Memoria Congresso CICP 2013

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CONGRESSO INTERNACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS

05 de Marรงo de 2013 Exponor - Matosinhos, Portugal

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ÍNDICE

1

ENTREVISTAS ......................................................................................... 1-16

17

RESUMO DO EVENTO ............................................................................ 17-29

30

COMUNICAÇÕES LIVRES ......................................................................... 30-32

33

RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DO CONGRESSO ......................................... 33-36

37

COMISSÃO CIENTÍFICA / COMISSÃO ORGANIZADORA ............................... 37-38


ENTREVISTAS


Entrevista a Rui Cernadas

Vice-Presidente do Conselho Diretivo da ARS Norte, I.P., Portugal Que avaliação faz do Congresso Internacional sobre Cuidados Paliativos? Considero que foi um excelente Congresso, quer desde o ponto de vista da organização como desde o ponto de vista da participação, com um elevado número de assistentes, provenientes do sector privado e público e de diferentes disciplinas da saúde e ciências sociais. Em relação ao programa científico considero que é um programa consistente, com temas mais generalistas nas sessões plenárias e temas específicos, profundamente clínicos e vinculados aos processos dos Cuidados Paliativos, que demostram que existe massa crítica suficiente para manter várias sessões em simultâneo.

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Por outro lado, trata-se do primeiro grande Congresso em Cuidados Paliativos organizado por uma ARS em Portugal, o qual contou com vários apoios. Gostaríamos que no futuro esta iniciativa não representasse um ato isolado e perdido no tempo. Na sua opinião, qual é a importância dos Cuidados Paliativos nas políticas públicas da saúde em Portugal? Gostaria em primeiro lugar de frisar que não é possível conceber o processo assistencial sem a perspetiva de proximidade e de continuidade. Continuidade significa coerência e integridade no processo assistencial. Os Cuidados Paliativos são muito importantes porque por um lado completam e representam uma vertente nobre da rede de cuidados continuados e portanto, vejo-os integrados na RNCCI, mas vejo-os também necessários para assegurar o tratamento posterior à fase pós-hospitalar. Como médico gostaria de ver implementada nos Cuidados Paliativos uma perspectiva de governação clínica; como gestor é relevante que os Cuidados Paliativos dotam o sistema de mais sustentabilidade financeira, e relembro também a importância e o peso dos cuidados domiciliários em Cuidados Paliativos e, finalmente, como cidadão interessa-me o trabalho dos Cuidados Paliativos que minimiza o sofrimento do doente e da sua família/ cuidador. Qual é a perspectiva do desenvolvimento dos Cuidados Paliativos na região Norte? Os Centros Colaboradores falaram-nos na necessidade de uma aposta pelos cuidados domiciliários. O que é que se prevê nessa área? A regulamentação é fundamental e espero que ela reforce a vertente domiciliária. Neste sentido, a ARS Norte coloca todo o seu esforço para manter as ECCI. Desde 2012 e a partir de 4


Abril deste ano teremos novas acções de formação em Cuidados Paliativos para médicos e enfermeira e esta é sem dúvida uma vertente donde a ARS apostará. Por outro lado, queremos melhorar e alargar o número de profissionais e de equipas intra-hospitalares de suporte em Cuidados Paliativos e, finalmente, queremos ter implementada uma rede de camas Cuidados Paliativos que possam servir as necessidades da população. Quais são as suas conclusões deste Congresso? Este tipo de encontros solidifica as experiências daqueles que trabalham dia a dia nos Cuidados Paliativos. É relevante o facto de termos profissionais com uma experiência acumulada na área muito importante e que deve ser partilhada com os novos profissionais que se dedicam ou se querem dedicar a esta área. Gostaria que este Congresso não fosse um acontecimento perdido no tempo e que tivesse certa continuidade, fosse ele patrocinado pelas Administrações Regionais de Saúde como por outras entidades públicas. Com a evolução natural da demografia nacional, é importante que os Cuidados Paliativos se vejam como uma vertente fundamental nos Cuidados Primários de Saúde e no processo de tratamento do ser humano. Finalmente dizer que gostaria que todos os seres humanos se pudessem beneficiar de Cuidados Paliativos de grande qualidade.

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Entrevista ao Centro Colaborador da OMS para Cuidados Paliativos de Barcelona

Xavier Goméz-Batiste Director, Centro Colaborador da OMS para os Cuidados Paliativos, Barcelona Presidente da Comissão Científica do Congresso

José Espinosa

Centro Colaborador da OMS para os Cuidados Paliativos, Barcelona

Que avaliação faz do Congresso? O Congresso permitiu a participação de um número importante de profissionais que puderam partilhar as experiências procedentes de diferentes âmbitos, tanto na perspectiva da prática clínica como da gestão em saúde. Foi possível transmitir uma visão ampla, atualizada e prática dos desafios e necessidades atuais para o desenvolvimento e melhoria dos Cuidados Paliativos. Para além disso, gerou-se intercâmbio de conhecimento e estabeleceram-se as bases para possíveis áreas de colaboração entre profissionais e entidades das diferentes regiões. 6


Qual é o estado de desenvolvimento dos Cuidados Paliativos na Península Ibérica? No seu conjunto, encontra-se numa situação "intermédia", com grandes diferenças de modelos e de graus de implementação entre regiões, dependendo dos departamentos específicos de saúde e de lideranças clínicas e organizativas. Quais são os principais desafios para a Península Ibérica no desenvolvimento dos Cuidados Paliativos? Os desafios são combinados, nomeadamente: − Desenvolver um sistema de Cuidados Paliativos de qualidade e com alta cobertura das necessidades; − Desenvolver programas para incluir os Cuidados Paliativos na prestação de cuidados a pessoas com doenças crónicas avançadas, especialmente em serviços de Cuidados de Saúde Primários e lares, mas também noutros serviços convencionais; − Considerar os Cuidados Paliativos como especialidade (ou subespecialidade) profissional; − Introduzir os Cuidados Paliativos na formação pré-graduada; − Incentivar a investigação e a criação de evidência. Qual é a importância de realizar este tipo de eventos? Permite a partilha de experiências e gera um processo de benchmarking para identificar os aspetos comuns e as áreas de melhoria. 7


Na perspetiva de Centro Colaborador da OMS, quais são as principais mensagens que se extraíram do Congresso? − Deve-se fomentar o desenvolvimento e a implementação de Programas Regionais de Cuidados Paliativos, que permitam adaptar as Estratégias ou Planos Nacionais existentes à situação, necessidades e possibilidades de cada região. − Os programas devem contar com apoio governamental e devem facilitar a participação de profissionais que sejam líderes locais. − Devem-se definir as competências dos profissionais e facilitar programas de formação adequados à complexidade da intervenção nos diferentes níveis do sistema de saúde.

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Entrevista a Bárbara Gomes

Investigadora do Projeto DINAMO (Fundação Calouste Gulbenkian) King’s College London, Cicely Saunders Institute Centro Colaborador da OMS para os Cuidados Paliativos, Londres Quais são os maiores desafios em Portugal no desenvolvimento dos Cuidados Paliativos? • Elevado e crescente número de mortes em regime de internamento: é uma tendência que se distancia cada vez mais das preferências dos doentes e que é de difícil sustentabilidade no futuro; • Acentuado envelhecimento da população Portuguesa: acrescenta complexidade à prestação de formal e informal de cuidados no final de vida; 9


• Poucos especialistas em Cuidados Paliativos para dar resposta às necessidades existentes e variabilidade na sua disponibilidade no território nacional; • Crise económica, cortes na Saúde, reforma no sistema de saúde - algum compromisso político mas com financiamento muito limitado aliado a pouca flexibilidade para alocar recursos existentes no sistema de saúde para a área dos Cuidados Paliativos. Quais deveriam ser as prioridades a curto-prazo? • Desenvolvimento de estratégias e planos de implementação financeiramente sustentáveis de Cuidados Paliativos em todas as regiões do país, baseados numa rigorosa avaliação das necessidades locais com base nos recursos e conhecimentos existentes e com foco nos Cuidados Paliativos domiciliários, para responder às preferências da maioria da população que quer ser cuidada e assistida no domicílio, com apoio para familiares/ cuidadores. • Definição de um conjunto mínimo de indicadores de Cuidados Paliativos, com recolha sistemática e padronizada a nível nacional, permitindo medir e comparar os resultados obtidos em termos de benefícios para doentes e famílias nos vários serviços e avaliar o impacto das estratégias e medidas políticas; • Acreditação das competências em Cuidados Paliativos em medicina e enfermagem. Começar a trabalhar na acreditação das especialidades de medicina e enfermagem paliativa, com uma forte componente clínica que dê robustez à prática e liderança clínica futura. • Diferenciação clara entre serviços generalistas e especializados em Cuidados Paliativos visando distinguir papeis e estabelecer um modelo efectivo e custo-efectivo entre os dois (com sistemas de referenciação adaptados clinica e culturalmente). 10


Entrevista a Astrid Adams

Consultora de Medicina Paliativa em Sir Michael Sobell House, Oxford, Reino Unido Centro Colaborador da OMS para os Cuidados Paliativos, Oxford Do seu ponto de vista, quais são os maiores desafios que os Cuidados Paliativos enfrentam a curto-prazo? Não posso falar sobre Portugal ou Espanha enquanto perita em Medicina Paliativa. No entanto, é claro para mim que existem muitas equipas especializadas em Cuidados Paliativos nestes países e que em Portugal está a ser desenvolvida a regulamentação que permite o desenvolvimento desta área.

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As apresentações a que assisti neste Congresso demonstram a enorme energia e determinação dos profissionais para o desenvolvimento dos Cuidados Paliativos. Infelizmente, a Medicina Paliativa não está reconhecida como especialidade e não existe formação clínica específica. Para além da necessidade de formação na especialidade, denotou-se a necessidade de formação generalista para os profissionais de outros níveis de cuidados do setor da saúde. Existe portanto trabalho que deve ser feito pelas Autoridades Nacionais de modo a formar os profissionais na área da Medicina Paliativa, quer especializada como generalista. A abordagem nacional deve conseguir criar as oportunidades de formação dos profissionais. Embora nós estejamos dispostos a partilhar a nossa aprendizagem obtida no Reino Unido, o desenvolvimento de conteúdos de formação na área da Medicina Paliativa em Portugal e Espanha deve ser customizado aos requisitos específicos e aos serviços existentes nestes países.

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Entrevista a Manuel Luís Capelas

Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, Portugal Qual é a importância para os CP em Portugal e na Península Ibérica de ter Congressos com estas caraterísticas? É deveras importante pois como ninguém presta cuidados paliativos sozinho, mas em equipa interdisciplinar, também num mundo tão globalizado, é importante que profissionais de países com proximidade geográfica e cultural se encontrem, reflitam e partilhem as suas experiências sobre o desenvolvimento dos seus programas de cuidados paliativos, para que daí resulte um mais adequado conjunto de estratégias que permita o desenvolvimento de 13


programas realistas, sustentáveis, que respondam efetivamente às necessidades dos doentes e suas famílias, mas também que o sejam culturalmente sensíveis. Quais seriam as conclusões do Congresso que destacaria? A primeira, destacaria, que existe muita gente interessada na temática dos cuidados paliativos. É algo que se tem de potenciar. Em segundo lugar que em Portugal também já temos profissionais de cuidados paliativos que pensam e agem ao mais alto nível do conhecimento internacional. A partilha interpares aumenta o conhecimento, aumenta as capacidades de resiliência e de implementação de respostas. Quais devem ser linhas de desenvolvimento dos Cuidados Paliativos em Portugal a curto-prazo na perspetiva da Associação Nacional? Não as colocando por prioridades, julgo que seria importante e fundamental, que as Ordens Profissionais, nomeadamente a dos Médicos e dos Enfermeiros oficializasse a especialidade/competência. Depois que se fizesse cumprir efetivamente o despacho da Sr. Ministra da Saúde que determina que os Hospitais do SNS devem ter equipas intrahospitalares de suporte em cuidados paliativos, assim como uma verdadeira aposta nos cuidados paliativos domiciliários, seja por consultoria seja por prestação direta. Acresce a esta necessidade a abertura de unidades de internamento em distritos onde não existam para que seja possível um internamento com alguma proximidade.

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Entrevista a Álvaro Gándara del Castillo

Presidente da Sociedade Espanhola de Cuidados Paliativos (SECPAL)

Na sua perspetiva, qual é a importância de celebrar eventos com estas características? Considero que é muito positivo porque trata-se de criar um espaço de encontro entre os profissionais que têm oportunidade de confrontar experiências de diversas regiões e países e ver qual o grau de implementação dos Cuidados Paliativos em cada território. Conhecendo-se as peculiaridades de cada região, podem-se conhecer quais as melhores soluções a aplicar.

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Quais as principais conclusões que extrai deste Congresso? Destaca-se a grande heterogeneidade existente entre países, e não apenas entre países mas também entre regiões, algumas das quais com planos mais desenvolvidos que outras. Isto significa que há oportunidades de melhoria e desenvolvimento de novos serviços. Quais são as perspetivas de futuro para os Cuidados Paliativos? As perspetivas são boas e muito amplas. O que me preocupa é que não estamos a avançar a uma velocidade adequada. O aumento da cronicidade dos doentes é um assunto que está a ultrapassar as possibilidades dos serviços e das equipas. Cada vez temos mais pessoas com doenças crónicas avançadas e não estamos a conseguir responder à mesma velocidade que os acontecimentos. Esta situação é má uma vez que significa que não estamos a prestar bons cuidados. No seu entender, quais os principais desafios a curto-prazo para a Península Ibérica na área dos Cuidados Paliativos? Em primeiro lugar, o reconhecimento dos Cuidados Paliativos como especialidade das profissões implicadas (Medicina, Enfermagem, Psicologia e Trabalho Social). Isto garantiria que os Cuidados Paliativos são prestados por verdadeiros peritos e com reconhecimento do resto da comunidade científica. Em segundo lugar, conseguir que a disciplina de Cuidados Paliativos se dê a conhecer a todas as profissões na área da saúde no âmbito da formação de pré-graduação e com aperfeiçoamento na pós-graduação. Por último, que os diferentes modelos de Cuidados Paliativos possam desenvolver-se nos nossos países, por exemplo, o modelo Hospice e os Centros de Dia. 16


RESUMO DO EVENTO 05 de Março de 2013 Congresso Público



SESSÃO PLENÁRIA Sessão Plenária 1: Cuidados Paliativos em Portugal e na Europa Moderadora: Cristina Galvão

Rui Cernadas Vice-Presidente do Conselho Diretivo da ARS Norte, I.P., Portugal

“É preciso definir claramente o papel das várias ARS no desenvolvimento dos Cuidados Paliativos”

Isabel Galriça Neto Médica Responsável pelo Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital de Luz, Deputada da Assembleia da República, Portugal

“O financiamento carece de revisão e existe um deficit de estruturas de apoio domiciliário”

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Carlos Centeno Médico, Diretor da Unidade de Medicina Paliativa da Clínica Universidade de Navarra, ES e Responsável pelo grupo de trabalho da EAPC sobre “O desenvolvimento dos Cuidados Paliativos na Europa”, Espanha

“Existe uma grande iniquidade na distribuição dos recursos de Cuidados Paliativos na Europa”

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Sessão Plenária 2: A prestação de Cuidados Paliativos (Abordagem Clínica)

Manuel Luís Capelas Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, Portugal

“É imperioso que os indicadores de qualidade resultem de consensos entre os intervenientes da prática”

Bárbara Gomes Investigadora do Projeto DINAMO (Fundação Calouste Gulbenkian) King’s College London, Cicely Saunders Institute “É crucial o investimento em cuidados domiciliários paliativos. Os estudos demonstram que atualmente existe um desfasamento crescente entre as preferências para local de morte e a realidade que é maioritariamente a da ocorrência da morte em contexto hospitalar.”

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Jorge Teixeira da Cunha Professor, Universidade Católica de Porto, Portugal

“Existe a possibilidade de superar o paternalismo do sistema de saúde, para que se centre no cidadão e não na equipa que presta cuidados”

Astrid Adams Consultora de Medicina Paliativa em Sir Michael Sobell House, Oxford, Reino Unido

“É básico fornecer cuidados que sejam integrados e que respeitem a autonomia do paciente e a comunicação com a sua família ou cuidador”

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SESSÕES PARALELAS 1. Identificação e Melhoria dos Cuidados Prestados a Pessoas com Doença Crónica Avançada José Espinosa

Centro Colaborador da OMS para Programas Públicos de Cuidados Paliativos de Barcelona, Espanha

“Deveríamos deixar de falar de doença terminal e começar a falar de doença crónica avançada evolutiva; passar de uma intervenção rígida a uma intervenção flexível; passar a utilizar o termo mais global “Atenção Paliativa” e, finalmente, passar do conceito de mortalidade para o de prevalência”

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2. Controlo de Sintomas Opióides para tratamento da dor moderada e intensa Rui Carneiro Médico do Serviço de Cuidados Paliativos do IPO Porto, E.P.E., PT

“Os opióides não são fármacos perfeitos no tratamento da dor, mas não temos melhores!”

Sonda Naso-gástrica: Colocar ou não colocar? Cátia Ferreira Enfermeira do Serviço de Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar de São João, E.P.E., PT

“O perfeito homem do mundo seria aquele que jamais hesitasse por indecisão e nunca agisse por precipitação” - Schopenhauer 25


Sedação Paliativa Rita Abril Médica do Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz, PT

3. Programas de Intervenção na Família Inovações no Apoio Psicossocial em Cuidados Paliativos Anna Novellas Assistente Social do ICO Barcelona, Espanha

“Trabalhar o final de vida apenas nos últimos meses é difícil. Pensar antecipadamente os aspetos da morte pode ser um processo mais natural e que pode ser conseguido através do advanced care planning”

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Cuidar dos Cuidadores: A Família como recetora de cuidados Carla Reigada Assistente Social do Serviço Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar de São João, E.P.E., Portugal

“A ética assistencial ainda está pouco trabalhada na perspetiva da prestação de cuidados”

Intervenção no Luto Eduardo Carqueja Psicólogo, Serviço de Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar de São João, E.P.E., Portugal

“O luto é um problema de saúde pública que não está enquadrado nas politicas públicas de saúde”

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Perspectiva sobre o Desenvolvimento Futuro dos Cuidados Paliativos, no contexto das melhores práticas internacionais

José Espinosa

Centro Colaborador da OMS para Programas Públicos de Cuidados Paliativos de Barcelona, Espanha

Maria Nabal

Médica, Responsável da Equipa de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário Arnau de Vilanova, Lérida, ES e Membro do Conselho de Administração da EAPC, Espanha

“O tratamento da dor é um direito humano universal” “O desenvolvimento dos Cuidados paliativos deve ser fiel aos seus princípios fundamentais mas com capacidade de adaptação a cada contexto e doente”

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COMUNICAÇÕES LIVRES


“Dor total no doente em fim de vida” Patricia Coelho; Tânia Costa ; António Coutinho; Rosa Silva. Instituto de Ciências da Saúde. Universidade Católica Porto. “O uso da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde nos cuidados paliativos: uma revisão sistemática” Marta Jácome de Unidade de Saúde Familiar Bracara Augusta, Braga, Portugal; e Cristina Jacomé, de Escola Superior de Saúde, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal. “Intensidade dos sintomas. Prevalência de sintomas em relação à sua intensidade nos doentes internados numa Unidade de Cuidados Paliativos” Joana Bragança, enfermeira UCCP - HL e Maria Aparício, enfermeira responsável UCCP - HL. “Impacto do modelo de intervenção intra-hospitalar duma equipa de cuidados paliativos sobre a qualidade e custo da prescrição farmacológica em fase agónica” Filipa Tavares. Medicina Paliativa. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Hospital de Santa Maria. Hospital Pulido Valente. “Uso de escopolamina transdérmica Experiência de uma Equipa de Cuidados Paliativos” João Francisco e Marta Monteiro do Serviço de Medicina, do Centro Hospitalar do Porto (CHP); Isabel Barbedo, Júlia Alves, Joana Mirra, Elga Freire. Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos, Centro Hospitalar do Porto.

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“Anasarca e lesão renal aguda complicando neoplasia avançada – o que justifica referenciação para técnica substitutiva renal” Filipa Tavares, Abel Abejas, Sónia Santos, Ana Luísa Gonçalves, Joana Daniel, Mariana Van Innis, Margarida Mogadouro, Manuel Mello e Castro. Cuidados paliativos de agudos. José de Mello- Saúde. “Cuidador familiar de um idoso em fim de vida: uma perspectiva no contexto domiciliário” Tânia Costa; António Coutinho; Patrícia Coelho; Armando Almeida; Rosa Silva. Instituto de Ciências da Saúde. Universidade Católica Porto. “Diagnóstico oncológico do pai: Uma comunicação de impacto na adolescência no olhar de jovens adultas” Ana Catarina Leite; Dayse Neri de Souza – DE da Universidade Aveiro; José Eduardo Rebelo – DB da Universidade Aveiro. “Apoio no Luto à Família Cuidadora em contexto de Cuidados Paliativos – revisão integrativa” Isabelle Martins, Diana Ferreira, Maria Isabel Vieira, Raquel Queirós, Sara Pereira, Sofia Moura, Patrícia Coelho. Instituto de Ciências da Saúde. Universidade Católica Porto.

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RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DO CONGRESSO


A

0%

8%

53%

39%

Apoio aos participantes e aos grupos de trabalho

0%

8%

65%

26%

Meios Auxiliares Pedagógicos

1%

10%

58%

31%

Logística e Instalações

0%

6%

51%

44%

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CONTEÚDOS TEMÁTICOS

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Acolhimento/Secretariado/Organização

ORGANIZAÇÃO/FUNCIONAMENTO

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N.º de Questionários preenchidos: 508

Apreciação geral das abordagens efetuadas

0%

5%

50%

45%

Valor prático dos temas abordados

1%

5%

45%

50%

Pertinência e interesse dos temas

0%

3%

38%

59%

Recursos auxiliares pedagógicos

1%

9%

58%

32%

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TEMAS QUE GOSTARIA VER ABORDADO

%

Cuidados Paliativos Pediátricos ...................................................................................... 2,17% Maior abordagem casos clínicos e casos práticos ............................................................. 1,77% Cuidados Paliativos na Comunidade ............................................................................... 1,38% Dificuldade/necessidade dos cuidadores apoio à família e suporte domiciliário .................... 1,38% Enfermeiro nos cuidados paliativos ................................................................................. 1,38% Comunicação na equipa multidisciplinar ......................................................................... 1,18% Cuidados paliativos nos cuidados de saúde primários ....................................................... 1,18% Luto - intervenção do enfermeiro e luto nas crianças ....................................................... 1,18% Acompanhamento Espiritual nos cuidados paliativos ........................................................ 0,98% Cuidados Paliativos enquanto direito humano .................................................................. 0,98% Formação em cuidados paliativos ................................................................................... 0,98% Luto, morrer, morte melhor abordagem ........................................................................... 0,98% Programas de apoio a doentes e familiares (Psicológico, Sociais) ....................................... 0,98% Síndrome de Burnout enfermeiros que trabalham nos cuidados paliativos ..........................

0,98% 36


COMISSÃO CIENTÍFICA Rui Cernadas

Maria José Espanha

Edna Gonçalves

Regina Carlos

Alberto Hespanhol

José Robalo

Ferraz Gonçalves

Ana Costa

Vice-Presidente do Conselho Directivo ARS Norte, I.P. Directora de Serviços dos Cuidados Paliativos Centro Hospitalar de S. João, EPE Presidente da Comissão de Ética da ARS Norte ARS Norte, I.P. Coordenador da Unidade de Cuidados Paliativos IPO, EPE

Manuel Luís Capelas

Presidente Associação Portuguesa dos Cuidados Paliativos

Inês Guerreiro

Interlocutor da ACSS ACSS, I.P.

Alexandre Dinis

Interlocutor da DGS DGS 37

Coordenadora da ECR ARS Centro, I.P.

Coordenadora da ECR-LVT da RNCCI ARS Lisboa e Vale do Tejo, I.P. Presidente do Conselho Diretivo ARS Alentejo, I.P. Vogal do Conselho Diretivo ARS Algarve, I.P.

Fátima Teixeira

Coordenadora da Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos ARS Algarve, I.P.


COMISSÃO ORGANIZADORA Ponciano Oliveira

Vogal do Conselho Diretivo ARS Norte, I.P.

Celeste Pinto

Assessoria CSP ARS Norte, I.P.

Joaquim Oliveira

Antonino Leite

Coordenador do Gabinete de Relações Públicas e Assessoria à Imprensa ARS Norte, I.P.

Liliana Ramalho

Diretora Gesaworld Portugal Gesaworld Group

Assessoria CSP ARS Norte, I.P.

Alda Rosa

Técnica Superior – DEP ARS Norte, I.P.

Elsa Ramos

Assessoria CD ARS Norte, I.P.

Susana Soares

Responsável pela AFCCI ARS Norte, I.P.

Olívia Pinto

Coordenadora da Formação ARS Norte, I.P. 38


Rua de Santa Catarina, 1288 4000-447 Porto Portugal Tel: 22 041 10 00 Fax: 22 041 10 05 E-mail: arsn@arsnorte.min-saude.pt


A ARS Norte, I.P. organizou o Congresso Internacional de Cuidados Paliativos na cidade do Porto (Portugal) no mês de Março de 2013. O evento incluiu três sessões plenárias sobre "A situação dos Cuidados Paliativos em Portugal e na Europa"; "A prestação dos Cuidados Paliativos desde uma abordagem clínica" e "Perspetiva sobre o desenvolvimento dos Cuidados Paliativos no contexto das melhores práticas internacionais"; três sessões simultâneas sobre "Identificação e melhoria dos cuidados prestados a pessoas com doenças crónicas avançadas"; "Controle de sintomas" e "Programas de intervenção com a família" e Comunicações Livres. No segundo dia teve lugar a Reunião dos Centros Colaboradores da OMS para Cuidados Paliativos de Barcelona, Londres e Oxford com os responsáveis regionais pelo desenvolvimento dos Cuidados Paliativos em Portugal e Comunidades Autónomas de Espanha (Andaluzia, Castela e Leão e Galiza) e associações nacionais de Cuidados Paliativos de Portugal (APCP) e Espanha (SECPAL). O presente documento recolhe os conteúdos mais destacados do evento e entrevistas a alguns dos seus principais protagonistas.



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