 17m²

LOJA 18m²

LOJA 17m²

LOJA 17m²

LOJA 17m²

LOJA 17m²

LOJA 17m²

WC

WC

14m²

15m²

LOJA

BAR/RESTAURANTE EXISTENTE 108m² DEPÓSITO

ADMINISTRAÇÃO

17m²

7m²

7m²

LOJA EXISTENTE

DEPÓSITO

4m²

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA 17m²

BAR/RESTAURANTE

ADMINISTRAÇÃO

5m²

85m²

LOJA 22m²

LOJA 18m²

LOJA 18m²

LIXO

3 containers de - 700 ml

i = 8,33%

i = 5,7%

PAREDE E PORTAS GRADEADAS

2 1 SOBE

botijões GÁS 3B190

2 1 SOBE

SOBE

AE

SOBE

39

1355

1345

1343

97 109

77

71

51

1335

PLANTA BAIXA 0

1

172

5

N

31

23

TABELA GERAL DE VEGETAÇÃO REFERÊNCIA

AE

ALTURA (m)

QUANTIDADE

NOME POPULAR

NOME CIENTÍFICO

Cássia do Nordeste

Senna spectabilis

16

4m

Senna siamea

1

5m

9

4m

Cássia-de-sião

Cássia do Nordeste

Senna spectabilis

AE = Árvore Existente

AV. BEBERIBE

FORRAÇÃO REFERÊNCIA

NOME POPULAR

NOME CIENTÍFICO

Grama amendoim

ÁREA (m²)

445m²

Arachis repens Handro

TABELA GERAL DE MOBILIÁRIO LEGENDA LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

i = 8,33%

LOJA EXISTENTE

SOBE

LOJA EXISTENTE

REFERÊNCIA

QUANTIDADE

Banco de madeira com encosto para parque Woody - Mmcité

11

Banco de madeira para parque Woody - Mmcité

8

Banco de madeira para parque Woody - Mmcité

2

Banco e mesa de aço Bistrot - Mmcité

19

Banco e mesa de aço Orbit - Mmcité

1359

LEGENDA

REFERÊNCIA

QUANTIDADE

Bicicletário Lotlimit - Mmcité

10

Lixeira de aço Crystal - Mmcité

20

Poste reto com 2 luminárias Aladin iluminação

Grelha de piso 20x50cm - Tigre

10

15

11

Cadeira de aço limpido - Mmcité

6

3

Banco modular curvo com encosto Vera solo - Mmcité

3

Banco de aço limpido - Mmcité

Protetor de árvore Arbottura - Mmcité

9

Balizador Elias iluminado com estrutura de aço, iluminação LED SEE100 MMCité

90

1358

1350

28

TABELA DE TIPOS DE PISO LEGENDA

REFERÊNCIA

ÁREA (m²)

1344

Placas de Concreto in Loco

18.860m²

30

1340

Deck de madeira -MadeiraMadeira

Megadreno granili klasse Terracota 60x60

N

Arremate - Concrepoxi

110m²

102m²

102m²

173

LOTE

LOTE

LOJA

SOLO NATURAL Solo para jardim

Piso em Placas de concreto

1/3 de húmus 1/3 de argila 1/3 de terra vegetal

Lastro de brita

Junta de dilatação Sapata pilares em vista

Sub-base de concreto

CORTE AA 0

1

5

LOTE

CALÇADA ACESSÍVEL

FAIXA DE AUTOMÓVEL

CICLOVIA +0.30

0.00

Asfalto Brita graduada

Sapata/Meio fio

LOJA

GÁS

0

174

1

5

LOJA

LOJA

LOJA

LIXO

Solo para jardim

Piso em Placas de concreto Lastro de brita Sub-base de concreto

CORTE BB

LOJA

Junta de dilatação

1/3 de húmus 1/3 de argila 1/3 de terra vegetal

LOTE

CALÇADA ACESSÍVEL

BICICLETÁRIO

FAIXA DE AUTOMÓVEL

+0.30 0.00

Sapata/Meio fio

Asfalto Brita graduada

Deck de madeira

ÁREA DE PERMANÊNCIA

WC

DEPÓSITO

MEDIDORES

Piso megadreno granili 60x60 Pó de pedra Solo compactado

175

LOTE

VAGA DE ESTACIONAR FAIXA DE AUTOMÓVEL CICLOVIA

Bar/Restaurante

Asfalto Brita graduada

Sapata/Meio fio

Solo para jardim 1/3 de húmus 1/3 de argila 1/3 de terra vegetal

CORTE CC 0

176

1

5

Piso em Placas de concreto Lastro de brita Sub-base de concreto

Junta de dilatação

WC

177

DETALHE ESTRTURAL

TRELIÇA METÁLICA PARA SUSTENTAÇÃO DA TELHA FORRO DE MADEIRA PARAFUSO

TELHA METÁLICA SANDUÍCHE TRAPEZOIDAL ESP 50MM

RIPA

VIGA EM VISTA

MISULA

Chapa metálica

VIGA PERFIL C 30X50 SUPORTE METÁLICO

Guia de suporte

ESTRTURA PILAR METÁLICA

Parafuso sextavo Ancoragem Chapa metálica

DECK DE MADEIRA BARROTES PARA SUSTENÇÃO DO DECK

A estrutura principal consiste em uma malha de pilares de 30cm, com viga misulada, forro de madeira e telha metálica sanduíche com uma pequena parte sendo telha sanduíche translucida para aESC: entrada 1/75de iluminação natural. Vale resaltar que a cima da do forro de madeira, para a sustentação da coberta, também foram inclusa treliças para telhado UNICAP - ARQUITETURA E URBANISMO estrutura em borboleta, como visto anteriormente no corte CC. TRABALHO DE CONCLUSÃO II

DETALHE ESTRUTURAL

INSTITUIÇÃO - CURSO:

DISCIPLINA:

TÍTULO:

DETALHE ESTRTURAL

Assim, a composição desta estrutura visa os seguintes princípios básicos: Beatriz Medeiros DISCENTE:

- Materiais estruturais que permitam grandes vãos.

- Estímulo sensorial a partir da escolha dos materiais usados como madeira e do formato de vigas e pilares.

- Releitura das estruturas de cobertas encontradas no entorno.

-Coberta em escala proporcional ao entorno e condizente com a galeria existente, garantindo a proteção de seus usuários, sem ofuscar a visibilidade da mesma.

178

DATA:

06/12/2020 ESCALA:

1/75

Telha metálica sanduíche Pergolado

Forro de madeira

Estrtura metálica com viga duas águas LOTE

VAGA DE ESTACIONAR FAIXA DE AUTOMÓVEL

Estrtura metálica com viga misulada

CICLOVIA

Bar/Restaurante

Asfalto Brita graduada

Sapata/Meio fio

Solo para jardim 1/3 de húmus 1/3 de argila 1/3 de terra vegetal

WC

Piso em Placas de concreto Lastro de brita

Junta de dilatação

Sub-base de concreto

CORTE CC 0

1

5

Figura 209: Perspectiva explodida esquemática demonstrando os detalhes estruturais Fonte: A autora (2021)

179

FACHADAS

LOTE

CENTRO COMERCIAL DO ARRUDA

FACHADA SUL 0

1

5

LOTE

FACHADA LESTE 0

1

180

5

LOTE

181

DO MACRO AO MICRO

A proposta urbana consiste em requalificar o entorno de acordo com os propósitos e objetivos trabalho já citados. Dessa maneira a instalação e uso de postes duplos de iluminação, bem como ba tem como objetivo oferecer a devida proteção ao usuário e pedestres, assim como a necessid arborizar o trajeto da calçada, proporcionando um ambiente mais agradável contra a ação de a naturais indesejáveis.

A adição de mobiliários urbanos (checar planta baixa de paisagismo) como lixeira, bancos em e de permanência, tem como objetivo, além de proporcionar espaços para descanso, poder ser ta potencializadores para o convívio social.

A possibilidade de poder tornar o asfalto em rua compartilhada, torna o entorno além de mais mais acessível, por estar no mesmo nível da calçada, além de poder criar mais proximidade entr pessoas no ambiente urbano e permitir a possibilidade de ter espaço para uma ciclovia na rua.

A nova coberta e proposta projetual para o espaço, além de guiarem o pedestre para dentro do am também funcionam como proteção contra ação do sol e da chuva.

Diferente de como o local se encontra atualmente, a proposta busca trazer o pedestre para mai e gerar conexões por meio da permeabilidade visual e física e oferecer qualidade urbana juntam proposta projetual.

182

Fachadas Padronização existente: Padronizar a e inserindo verticalmente

das fachadas da galeria porta de enrolar existente a sinalização padronizada e fixada na parede.

Padronização das fachadas das lojas nova: Portas camarão em madeira, sinalização fixada ao lado.

Infraestrutura e mobiliário urbano

Vegetação e iluminação presente próximo a mobiliários urbanos como bancos e lixeira, s deste juntamente as árvores, criando sombra na arriletes, calçada para passeios mais agradáveis e dade de boa iluminação para segurança noturna agentes dos pedestres.

espaços ambém

seguro, re todas

Padronização das bancas da feira e madeira, com 4 ambientes internos individuais.

mbiente,

is perto mente a

183

184

ATUALMENTE

Figura 210: Pátio da feira atualmente visto da Av. Beberibe Fonte: A autora (2021)

PROPOSTA

Figura 211: Pátio da feira na proposta visto da Av. Beberibe Fonte: A autora (2021)

185

BARRACA FEIRA

A barraca possui 4 ambientes individuais em uma malha de 4x8 e segue a inclinação da linha de força do terreno, assim como a calçada interna do projeto

186

Figura 212 a´te 216: Proposta barracas para feirantes.

Fonte: A autora (2021)

187

IMAGENS Figura 217: Perspectiva externa da feira.

Fonte: A autora (2021)

188

189

Figura 218: Perspectiva externa da feira.

Fonte: A autora (2021)

190

191

Figura 217: Perspectiva interna mostrando espaços de permanência.

Fonte: A autora (2021)

192

193

Figura 218 a 221: Perspectiva interna do pátio da feira.

Fonte: A autora (2021)

194

195

Figura 222 a 225: Perspectiva interna do pátio da feira.

Fonte: A autora (2021)

196

197

Figura 226 a 227: Perspectiva externa do pátio da feira.

Fonte: A autora (2021)

Figura 228 a 229: Perspectiva interna dos espaços de permanência e lazer.

Fonte: A autora (2021)

198

199

Figura 230: Perspectiva externa do pátio da feira.

Fonte: A autora (2021) 200

201

Figura 231: Perspectiva externa do pátio da feira.

Fonte: A autora (2021)

202

203

Figura 231: Perspectiva deck de madeira para multiusos.

Fonte: A autora (2021)

204

205

206

Figura 232 a 235: Perspectiva externa do pátio da feira.

Fonte: A autora (2021)

207

CONSIDERAÇÃOES

FINAIS

208

O espaço terciário na malha urbana, foi e ainda é hoje em dia, palco de muitas realizações sociais e grandes agentes transformadores para o desenvolvimento das cidades, sendo o mercado, galerias e praças públicas para feiras parte do cotidiano de diferentes sociedades desde bastante tempo.

A partir dos processos de industrialização e desenvolvimento desordenado da urbanização das cidades, o ser humano se distanciou do sentido que esses espaços possuem para sociedade e malha urbana, tornando espaços públicos e relações sociais mais escassas.

Ressignificar esses ambientes, é ao mesmo tempo resgatar a nossa história, tradição e identidade com comunidade de pertencemos aos espaços da cidade.

Dessa maneira, o projeto proposto consiste em desenvolver o encontro de diferentes tipo de fluxos, sendo mercadorias, pessoas, informações, veículos, todos convivendo em um mesmo espaço de maneira ordenada e respeitosa, gerando momentos de lazer, de vendas, convívio e culturais, a partir de uma arquitetura que desperte conexão com o usuário e a cidade.

O equipamento visa também poder ser um potencializador econômico para as vendas locais dos feirantes e comerciantes da área.

Por meio da requalificação urbana o projeto buscou o respeito ao entorno e ao pedestre, colocando este no centro das prioridades e definições projetuais. Com o entorno se conectando diretamente com o espaço do projeto, para torná-lo mais atrativo como catalisador de usuários, além do uso da biofilia como agente revitalizador, para trazer inúmeros benefícios ao espaço.

Assim, espera-se que esse estudo possa contribuir para trazer um novo olhar sobre espaços terciários de nossos bairros e sua importância para a sociedade e cidade quando bem projetados e usados, com uma arquitetura que possa acrescentar ao nosso dia a dia e despertar o sentimento de pertencimento e comunidade.

209

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Dissertação (Mestrado em Tecnologia do ambiente construído) - Escola de Engenharia de São Carlos, [S. l.], 2005., São Paulo, 2007.

ALEIXO, Cynthia Augusta. Edifícios e galerias comerciais: arquitetura e comércio na cidade de São Paulo, anos 50 e 60. Orientador: Prof. Dr. Carlos A. Ferreira Martins. 2005.

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