Revista Joystick

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tutorial

Ser mulher nos jogos é construir muralhas Thais Weiller editora, designer e produtora

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u gostaria de falar na área de games está tudo legal, que homens e mulheres têm as mesmas oportunidades e tratamentos, e que não há a necessidade de se escrever um texto todo sobre a desigualdade de gênero na nossa área. Eu queria mesmo. Mas nem todos os sonhos se tornam realidade na velocidade de um buffer. Enquanto você lê esse texto, um cara desequilibrado está atacando com mensagens de ódio e ameaças vazias várias garotas que tiveram a ousadia de escrever sobre ou de fazerem jogos. Uma e-atleta está recebendo um convite público para um ato sexual no meio do seu stream. Uma streamer perde seu patrocínio por responder a um comentário machista, e ainda recebe ameaças de morte. Assustador, não? Pois é: para nós, é só mais um dia e não há nada de novo no front. Posso falar com mais certeza de como é trabalhar com jogos, como é chegar todo dia em um escritório de 40 pessoas em que só mais três são mulheres. Afinal, são mais de cinco anos fazendo exatamente isso. Todas as pessoas com quem você trabalha são maravilhosas, gostam das mesmas coisas que você e jogam os mesmos jogos que você.

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expediente

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Apesar disso, são comuns bolhas de ambiente. E sempre rolam aquelas conversas de quem são “gostosas”, ”barangas”, “vadias” e sobre “quem é o homem

Diretor de Redação: Hironobu Sakaguchi

Designers: Bárbara Kurz, Rodrigo Bestetti

Diretor de Arte: Akira Toriyama

Produtora Gráfico: Carla Meninsky

Editora: Kim Swift

Estagiários: Todd Howard, Will Wright

Editora Assistente: Jane Jensen Jeckels Repórteres: Brenda Laurel, Jennifer Hale, Robin Hunicke

Atendimento ao leitor: Satoshi Tajiri Redação e Correspondência: Av.

da relação”. É claro, às vezes, homens usam termos equivalentes para tratarem amigos, mas não com a mesma frequência e não com a mesma riqueza de detalhes. No entanto, como em média só 20% são mulheres, e se eles gastam mais tempo falando delas, isso dá muito tempo para cada uma em relação ao tempo que se passa falando sobre qualquer cara. Esse tipo de conversa é o prelúdio para algo pior, que é a falta de respeito no próprio ambiente profissional. Quantas vezes um colega passou por cima do trabalho de uma mulher só por que era mulher? Um dos caras que eu gerenciava simplesmente ignorar o que eu havia dito e ordenar para outro cara fazer um trabalho para ele. Daí a gente tem que falar mais alto. Acontece. No fim, o abuso moral a mulheres na área de jogos é tão corriqueiro, tão parte do dia a dia, algo tão normal que para não nos ofendermos com tanta frequência, acabamos construindo muralhas ao nosso redor. Essas paredes podem tomar forma e nos levam a só expressarmos nossas reais opiniões em grupos fechados de garotas, ou ainda de nos tornamos mais frias e grossas no trabalho para tentar sobreviver a esse ambiente. Com o abuso, nós nos isolamos para nos machucarmos menos, mas ao nos isolarmos, também aumentamos as diferenças.

Otaviano Alves de Lima, 4.400, Freguesia do Ó, CEP 02909-900, São Paulo, SP. Tel. (11) 3037-2000 joystick.com.br Serviço ao Assinante: 0800-775-2112 Para assinar: 08007752145 joystick.com.br/assine


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DIGIMON MASTERS ONLINE G

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lobal Digimon Masters online é um dos carros-chefe da Gameking, sua versão global a qual também é possui distribuição para o Brasil através de download livre e pela Steam.

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A versão original do jogo vêm de longe, o KDMO (Korean Digimon Masters Online) foi a primeira distribuição do jogo e o que chama a atenção é que sua estabilidade é admirável mesmo com o passar dos anos e o enfraquecimento da franquia Digimon. Por sua vez, a Gameking que distribui a versão global GDMO, vai de mal a pior e tal fato é explicavel pelo péssimo gerenciamento e pelas alternativas tomadas pelos administradores desta versão, o jogo que era um dos mais promissores da empresa vêm tendo decréscimos inimagináveis

no número de jogadores, justamente pelo mal tratamento pela plataforma do jogo. A decaída começou logo após os 2 primeiros anos de lançamento onde novos itens e personagens foram lançados e eles só poderiam ser adquiridos com o sistema de pagamento em dinheiro, só que este modelo ficou cada vez mais abusivo visto que quase 90% de todos os novos itens de atualizações seguintes tiveram o mesmo tratamento. Por que não jogar? Talvez o mais frustrante seja começar e perceber que o jogo é sim promissor e tinha tudo para ser um dos melhores de seu segmento, o jogo funciona bem, embora o tratamento de glitchs e bugs ainda seja longe do adequado o jogo entrega gráficos próximos ao da

versão televisionada do nosso conhecido anime.

E o KDMO? É Melhor? A resposta é básica: sim! A versão coreana tem um modo de jogo mais acessível, uma correção de bugs mais rápida, adição de novos itens mais frequentes, melhoria no in-game, itens são mais baratos e até o modo de doação funciona melhor, a administração parece se importar tanto com players antigos quanto com os novos.

Alguns fansites adaptaram tradutores ao game para que pudessem jogar em outros idiomas o que vem a demonstrar também que é opinião generalizada da situação atual do servidor. Joguei o jogo por cerca de 3 anos descontinuadamente e parece que o tempo todo que gastei com ele foi perdido. Talvez alguns ajustes possam salvar a ideia brilhante do jogo, porém isso não parece ser um dos objetivvos da Gameking, uma vez que parecem estar lutando cada vez mais para manter seu jogo muito mais pay to win.

Rodrigo S. Bestetti

IMAGENS: GAMEKING

A decadência do promissor jogo da Gameking pelo mau gerenciamento


Caixa de entrada

League of Legends e os Elos AFK

Fortnite: Nova Att e volta da PUMP

A Riot tem que fazer algo a respeito a esses trolladores que quitam no meio da partida, muitas vezes é por pura maldade e não queda na conexão, chega a ser triste estar vencendo a partida com o dobro de gold e perder por culpa de membro AFK.

Eu esperava receber mais uma atualização cheia de bugs e glitchs mas acabei recebendo uma bela surpresa com as antigas e algumas favoritas minhas e de muitos outros players. Foram corrigidos alguns bugs e os fps estão rodando cada vez mais lisos em dispositivos com menos processamento.

Sei que a RIOT é esperta, podia haver algum modo de compensação, as atualizações do jogo o tornaram melhor, precisamos só de uma compensação nesses casos. por Gabriel Barros (Curitiba -PR)

Ponto positivo pra a EPIC que implementa facilitações para várias plataformas a cada atualização, uma das melhores da temporada. por Sidnei Caetano (Osasco - SP)

Bloodstained: Ritual of the Night

Marvel’s FUTURE FIGHT 5.2

Raro ver um jogo de plataforma ficando tão popular em 2019, o BloodStained veio pra quebrar todas as barreiras com um visual bem atrativo. Dos mesmos criadores de Castlevania, o game tem uma série de elementos que lembram bem a estética da outra criação. Por enquanto o jogo está sendo bem divertido e não encontrei nenhuma falha técnica, glitch ou bug. Os personagens e poderes são bem interessantes e muito bonitos.

A Atualização para o filme de Homem Aranha longe de casa veio promissora, três novos personagens, 4 novos trajes, potencial para os 3 vilões que chegaram nesta atualização e mais 6 outros campeões que já estavam no jogo.

por Giselle Farias (Erechim - RS)

por Julia Macedo (Fortaleza - CE)

caixadeentrada@joystick.com.br

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A próxima captura de tela pode ser sua! Envie-nos a imagem e sua resenha para o email:

A habilidade categoria 3 do doutor estranho finalmente chegou, podemos ver um melhor investimento em estrutura com a retirada da incursão da aliança e reforma nos bônus e prêmios.

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quest

Gráficos cartunizados Contrária à tendência de gráficos cada vez mais próximos do fotorrealismo, os gráficos cartunizados apelam de maneira diferente aos jogadores e estão voltando com tudo Por Jeff Kaplan

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ão tem como saber exatamente onde ou quando começou, provavelmente sempre esteve aqui, os jogos com gráficos cartoonizados sempre estiveram presentes em nossas vidas e corações (liberdade poética).

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Falando sério, jogos com esse estilo artístico sempre foram presentes por causa do hardware dos consoles antigos, consoles que não conseguiam rodar jogos com alta quantidade de polígonos, com isso jogos realistas eram mais difíceis de serem feitos. Desde aquela época até os dias atuais muitos clássicos cartoonizados

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foram criados, jogos de aventura ou adventure games, ação, FPS (first person shooter) dentre outros, como a arte de jogos cartoonizados é fácil de fazer, e também fica fácil de adaptá-la para vários estilos. A falecida e amada produtora Telltale já adaptou das series Game of Thrones e The Walking Dead, filmes como Jurassic Park e De Volta Para o Futuro, e até outros jogos e hqs no caso de Minecraft, Borderlands e Batman para jogos de aventura, conhecidos por terem multiplas escolhas e uma história bem elaborada, jogos de aventura dão ao jogador liberdade de explorar um cenário linear que pode conter itens que irão lhe ajudar a resolver um puzzle ou em alguma parte no futuro da história. Para não dar apenas exemplos de jogos atuais, Day of Tentacle e Grim Fandango são ótimos títulos clássicos de adveture games.

Um grande sucesso atual nos jogos cartoonizados é CupHead, um jogo de plataforma run and gun inteiramente animado a mão com um estilo cartoon dos anos 30, inspirado diretamente por desenhos clássicos da época como Betty Boop, April Maze (Gato Felix de 1930), Mikey Mouse e também é perceptível referencias de jogos clássicos de plataforma e desenhos não tão antigos como os citados. Cuphead conta a história de Claudin e Cuphead e seu irmão Mugman que, após perderem suas almas em uma aposta com o diabo, pedem uma segunda chance para não perderem a alma e então devem cobrar antes da meia noite a dívida dos que também perderam, mas fugiram. Vale contar também citar o jogo Fortnite que estourou do ano passado pra cá, ganhando milhões de jogadores mundialmente com o gênero Battleroyale, o jogo conta com um gráfico 3d cartoonizado que agradou os jogadores, destronou o concorrente PUBG (Playerunknown the Battlegrounds) e é atualmente o maior battleroyale da

atualidade e um dos jogos mais visualizados na Twitch ficando frequentemente em primeiro e com mais que o dobro de audiência da concorrência (PUBG). Fortnite é produzido e distribuído pela Epic Games e pode ser baixado gratuitamente em seu site. Uma plataforma que tornou os jogos cartoonizados muito populares são os celulares com jogos minimalistas que tem o foco em fazer o usuário relaxar ou apenas passar um curto período de tempo, como filas ou algo do tipo, jogos leves que a maioria dos celulares podem rodar com uma arte mais simples e sem muitos detalhes, esses jogos não tentam passar uma experiencia excepcional ou um a história muito elaborada, quando tem uma. Pode se dizer que graças a essa plataforma a quantidade de jogos com gráficos cartoonizados aumentou absurdamente me tende a continuar aumentando considerando o sucesso absurdo que clash of clans fez a algusn anos atrás e que Clash Royale anda fazendo atualmente.

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IMAGENS: BLIZZARD, EPIC GAMES, HEROIC GAMES

Gráficos cartunizados se tornaram alternativa ao hiperrealismo. Fortnite (à direita), Overwatch (acima e à esquerda) e Realm Royale (extrema esquerda) são alguns títulos com essas características

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notificações

FOTO: DIVULGAÇÃO

E3 2019: as principais novidades Anúncios de jogos aguardados mantêm a relevância da maior feira de jogos do mundo Por Gabriel Reyes m sua 24ª edição, a Eletronic Entertainment Expo - ou E3 - se mantém firme como o maior evento gamer do calendário. Mesmo em um ano atípico, sem a presença de marcas como Playstation e Activision, houve novidades de sobra por parte das empresas remanescentes com anúncios de jogos extremamente aguardados pelo público. Confira os principais destaques desta edição da E3. Microsoft revelou um pouco do novo console, por enquanto de Project Scarlett, além de uma pancada de jogos novos a serem lançados para o Xbox One e PC. Previsto para chegar no mercado no final de 2020, o novo console da Microsoft parece ser uma máquina poderosíssima. Keanu Reeves roubou a cena e estará em Cyberpunk 2077, que teve data de lançamento anunciada: 16 de abril de 2020. A Ubisoft apresentou nesta E3 a terceira continuação da franquia Watch Dogs Legion será ambientado em Londres e será lançado em 2020. Gods and Monsters, um mundo de criaturas da mitologia grega e Roller Champions foram dois títulos inteiramente novos.

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A japonesa Square Enix trouxe em sua conferência durante a E3 mais detalhes sobre o tão esperado remake de Final Fantasy 7, e foi revelada a sua data de lançamento: dia 3 de março de 2020. Outro título apresentado foi o também aguardado Vingadores da Marvel (ou Marvel Avengers), produzido pelo estúdio Crystal Dynamics, responsável pela franquia Tomb Raider atual. Sairá em maio de 2020.

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Nintendo surpreende com novidades para Smash Bros e novo Zelda. Super Smash Bros. Ultimate ganhou 2 novos lutadores, de um elenco de mais de 70 personagens diferentes: The Hero, da série de RPGs Dragon Quest, e Banjo-Kazooie. Breath of The Wild ganhará uma sequência. Segundo o teaser oficial da Nintendo, o título está em desenvolvimento e reunirá os personagens do jogo original, em um contexto sombrio e misterioso.

Netflix busca game designers para interatividade Uma vaga de emprego listada na página da Netflix busca por “profissionais com 8 ou mais anos de experiência em narrativa prática e/ou com game design em mídia digital e ambientes de produção”. “No papel de Narrative Designer, você aplicará sua paixão por experiências interativas, design narrativo e tecnologia para ajudar a repensar o futuro das experiências de entretenimento na Netflix.” Isso corrobora as palavras do vice-presidente de Produto, Todd Yellin, que já falou em expandir o conceito usado em “Black Mirror: Bandersnatch” em outras frentes. Isso não deve ficar somente nas atrações, já que a plataforma gosta muito de experimentar e com “Love, Death + Robots” aplicou uma diferente maneira de dispor os capítulos para distintos usuários.

Apoio à causa LGBTQ+ Junho é o mês do orgulho LGBTQ+ e várias empresas mostraram seu apoio inserindo arco-íris em seus logos. Páginas como a do PlayStation e Xbox mudaram suas fotos de perfil para incluir as cores do orgulho. De qualquer modo, é importante notar que ações assim não tem muito impacto se, nos próprios jogos e comunidades, os LGBTQ+ não são representados ou aceitos. O mais interessante seria que essas companias doassem a abrigos e ONGs que apoiam pessoas da comunidade, mas muitas parecem se contentar com um mero arco-íris.

FOTOS: CLAUDÍNETE SOARES/ JAKE PERALTA

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evento

ENSINO Q DE GAME DESIGN Por Jackie Morris

Estrutura dos cursos No bacharelado, o aluno aprende sobre a história dos jogos digitais, criação de roteiro, modelagem, e também pode elaborar diversos jogos durante o curso. Entre as disciplinas estão:

uem não pensa em aliar a diversão com o trabalho? Quando se trata de games, os dois conceitos podem até se misturar para quem não é da área, mas para os profissionais que atuam neste segmento o assunto é sério: é preciso ter foco para desenvolver os produtos, uma certa dose de autonomia de aprendizagem e muita persistência para se manter atualizado.

A vantagem da graduação, comparando com o curso técnico, é o volume de trabalhos produzidos durante o período de formação, segundo Delmar Galisi, professor do bacharelado de Design de Games.

especial ensino

Design de personagens e som; Design de jogo analógico; Programação para games; Princípios da animação; Animação 2D e 3D; Computação gráfica; Ergonomia (estudo entre homem e máquina); Marketing de games. Nos cursos técnicos, os alunos aprendem a programação dos jogos em diferentes plataformas, elaboram o conteúdo do jogo, gênero, roteiro, cenário, personagens e a estrutura de dados para os jogos digitais. Assim como no bacharelado, o curso técnico também inclui as disciplinas: Design de personagens; Animação 2D e 3D; Programação. Alunos da escola ZION em Niterói (RJ)

Para atuar na área, é possível fazer o curso de Design de Games em duas modalidades: na graduação, com bacharelado de duração de quatro anos; e o tecnológico, com duração de dois anos. Ambas têm o objetivo de formar um profissional que saiba criar, planejar e desenvolver um jogo em diferentes plataformas como computador, smartphone e videogame.

“Os cursos técnicos são mais imediatos, a graduação tem uma preocupação maior com o projeto e com o aspecto do projeto. Isso não significa que o aluno que faz um técnico não saiba projetar depois. A vantagem da graduação é o portfólio, o aluno explora mais a área” Delmar Galist

Precisa saber programar?

“Mesmo que algumas disciplinas estejam ligadas à programação, no design de game não precisa do estudo técnico em informática necessariamente” diz Patrícia Sato, designer de games. Independentemente da modalidade escolhida (técnico ou bacharel), para ingressar no mercado, é importante destacar que o designer de games difi-

O jogo do Homem-Aranha lançado em setembro de 2018, por exemplo, envolveu cerca de 300 pessoas em sua produção. Portanto, a rotina do designer depende de sua parte no projeto. “Todas as áreas disciplinares precisam trabalhar em concordância para o desenvolvimento de um bom jogo. Acima de tudo, a criação de jogos exige equilíbrio e controle de suas disciplinas”, continua Patrícia.

Área de atuação De acordo com dados do 2º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais apresentados em novembro de 2018 pelo Ministério da Cultura, as áreas que mais concentram trabalhadores na indústria de games são: Programação e gestão de projetos; Arte e design; Administrativo e financeiro; Marketing e vendas.

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Por ser um espaço totalmente voltado para o digital muitos acreditam que é preciso um conhecimento prévio em programação ou algum sistema de computadores, mas não é necessário.

cilmente irá produzir todo conteúdo sozinho, e sim dentro de um grupo com pessoas de várias áreas.

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O professor Delmar Galisi, complementa com outras áreas. “Também é possível atuar em agências de mídia digital e na produção de conteúdo interativo de sites, por exemplo”, afirma o professor.

Preço dos cursos Ainda não há graduações e cursos tecnólogos com a nomeclatura ‘Design de Games’ em instituições públicas cadastradas no Ministério da Educação (MEC). É possível encontrar grades curriculares semelhantes em cursos como o de Jogos Digitais, por exemplo. Nas redes particulares, quem optar pelo curso mais longo, com duração de qua anos, o custo médio das faculdades fica em torno dos R$ 1.700 mensais.

Mesmo não existindo ainda graduações e tecnólogos públicos de Design de Games no Brasil, a disciplina “Jogos” aparece em diversos cursos de Design, seja Digital ou até mesmo Gráfico. Uma dessas graduações é a da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que oferece a disciplina como optativa para os alunos dos cursos de Design Gráfico e Digital. O curso de Design Gráfico completa 20 anos este ano.

Remuneração Segundo a mesma pesquisa realizada pelo Ministério da Cultura, a programação de jogos é o que representa 30% e é principal fonte de renda dos profissionais da área e 82% ganham em média R$ 1.908. Os estágios variam na faixa salarial de R$ 1 mil, de acordo com os entrevistados. Segundo o site de empregos Catho, a média salarial nacional é de R$ 2.797. Ainda de acordo com o portal, um dos salários mais altos está no cargo de gerente de marketing e diretor de marketing, com média salarial de R$ 8.197 e R$ 12.500 respectivamente.

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Alunas da escola SAGA em Florianópolis (SC)

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O curso vem formando uma série de profissionais habilitados para as artes gráficas e com a oferta da disciplina voltada a produção de games e vem sendo um dos temas principais na elaboração de trabalhos de conclusão de curso na universidade. A UFPel oferece a disciplina aos cursos de Design Gráfico, Digital, Cinema Audiovisual e Cinema de animação, porém é possível cursa-la de qualquer curso através das matrículas especiais que ocorrem em certos períodos no ano. O evento dos 20 anos conta com palestras de profissionais na área do Design e também de algumas outras áreas paralelas, será que veremos algum Game Designer por lá? Todas

as atualizações sobre o evento podem ser checadas na página do curso de Design Gráfico da UFPel. Falando mais sobre a disciplina, os alunos são confrontados com vários estilos de games e desenvolvem os seus próprios em duas etapas, uma mais conceitual na primeira avaliação e outra conceitual-prática na avaliação final. A estruturação da ementa curricular dos cursos possibilitou que os estudantes de Design pudessem conhecer outros tipo de áreas dentro da principal de sua atuação, o Game Design é uma delas então foi por isso que o colegiado resolveu adicionar como uma de suas disciplinas optativas. Em cada semestre e de acordo com o professor a disciplina tem uma orientação específica, seja ela voltada a jogos digitais/virtuais, videogames e

até ao modelo físico com jogo de tabuleiros. Recentemente a abordagem disciplinar voltou-se aos jogos mobile, na disciplina que foi majoritariamente ocupada por estudantes do Design Gráfico e Digital, puderam utilizar a plataforma da disciplina pra produzir seus próprios jogos, a temática foi livre e totalmente autoral.

FOTOS: MARIA MARTA / MIGUEL ROCHA/ DIVULGAÇÃO

Na categoria tecnológica, o valor do curso varia de acordo com a sua duração. Em média, os cursos de 2 anos custam R$ 650 mensais.

O ensino de jogos dentro dos cursos de design


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