No final do corredor uma luz vermelha chama a atenção dos clientes, nela escrita a palavra MOTEL, lugar esse reservado para os programas contratados pelos clientes no referido território de prazer. Ao lado podemos encontrar dois banheiros, um masculino e um feminino. Mulheres e homens circulam nesse território. Saltos femininos exibem compassos e exaltam as curvas femininas ao som da música que invade nossos ouvidos. O cheiro de bebida invade todo o território. Entre as mesas as dançarinas exibem as suas formas em traços de volúpias e movimentos. Foi nesse território que conhecemos uma de nossas entrevistadas, que hoje diz ser uma ex-prostituta, a qual nos informa como ela concebe o puteiro: O puteiro é um ambiente muito alegre, possui o dinamismo da música, as atenções são voltadas para as mulheres. Por mais que a prostituição tenha seu lado ruim, não se pode esquecer que é nesse ambiente que as putas sentem-se em seu território. Lá elas são desejadas, aplaudidas, escolhidas mesmo que por alguns instantes é despertado o sentimento de atenção.
Sob o olhar de uma autora pesquisadora, eis a definição de um prostíbulo. Sousa (2000): O ambiente de um prostíbulo é algo lúdico, no qual tudo é, aparentemente, permitido, lá se espera concretizar as fantasias sexuais que, por uma série de razões, não têm lugar apropriado e não são permissíveis no lar com a esposa (SOUSA, 2000, p.103).
Nesse mesmo território onde o prazer é exaltado, pode-se também localizar marcas de descompassos que desencadeiam cuidados referentes ao corpo, sobretudo, os esmeros realizados pelas profissionais do sexo em relação a uma preservação contra DST (Doença Sexualmente Transmissíveis).
CORPO, PROSTITUIÇÃO E EDUCAÇÃO SEXUAL NO TERRITÓRIO DO PRAZER
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