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Thiago Ramos Portfolio

Thiago Ramos é um fotógrafo paulistano, que apresenta na OLD um portfolio de retratos de casais, com uma abordagem mais melancólica e introspectiva. Vamos ver o que ele tem a dizer sobre isso: Seu portfolio apresenta, na maioria das fotos, casais em um momento de intimidade planejada. Como surgiu o conceito para essa série? Como você escolheu seus personagens?

Eu já estava me dedicando exclusivamente aos retratos há algum tempo e fotografar casais começou quando pedi para um casal de amigos se poderia fotografá-los. Gostei das primeiras fotos que fiz e fui explorando mais com o tempo. Os personagens são meus amigos na grande maioria das vezes. A escolha é no feeling mesmo.

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Há uma certa melancolia nas imagens.

Quais as intenções desse clima? Como foi o processo de direção dos seus personagens?

Tento transmitir algum sentimento através da fotografia. Seja fotografando casais ou um simples retrato individual. O tipo de sentimento que o observador vai ter não é o objetivo e sim que sinta algo. A direção é bem básica e antes de fotografar mostro aos personagens alguns trabalhos prévios.

A escolha do personagem ajuda bastante nessa parte, a direção torna-se mais fácil e com resultados mais interessantes.

Sim. Apesar de não ter como objetivo que todos interpretem assim, é essa a idéia que tenho em mente quando fotografo casais. Eles não estão necessariamente no fim do relacionamento ou rumando para tal, mas é representar momentos de tristeza entre um casal que se ama ou mesmo individualmente.

Essas imagens foram todas feitas com filme, certo? Qual a importância para o seu processo criativo de desenvolver esse ensaio de maneira analógica?

Tenho a impressão de que esses casais estão no fim de seus relacionamentos ou rumando para eles, apesar de próximos nas imagens. Essa é uma das intenções do trabalho? Criar essa dupla percepção, de amor e tristeza na mesma imagem?

Acho que tudo se encaixa: o fato de não saber o desfecho daquele momento fotografado com o fato de não ver o resultado da fotografia ali na hora. Além disso tem a estética que o filme te proporciona, cria um clima perfeito para o que busco na fotografia.

Seus personagens estão congelados em momentos pouco naturais, como estátuas, esperando o tempo passar. Há ao mesmo tempo um tom de flagrante da intimidade do casal e uma realidade construída, imaginada. Como foi o processo para encontrar essa estética?

Os aspectos apresentados nesse trabalho são próprios desse ensaio ou são marcas da sua produção como um todo? Você pretende continuar desenvolvendo trabalhos nessa linha?

Foi bem natural, simplesmente foi saindo. Fotografo sem me preocupar com a perfeição do contexto e evitando o comum. Gosto de fotografar o assunto como ele realmente é, então saiu naturalmente, sem planejamento. Minhas referências certamente são responsáveis por isso também.

Se fosse para definir o meu estilo, se é que podemos chamar assim, eu diria que faço retratos. Sempre que possível eu fotografo com o olhar nessa linha mais sentimental e é o que busco cada vez mais e tem me proporcionado satisfação.

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