Novos cenários para as pequenas mídias: para uma exploração etnográfica do cinema de família1 Alex Vailati NAVI-PPGICH, Universidade Federal de Santa Catarina, SC/Brasil
De Nollywood Para Casa Quando Flaherty estava filmando sua obra-prima entre os Inuit, há quase cem anos, ele provavelmente não imaginava que um dia, Nanook, o protagonista de seu filme, seria capaz de fazer seu próprio filme. No entanto, a obra de Flaherty (1922) abriu caminho para a pesquisa visual, um legado que é particularmente importante para antropólogos culturais2. Houve considerável debate sobre seus filmes na 1 Este artigo foi publicado pela primeira vez em inglês: VAILATI, A. The new arenas of small media. Towards an ethnological exploration of family cinema. Vibrant (Florianópolis), v. 9, p. 254-271, 2012. Agradeço a revista Vibrant pela permissão de republicar este texto em português. 2 É interessante também observar que Flaherty “inventou” o trabalho de campo visual quase ao mesmo tempo em que Malinowski (1922) inventou o trabalho de campo. O objetivo de ambos os autores foi propor uma narrativa do ponto de vista do “nativo”. A principal diferença é que Flaherty utiliza implicitamente um modelo ficcional para construir sua narração.
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