Manual técnico de instalação PEAD

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Baquelite Liz, S.A.

Tubo Listileno PE80 e PE100

Manual Técnico

64-03, 68-03 – 27 de Novembro de 2013

Tubo de polietileno PE80 e PE100 – Manual Técnico Índice Especificação Geral.........................................................................................................................3 Características da matéria prima 3 Processo de produção.......................................................................................................................4 Características geométricas dos tubos 4 Características físicas dos tubos 6 Controlo de qualidade......................................................................................................................7 Certificações 8 Condições de armazenamento e manipulação.................................................................................8 Instruções de instalação em vala 8 Instruções de instalação em edifícios e estruturas 8 Processos de união...........................................................................................................................9 Soldadura topo-a-topo 9 Acessórios electrosoldáveis......................................................................................................10 Uniões mecânicas......................................................................................................................10 Cálculo das perdas de carga 10 Ensaios da instalação.....................................................................................................................11 Anexo I – Definição das características de pressão 13 Anexo II – Diâmetros interiores....................................................................................................14 Anexo III – Bibliografia................................................................................................................15 64-03, 68-03 – 27 de Novembro de 2013 p.2/15

Tubo de polietileno PE80 e PE100 – Manual Técnico

Especificação Geral

Os tubos de polietileno Listileno PE80 e Listileno PE100, produzidos pela Baquelite Liz, destinamse à condução de água para consumo humano a temperaturas não superiores a 30ºC. As suas características e o seu controlo de qualidade são efectuados conforme a norma EN 12201-2.

São fabricados a partir de compostos de polietileno desenvolvidos especificamente para esta aplicação, contendo todos os aditivos necessários para garantir o seu bom funcionamento e durabilidade, e ensaiados conforme a norma EN 12201-1.

As pressões de trabalho nominais são definidas para uma temperatura de funcionamento de 20ºC. Se se intenciona utilizar a tubagem a uma temperatura superior, dev-se multiplicar a pressão nominal pelo factor de correcção apresentado na seguinte tabela:

Pode-se calcular o coeficinete para temperaturas intermédias por interpolação.

Não se recomenda a utilização de tubos de polietileno a temperaturas superiores. A duração da tubagem a essas temperaturas é sempre muito reduzida, mesmo quando se utilizam pressões muito baixas. Por exemplo, para uma utilização a 80ºC, a duração estimada do tubo seria de 1 ano, se fosse utilizado um coeficiente de 0,46.

Características da matéria prima

A matéria-prima utilizada para a produção dos tubos de polietileno consiste numa resina de polietileno à qual se acrescentou únicamente as substancias necessárias para assegurar a sua processabilidade e propriedades finais. A mais visível destas substâncias é o negro de fumo, que dá a cor preta ao composto, assim como a sua resistência aos raios UV.

O composto é ensaiado pelo seu produtor conforme o especificado na norma EN 12201-1, o que inclui a resistencia aos raios UV, às fissurações provocadas por impacto e por risco, e à pressão.

Os ensaios de pressão são feitos a várias temperaturas e pressões, obtendo-se pares de valores tensão circunferencial/tempo até ao rebentamento do tubo. A tensão circunferencial é uma propriedade do material que relaciona a pressão com o diâmetro e a espessura pela fórmula

P = 2σ e D e

em que σ é a tensão circunferencial, P la pressão correspondente, e a espessura do tubo y D o seu diâmetro externo. Se os pares de valores obtidos forem representados num gráfico com escalas logarítimicas, obtem-se um recta para cada temperatura. Extrapolando a recta correspondente a 20ºC para o tempo correspondente a 50 anos, obtemos o valor correspondente à tensão circunferencial. Depois de se efectuarem alguns ajustes devidos a tratar-se de uma extrapolação, obtem-se a resistência mínima necessária (MRS, a partir da expressão inglesa). Produzimos tubos com dois níveis de MRS, 8,0 e 10,0 MPa, conhecidos como PE80 e PE100. Dado a longa duração e complexidade destes ensaios, tem-se o máximo cuidado com o processamento do material e não se acrescenta nenhuma substância ao composto antes do seu processamento, de forma a garantir que o valor está correcto. Estes cálculos são apresentados com mais pormenor no Anexo I.

Temperatura Coeficiente 20ºC 1,00 30ºC 0,87 40ºC 0,74
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Outra característica importante do composto é o seu efeito na qualidade da água. Devido a este parâmetro estar regulamentado ao nível nacional, realizamos ensaios sobre tubos, produzidos com cada um dos compostos que utilizamos, num laboratório externo de forma a garantir a sua conformidade com a legislação.

Processo de produção

O processo de produção do tubo de polietileno inicia-se com a recepção do composto, onde asseguramos que o produto recebido está conforme com as especificações definidas. O composto fica armazenado de forma a minimizar a possibilidade de degradação.

O composto é alimentado a uma extrusora, onde é transportado por um parafuso dentro de um cilindro, sendo comprimido e aquecido de forma a obter uma fusão homogénea sem degradação do material. No final desse cilindro existe uma ferramenta que da a forma de tubo ao material.

O material sai num estado pastoso dessa ferramenta, entrando de imediato num cilindro metálico colocado numa câmara de vácuo, de modo que o material se ajuste pelo vácuo ao diâmetro do cilindro. Ao mesmo tempo, é arrefecido por chuveiros de água de forma a solidificar e manter a forma pretendida. O tubo passa de seguida por mais chuveiros de arrefecimento até chegar a um sistema de lagartas que desloca todo o tubo.

Depois do sistema de arrastamento, faz-se o acabamento, que pode consistir no corte dos comprimentos pretendidos ou no enrolamento de bobinas. Em ambas as situações, o tubo é medido por tacómetros, que comandam uma impressora que faz a marcação métrica e o corte, assegurando que as peças têm o comprimento especificado.

Características

geométricas dos tubos

Os tubos Listileno PE80 e PE100 têm os seus diâmetros e espessuras e respectivas tolerâncias definidas pela norma EN 12201-2, com os valores que apresentamos nas tabelas seguintes.

Tubo Listileno PE80 Diâmetro exterior (mm) Pressão nominal PN6 (bar) Pressão nominal PN8 (bar) Nominal Mínimo Máximo espessura mínima (mm) espessura máxima (mm) Comprime ntos disponíveis (mts) espessura mínima (mm) espessura máxima (mm) Comprime ntos disponíveis (mts) 32 32,0 32,3 2,0 2,3 50, 100, 200 40 40,0 40,4 2,0 2,3 2,4 2,8 50 50,0 50,4 2,4 2,8 3,0 3,4 50, 100 63 63,0 63,4 3,0 3,4 3,8 4,3 75 75,0 75,5 3,6 4,1 4,5 5,1 90 90,0 90,6 4,3 4,9 5,4 6,1 110 110,0 110,7 5,3 6,0 6,6 7,4 125 125,0 125,8 6,0 6,7 7,4 8,3 6 140 140,0 140,9 6,7 7,5 8,3 9,3 160 160,0 161,0 7,7 8,6 9,5 10,6 64-03, 68-03 – 27 de Novembro de 2013 p.4/15

Tubo de polietileno PE80 e PE100 – Manual Técnico Tubo

Diâmetro exterior (mm) Pressão nominal PN10 (bar) Pressão nominal PN16 (bar) Nominal Mínimo Máximo espessura mínima (mm) espessura máxima (mm) Comprime ntos disponíveis (mts) espessura mínima (mm) espessura máxima (mm) Comprime ntos disponíveis (mts) 16 16,0 16,3 2,0 2,3 50, 100, 200 20 20,0 20,3 2,3 2,7 25 25,0 25,3 2,0 2,3 50, 100, 200 3,0 3,4 32 32,0 32,3 2,4 2,8 3,6 4,1 40 40,0 40,4 3,0 3,5 4,5 5,1 50 50,0 50,4 3,7 4,2 50, 100 5,6 6,3 50, 100 63 63,0 63,4 4,7 5,3 7,1 8,0 75 75,0 75,5 5,6 6,3 8,4 9,4 90 90,0 90,6 6,7 7,5 10,1 11,3 110 110,0 110,7 8,1 9,1 12,3 13,7 125 125,0 125,8 9,2 10,3 6 14,0 15,6 6 140 140,0 140,9 10,3 11,5 15,7 17,4 160 160,0 161,0 11,8 13,1 17,9 19,8 Tubo Listileno PE100 Diâmetro exterior (mm) Pressão nominal PN10 (bar) Pressão nominal PN16 (bar) Nominal Mínimo Máximo espessura mínima (mm) espessura máxima (mm) Comprime ntos disponíveis (mts) espessura mínima (mm) espessura máxima (mm) Comprime ntos disponíveis (mts) 20 20,0 20,3 2,0 2,3 50, 100, 200 25 25,0 25,3 2,3 2,7 32 32,0 32,3 2,0 2,3 50, 100, 200 3,0 3,4 40 40,0 40,4 2,4 2,8 3,7 4,2 50 50,0 50,4 3,0 3,4 50, 100 4,6 5,2 50, 100 63 63,0 63,4 3,8 4,3 5,8 6,5 75 75,0 75,5 4,5 5,1 6,8 7,6 90 90,0 90,6 5,4 6,1 8,2 9,2 64-03, 68-03 – 27 de Novembro de 2013 p.5/15
Listileno PE80 (continuação)

Tubo de polietileno PE80 e PE100 – Manual Técnico

Características físicas dos tubos

Os tubos Listileno têm a cor preta, devido à adição de negro de fumo, com quatro ou seis riscas longitudinais azuis. Quando examinados sem ampliação, as superfícies dos tubos são lisas, limpas e sem estrias ou outras deformações que possam alterar o comportamento do tubo. Outras características físicas exigidas pelas normas EN 12201, e que são verificadas periódicamente pelo fabricante do composto e pela Baquelite são as seguintes:

Característica Valor Norma de ensaio Tempo de inducção da oxidação (200ºC) > 20 min

Resistência à tracção da soldadura Rotura dúctil

EN 728

ISO 13953

Resistência à propagação lenta de fissuras Paragem da propagação ISO 13477, condição S4

Extensão na rotura > 350%

EN ISO 6259-1 e ISO 6259-3

Além destas características e da resistência à pressão, que são controladas no âmbito do sistema da qualidade, há outras propriedades intrínsecas do composto que apresentamos de forma indicativa:

Diâmetro exterior (mm) Pressão nominal PN10 (bar) Pressão nominal PN16 (bar) Nominal Mínimo Máximo espessura mínima (mm) espessura máxima (mm) Comprime ntos disponíveis (mts) espessura mínima (mm) espessura máxima (mm) Comprime ntos disponíveis (mts) 110 110,0 110,7 6,6 7,4 10,0 11,1 125 125,0 125,8 7,4 8,3 6 11,4 12,7 6 140 140,0 140,9 8,3 9,3 12,7 14,1 160 160,0 161,0 9,5 10,6 14,6 16,2
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Característica

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Extensão

Reversão

Controlo de qualidade

O controlo de qualidade dos tubos Listileno PE80 e PE100 começa pela selecção dos fornecedores e dos graus de composto adquiridos. Verificamos que os fornecedores podem manter o nível de qualidade pretendido, tendo todos o seu sistema de gestão da qualidade certificado conforme a norma ISO 9001. Verificamos também que os ensaios das propriedades mais críticas dos compostos foram realizados em laboratórios independentes, e que os lotes que recebemos foram ensaiados nos seus laboratórios.

Os tubos produzidos são também controlados rigorosamente, verificando-se periodicamente as seguintes características:

● Diâmetro externo

● Espessura

● Ovalização

● Comprimento

● Aspecto superficial

● Marcação

● Índice de fluidez

● Extensão no ponto de rotura

● Resistencia à pressão interior (20ºC, 100h)

● Resistencia à pressão interior (80ºC, 165h)

● Resistencia à pressão interior (80ºC, 1000h)

● Tempo de indução da oxidação

Valor Norma de ensaio
ponto de fluência > 19 MPa ISO 527
Tensão no
ponto de rotura > 350% ISO 527
Extensão no
ponto de fluência 8% ISO 527
no
longitudinal (150ºC) < 3% ISO 2505
ao impacto de provete com entalhe +23ºC: 24kJ/m2 -30ºC: 8kJ/m2 ISO 179 Resistência ao impacto sem entalhe 23ºC: 200kJ/m2 ISO 179 Módulo de flexão > 800 MPa ISO 178
Shore D > 60 ISO 868
térmica 0,4 W/mK
de expansão linear < 2,5x10-4 K-1
Resistência
Dureza,
Condutividade
Coeficiente
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Tubo de polietileno PE80 e PE100 – Manual Técnico

Certificações

O tubo Listileno PE80 e PE100 está certificado pela SGS.

Condições de armazenamento e manipulação

Os tubos de polietileno são muito resistentes e duradouros. No entanto, deve-se alguns cuidados durante o seu armazenamento e manipulação:

• Evitar o contacto com susbtâncias químicas, tais como hidrocarbonetos, oxidantes e aromáticos;

• Evitar o contacto com superfícies quentes (>60ºC);

• Evitar o seu contacto com objectos ou superfícies com esquinas vivas (por exemplo os garfos normais de empilhadores, pregos no estrado de camiões), muito ásperos (por exemplo, pisos de gravilha) e outras situações que provoquem riscos no tubo;

• Não empilhar o tubo em alturas superiores a 1,5 metros durante o armazenamento, nem colocar pesos por cima dos tubos; os rolos podem ser armazenados de pé, mas nunca poderão ter muito peso concentrado numa área de apoio reduzida;

• Durante a sua manipulação, ter o cuidado de não contactar os tubos com objectos cortantes, nem os apoiar únicamente numa área pequena (por exemplo, agarrá-los com correntes ou ganchos).

Instruções de instalação em vala

O modo como os tubos são instalados em vala é muito importante para o seu comportamento e durabilidade, em especial em relação à resistência ao esmagamento. Recomendamos o seguinte procedimento para a colocação de tubagem Listileno em vala:

1. A vala deve ter uma largura tal que fique um espaço de 15 cm entre o tubo e cada uma das paredes;

2. Coloca-se um material granular na base da vala (pode ser a terra da excavação, sem rochas grandes e/ou afiadas) até uma altura de 10 cm, e compacta-se;

3. Instala-se o tubo e coloca-se mais material igual ao anterior até uma altura máxima de 30 cm, compactando-se com cuidado;

4. Repete-se o processo até que o tubo tenha pelo menos 15 cm do material por cima;

5. Acaba-se se encher a vala e volta-se a compactar.

Estas instruções não substituem as exigências legais de trabalho em vala, nem os regulamentos técnicos relativos à utilização de solos.

Instruções de instalação em edifícios e estruturas

Apesar de não ser previsível que estes tubos apresentem variações de comprimento da ordem dos sistemas de água quente, é importante que a sua instalação permita estes movimentos. Assim, deverse-ão seguir as mesmas regras que para instalações com outros tipos de materiais, que se podem resumir nos seguintes pontos:

• Entre os pontos de ancoragem (locais onde os tubos estão ligados rigidamente à estrutura), deve haver uma geometria que permita o ajuste do comprimento sem forçar estes pontos, tais como uma curva, uma curvatura, ou um ponto de expansão.

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Tubo de polietileno PE80 e PE100 – Manual Técnico

• Os restantes suportes à estrutura devem permitir que os tubos se movimentem longitudinalmente.

• Tem que se definir espaço livre à volta do tubo para que o mesmo possa alcançar o máximo de dilatação calculada.

• Deve-se ter o cuidado de não haver arestas cortantes com que o tubo possa entrar em contacto.

• Os acessórios de controlo, tais como as válvulas, deverão estar firmemente ancorados de forma que a sua operação não pressione o resto do sistema de tubagem.

Para efeitos de cálculo, pode-se considerar que o coeficiente de dilatação dos tubos Listileno é de 0,15 mm/m K. Para mais informações, recomendamos a consulta da norma CEN/TR 12108.

Processos de união

Soldadura topo-a-topo

A boa execução deste tipo de soldaduras depende de não haver variações súbitas das condições ambientais, pelo que o local de soldadura deverá estar protegido da chuva e das correntes de ar (incluindo as que possam vir pelo interior dos tubos). O procedimento também não permite interrrupções, pelo que se recomenda que a operação comece por verificar o bom funcionamento e limpeza de todo o equipamento. Deve-se em especial verificar que os espelhos de soldadura estejam perfeitamente limpos e desengordurados.

Muitos dos parâmetros são dados pelo fabricante do equipamento de soldadura, seguindo a sequencia ilustrada pelo gráfico que apresentamos de seguida.

t1- tempo de formação dos lábios; t2- tempo de aquecimento; t3- tempo de retirada do espelho; t4tempo de aumento de pressão de soldadura; t5- tempo de arrefecimento

Começa-se por limpar as pontas dos tubos que vão ser soldadas, e prendê-las no equipamento que assegura o seu alinhamento e fixação. De seguida aplica-se o equipamento de rectificação das superfícies e pressionam-se as mesmas até que o equipamento corte em todo o perímetro dos tubos, assegurando desse modo o seu paralelismo.

Afastam-se de seguida os tubos e retira-se o equipamento de rectificação, retirando todas as

64-03, 68-03 – 27 de Novembro de 2013 p.9/15 t1 t2 t3 t4 t5 P1 P2 P5 Pressão Tempo

Tubo de polietileno PE80 e PE100 – Manual Técnico

rebarbas. Confirma-se que se conseguem apertar as pontas uma contra a outra. Coloca-se o espelho de aquecimento a uma temperatura entre 210ºC e 225ºC entre as duas pontas apertando-se o conjunto com a pressão P1 até que se forme um lábio à volta de todo o perímetro dos tubos. De seguida baixa-se a pressão para P2 e mentem-se durante o tempo especificado t2.

Passado esse tempo, afastam-se os tubos, retira-se o espelho se soldadura e voltam-se a apertar os tubos, devendo-se realizar todas estas operações num tempo inferior a t3. Se demorar mais que este tempo, deve-se considerar a soldadura como inválida, cortar as pontas dos tubos e recomeçar de novo. Ao voltar a por em contacto as pontas de tubo, aumenta-se gradualmente a pressão de modo a se atingir a pressão de arrefecimento, P5, no tempo especificado, t4. Deixa-se então a união sob esta pressão durante o tempo especificado t5.

Acessórios electrosoldáveis

Tal como a soldadura topo-a-topo, a qualidade desta soldadura depende das condições ambientais, pelo que se recomendam os mesmos cuidados.

As instruções e parâmetros de realização destas uniões são fornecidas pelo fabricante dos acessórios, mas seguem estes procedimentos básicos:

• Confirma-se que o corte dos tubos está perpendicular ao seu eixo, e raspam-se as superfícies dos tubos que vão entrar nos acessórios;

• Limpam-se e desengorduram-se as superfícies que vão derreter;

• Colocam-se os tubos dentro dos acessórios, verificando que estão inseridos até ao fundo e que o conjunto está fixo;

• Ligar o acessório à máquina de soldar e introduzir nesta os parâmetros definidos para o acessório;

• Quando a máquina de soldar assinale o fim da soldadura, verificar nos furos testemunha que o material está fundido;

• Pode-se desligar a máquina de soldar, mas não se pode permitir movimentos do conjunto soldado até passar o tempo de arrefecimento especificado pelo fabricante do acessório; mesmo passado este tempo, deve-se deixar que a temperatura de soldadura arrefeça completamente para colocar o tubo em pressão.

Uniões mecânicas

Existem vários sistemas de uniões mecânicas, em plástico e em metal, que podem ser utilizadas para a união de tubos em polietileno, entre os quais o comercializado pela Baquelite Liz. Devem fixar os tubos, em especial em relação à movimentação longitudinal, sem alterar significativamente as dimensões do tubo, e que deixem alguma distância entre a ponta do tubo e a linha de vedação, de forma a evitar a possibilidade de mau funcionamento a longo prazo devido à relaxação das tensões do material perto da zona de corte. Recomendamos que essa distância seja pelo menos de 10mm para os diâmetros inferiores a 40mm, e 25% do diâmetro nominal para os restantes diâmetros.

Cálculo das perdas de carga

O factor mais importante para o dimensionamento de um sistema de transporte de água é a diferença de altura entre o ponto mais alto e mais baixo do sistema. Ao dividir esse valor, expresso em metros, por 10, obtem-se um valor muito próximo da pressão, em bar, que o tubo irá suportar em carga.

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Tubo de polietileno PE80 e PE100 – Manual Técnico

Se o sistema não tem bombagem, sendo a circulação feita por gravidade, a pressão máxima corresponde à situação em que não há circulação de água, que é o valor calculado anteriormente.

Se o sistema tem bombagem e a possibilidade de cortar a circulação, por exemplo com uma válvula, mantendo a bomba em funcionamento, a tubagem tem que estar dimensionada para a pressão máxima da bomba, acrescida da pressão correspondente entre a altura da bomba e o ponto mais baixo do sistema.

Para o cálculo das perdas de pressão geradas pela circulação de água, pode-se utilizar a seguinte fórmula, baseada na fórmula de Manning-Strickler com o valor do coeficiente n de 0,008:

J =6,588 x10

em que J é a perda de pressão, em mH2O/m, Q é o caudal em m3/s, e Di é o diâmetro interior do tubo. No caso de se querer dimensionar o sistema através da equação de Bernoulli, deve-se obter o coeficiente de fricção para a tubagem, que é função da rugosidade da parede interior. Para estes cálculos, pode-se utilizar um valor de rugosidade absoluta de 0,01mm.

As peças que existam no sistema (acessórios e válvulas) podem ser tidos em conta como sendo um comprimento de tubo dado por um múltiplo do diâmetro interior. Os múltiplos são os seguintes:

aberta 7

Válvula de guilhotina a ¾ 40

Válvula de guilhotina a ½ 200

Válvula de guilhotina a ¼ 800

Deve-se também ter em conta a possibilidade de se originarem golpes de aríete devido ao fecho de válvulas. A intensidade dos mesmo depende do comprimento da tubagem, a velocidade da água e a velocidade de fecho. Recomenda-se que o fecho de válvulas seja sempre lento, de forma a evitar que o pico de pressão seja elevado.

Ensaios da instalação

Os ensaios de instalação têm que ter em conta o comportamento visco-elástico do polietileno, pelo que não é igual ao de instalações com materiais mais rígidos. Consiste numa fase preliminar, que inclui um ensaio de relaxação; um ensaio de queda de pressão e um ensaio principal. A pressão de ensaio é a pressão máxima de serviço, acrescentada de 1 bar, se já inclui os picos transientes de pressão, ou a pressão máxima de serviço acrescida de 50% ou de 5 bar, conforme o que seja mais

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4 Q 2 Di 16 /3
Número
diâmetros de tubo Curva de 45º 15 Curva de 90º con curvatura 40 Curva de 90º con ângulo vivo 60 Saída de um T a 90º 60 Entrada num T a 90º 90 Válvula de sede aberta 60-300 Válvula de guilhotina
Peça
de

pequeno.

É aconselhável que o tubo esteja fixo de forma que não haja movimentos devido à pressão. No caso do tubo estar instalado em vala, pode-se colocar algum do material de enchimento para a sua fixação, tendo o cuidado de manter as uniões visíveis.

O ensaio preliminar começa, como é natural, pelo enchimento do sistema, tendo o cuidado de eliminar todo o ar. Se possível, deve-se fazer o enchimento pelo ponto mais baixo, ou com um caudal de enchimento que permita a saída do ar, e abrir as purgas de ar que existam. Deve-se também ter o cuidado de confirmar, antes de iniciar o enchimento, que as válvulas intermédias que possam existir estão abertas.

Depois do enchimento, descomprimir o sistema para a pressão atmosférica, tendo o cuidado de não entrar ar. Esperar 60 minutos para o sistema estabilizar. Passado este tempo, subir rápidamente a pressão (em menos de 10 minutos) para a pressão de ensaio e mantê-la durante 30 minutos, bombeando água quando necessário, e confirmando se há alguma fuga visível. Parar depois a bombagem, fechando o sistema e mentendo-o sob pressão durante 1 hora. Medir a pressão no final deste período. Se desceu mais de 30% da pressão de ensaio, interrompe-se o ensaio e corrigem-se os problemas detectados (fugas, variações de temperatura e ar dentro do sistema). Só se pode retomar o ensaio depois de efectuar um novo período de relaxação à pressão atmosférica de 60 minutos.

Se não houve necessidade de interromper o ensaio para correcções, não se retira a pressão e passase ao ensaio de queda de pressão. Esvazia-se rápidamente o sistema até que a pressão baixe a um valor entre os 10 e os 15% da pressão de ensaio, medindo o volume de água que sai do sistema. Este volume não pode ultrapassar o valor dado pela fórmula

ΔV max =1,2⋅

em que ΔVmax é o volume máximo que pode sair do sistema em litros, V é o volume do sistema em litros, Δp a variação de pressão que mediu em bar, Ew o módulo de elasticidade da água (2,1x104bar a 20ºC) e Er o módulo de elasticidade do polietileno (9x103bar a 20ºC), D el diâmetro interno do tubo e e a espessura, em milímetros. Se o volume que saiu é superior a ΔV max tem que se purgar o sistema de ar e recomeçar o ensaio, passados os 60 minutos de relaxação.

Após a boa conclusão destes ensaios passa-se ao ensaio principal, que consiste em medir a pressão interna durante 30 minutos, registando periódicamente os valores. Durante este tempo, a pressão do sistema deverá aumentar. Para que o ensaio seja bem sucedido, não deve haver enhuma descida de pressão durante o período, uma vez que seria sinal de haver uma fuga. Em caso de dúvida, pode-se aumentar o ensaio até aos 90 minutos. No final deste tempo, a descida de pressão não pode ser menor que 0,25 bar da pressão máxima registada no ensaio.

V ⋅Δp⋅ 1 E w  D e⋅E r 
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Anexo I – Definição das características de pressão

O dimensionamento das tubagens de polietileno é calculado com o objectivo de se obter uma duração de 50 anos de funcionamento à pressão nominal e a uma temperatura de 20ºC. Como não é práctico realizar um ensaio que confirme a durabilidade do tubo nestas condições, fazem-se vários ensaios a pressões e temperaturas variadas de forma a se poder extrapolar o comportamento do tubo utilizando o modelo de Miner. Neste modelo, já verificado com outros materiais, os pares de valores tensão circunferencial de ensaio/tempo até ao rebentamento do tubo, obtidos a uma temperatura específica, descrevem uma recta quando representados num gráfico logarítmico. Neste ensaios, a rotura do tubo é dúctil, observando-se uma dilatação antes da rotura. Abaixo de uma certa tensão circunferencial, as rotura começam a ser frágeis, e os pares tensão/tempo passam a seguir outra recta. Como exemplo, apresentamos o gráfico obtido para um material, assinalando os pontos no gráfico correspondentes aos ensaios periódicos de pressão realizados.

Como o valor é obtido a partir de uma extrapolação, é muito importante ter em conta os erros de cálculo, o que se faz por meios estatísticos. O valor utilizado para classificar o polietileno é o mais baixo do intervalo de confiança de 97,5% para o valor a 20ºC e a 50 anos: se é superior a 10MPa, o material é um PE100; se estiver entre 8 e 10MPa, será um PE80.

O valor utilizado para o cálculo do tubo deve contar com um factor de segurança, que depende da aplicação do tubo. No caso da distribuição de água, esse factor é de 1,25. A tensão circunferencial utilizada para o dimensionamento dos tubos de água é então dada pela expressão

= MRS 1,25

σ
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Tubo de polietileno PE80 e PE100 – Manual Técnico

Anexo II – Diâmetros interiores

Os diâmetros interiores dos tubos não são controlados directamente, sendo únicamente especificados o diâmetro externo e a espessura. Se utilizarmos as tolerâncias indicadas na norma, e controladas na produção, para os diâmetros externos e para as espessuras, podemos calcular a gama de diâmetros interiores possíveis. Indicamos esses valores nas tabelas seguintes:

PE80 Diâmetro Nominal (mm) Diâmetro interior (mm) PN 6 bar PN 8 bar PN 10 bar PN 16 bar Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo 16 16,0 16,3 11,4 12,3 20 20,0 20,3 14,6 15,7 25 20,4 21,3 18,2 19,3 32 32,0 32,3 27,4 28,3 26,4 27,5 23,8 25,1 40 35,4 36,4 34,4 35,6 33,0 34,4 29,8 31,4 50 44,4 45,6 43,2 44,4 41,6 43,0 37,4 39,2 63 56,2 57,4 54,4 55,8 52,4 54,0 47,0 49,2 75 66,8 68,3 64,8 66,5 62,4 64,3 56,2 58,7 90 80,2 82,0 77,8 79,8 75,0 77,2 67,4 70,4 110 98,0 100,1 95,2 97,5 91,8 94,5 82,6 86,1 125 111,6 113,8 108,4 111,0 104,4 107,4 93,8 97,8 140 125,0 127,5 121,4 124,3 117,0 120,3 105,2 109,5 160 142,8 145,6 138,8 142,0 133,8 137,4 120,4 125,2 PE100 Diâmetro Nominal (mm) Diâmetro interior (mm) PN 10 bar PN 16 bar Mínimo Máximo Mínimo Máximo 20 20,0 20,3 15,4 16,3 25 25,0 25,3 19,6 20,7 32 27,4 28,3 25,2 26,3 40 34,4 35,6 31,6 33,0 50 43,2 44,4 39,6 41,2 63 54,4 55,8 50,0 51,8 75 64,8 66,5 59,8 61,9 90 77,8 79,8 71,6 74,2 110 95,2 97,5 87,8 90,7 125 108,4 111 99,6 103,0 140 121,4 124,3 111,8 115,5 160 138,8 142 127,6 131,8 64-03, 68-03 – 27 de Novembro de 2013 p.14/15

Tubo de polietileno PE80 e PE100 – Manual Técnico

Anexo III – Bibliografia

Alferink, F.J.M. - The design of Buried Thermoplastic Pipes – TEPPFA, Marzo 1999

Coulson, J.M. y Richardson, J.F. - Tecnologia Química Vol.1 – 3ª Edición – Fundação Calouste

Gulbenkian 1980

Varios – Tuberías de Polietileno - Asetub

EN805:2000 – Water Supply. Requirements for systems and components outside buildings.

NP EN 12201-1:2004 – Sistemas de tubagens em plástico para abastecimento de água. Polietileno (PE). Parte 1: Aspectos gerais

NP EN 12201-2:2004 – Sistemas de tubagens em plástico para abastecimento de água. Polietileno (PE). Parte 2: Tubos

NP EN 12201-5:2004 – Sistemas de tubagens em plástico para abastecimento de água. Polietileno (PE). Parte 5: Aptidão ao uso do sistema

CEN/TR 12108:2012 - Plastics piping systems - Guidance for the installation inside buildings of pressure piping systems for hot and cold water intended for human consumption.

64-03, 68-03 – 27 de Novembro de 2013 p.15/15

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