de uma espacialidade associada a uma manifestação cultural inserida em um contexto da religiosidade popular, na qual a festa se reveste em um território lúdico marcado por utopias (PRIORE, 2000), bem como paisagens e lugares definidOs por ações que eclipsam a rotina de seus participantes. Para a discussão do presente texto, elegemos três momentos: o acontecer festivo, a estruturação de lugares simbólicos bem como a perspectiva de uma paisagem cultural atrelada às festas religiosas. Para essa discussão, nos pautamos em uma abordagem teórica referenciada nos temas elencados pela geografia humanística e cultural, sobretudo, aqueles que se referem à temática em tela. Entendemos também que a nossa compreensão ao falar de festa e suas manifestações espaciais, nos conduzem a um olhar pelo qual deva ser contextualizado em uma teia de significados e, conforme Cassirer (2001), faz-se necessário ir além de sua organização, constituição e estrutura. Portanto, nos valemos da existência dos significados que fazem parte da festa, dos personagens e suas práticas sociais pelas quais constroem sua própria realidade.
O Acontecer Festivo A Geografia Cultural vem ultimamente destacando em sua agenda de pesquisas o temário da festa enquanto manifestação espacial. Manifestação esta considerada um fenômeno de natureza sociocultural, e que permeia toda a sociedade, significando uma trégua no cotidiano rotineiro e na atividade produtiva. Sua natureza é intrinsecamente diversional, comemorativa, pautando-se pela alegria e pela celebração. Em meio a uma pluralidade do olhar por parte daqueles interessados no tema, consideramos a festa como uma necessidade social e espacial, pela qual se opera uma superação das con-
116
! OTÁVIO JOSÉ LEMOS COSTA