Jornal dos Bancários - ed. 540

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ANO XXIV • Nº 540 • 21 DE DEZEMBRO DE 2016 A 22 DE JANEIRO DE 2017 • SIND. DOS EMPREGADOS EM ESTAB. DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

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RETROSPECTIVA 2016 Campanha 2016: só a luta nos garantiu! p. 2 e 3

Se é público, é para todos p. 4 e 5

Ação garante direitos dos funcionários do Bradesco p. 7 Sindicato realiza mais de 6 mil atendimentos em saúde p. 9

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2 EDITORIAL

Resistência marca 2016

O A resistência das trabalhadoras e dos trabalhadores do ramo financeiro marcou fortemente o ano de 2016. Apesar da postura intransigente dos banqueiros nas mesas de negociação realizadas durante 31 dias de greve, as bancárias e os bancários de Pernambuco mostraram força e unidade. A mobilização da base resultou na conquista de um acordo bianual (2016-2018). Nesta última edição do ano do Jornal dos Bancários, apresentamos uma retrospectiva da atuação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco em 2016, a partir do trabalho das nossas secretarias. Além disso, trazemos uma matéria especial sobre a importância das “Diretas Já!”. Ao longo de 2016, realizamos centenas de atividades. Resistimos nos nossos locais de trabalho e fomos às ruas denunciar o governo ilegítimo de Michel Temer, que ameaça os direitos conquistados por toda a classe trabalhadora ao longo de décadas de luta. Para o próximo ano, já conquistamos 1% de ganho real. Entretanto, precisamos nos manter mobilizados para garantir melhores condições de trabalho e enfrentar os novos ataques do governo, como as perversas reforma da Previdência, tentativas de privatizações de bancos públicos e desmonte dos direitos dos trabalhadores. Desejamos a todos força para continuarmos firmes na luta. Feliz 2017! Suzineide Rodrigues Presidenta do Sindicato dos Bancártios de Pernambuco

Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou cerca de 80 atividades públicas, em 2016. Obteve vitórias em 120 ações na Justiça do Trabalho, garantiu mais de 80 reintegrações e cancelou mais de 160 demissões irregulares. Organizou o Acampamento da Resistência durante a Campanha Nacional; se engajou nos atos de preparação para Greve Geral e marcou presença no Grito dos Excluídos. Entre as atividades públicas estão encontros, assembleias, reuniões de formação política, caravanas, atos, protestos e paralisações. A defesa dos direitos dos funcionários dos bancos públicos foi tema de diversas mobilizações. O Café da Manhã

Sindicato realizou cerca de 80 ações

dos Aposentados manteve a tradição de reunir a categoria na sede da entidade, e os eventos esportivos e comemorações bateram recordes de público, com 2,3 mil participantes. No ano do golpe de Estado no Brasil, a entidade manteve-se firme em defesa da democracia. “Partici-

pamos de diversas mobilizações em defesa do povo brasileiro, debatemos, amplamente, com a categoria bancária o golpe em curso no país e intensificamos as mobilizações em favor de nossos direitos”, afirmou a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.

Campanha 2016: Só a luta nos garantiu! Os bancários mostraram ao presidente golpista Michel Temer a força dos trabalhadores brasileiros, com a primeira greve nacional depois que ele tomou o poder. Foi uma paralisação histórica de 31 dias. Desde o início das negociações, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) mostrou para que veio, com uma proposta rebaixada de 6,5%, mas os bancários não se intimidaram. Pernambuco deu exemplo de resistência com 75% de adesão, desde o primeiro dia, chegando a quase 100% ao longo da greve. A categoria lutou bravamente pela reposição da inflação mais 5 % de ganho real. “O índice de 8% de reajuste salarial, mais o abono de R$ 3.500, não foi o acordo ideal, mas representa uma vitória da categoria, dada a conjuntura política em que ocorreu a

Validade de dois anos da CCT é conquista da categoria

Campanha Nacional”, avaliou a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues. A entidade enfrentou a ofensiva da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco para criminalizar o movimento sindical. Houve, inclusive, uma ação judicial para prender a presidenta. A validade de dois anos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) assinada em 2016, a garantia da reposição da inflação com ganho real de

1% em 2017 e o abono dos 31 dias de greve foram as grandes conquistas da categoria. “Em 2017, enfrentaremos o desafio de ampliar nossos direitos nas cláusulas não econômicas da CCT e nos acordos específicos, bem como a luta em defesa dos bancos públicos. Convocamos todas as bancárias e bancários a estarem juntos conosco, pois 2016 provou que o tema da Campanha Nacional estava correto: Só a luta nos garante!”, ressalta Suzineide.

EXPEDIENTE Coordenação e supervisão: Tempus Comunicação

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Ed. 540 / Circulação mensal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE Telefone: (81) 3316 4233 / (81) 3316 4221. E-mail: comunicacao@bancariospe.org.br Site: www.bancariospe.org.br Tiragem: 11.000 exemplares

Jornalista responsável: Micheline Américo Conselho Editorial: Adeílton Filho, Cleonildo Cruz, Daniella Almeida, Epaminondas Neto, Jonatas Campos, Micheline Américo e Suzineide Rodrigues Redação: Beatriz Albuquerque, Camila Lima, Jonatas Campos e Wellington Correia Diagramação: Bruno Lombardi Fotos: Agência Lumen | Tempus Comunicação

21 de dezembro de 2016 a 22 de janeiro de 2017

DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Daniella Almeida Secretária-Geral: Sandra Trajano Finanças: Jaqueline Mello Administração: Geraldo Times Assuntos Jurídicos: João Rufino Bancos Públicos: Renato Brito Bancos Privados: Adeílton Filho

Cultura, Esportes e Lazer: Fábio Sales Assuntos da Mulher: Eleonora Costa Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Formação: Anabele Silva Intersindical: Fernando Batata Ramo Financeiro: Andreza Camila Duarte Aposentados: Luiz Freitas


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Acampamento da Resistência marca Campanha 2016

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ntre as atividades públicas realizadas na Campanha 2016, o Acampamento da Resistência Contra a Ganância dos Bancos destacou-se como uma das mais simbólicas. Em plena greve da categoria, o Bradesco pressionou os funcionários para que reabrissem a agência e voltassem a trabalhar. Os bancários não aceitaram essa imposição e armaram, literalmente, um acampamento no interior da agência Boa Viagem do Bradesco. “O que ocorreu foi uma prática antissindical. Os bancos nos pressionaram, ameaçando demitir os bancários que continuassem em greve, para tentar nos obrigar a aceitar uma proposta que não cobria nem mesmo a inflação. Não cedemos e nossa greve continuou forte”, afirmou a presidenta do

Bancáros acamparam em frente ao Bradesco de Boa Viagem

Sindicato, Suzineide Rodrigues. Os diretores do Sindicato, junto a integrantes de movimento social, conversaram com clientes, almoçaram e lancharam na agência. Bradesco, Caixa Econômi-

ca Federal e Santander também ameaçaram reabrir as agências. Na oportunidade, a presidenta lembrou aos bancários e clientes que os bancos privados são concessões públicas. “Estamos ocu-

pando pacificamente um espaço que também é nosso. Os bancos deveriam servir ao interesse público, mas em vez disso desrespeitam e exploram bancários e clientes”, completou.

Bancários em uma só voz no Grito dos Excluídos O Sindicato dos Bancários de Pernambuco reforçou o coro do 22º Grito dos Excluídos. Mais de 50 mil pessoas saíram às ruas e protestaram contra os ataques do governo ilegítimo de Michel Temer. O ato teve como lema principal, em crítica ao capitalismo, “Este Sistema é Insuportável: Exclui, Degrada, Mata”. Os militantes se concentraram na Praça da Democracia, no Derby, e seguiram em marcha até a Praça do Carmo, no centro do Recife. Para a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, o povo deixou claro que o golpe não passará em brancas nuvens. “O grito teve força, porque a investida não foi apenas contra um governo legitimamente eleito, mas contra todas as conquistas democráticas dos brasileiros”, enfatizou. Os principais posicionamentos do Grito dos Excluídos deste ano foram: contra o golpe e em defesa da democracia; contra o retrocesso nos direitos sociais e trabalhistas; pela

democratização da mídia; contra o feminicídio e lesbofobia; e contra a exploração infantil e o extermínio da juventude pobre e negra. O Grito, organizado pelo Fórum Dom Hélder Câmara, ainda contou com a participação da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT-PE), Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernmabuco (Fetape), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Frente

Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo. Também marcaram presença movimentos sindicais, grupos de religiosos, coletivos de mulheres, comunicação, estudantes, negros, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBTs) e partidos de esquerda. Os manifestantes fizeram um enterro simbólico da democracia no fim da atividade. O caixão levado por pessoas vestidas de preto foi queimado e as cinzas expostas à população como o fim do estado

democrático de direito. Os participantes também dançaram ciranda e promoveram um abraço coletivo na Praça da Independência. Apresentações culturais marcaram a dispersão da manifestação na área central do Recife. O Grito dos Excluídos vem mudando o significado do dia 7 de setembro no Brasil. A data passou a ser um momento em que o povo expressa seus anseios e utopias, denunciando as explorações e defendendo a solidariedade e a justiça.

Mais de 50 mil pessoas tomaram as ruas do Recife

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Se é público, é para todos

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uitos desafios foram enfrentados pelos funcionários dos bancos públicos neste ano e a perspectiva é de mais obstáculos em 2017, diante da atual conjuntura política nacional. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco intensificará as mobilizações em defesa dos direitos da categoria e do fortalecimento dos bancos públicos. Em 2016, a entidade realizou cerca de 30 atividades públicas em defesa dos direitos específicos dos trabalhadores do Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Além disso, promoveu atividades de pautas unificadas, como o Encontro de Delegados Sindicais, os lançamentos da campanha “Se é público, é para todos” e dos comitês de funcionários e empregados do BB e da Caixa e a articulação da audiência pública, na Câmara de Vereadores

do Recife. O tema da audiência foi o impacto em Pernambuco das chamadas reestruturações, implementada no BB e prevista na Caixa. Após a consolidação do golpe de Estado que retirou do poder a presidenta eleita, Dilma Rousseff, a ofensiva às empresas públicas brasileiras se intensificou. Essas reestruturações, na verdade, representam o desmonte das empresas e a consequente preparação para as privatizações. De acordo com o secretário de Bancos Públicos do Sindicato, Renato Brito, o desmonte das empresas públicas faz parte da disputa político-econômica por um modelo de sociedade. “Os bancos públicos têm um papel central no desenvolvimento econômico nacional e na distribuição de renda do país. O diferencial deles é justamente a função social”, afirma. O BB financia a agricultura fami-

Audiência pública debate reestruturações

liar, que é a responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos no Brasil. A Caixa é a maior parceira do governo federal na implementação das políticas sociais e financia mais de 80% das obras de infraestrutura do país. E o BNB tem papel essencial no desenvolvimento do Nordeste, por meio do oferecimento de microcrédito e da execução de projetos estruturantes. No próximo ano, a perspectiva é

intensificar os calendários de mobilização e aumentar a participação dos delegados sindicais. “Teremos uma agenda intensa em 2017 em defesa dos bancos públicos. A participação dos trabalhadores é fundamental na luta para resgatar e preservar os direitos da categoria e a autonomia das empresas estatais, como pilares do desenvolvimento social e econômico do Brasil”, analisa a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.

Reestruturações têm viés privatista Os funcionários e usuários do Banco do Brasil (BB) foram afetados por dois profundos processos de reestruturação da instituição financeira em 2016. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou, durante este ano, mais de 10 atividades públicas contra os prejuízos gerados pelas reestruturações. A entidade se engajou em Dias Nacionais de Luta contra Reestruturação do BB, fez diversas reuniões com os funcionários afetados pelas mudanças, articulou apoio de parlamentares aos direitos dos trabalhadores, negociou com representantes do banco a diminuição dos prejuízos e organizou paralisações de protestos, na Região Metropolitana do Recife e no Interior do Estado. Também promoveu atos em frente a agências do banco e articulou a realização de uma audiência pública na Câmara de Vereadores do Recife sobre os impactos da reestruturação para

Pernambuco. As medidas de descomissionamentos, fechamento de agências e corte de postos de trabalho projetam para os trabalhadores um futuro de incertezas, tanto sobre o seu posicionamento no banco quanto sobre suas condições de trabalho. Em janeiro deste ano, o BB iniciou o encerramento de atividades do Centro de Serviços e Logísticas (CSL) do Recife, atingindo cerca de 80 bancários com a perda de comissões, como parte da reestruturação da Vice-Presidência de Serviços e Infraestrutura (Visin). O processo transferiu para o Sudeste importantes serviços que eram prestados em Pernambuco. Agora, mais uma vez sem dialogar com as entidades sindicais e com os funcionários, o BB passa por uma nova reestruturação. Ao todo, cerca de nove mil vagas serão extintas, 402 agências fechadas e 379 transforma-

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Em Pernambuco, sete agências foram fechadas com a reestruturação

das em postos de atendimento. Em Pernambuco, sete agências foram fechadas e outras nove transformadas em postos de atendimento. Na avaliação da secretária-Geral do Sindicato, Sandra Trajano, a reestuturação irá precarizar ainda mais o atendimento à população. “É um transtorno muito grande para os bancários que, de repente, perderam funções. Naturalmente, isso também terá reflexo no atendimento: com a redução de pessoal, a qualidade tende a piorar”, analisa.

O presidente do BB, Paulo Caffarelli, tem deixado claro, em entrevistas concedidas à imprensa, a perspectiva privatista assumida pelo banco. “As medidas foram anunciadas sob o subterfúgio dos benefícios da digitalização. Como podemos priorizar o atendimento digital sem prejuízo à população, se a grande maioria dos clientes do BB necessita de atendimento presencial?”, questiona Sandra. Atualmente, o banco tem 63 milhões de clientes, dos quais apenas nove milhões operam pelo celular.


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Em defesa da Caixa 100% pública

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esde o início de 2016, os empregados da Caixa Econômica Federal enfrentaram sucessivas ameaças e perdas de direitos, além da ofensiva privatizante ao banco. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco, neste ano, realizou mais de 15 atividades públicas em defesa dos direitos dos empregados do banco e da Caixa 100% pública. Reuniões nos locais de trabalho que foram afetados pelas mudanças, protestos, paralisações, dias nacionais de luta, atos conjuntos com movimentos sociais em defesa das empresas públicas e entrega de carta pública à população, relatando os ataques ao único banco 100% público do país, foram algumas das atividades realizadas pelo Sindicato. Parte dos planos de reestruturação apresentados pela diretoria do banco em 2016 foi barrada, graças à mobilização dos empregados. Ainda assim, mudanças no normativo interno

Ato por mais contratações e melhores condições de trabalho

da empresa trouxeram graves prejuízos aos trabalhadores. Um grande exemplo disso foi o RH 184, que extinguiu a incorporação de função e acabou com a designação efetiva de caixas executivos. Antes da mudança, quando o empregado completava dez anos de exercício da função, esta era incorporada ao salário dele. Também foi criada a figura do “caixa minuto”. A

ideia é que qualquer funcionário pode exercer temporariamente a função de caixa, recebendo gratificação proporcional ao tempo em que a exerceu. Os avaliadores de penhor também sofreram reveses. A Caixa retirou o adicional de insalubridade a que tinham direito. “O caráter público da Caixa está ameaçado e isso tem reflexo no tratamento do banco aos empregados.

A lógica do capital está norteando as mudanças nos bancos públicos, em detrimento da função social que eles têm e das conquistas históricas dos trabalhadores”, avalia a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues. Outro problema que tem se acentuado é a quantidade reduzida de empregados. “A Caixa não cumpriu o acordo de contratação de pessoal firmado em 2015 e ainda realizou novos Planos de Apoio à Aposentadoria (PAA). De 2014 para cá, mais de 3 mil empregados aderiram a esses planos, sem novas contratações”, explica Jaqueline Mello, secretária de Finanças do Sindicato e empregada da Caixa. Essa situação ainda pode piorar. De acordo com o presidente da Caixa, Marcelo Occhi, a empresa estuda o lançamento de um novo plano de aposentadoria que atingirá cerca de 10 mil empregados e reavalia o funcionamento de 100 agências supostamente deficitárias.

Novo PCR é prioridade dos funcionários do BNB A implementação do ponto eletrônico e a primeira eleição do representante dos trabalhadores no Conselho de Administração do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), conhecido como Caref, são as maiores conquistas dos funcionários do banco, neste ano. Para 2017, a prioridade é a criação de um novo Plano de Cargos e Remuneração (PCR). O Sindicato dos Bancários de Pernambuco teve, em 2016, um forte papel de articulação e mobilização da base para que essas conquistas fossem alcançadas. Entre as principais atividades da entidade, destacam-se quatro: a realização do I Encontro Estadual dos Funcionários do BNB, a organização de assembleias e de paralisações para o pagamento da Participação de Lucros e Resultados (PLR) do funcionalismo e a presença no Encontro de Técnicos de Campo do BNB.

Mais do que equiparar os direitos do funcionalismo do BNB aos dos demais trabalhadores da categoria que já utilizavam o ponto eletrônico, o acordo assinado em 2016 é uma conquista inédita: os 15 minutos de descanso obrigatório previstos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) estão incluídos na jornada de trabalho diária de seis horas. “Conquistamos a jornada de trabalho de 5h45. Nos demais bancos, os funcionários passam, no mínimo, 6h15 no trabalho para cumprir a jornada de seis horas mais o período de intervalo obrigatório”, explica o diretor do Sindicato, Fernando Batata. A eleição do Caref representa para os funcionários do BNB voz no conselho de administração do banco. De acordo com o diretor do Sindicato, Rubens Nadiel, como a atual Convenção Coletiva de Trabalho da categoria tem validade até 2018, os bancários

Ponto eletrônico e eleição do Caref são as maiores conquistas de 2016

terão mais tempo para se dedicar às pautas específicas. “O nosso foco será a criação de um novo PCR, pois o atual está extremamente defasado”, afirma o diretor. Os primeiros três níveis do PCR representam valores abaixo do piso da categoria. Dessa forma, o trabalhador que ingressa na carreira do BNB só passa a receber acréscimo na remuneração quando chega ao quarto nível do plano, o que ocorre depois de cerca de oito anos de trabalho. Além disso, o PCR só possui 18 ní-

veis; e muitos funcionários estão, há anos, no último nível da carreira. Segundo o diretor do Sindicato, Ricardo Vaz, que integrou o grupo de trabalho que discutiu a criação do novo PCR, cerca 1,8 mil funcionários estão no nível final do plano e por volta de 700 estão nos três níveis iniciais. “Os bancários que estão nesses extremos do plano representam cerca de 35% do funcionalismo do BNB, sem considerar os demais casos em que as distorções também trazem prejuízos aos trabalhadores”, destaca Ricardo.

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Financeiras fecham acordo sobre PLR

O

s acordos de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) negociados com o China Construiction Bank (antigo BIC), o Banco Votorantim e a BV Financeira foram aprovados pelos trabalhadores dessas unidades, em assembleias específicas. Para a secretária do Ramo Financeiro do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Andreza Camila Duarte, essa é uma grande conquista para os funcionários das financeiras. “É resultado de toda a mobilização realizada durante a Campanha Nacional 2016. Nesta conjuntura adversa para os trabalhadores, acordos como esses são oportunos e certamente ajudarão no equilíbrio das contas dos bancários”, destacou. BANCO VOTORANTIM

O Acordo Coletivo de Trabalho sobre Programa Próprio de Participação nos Resultados do Banco Votorantim prevê reajuste no piso do banco de R$ 1,2 mil para R$ 1,6 mil e teto de 30 salários, neste ano.

Acordos são resultados da mobilização da Campanha Nacional 2016

BV FINANCEIRA

O Acordo Coletivo de Trabalho sobre Programa Próprio de Participação nos Resultados da BV Financeira conta com reajuste no piso salarial de R$ 1,6 mil para R$ 2,6 mil.

CCB

Acordo prevê pagamento de R$ 3,24 mil a todos os funcionários mais uma cesta alimentação no valor de R$ 565,28 com teto de dez salários.

FINANCEIRA

Acordo estabelece pagamento de R$ 1,5 mil e uma cesta alimentação no valor de R$ 530,76 com teto de dez salários, conquistados depois de longa negociação.

Sindicato atua contra demissões sistemáticas do Itaú Para marcar o Dia Nacional de Luta contra Demissões no Itaú, realizado em novembro, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco visitou oito agências da referida instituição financeira, localizadas na avenida Conselheiro Aguiar, na Zona Sul do Recife. A principal denúncia feita pela entidade revela que, apesar do banco ter lucrado mais de R$ 5 bilhões neste ano, continua fechando agências e demitindo funcionários. De novembro de 2015 a novembro de 2016, foram cortados 2.753 postos de trabalho e fechadas 207 agências do Itaú no país. Segundo a análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), as receitas do banco com prestação de serviços mais a renda das ta-

Banco lucrou mais de R$ 5 bilhões e cortou mais de 2,7 mil postos de trabalho

rifas bancárias cresceram 8,8% em 12 meses e somaram R$ 24,6 bilhões. De acordo com o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Adeílton Filho, o Itaú continua

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sem assumir o compromisso com o emprego dos funcionários, no momento em que a responsabilidade social é fundamental para que o Brasil volte a crescer. “Mesmo com um lucro exorbitante, o

banco tem feito cortes e nenhuma demissão é aceitável. Além disso, com o fechamento das agências, as que permanecem abertas estão superlotadas, sobrecarregando os trabalhadores”, afirmou.


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Ação garante direitos dos funcionários do Bradesco

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venda para o Bradesco das operações do HSBC no Brasil, em julho deste ano, resultou em um processo caótico de incorporação. Enquanto os clientes reclamaram de falhas nas contas, inclusive para receber os salários, atraso na entrega de cartões e dificuldades em acessar o internet banking; os bancários, entre outros problemas, relataram que estão sem período de almoço, realizando jornadas diárias extenuantes, muitas acima de dez horas e com sobrecarga de trabalho. O Bradesco chegou a pressionar os novos funcionários a assinarem um documento abrindo mão de direitos conquistados. Entre eles estão o auxílio-educação, duas opções de operadoras de plano de saúde e duas de planos odontológicos, folga no dia do aniversário em substituição ao abono assiduidade previsto na Convenção Coletiva de Trabalho e o abono assi-

duidade quinquenal. Em protesto contra a violação desses direitos, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou atos e paralisações, integrando um movimento nacional que trouxe resultados. Em relação ao auxílio educação, o Bradesco desistiu de interromper o benefício em dezembro e decidiu continuar com o subsídio até o fim do curso de quem já está matriculado. Além disso, o banco aceitou voltar a cobrar, no plano de saúde dos aposentados, os valores que eram praticados pelo HSBC. De acordo com o diretor do Sindicato Ronaldo Cordeiro, que é funcionário do Bradesco, a falta de treinamento adequado gerou constrangimento para os bancários que passaram a exercer funções para as quais não foram capacitados. “O sistema do Bradesco é diferente do sistema do HSBC. Isso gera uma situa-

Sindicato realizou protestos contra violação de direitos

ção delicada e sobrecarga de trabalho tanto para os novos funcionários, que não sabem como proceder em diversas situações, como para os antigos, que estão tendo de orientar os colegas, durante o expediente”, denuncia Cordeiro. Neste ano, o Sindicato aderiu também ao Dia Nacional de Luta em Defesa dos Funcionários do Bradesco, proposto pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Na oportunidade, um grupo teatral apresentou

um esquete sobre o caos gerado pela incorporação do HSBC. Na avaliação do secretário de Bancos Privados do Sindicato, Adeílton Filho, o ano foi marcado por fortes mobilizações em defesa dos direitos da categoria, que sofreu severos ataques. “Em 2017, precisamos pensar na unidade da categoria, pois o HSBC e o Bradesco agora são um único banco. A luta é em defesa da garantia do emprego e de melhores condições de trabalho para todos os funcionários”, analisou.

Aumenta a insegurança bancária em Pernambuco De acordo com o levantamento feito pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco, as investidas criminosas contra bancos cresceram neste ano, em comparação com 2015, quando aproximadamente 130 explosões e arrombamentos foram registrados. Entre 1º janeiro e 26 de dezembro de 2016, ocorreram 266 investidas criminosas contra agências bancárias e carros-fortes em Pernambuco. Ao longo de 2016, o Sindicato se colocou à disposição do Governo do Estado, das Prefeituras e dos bancos, para colaborar com a construção de soluções de enfrentamento à violência bancária. Entretanto, não houve diálogo. A entidade também cobra o cumprimento da Lei 17.684, em vigor no Recife, que obriga os bancos a instalarem vidros blindados, porta com detectores de metais e câmeras de segurança. A legislação pode servir de modelo para demais cidades pernambucanas.

Foram 266 investidas criminosas contra agências e carros-fortes no Estado, neste ano

“A responsabilidade pela elevação no número de investidas violentas contra as agências é tanto do governo quanto dos bancos. Ambos estão sendo negligentes com a segurança da população, dos clientes e dos bancários”, critica o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino, que é o representante

do Nordeste no Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). É dever dos bancos, previsto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pelo Código de Defesa do Consumidor, a garantia dos atendimentos psicológico e físico aos ban-

cários, vigilantes e clientes sequelados por violência dessa natureza. De acordo com João Rufino, 15 bancários pediram afastamento dos cargos, após adoecerem por causa desse tipo de crime. “Os trabalhadores vivem hoje uma rotina de medo frente à violência, seja ela física ou psicológica”, afirma.

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Bancários debatem questões de gênero e raça

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m 2016, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco teve forte atuação em defesa dos direitos das mulheres e das pessoas negras. Além de realizar atividades para fortalecer a luta contra a discriminação de gênero no mundo trabalho, a entidade marcou presença nos fóruns dos Coletivos de Mulheres e de Igualdade Racial da Central Única dos Trabalhadores (CUT). No mês de março, em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, a entidade realizou visitas às agências bancárias para dialogar com a categoria sobre a violência, física e moral, contra a mulher. “O fato de as mulheres receberem salários menores que o dos homens, ao exercer a mesma função, é uma forma de violência. Claro que também precisamos combater a violência física, que ainda machuca e mata tantas mulheres no nosso país”, afirmou a secretária da Mulher do Sindicato, Eleonora Costa. A entidade participou do ato unifi-

Atos em agências dialogam sobre igualdade racial

cado “É pela vida das mulheres”, organizado pelos movimentos sindical e social. “Discutimos a luta contra a violência sexista e os estereótipos de gênero, por igualdade de oportunidades, pelo trabalho doméstico compartilhado e por mais respeito e dignidade”, ressaltou a diretora do Sindicato, Janaína Kunst. A campanha Outubro Rosa também contou

com a participação do Sindicato na luta contra o câncer de mama. Nas comemorações do Dia da Consciência Negra, em novembro, a entidade realizou rodas de diálogo, cujo principal tema foi a invisibilidade das pessoas negras no sistema financeiro brasileiro. De acordo com o último Censo da Diversidade, produzido pela

Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em 2014, apenas 24,5% dos trabalhadores dos bancos brasileiros são negros. “Em 2017, promoveremos mais atividades de conscientização sobre os direitos das mulheres e das pessoas negras. Precisamos debater esses temas para enfrentar os preconceitos”, destacou Eleonora.

Café da Manhã dos Aposentados mantém tradição O Sindicato dos Bancários de Pernambuco, por meio da Secretaria dos Aposentados, manteve a tradição e realizou oito edições do Café da Manhã dos Aposentados ao longo de 2016, com uma média de 60 pessoas por encontro. Os aposentados também participaram de outras atividades, como Arraiá dos Bancários e a comemoração de aniversário de 85 Anos do Sindicato. Em algumas ocasiões, o momento foi de festa e descontração, como no período do carnaval; em outras, palestras de formação trouxeram esclarecimentos e reflexões para os bancários. No último Café da Manhã do ano, o tema da Previdência Social atraiu um grande público, que saiu satisfeito da atividade. O bancário aposentado do Ba-

Nas manhãs de confraternização há momentos de festa e de formação

norte, Alair Honório, participou pela primeira vez do evento neste ano e garantiu que retornará nos próximos. “Reencontrei grandes amigos com os quais não cruzava há mais de 20 anos. Foi uma ótima experiência”, disse.

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De acordo com a secretária suplente dos Aposentados, Maria José Leódido, o Café da Manhã é um importante momento para trazer as discussões que norteiam o dia a dia do Sindicato para os aposentados. “Essa agenda mensal

continuará a ser realizada ao longo de 2017, pois entendemos que é fundamental mantermos atualizados aqueles que já não frequentam mais os locais de trabalho. Além de ser uma grande confraternização”, afirma.


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Sindicato realiza mais de 6 mil atendimentos em saúde

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Sindicato dos Bancários de Pernambuco, por meio da Secretaria de Saúde, realizou mais de 6 mil atendimentos aos bancários, neste ano. A entidade emitiu 660 Comunicações de Acidentes de Trabalho (CAT), que registram as ocorrências de acidentes ou doenças ocupacionais. Além de orientar e acompanhar os trabalhadores em casos de problemas de saúde, a entidade atua nas articulações e negociações nessa área. Na Campanha Nacional 2016, os bancários garantiram a validade de dois anos para Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Um dos benefícios dessa conquista é a possibilidade de discussões mais avançadas nas mesas temáticas de negociação. Na área da Saúde, as prioridades são o combate ao assédio moral institucional e a prevenção das doenças ocupacionais. Segundo o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trinda-

efetiva participação dos sindicatos no programa de retorno ao trabalho. Os bancos têm criado uma série de dificuldades para que não façamos a devida fiscalização”, relata Wellington. CAMPANHAS

Sindicato participa das negociações de Saúde

de, o Coletivo Nacional de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), do qual ele faz parte, já apresentou à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a proposta de que as mesas de negociação da área tornem-se mais frequentes. Caso a proposta seja aprovada, as reuniões trimestrais passarão a ser mensais. “Na mesa de negociação, queremos discussões e resoluções acerca do assédio moral organizacional e da participação efetiva dos sindi-

catos no Programa de Retorno ao Trabalho, previsto na cláusula 45 da CCT”, afirma Wellington. Para o dirigente sindical, uma das maiores conquistas da CCT 2016/2018 foi a correção da cláusula 45. Com a alteração, o texto adequou-se ao que determina a Constituição Federal: a habilitação do trabalhador, no processo de retorno ao trabalho, deve ser feita pela Previdência Social e não pelo empregador. “Após a correção, o problema que enfrentamos é conseguir a

No início de 2017, o Sindicato estará engajado na campanha de conscientização, promovida pela Contraf, sobre a autonomia dos trabalhadores no cuidado com a saúde física e mental. “É comum os bancários vincularem a realização de exames e tratamentos médicos à autorização dos bancos, mas isso não é necessário. O trabalhador tem o direito, previsto em lei, e a autonomia para cuidar da própria saúde”, ressalta Wellington. O Sindicato também promoverá as próprias campanhas de prevenção de doenças ocupacionais, além que das que já participa como o Outubro Rosa e o Novembro Azul, que atuam na prevenção do câncer de mama e próstata, respectivamente.

Mais de 80 bancários foram reintegrados em 2016 Em 2016, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco reintegrou mais de 80 bancários que possuíam doença ocupacional e foram demitidos pelos bancos privados à revelia da lei. O número de reintegrações realizadas neste ano é superior às do ano passado, com elevação de 100%. Cerca de 60% dos bancários diagnosticados com doenças ocupacionais possuem Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT); e 40%, transtornos psíquicos. “Sabemos que existe uma subnotificação das doenças psíquicas. Os trabalhadores têm muito medo de ser rotulados de doentes mentais. Não podemos, no entanto, ignorar o fato de que muitas doenças físicas

Renata Freitas foi reintegrada à agência do Itaú, em Olinda

decorrem dos transtornos psíquicos”, explica o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade. Os mesmos índices, 60% e 40%, representam, respectivamente, a notificação de bancárias e bancários que possuem doença ocupacional

em Pernambuco. “Esses números não significam que as mulheres adoecem mais. Na verdade, evidenciam o machismo: os homens têm mais dificuldade de admitir que estão doentes do que as mulheres”, avalia o secretário.

As metas, muitas vezes inalcançáveis, geram adoecimento dos trabalhadores e são causas recorrentes de demissões. “Os bancos utilizam metodologias subjetivas de avaliação de desempenho para alegar que funcionários com muitos anos de casa já não servem mais”, denuncia Wellington. Muitas vezes, os trabalhadores só reconhecem que estão doentes e passam a realizar os tratamentos indicados pelos médicos, depois que já foram demitidos. “Por isso, ressalto: a prioridade de todos deve ser a saúde e, não, o trabalho. Os bancos cobram as metas a qualquer custo e pressionam os trabalhadores para que não tirem licença médica, mas não hesitam em demiti-los quando eles adoecem”, ressalta o diretor.

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Mais de 120 ações vitoriosas na Justiça do Trabalho

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Sindicato dos Bancários de Pernambuco ganhou mais de 120 ações, individuais e coletivas, na Justiça do Trabalho, neste ano. Em muitas delas, o processo de execução já foi finalizado, com o devido pagamento aos bancários. Grandes ações coletivas, que envolvem mais de três mil trabalhadores, estão em andamento. Entre elas as que se referem ao pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB); da 7ª e 8ª horas de trabalho para os funcionários do Banco do Brasil (BB), da Caixa Econômica Federal (CEF) e do BNB; dos anuênios do BB; da quebra de caixa da CEF e dos reflexos nos tíquetes-alimentação para funcionários de diversos bancos. A entidade, por meio da atuação da secretaria de Assuntos Jurídicos, cancelou 161 demissões irregulares de bancários que gozavam de esta-

Novo padrão de atendimento gerou mais conforto para os bancários

bilidade. Houve também o registro de 179 demissões com ressalvas. Ou seja, estas ainda estão em processo de análise e poderão ser canceladas, caso a Justiça do Trabalho constate que os bancários tinham direito à estabilidade por acidente de trabalho, proximidade da aposentadoria ou gestação. Além disso, a informatização do sistema da secretaria, que ocorreu no início deste ano, possibilitou aos bancos o agendamento eletrônico de homologações de demissões e

assegurou mais agilidade e organização no atendimento do Sindicato à categoria. Oito novos escritórios de advocacia foram contratados como conveniados do Sindicato, totalizando 11. Mais sete atuarão na sede da entidade, no Recife, e um na subsede em Salgueiro. Este passou a ser o responsável pela assistência aos bancários sindicalizados do Sertão. As homologações de demissão começaram a ser feitas em Salgueiro, a partir deste mês de dezembro.

Em 2017, há a perspectiva de esse serviço também passar a ser oferecido na subsede do Sindicato em Arcoverde. Outro serviço de grande importância que passou a ser prestado pelo Sindicato, neste ano, foi a formação de Comissões de Conciliação Voluntária (CCV) firmadas com os bancos Itaú e Santander. “As CCV trouxeram resultados satisfatórios, com acordos que giram em torno de 70% do valor devido pelo banco”, explica o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato. Por tudo isso, a atuação da Secretaria, em 2016, foi bastante exitosa. “Desenvolvemos novos processos judiciais, obtivemos muitas vitórias e conseguimos realizar 80 reintegrações. Também estabelecemos um novo padrão de atendimento, com a informatização e a reforma da estrutura física do setor, gerando mais conforto e privacidade para os bancários e advogados”, avalia Rufino.

Eventos batem recorde de participação Festa de Dia das Crianças, Arraiá dos Bancários, Festa do Chopp, Jogos dos Bancários e Campeonato de Futebol. Comemorações que já fazem parte do calendário permanente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e que, neste ano, bateram recordes de público. Mais de 2,3 mil pessoas participaram dessas atividades, que estão garantidas em 2017. O aniversário de 85 anos da entidade também foi celebrado em grande estilo. A filósofa Marcia Tiburi proferiu palestra sobre a conjuntura política do país. A exposição de fotos das principais atividades do Sindicato em 2016 reforçou a comemoração. De acordo com o secretário de Esportes, Cultura e Lazer do Sindicato, Fábio Sales, todos esses eventos tiveram resultados muito positivos. “Na Festa de Dia das Crianças, tivemos um público de mais 1,5 mil pessoas. O

Arraiá dos Bancários dobrou o número de participantes em relação a 2015, alcançando um público de 500 pessoas; e a Festa do Chopp, em comemoração ao Dia do Bancário, também teve um aumento significativo de público, atingindo 700 participantes”, afirma Fábio. Cerca de 200 bancários inscreveram-se para o Campeonato de Futebol, além dos amigos e familiares que acompanharam as partidas e integraram um público estimado de 500 pessoas, durante o torneio. Os Jogos dos Bancários 2016, por sua vez, tiveram 150 participantes. O Sindicato tem investido continuamente nas atividades de lazer para categoria. “Para a gente é uma satisfação receber um número cada vez maior de pessoas. Sabemos o quanto o lazer e o esporte são importantes para a qualidade de vida”, conclui Fábio.

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Mais de duas mil pessoas participaram das atividades

Cerca de 200 bancários inscreveram-se para o Campeonato de Futebol


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DIRETAS JÁ!

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iante do atual contexto político brasileiro, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco defende a realização de eleições diretas para presidente da República, em consonância com a maioria da população brasileira. Mais de 63% dos brasileiros almejam a saída imediata do presidente golpista Michel Temer e a realização do pleito direto, segundo pesquisa Datafolha divulgada em dezembro. O levantamento também mostra que para 65% dos brasileiros a economia piorou depois da saída da presidenta eleita Dilma Rousseff. De julho a dezembro de 2016, a reprovação de Temer subiu de 31% para 51%, e a avaliação do governo como “bom e ótimo” recuou de 14% para 10%, índice inferior ao da presidenta às vésperas do impeachment. Os dados foram publicados antes da delação da Odebrecht, que aponta Temer como chefe do esquema da empreiteira na Câmara dos Deputados e beneficiário de propinas. Portanto, é provável que o índice de rejeição tenha aumentado após a divulgação dos fatos. A presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, ressalta que esse é o momento de restabelecer a democracia no Brasil. “O golpe econômico, midiático, político e jurídico que retirou a presidenta eleita do poder foi apenas o primeiro de muitos que foram desferidos ao longo de 2016 contra a democracia e o povo brasileiro”, afirma a presidenta. De acordo Suzineide, o nível de rejeição da população ao governo Temer evidencia a insustentabilidade do governo golpista. “A sucessiva retirada de direitos dos cidadãos brasileiros, e mais especificamente dos trabalhadores, é assustadora. A reforma da Previdência, a aprovação da lei

Bancários participam de ato em defesa da democracia

que congela por 20 anos os investimentos públicos e a legalização da terceirização indiscriminada são exemplos emblemáticos do quão nocivo é esse governo para a população. Não aceitamos a manutenção dele e, muito menos, a eleição indireta de outro presidente pelo Congresso Nacional”, destaca a presidenta. A Constituição Federal prevê a realização de eleições indiretas caso o presidente e o vice sejam afastados após a metade do mandato de quatro anos. Dessa forma, a partir de 2017, caberia ao Congresso Nacional escolher o nome. “O povo brasileiro tem o direito de escolher o seu representante. Uma eleição indireta seria um novo golpe à democracia. Tanto que os parlamentares se negam a levar à votação a PEC que permitiria eleições diretas para presidente até o fim do primeiro semestre de 2018”, relata Suzineide. Caso o golpe seja mantido, os prejuízos para os trabalhadores serão enormes. Se a terceirização indiscriminada, por exemplo, tornar-se legal, a categoria bancária será uma das principais prejudicadas.

63% 65%

dos brasileiros querem a saída imediata de Temer

acreditam que a economia

piorou depois da saída de Dilma

Reprovação de Temer subiu

de 31% para 51% *Dados da pesquisa Datafolha

Em Pernambuco, mais 2,5 mil funcionários da Contax, empresa de terceirização, executam funções típicas do bancário do Itaú, trabalham tanto quanto eles e recebem salários inferiores. “Atualmente, isso é ilegal; e, ainda assim, enfrentamos dificuldades para regularizar a situação. O Sindicato está tomando as medidas cabíveis para assegurar o direito dos trabalhadores, mas imaginem como será se a terceirização de atividade-fim tornar-se legal”, afirma o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Adeílton Filho. Para o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Ru-

fino, o discurso de que a terceirização gerará mais emprego é contraditório. “Como podemos tratar como benéfico o aumento do emprego, com a precarização do trabalho? A reforma da Previdência está sendo feita sob o pretexto de que é preciso aumentar a arrecadação, mas, com a terceirização, os salários de contribuição serão diminuídos”, afirmou Rufino. O Sindicato convoca todos os bancários a se engajarem na luta pelas eleições diretas. “Essa é a única forma de restabelecermos a democracia em nosso país. Vamos para 2017 com força para manter e ampliar nossos direitos”, ressaltou a presidenta, Suzineide.

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Sindicato comemora 85 Anos de luta em 2016

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m 2016, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco completou 85 anos de fundação. Mais de 300 trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro e integrantes dos movimentos sindical e social prestigiaram as atividades realizadas pela entidade para celebrar a data. A filósofa Marcia Tiburi apresentou uma palestra sobre a conjuntura política brasileira, trazendo reflexões sobre a metodologia do neoliberalismo, o golpe contra à democracia e o papel dos trabalhadores na defesa das conquistas sociais. Após a palestra, o poeta Miró apresentou a performance "Poesia Falada" e foi inaugurada uma exposição fotográfica sobre a Campanha Nacional 2016. Em seguida, foi ser-

Após a palestra, houve comemoração na sede da entidade

vido um coquetel para os presentes. Segundo a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, a con-

fraternização foi um momento de renovação de forças. “O Sindicato sempre esteve na trincheira. É uma

entidade forte e combativa. Momentos como esse nos reabastecem para continuar a luta”, afirmou.

ESPERANÇA “Lá “Lá bem bem no no alto alto do do décimo décimo segundo segundo andar andar do do ano ano Vive Vive uma uma louca louca chamada chamada Esperança Esperança E E ela ela pensa pensa que que quando quando todas todas buzinas buzinas Todos Todos os os tambores tambores Todos Todos os os reco-recos reco-recos tocarem: tocarem: -- Ó Ó delicioso delicioso vôo! vôo!

Ela Ela será será encontrada encontrada miraculosamente miraculosamente incólume incólume na na calçada calçada -- outra outra vez vez criança criança E E em em torno torno dela dela indagará indagará o o povo: povo: -- Como Como é éo o teu teu nome, nome, meninazinha meninazinha dos dos olhos olhos verdes? verdes? E E ela ela lhes lhes dirá dirá (É (É preciso preciso dizer-lhes dizer-lhes tudo tudo de de novo) novo) Ela Ela lhes lhes dirá dirá bem bem alto, alto, para para que que não não se se esqueçam: esqueçam: -- O O meu meu nome nome é é ES ES -- PE PE -- RAN RAN -- ÇA” ÇA” … … (Mário (Mário Quintana) Quintana)

Feliz 2017 21 de dezembro de 2016 a 22 de janeiro de 2017


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