Construindo imagens etnográficas: uma abordagem reflexiva da experiência de campo entre os Asuriní do Xingu Alice Martins Villela Pinto PPGAS-Universidade de São Paulo, SP/Brasil
A produção de imagens audiovisuais para pesquisa sobre os rituais dos Asuriní do Xingu1 levanta inúmeras questões éticas imbricadas na relação entre pesquisador e sujeitos da investigação, suscitadas a partir de negociações, conflitos e constrangimentos em torno da presença da câmera em campo. Em uma abordagem processual que pensa o ritual como performance2 e a audiência presente como seu contexto (Schechner, 1985), a reflexão sobre o processo de construção de imagens etnográficas consiste num aprendizado so1
Os Asuriní vivem no médio rio Xingu no estado do Pará, Terra Indígena Koatinemo. São um grupo de língua Tupi-Guarani e sua população é estimada em 160 indivíduos.
2 Cf. autores da antropologia e de estudos da performance, como Turner (1982, 1987), Turner e Bruner (1986), Schechner (1985, 1988) e Geertz (1978, 2001).
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