O Carste 2002 abril

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Volume '14 no2 - Abrill2002

lssN 0104-9356

TECNOTOGIA DE IMPRESSAO E COM A ROTOCROM MDF.AGLOMERADOS COMPENSADOS - CHAPAS O

CARSTE

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meses de laneiro, abriÌ. julho € outrÌbro, pelo Grupo

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O Cirupo Bimrbuí de Pesquisas ÌÌspeleokigicm, lìndado

Bambuí se reúne todâs as quaftas-fcrràs às 20:30 na

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- 107/308 - CliP: 30

Nossa Senhora do

Cmo.

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cxploração, estuclo e presenação de cavemas. O (irupo

sua sede, srtuada à

Preh Brosil

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em Ì983. liliado a Sociedade Brasileira de Espelerrlogia - SBE. e uma entidade de utilidade publica estadual sern lìns lucralivos, dedrcada

lsh. do €oniico, ó2ô - ïerro Mohiporõ - SP - 07ô00-000 -

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360-7:10 - BeÌo Horrzonte,'\{G

ocarsÍe Publicação trimestral do Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológacas

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Espeleológicas. We welcome contrìbutions Írom foreign cavers. As Íor noW we

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Senna l{orta

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Pesquisas Espeleológicas. Les articles de spéléogues étrangers sont les bienvenus. Nous souhaitons offrir O CARSTE en échange de vos revues. Toute

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Tiago Vilaça Bastos (Fox) Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas

empre ouvia falar na famosa

Toca da Boa

Vista

(carinhosamente chamada de

Pronto!l! Está definido, VOU! Agora

EU

só falta a condução. Foi

TBV) em conversas com espeleólogos

então que em uma reunião, uma alma generosa, cujo nome é Alexandre, me

Ao

ofereceu carona no seu carro. Ele

visitar o Grupo Bambuí, no ano

disse que provavelmente iria, estava

passado, ouvi falar mais ainda e, com

só esperando resolver alguns "probleminhas" no carro e no

das mais diversas idades e grupos.

a chegada do final de ano, a l8o Expedição à TBV era praticamente o único assunto a ser tratado nas reuniões. Eram discutidas todas

as

providências: transporte, alojamento, metas, alimentação etc. O clima de expedição tomava conta da maioria.

E foi nesse clima de euforia que o Vitinho me perguntou se eu topava ir.

E sem pensar disse, acanhado: - Sim...

Foi neste breve momento que tive uma pequena visão, imaginando Peter Lund falando para Deus: - Este e o meu garotol!!

E neste momento de delírio, senti a TBV mais próxima do que nunca. \óltando para casa, conversei com

meu pai

e minha mãe. E

eles

adoraram a idéia.... Se berr que não.

No máximo eles "aceitaram" a idéia

(ou quase isso) principalmente quando falei dos custos...

- Tudo bem, eu vou ficar sem mesada durante I ano (mas vai valer a pena, afinal é a Toca da Boa Vista).

72

DETRAN (porém as almas destes

dois não eram tão generosas).

Quando estava perdendo as

esperanças, já me imaginando dentro

do ônibus. tive "A NOTíCIA": faltava uma pessoa no carro do Augusto. Ele explicou que antes iríamos passar um dia em XiqueXique, cidade baiana situada às margens do Rio São Francisco, visitando as dunas do Velho Chico.

Também me falou que sairíamos dia

devo ter-me despedido no minrmo umas 5 vezes dos meus pais). Saímos e deìxamos as maiores mochilas para serem levadas por uma caminhonete e assim diminuir o peso do carro.

A viagem foi bacana e tranqüila.

É claro que choveram de perguntas em cima de mim. Também pudera: eu era o úniço "desconhecido" dentro do carro. Ahl Também não ficava calado.

Sempre perguntava para o Augusto alguma dúvida sobre formações de

espeleotemas, geologia

ou algo

incompreensível que já havia visto em

cavernas; uma conversa muito produtiva.

Ao anoitecer pernoitamos

na

bucólica cidade de Pedra Azul,

de

onde sào retiradas as lamosas Águas

Marinhas (pedra muito Íara

e

25 de dezembro pela manhã,

preciosa). Depois de nos deliciarmos

recomendou levar uma mochila de

com algumas pizzas formidáveis

ataque com algumas mudas de roupa e uma cargueira com os equipamentos, barraca, roupas etc.

fomos nos recolher em nossa pousada (Pousada Pedra Azul). Ao amanhecer

Día 25, após 3 longas horas

de

encontramos um maravilhoso e saudável café, o que nos fez atrasar

sono, acordei, aprontei e fiquei

um pouquinho a viagem. Bom, pé na

esperando ansioso a chegada dos

estrada novamente, e

meus companheiros de viagem: Augusto, Vitinho, Luciana. Lá pelas I lh .o Professor Augusto bate a campainha. Foi aquela festa e a

de repente...chegamos à Bahia. Viajamos algumas horas em planícies e quando reparo mais ao longe, à minha direita,

havia um paredão maravilhoso,

famosa despedida paterna (acho que

enorme e que nos acompanhava ao

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da Bahia, que parece com o

sentaram, nos cumprlmentam, e mals cerveja. Depois chegaram as outras

Bare-Cola, só que deve ter mais corante artificial).

Ao sairmos de Xique-Xique, no

equipes, e mais cerveja. No meio da conversa eu perguntei como estava o

E)<PIAÌ)ïÇfrr-l

ãtJaJr-ât)ü?,

TBV

dia

seguinte,

passamos a tarde toda andando em

estradas de terra recém-feitas por tratores (o Gol-Jipe do Professor e demais. Valeu, peito de aço!). No final

da tarde chegamos em Laje e o Augusto falou que eu era um "teretetê ". Sem entender bem o significado, agradeci. Depois ele se identificou como sendo um "teretetê"

e disse que todos naquele carro também efam "íereteltâs". Então eu

entendi o significado da palavra e fiquei sabendo da história. Uma espeleóloga chamada Maria Tereza,

achar o máximo. E nem eram lOh da

calor lá dentro e me disseram que você quase derrete.

Chegando no colegio, onde era a base da expedição, vi o quadro das equipes, o mapa da TBV (que ocupava quase toda a parede) e o mapa da Toca

da Barriguda. E neste momento percebi que estava no maior enconlro espeleológico do Brasil. Fui para uma sala, montei minha barraca, tomei um banho gelado, e fui informado de que cada pessoa e escalada um dia para fazer o sanduíche de todos que vão para a gruta. E no dia seguinte cra o "meu dia". Verifiquei a que horas devia levantar e fui dormir.

Ao acordar percebi uma grande

agitação. Gente pra todo lado,

ou Tetê para os íntimos, participou de uma das primeiras expedições à Toca.

E todos cantavam músicas com o seu nome. E assim, todo espeleólogo que chega a Laje e chamado de Teretetê.

- Vamos primeiro para a escola ou para o bar?

- Para o barrn!!!

arrumando as mochilas, enchendo garrafas de âgua, pegando sanduíches, carbureto... A emoção de

Chegando no bar da Rosália fui

quando o carro começou a pegar

apresentado ao caderninho de "pindura" do Bambuí, onde cada um anota as cervejas e relrigerantes que toma durante a expedição. O acerto e feito só no dia de ir embora. Achei o

máximo. Um pouquinho depois, lá pela terceira cerveja. uma equipe acabava de chesar da TBV. Eles

estar alì naquele momento

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74

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correndo atrás dos carros pedindo para jogar bala e cantando musiquinhas: -Teretetê, tê, tê, tê, tê. Teretetê, tê, tê. tê. tê.

Mais à frente. alguém gritou: - Abaixa a cabeça!l!

Os carros cruzaram um campo de

futebol e passaram debaixo (ou melhor, dentro) do gol. E o vilarejo todo gritava:

-

..GGGGOOOOOLLLL''

E mais bala voava...

Mais para frente os

carros pararam. Estávamos diante de uma porteira. Pulamos e andamos no meio de uma plantação de cactos chamados

de palmas e

carinhosamente apelidado pelos espeleólogos de Mickey Mouse (realmente parece).

Andamos uns minutos

e

chegamos ao

Abismo do Sapo. E um buraco de

l5 metros

preparação é único. Pronto, tudo

aproximadamente

arrumado.

profundidade onde foi instalada uma esçada. A equipe emque eu estava se

- Vamos para a GRUTfuATAJAúA'{I ll Subimos na caminhonete e.

velocidade... paramos!

Me

perguntava: - O que está acontecendo???

Todo mundo desceu

da

çaminhonete, sem equipamento

e

mochila. quando aÌguem gritou: - VAMOS PARA O BAR!!! lmcdiatamcntc comccci a rir c

a

*)u:,'; - .- -..:ì7,J"1+ ' 1--i 'ilr

ffiffÉffi'

de

manhã.... Mas depois de algumas cinco saideras fomos para a TBV. De repente vi um bando de meninos

Ì)

de

dirigiu para um local chamado de Shopping Center, e começamos a topografia. Ainda bem que era o primeiro dia, pois só pegamos teto baixo e teto muito baixo... Na hora marcada saímos da gruta, encontramos as outras equipes, fomos para o bar tirar a poeira da garganta

e, finalmente, para o descanso no colésio.

merecido

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Alexandre Camargo - lscoti Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas

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lexandre Camargo

TOCADÁ BOA VISTÁ THE RETURN

(2002), to Íake part o/ the I 8th expediÍion to explore and survel, Íhese caves.

Despite de globalisation, there ore still a.fëv, remoíe places in the v,orld v,here the possihility o/ great ./ìndings is always presenÍ. Thal is Íhe case oJ Toca da Boa Vista and Toca da Barriguda, municipalitl, of Campo Formoso, Bahia State. And that is u,here I went last Januarv 76

The dif/ìcult\, to get there, the cruel realitlt o/'the people of the

region, the heat, the physical exhattstion, an "outbreak" oJ diarrhoea - many things make us çometimes think that we shouldn't be there. Bttt the wonderJül passages

and spe I eot hems, t he pec'u I i ar.fàuncr, t he r:ompct n ion,s h ìp of ou r.fb I I ov, (aver,s, lhe v'elcome o.f the local people, plus the realisation that y,o11 are in a place v,here no one has ever been all lhese Íhings ntake you quickllt reali.se thaÍ not onlv you are

completely happv and saris/ìed lor beinpi there, buí also Íhat vou are alreadl, makìng plans Ío return next

lear.

See 1,ou on

Januar.y 2003...

Aenrr/02

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restante do pessoal foi para a Barriguda. Mais uma vez fizemos fotos do Salão dos

Cones Gigantes,

dos Discos Voadores, Conduto das

Uvas e Conduto Pleistocênico.

Direcionava meu trabalho para observações e anotações sobre a fauna e a ecologia da caverna e o Adriano e o Toco fotografavam. Na saída, às 8 horas da noite, não encontramos o carro que viria nos buscar. Depois de uma longa espera acabamos pegando carona com

um caminhão que afortunadamente passava pelo local e também havia "recolhido" o resto da equipe da

de poço artesiano, bombeada por um motor à diesel, apesar da eletricidade passar a poucos metros do local. Com

a chuva, a temperatura da TBV parecia até mais amena, embora

a

Barriguda continuasse nos recebendo com seu bafo quente.

No dia seguinte 08/01 fomos para a TBg, mais precisamente ao Salão

aparentemente fechada, indicando que

o animal, provavelmente, havia retornado. Foi muito emocionante, pois o local é de difícil acesso (cerca de uma hora da entrada, passando por abismos e pasqagens estreitas). A

pergunta que sempre fica nestas situações é: como ele chegou até ali?

Neste dia, sem que eu percebesse,

Mirim, onde existe um esqueleto

a bermuda que uso por baixo do

completo de um tamanduá mirim.

Fizemos algumas fotos e seguimos para o Salão das Marquises, com

macação rasgou. O suor, esforço fisico e mais o brim do maçacão raspando na

maravilhosas capas de calcita bordejando o que outrora fora um

assadura nas nádegas que mal me permitia andar. Ao retornar para o alojamento tive a fantástica idéia de

lago. No caminho passamos por um rio calciÍìcado que terminava em um lago seco todo recoberto de "chão de

pele resultaram em uma enorme

tomar banho I passar um talco para os pés na região afetada. O problema era

estrelas". Tudo isto em meio a condutos forrados por jangadas

que o talco era mentolado. Com um

alguns policiais civis escoltando o

acumuladas em várias camadas dando o aspecto de uma massa folhada. Um

correndo para o chuveiro e lavar tudo...

Por sorte fui socorrido por uma pomada

suspeito de um assassinato ocorrido nas o

local realmente muito peculiar. Para

proximidades. Em alguns locais,

"garantir" a aventura nos perdemos

milagrosa, mas tive que dormir sem a parte de baixo das roupas.

"preso" tinha que descer para ajudar a desatolar o caminhão que

um pouco no caminho, mas nada que

No dia seguinte (o último

o Atlas da TBg, um pouco de

expedição)já estava pronto para novas

constantemente afundava nas poças de

paciência e umas bases topográficas não pudessem solucionar.

atividades. Ezio, Hermann, Alessandro

Barriguda. Dentro da caçamba estavam

lama. Mas no final das contas. tods chegaram sãos e salvos, embora um pouco molhados e com muito frio.

Apesar das dificuldades, Laje dos

Negros

já conta com algumas

modernidades como televisão, luz e telefone. Porém a ásua continua vindo

Durante minhas observações encontrei, num patamar superior ao Salão Mirim, pegadas de um animal

gravadas em um sedimento que outrora se encontrava úmido. Elas

estavam numa

passagem

ardor insuportável, tive que voltar

da

e o Gabriel seguem para explorar alguns abismos localizados no dia anterior. Adriano, Bedu, Toco e eu

seguimos para

o Conduto

do

NattJrágio, na TB V a fim de fazer mais fotos e observações biológicas.

lncrivelmente acabei encontrando

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labirínticas, bem como a Caalinga

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interior do veículo, já no rneio da estrada, percebo que nosso hábil

quele dia começou mais cedo que o normal. Logo às 5h da manhà comecei a perceber as primeiras movimentações em meu

pequena. com seus vinte c tantos

motorista é um garoto corn não mais que I 3 anos. Penso; será que rezo, pulo

quarto e pensei: hoje será um dia

quilômetros.

da caminhonete ou

animado. Animado pra mim, pois dei boas risadas quando descobri o motivo

de tanta rnovimentacão loso

na

madrugada.

Pela primeira vez em Laje dos Negros, rnunicípio de Campo Formoso 100 krn no intcrior da caatinga baiana, eu estava descobrindo vários mundos diferentes.

Lá fora, o mundo da caatinga, do sertanejo, da fome, da seca c da miséria, um mundo onde a caça para strbsistência faz parle do dia-a-dia e todos carregafiÌ urlìa espingarda pra não deixar passar a chance de ter'à mesa um pouco de carne. Um mundo

que tem seu auge nas feiras de domingo, reunião do povo, das tradições e da cultura deste exquilornbo que apenas sobrevive, como o próprio catingueiro.

Outros mundos lá dentro, embaixo

da caatinga, dentro da terra, o Novo Mundo, o Terceiro Mundo, o Fim de Mundo e até o Alem Mundo, estes sempre crescendo, mundos da maior caverna do Hemisfério Sul, a Toca da Boa Vista, agora com cerca d,e 9J

longos quilômetros de galerias

interior de sua irmã menor, a Toca da

Barriguda, que nem por isso

ó

Naquele dia eu finalmente

aproveito?

rnadrugada, mas quando me levantei

Aproveitei, afinal o garoto dava baile ern muito mannanjo da cidade.

Durantç o percurso, paramos cm alguns vilarejos para distribuir roupas

e percebi que seu destino era

doadas pelos participantes

conheceria a Toca da Barriguda.

Esqueci

a

movimentação

na o

banheiro comecei a suspeitar do que estava acontecendo.

da

expedição. A cada parada um grande volume de pcssoas sc acotovclava cm

Na janta da noite anterior, apesar

torno de nossa caminhonete pra

de uma deliciosa lasanha e diversos outros pratos, várias pessoas rcsolveram invcstir sua fome cm um, segundo eles, "delicioso feijão com paio". O resultado foi que, exceto por

conseguir uma peça de roupa. Quando

quatro ou cinco pessoas, o grupo pegou um belo desajuste intestinal. Dava ate pena de ver o desespero dos rapazes na fila de espera do banheiro.

Mas nem isso foi rnotivo pra abortarmos a missão. Alguns "borrados" mais corajosos encararam, mesmo com o calor, o esforço físico e a dor de barriga, explorar a Barriguda.

A equipe entrou em uma caminhonete local alugada, necessária nessa expedição, pois as estradas estavam quase intrafegáveis devido à

o carro entrava em movimento. a molecada vinha a nosso encontro berrando: "Teretetê, manda bala pra valê !", sim nós éramos os "Teretetê" do sertão, aquele povo gringo, galego, que aparece uma vez por ano c muda o ritmo de vida do lugar, aquele povo que vai pata a caverna (e ninguém entende porquê) toma muita ccrveja e dá balas para as crianças.

Durante todo o dia exploramos e fotografamos a caverna, parando regularmentc para que nossos amigos

enorme quantidade de chuvas na

mais apertados pudessem dar uma "fugidinha". Iogicamente em meio a muita sacanagem. Saímos de lá perto das 20h30, horário combinado para encontrar nossa conducão de volta.

região (e quem disse que não chove

mas que surpresa! Cadê o nosso

no sertão?). Quando olho para o

supermotorista?

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Ezio Luiz Rubbioli Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas

Sorria, você está na Bahia!

Sorria, você entrou numa fria?

Epa, o Fim de Mundo não chegou, mas a Supernoval está

por vir! lvo Karmam Livro de registros da TBV 09/01/1997 1. Supernova: "diz-se de uma estrela que adquire brilho intenso repentinamente, acompanhada da formação de uma nebulosa."

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TFV as galerias ao norte

E foi com

essa

intenção

que seguimos (Adrian,

Lília,

labirintos tridimensionais muito

largo e tomado por um sedimento

complicados, difíceis de atravessar

escuro que em alguns locais chegava até a altura do teto. O calor era insuportável e, em pouco tempo, todos já estavam cobertos por uma "lama" negra que deixava visíveis somente os olhos e dentes.

A sorte parecia não estar a nosso favor. Em todas as direções que seguíamos as galerias começavam a estreitar ou estavam entupidas.

-Bem, nem todas...

Pendente do teto de um pequeno

e

quase impossíveis de topografar. Nossa esperança era "contornar" o Inìmigo Invisível pelo norte buscando novas galerias na direção oeste. Em resumo:

Gilberto,

Tiago e eu) para as galerias do Fim de Mundo, mais precisamente para

deveríamos passar pelo Morto-Vivo para evitar o Formigueiro. Seguir para norte tendo o cuidado para não cair em nenhum Buraco Negro ate contomar o Inimigo Invisível. Simples? Não! ! |

do Morto-Vivo,no

Conduto da Questão. Olocal havia sido explorado em várias ocasiões, revelando feições particulares como, por exemplo, um nível inferior independente e bem definido. O acesso a esse nível podia

Fincamos a nossa primeira base numa galeria alta e estreita formada numa rocha repleta de nódulos de cher!,

muito parecida com as feições do Terceiro Mundo. Mas não foi preciso

ser feito a partir dopróprio Morto-Vivo

ou pelo Salão do Paleo-Formigueiro.

Em ambos os casos as galerias seguiam paralelas às superiores embora não apresentassem sinais de ligação com as mesmas. Com isso, nossas esperanças

mais que três visadas para termos que reavaliar os nossos planos. A galeria

- quase intransponível. Vimo-nos obrigados a seguir por uma grande reentrância que se abria na sua parte mais baixa e se tornou-se muito apertada

de encontrar alguma "saída" para romper as fronteiras do Fim de Mundo eram, no mínimo, duas vezes maiores

prolongava num nível inferior

do em qualquer outra região. Em

independente. Nada bom para começar

contrapartida, deveríamos tentar evitar

o dia. A topografia literalmente

os famosos Bltracos

arrastava. O conduto era baixo. muito

Negros":

se

salão um escorrimento branco debruçava no vazio. Investigando de baixo não era evidente a possibilidade de continuação. Mas também não era possível ter a certeza que a galeria fechava. Escalamos o escorrimento deixando um rastro negro nas paredes até então imaculadas. Uma pena! Mas é o preço que muitas vezes temos que pagar. Com certeza. por mais cuidadosos que sejamos, nossa passagem pela gruta deixa marcas; nem sempre "nos locais certos".

ÁRrN EXPLoRADA NoS DIAS 2 E 5 DE JANEIRo/2002 FIM DE MUNDO

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Estávamos diante de um salão. Na realidade era um ponto de çonfluência

de várias galerias grandes. Várias...

Passagens com mais de l0 metros de altura se abriam em pelo menos três direções. Eram tão promissoras que podíamos nos dar ao luxo de escolher aonde seguir:

-Vamos para o norte. Rumo

ao

Estaria ali a continuação para novos quilômetros de galerias? Somente o

-Faz numa pedra dessas ai.

-Qual pedra? Tem mil pedras.

-Faz em qualquer uma.

Fernando levantou uma pedra,

esticou impiedosamente a trena

tempo

e a insistência

responder

a esses

poderão

questionamentos. A

definição abstrata de mundo -

e

segundo o Aurelio - estabelece: e deÍìnido çomo Mundo uma parte ou

marcou um novo ponto topográfico. Álvaro, que vinha mais atrás, não teve dúvida. Conseguiu quebrar a única pedra cuja posição tinha alguma

região da Toca da Boa Vista que possui características próprias e/ou

desconhecido.

importância naqueÌe

Bom, pelo menos era o que queríamos acreditar. Há muito já tínhamos perdido o senso de

desabamento.

-Tá vendo? Agora quebrou a base.

Vamos ter que fazer outra.

E o local foi batizado de Salão das

suspeitávamos se

Novecentas

Nove

bem marcados e as passagens

ultrapassado os limites Toca. E a cada passo novas galerias surgiam coÍÌD se

Negro. Além disso, os acessos são

multiplicassem espontaneamente,

Pedras...

As horas passavam rápido e em breve deveríamos retornar. A partir do

tentando zombar do

Salõo das 999 Pedras seguimos

bem definidos, podendo facilmente ser estabelecidos limites para esse

insignificante trabalho de topografia.

topografando em três direções de onde

possível Mundo.

Rapidamente nos demos por vencidos

partiam grandes condutos. E todos continuavam. Isso sem falar nos vários abismos que simplesmente

E caso ele exista, sugestões de nomes é que não vão faltar. Assim como um paì que "batiza" o filho antes mesmo do seu nascimento, todos se apressaram em dar sugestões. Erd

orientação I

nem seguer já haviamos

nosso

e seguimos ziguezagueando num labirinto de galerias amplas, sem

e Noventa e

muita preocupação quanto ao destino das nossas visadas.

-Mais um salão! E esse é grande.

Onde faço a base?, questionava o Fernando ao nos depararmos com um

ignoramos durante todo o dia.

Voltamos cansados, sujos e suados.

Mas satisfeitos... Finalmente o limite

vazio com cerca de 20 metros de

um novo mundo?

largura e mais de 40 de comprimento.

O piso, coberto por um amontoado de pedras, não deixava muitas opções para posicionar a base.

limites bem definidos. E, nesse sentido, algumas premissas já foram

caótico

alcançadas. Toda a região noroeste do

Fim de Mundo tem características próprias, destacando-se os dois níveb extremamente labirínticas

Mundo, Imundo,

oeste da gruta começava a dar sinais de fraqueza. Estaria ali a porta para

Buraco

Supernova,

Sugismundo foram apenas algumas das idéias. Resta agora esperar até o final do ano para confirÍnar se tudo isso não passou de um mero entusiasmo ou devemos realmente nos preparar para colocar mais alguns litros de água em

As apostas já podem ser feitas.

Poderíamos considerar aquela parte da caverna como um novo "mundo"?

nossas mochilas.

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TopograÍia no Fim de Mundo. Muito calor, pó e suor para conseguiravançaralguns metros na direção oeste. Foto: Lília Horta 86

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Augusto Auler Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas

entre as diversas unidades

Canudos, Uauá e Curaçá.

carbonáticas brasileiras.

desta rápida incursão era travar um conhecimento inicial com a área,

uma das menos conhecidas do ponto de vista espeleológico são os calcários e dolomitos do Supergrupo Canudos, aflorando ao norte do estado da Bahia e também em Sergipe. Esta área tem sido

negligenciada do ponto de vista espeleológico, em que pese possuir,

ao menos teoricamente, um bom potencial para cavernas.

Entre os días 28112/2000 e 0l/01/ 2001 uma pequena equipe do Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas composta por Adrian Boller e Augusto Auler visitou brevemente a área de carbonatos situada nos municípios de

A

intenção

reconhecer as feições cársticas visitando as grutas mais importantes

e avaliar de maneira preliminar

o

potencial espeleológico da região.

O documento que serviu de base para nossas pesquisas na região foi o relatório do DNPM (Departamento

Nacional de Produção Mineral)

a

respeito de salitre no estado da Bahiar.

Neste trabalho os engenheiros geólogos Gabriel Oliveira e Luís Benedito de Araújo descrevem algumas cavidades nas regiões de Curaçá e Canudos visitadas por volta de 1941. A região possui ainda duas

outras cavidades já mencionadas na literatura: a Gruta do Patamuté e a

Toca d'Água, ambas próximas ao distrito de Patamuté, município de Curaçá. A Gruta de Patamuté é objeto

de uma romaria religiosa

bem

çonhecida, tendo sido mapeada

e

descrita reçent€mente por espeleólogos

do GSBE (Grupo Sul Baiano de Espeleologia) da Universidade Estadual de Santa Cruzz. A Toca d'Água situa-se próxima e também recebe visitantes ocasionais.

Aparentemente foi no lago desta

caverna que foram coletados

e

descritos pela primeira vez os isópodes

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corrosão sub-aérea (corrosão por condcnsação). Como um todo, o

Fazenda Caipan - Canudos

padrão da maior parte das cavidades

Esta localidade havia sido visitada

na área nos remete às mega cavidades de Campo Formoso, como a Toca da

por Oliveira e Araújo, que apenas

Boa Vista c a Toça da Barriguda, ondc se presume que a oxidação de sulfetos tenha tido papel importante na

amostras (dc scdimcnto) em cavcrnas que possuíam dois salões I . Para se atingir o local das grutas deve-se dirigir ató o povoado de Bendengó, ir pela BR-116 em direção a Ibó e após cerca de 8 km derivar à esquerda em direção a F azenda Caipan. São cerca de 6 km de estrada de terra ate o ponto onde se deixa o veículo, prosseguindo-se por aproximadamente 500 m de trilha. Duas cavemas foram visìtadas nesta área:

espeleogênesee. Existem exceções a esta regra. Na Serra da Gruta, a Gruta de Patamuté forma uma vasta galeria

descendente que e fechada com sedimentos. Esta cavidade pode ser interpretada como unì trecho do tronco ascendente de uma paleoressurgência

Qthreatìc:

lift, segundo Ford

e

mencionam terem coletado duas

Williarns ì0), hoje desconectada do

sistcma hidrogcológico. Todas

as

cavernas visitadas nos calcários do Supergrupo Canudos são cavidades inteiramente freáticas. não mostrando uma transição para uma fase vadosa tardia. As grutas da região apresentam

poucos espeleotemas, estando estes fortemente intemperizados.

Algumas das cavidades da região são provavelmentc muito antigas. As grutas existentes no topo da Serra do Jerônimo situam-se a 210 rn acima da planície ao redor (e um pouco mais do que isto acirna do lençol freático atual).

Como as grutas foram Í'omradas abaixo do lençol, teria havido um rebaixamento do mesno de ao rnenos 210 rn (pois as mesmas podem ter sido formadas vários metros abaixo do topo do lençol). Considerando que a região sofre uma desnudação estimada entre 20 e 40 metros por milhão de anos, e assumindo que o rebaixamento do

de uma fase em que a caverna foi

precnchida

TOCA MAIOR DO SALITRE DO CAIPAN UTM 241 478004 * 891 0854

Esta gruta caracteriza-se por um conduto descendente, ao longo do qual

torna-se nitido o padrão labiríntico tridimensional da mesma. Alguns trechos apresentam vários tubos, sugerindo um padrão espongiforme.

Como um todo a caverna segue o mergulho do carbonato. Ocorrem alguns níveis de carbonato brechado provavelmente anteriores à geração da gruta, alérn de zonas com sedimento de cor laranja, vermelho e preto, resquicio

por scdimcnto.

espe leote mas

Os

apre sentam-se

redissolvidos e os carbonatos apresentam uma aureola de intcmpcrismo. Há prescnça dc crostas de fosfato resultantes da reação entre guano! carbonato e ossadas de bode. E uma caverna extremamente quente

e

sem qualquer fluxo de ar. A cavidade possui cerca de 400 m de extensão e 20 m de desnível.

TOCA MENOR DO SALITRE DO CAIPAN UTM 241 478036 - 89t0862 Situa-se a menos de 50 rn da Toca Maior, muito cmbora não aparentcm terem sido uma mesma cavidade no passado. De extensão bem menor (100 m de extensão por 5 m de desnível), não apresenta o padrão tridimensional de sua vizinha. consistindo de uma galeria plana no início que lermina em

uma sala. Não possui a variada sedimentação de sua vizinha, muito embora possua uma enorme quantidade de ossadas de bode. Sua entrada parece ter sido, em tempos passados, Íèchada,

provavelmente para aprisionar estes animais no salão inicial ern una espécie de "curral subterrâneo".

lençol Íieático acompanha o rebaixamento da superficie. poderia ser estimada, dc forma muito prcliminar, urna idade rnínima entre 5 e l0 milhões de anos para essas grutas, caso não tenha havido eventos neotectônicos que hajam causado a elevação mais rápida

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Existern tambérn

algumas

pequenas cavidades nas tufas calcárias.

Estas cavernas são de idade muito mais rccente, talvez ate mesmo do Holoceno

(10 mil anos até o presente). Formam

abrigos ou pequenas galerias

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aparentam ter sido geradas por erosão/

corrosào por fluxo intermitente (enxurradas) de água. A seguir apresenla-se uma sinopse das cavernas

A Gruta do Jerônimo já recebe alguma visitação turística, já havendo, até mesmo, um bar na base da serra. Na foto vê-se Adrian Boller e o nosso guia "Pantera". Foto: Augusto Auler.

visitadas.

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Serra da Borracha

- Curaçá

Serra da Gruta

material vegetal fossilífero. Um dia inteiro foi despendido percorrendo-se a pe o topo da serra, mas apenas cavidades de pequeno porte foram

Situa-se próxima a Barro Vermelho, um dos povoados mais importantes do extenso município de Curaçá. Oliveira e Araújo' visitaram esta serra, mencionando que "nelas são encontradas algumas cavernas, onde se acha o nitrato de cálcio... se

Esta serra localiza-se próxima à vila de Patamuté e deve seu nome à célebre Gruta de Patamuté, palco de importantes romarias anuais. A área

localizadas.

TOCA DA ONçA

foi visitada muito

241 04300s8 -8962940

além da citada Gruta de Patamuté, apenas uma outra cavidade nos foi

Pequena gruta em tufas calcárias.

Compreende uma entrada em fundo de pequena dolina, e um conduto que

encontram dejetos de mocó morcego". De fato, os moradores de

fecha em meio a espeleotemas A extensão soma meros 20 m sendo eminentemente sub-

Barro Vermelho estão cientes da existência de cavernas no local. No

TOCA DA OFICINA

alguns guias experientes que nos

24L0430045 -8962876

-

8970272

Situa-se no alto da Serra da Gruta, a cerca de 18 km da vila de Patamute. O acesso e feito por trilha bem marcada e a entrada da caverna

informações sobre as eventuais cavidades cxistentes na seÌTa c mesmo

e

assinalada.

UTM 241 442874

horizontal. Observados ossos de onça no interior da gruta.

poucas as pessoas que podem dar

rapidamente

GRUTA DE PATAMUÏÉ

tufáceos.

entanto, a serra é muito pouco visitada, não sendo habitada. São

- Curaçá

ó marcada por um pequeno muro.

Uma passarela percorre o conduto

que

inserida em tufas de idade provável

levando o visitante ate um altar situado ao fundo. A caverna é uma

A serra possui alguns

quaternária recente. Uma ampla sala

galeria única de grandes dimensões

quilômetros de comprimento,

de entrada sem prosseguimentos.

Segundo fomos informados

com çerca de 20 m de altura e largura. Destaca-se uma enorme coluna com quase 20 m de altura.

Próxima à Toca da Onça, tambem

acompanharam não foram capazes de

localizar algumas cavernas sabiam existir.

elevando-se por algumas centenas de metros. Uma das bordas é escarpada. estradas. Observou-se a ocorrência de

funcionava ali uma oficina para extração de salitre. A extensão da cavidade atinge em torno de 20 m,

tufas calcárias oue contêm rico

sendo o piso horizontalizado.

O acesso e difícil, não existindo

Conforme já mencionado, a gruta aparenta ser o quc restou de um grande conduto ascendente, provavelmente uma antiga ressurgência. A grandiosidade desta caverna e sua facilidade de acesso

a

torna um atrativo a nível regional.

Segundo consta a gruta foi descoberta em | 906 e em sua romaria, realizada principalmente entre os dias 30 de outubro e 01 de novembro, acorrem cerca de l5 mil fréis r'

.

TOCA D'ÁGUA UTM 241 444450 - 8970398 Esta caverna situa-se a apenas 1,6

km em linha reta da Gruta de Patamuté. A entrada é ampla e t)

ryt:r!,,ü;

apresenta um conduto descendente

.

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com um curto desnível vertical ao

final. Esta cavidade não foi visitada

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devido

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à agressividade de abelhas na entrada. No entanto, os moradores da região contam que existe um lago em

seu interior. Esta cavidade

visitada por diversas

já foi

pessoas,

incluindo os membros do GSBE.

Toca da Ofìcina, na Sena da Bonacha, uma cavidade composta de um amplo salãoe

desenvolvidaemtufascalcárias. Na página ao lado, aspectoda Serrada Bonacha, próximoà Bano Vermelho, município de Curaçá. Nota nrse as escarpas calcárias. Fotos: Augusto Auler.

92

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E,stá em nós, espeleólogos, o desejo de que nossas

descobertas sejam as maiores, as mais importantes, ou talvez, simplesmente, as mais íntimas.

GRUTA DO MONJOLINHO

II

Gruta do Monjolinho was first described by Richard Krone in 1898.

Since 1962, several teams ofcavers have tried to extend its length of only 350m, resorting even to

digging. After some years, it was decided to abandon the exploration ofthe cave and to dedicate to the prospection ofthe outer areas. Our 94

main goal was to discover a large cave whose existence had been anticipated by Krone in one of his studies ofthe area.

After s everal dis c ouraging expeditions, at last wefound a very promising entrance ín January 2001.

There was stíll a problem, we had to overcome a sump. That was solved after we managed to drain it. Finally we had got to theJàmous cave that

Krone had promised us.

LI/e realise the dfficulties are only beginning. This isn't going to be an easy exploration, due to the cave's cold water, several waterfalls, sumps,

dy'ïerent levels and sharp karuen on thefloor. However, we can barely wait to return there nextfall. We will finally have some good workto do.

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Apesar de tudo a gruta continuava

é o que interessava.

e

Algumas

passagens estreitas, mais um salão, seguíamos, mas estreitava novamente, desta vez o suficiente para nos fazer desistir.

fanáticos espeleólogos. Mas o que realmente pesou foi apromessa de uma

grande caverna, maravilhosos espeleotemas e um respeitável desnível; como previa Krone. 'Ainda hoje deságua o Ribeirão do Monjolinho

realizadas no deçorrer de anos, mas nada além de pequenas cavidades foram encontradas. Num ato quase de desespero, em 1994, pedimos a urn velho amigo, Luiz Ricardo Valli, que

utilizasse seus conhecimentos

de

Com o passar dos anos nos

por uma cqverna inacessível, cuia

mergulho para explorar

esquecemos da realidade e de vez em

entrada se acha perto da coverna seca descríta e não é desconhecída a,sua

ressurgência, que atende pelo nome

quando retornamos, somente para verificar que estámos mais gordos e que nossas chances de conseguir passar no estreito diminuíam a cada ano. Apesar da terrível sensação de impotência perante tão inclementes obstáculos, devo admitir que nunca considerei encerradas nossas chances.

O Bruno, especialmente, sempre insistiu em continuarmos tentando pelos estreitos, mas eu não acreditava

que o melhor caminho fosse por ali.

Foi então que convidei Rodrigo Astiz

paÍa juntos adotarmos outra estratégia: abandonaríamos a exploração da Monjolinho para nos dedicarmos às prospecções externas, tanto no sumidouro quanto na

ressurgência. Rodrigo adotou

o

projeto com tamatìho entusiaslno

e

saída no Ribeirãozinho do rio de Iporanga ao pé do morro do Chumbo,

a

de Gruta Sete Quedas e que foi explorada e topografada por Peter Slavec nos anos 70. Apesar de não ser

unindo-se ainda neste traieto com aguas que ao abrigo da luz do dia descem do córrego do Chttmbo. A

extensa (não passa de I 00 m)

diferença em nível da entrada á saída destas águas é de mais de 200 m. " (As

distância

grutas calcáreas de lporanga, por

- Rev. Do Museu Paulista. 1989 vol3) A caverna seca à qual Krone se refere e a gruta do Monjolinho e o Riberãozinho mencionado é o córrego Sete Quedas. Com a localização exata dos sumidouros e da ressurgência o potencial desta hipotética gruta pôde ser melhor avaliado, fazendo com que a estimativa de desnível subisse para 320 rn e o desenvolvimento estimado Richard Krone

estávamos exaustos quando chegamos

ao sifão. Havíamos subestirnado eo

a

peso dos equipamentos.

Mesmo exaustos num primeiro reconhecimento foi atingida a profundidade de l5 metros, mas por prudência o mergulho foi abortado.

Alem disto, o silão foi considerado muito perigoso para apenas um mergulhador. Este medíocre resultado nada mostrou além de nossa incompetência e despreparo para uma exploraçào subaquática.

Somente dois anos depois voltaríamos para mergulhar. Desta

estímulo e tanto para uma caverna

vez, com planejamento e mais experiências acumuladas, uma verdadeira expedição foi montada.

paulista.

Começamos nossas buscas pela mata, à procura de alguma entrada desconhecida, que nos levasse ao taì

Nada, alem da comida, faltou. Havia até mesmo 4 mulas para carregar o equipamento ate o campo avançado.

Junto com Rodrigo, convocamos para

obstinação? O que justificava tamanho

rio Monjolinho, mas a mata, não parecia querer revelar seu tão almejado segredo. Talvez ela

esforço? Ern primeiro lugar,

sirnplesmente nunca tivesse estado lá.

nossa causa vários arnigos da espeleologia como Ricardo Valli, Paulo Beraldi. Adriano Gambarini, Jhonny, Luis, Sandra e outros que, com nobre espírito explorador,

dedicação, que muitas vezes, quando estávamos a ponto de desistir, nossa intima amizade fazia-nos superar o desânimo e voltar a campo, com um espírito explorador puro, do tipo que somente podemos observar nos novatos mais entusiastas .

Mas de onde vinha

tanta a

teimosia, tão característica dos mais

paÍa

a ordem de 3.000 m. Um

lnúmeras saídas a calnpo foram

Aenrr/02

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por um pequeno sifão, a brisa não vinha dali. Uma escalada de uns 4 metros permitiu superar, em parte, o

-

fomos nos, Bruno, Rodrigo e eu, para

dizer uma palavra ele claramenle

o sifão. A dúvida ficou em quem chuparia a mangueira. Não! Não, definitivamente não era a técnica correta. Após a ajuda da física,

permaneciam

expressar com exatidão o que estava

reverenciava o esforço e obstinação que nos levara a este momento tão glorioso.

Não pudemos aceitar a honra; não seria justo e nem correto com todos aqueles que nos antecederam ou nos ajudaram. Em vez disto demo-nos as mãos e, com nossos corações cheios de emoção, nos abraçamos e nos

radiantes. Aquela fresta era a nossa melhor descoberta em anos. E afinal, o vento era demasiado forte para não

ocorrendo. Não precisávamos fazer

cumprimentamos, como somente

nada, somente esperar, contar piadas

velhos companheiros de gruta sabem

e apaziguar nossos

fazer.

significar nada.

aventurelros.

obstáculo. Mais à frente um pequeno salão superior era a resposta de nossa

pergunta. Por uma pequena fresta

finalmente o sifão começou a drenar

passava uma vigorosa corrente de ar.

Tudo se fechava em nossa volta, mas

baixando rapidamente. Incrível !

Somente esta palavra poderia

nossos espíritos

No mês seguinte não

nos

demoramos paralâ retornar, desta vez munidos de picareta, pá, pe-de-cabra etc. Fomos para decidir... Decidir que não ia ser destavez e não por ali. Quem

sabe o sifão? Voltamos outra vez derrotados, para simplesmente retornarmos depois de 20 dias.

Estudamos as várias possibilidades de desobstrução e optamos pelo principio dos vasos comunicantes. ou seja, em

vez de mergulhar iríamos drenar o sifão. A ideia não me parecia mais maluca do que a escavação do túnel.

Conseguimos um "super tubo" e lá 98

espíritos

Meus pensamentos não puderam

O ar fresco agora passava pelo sifro. A drenagem havia funcionado.

fugir da realidade de que Bruno fora

Sem hesitar, nos avenhlramos no sifão.

um entusiástico defensor da gruta do Monjolinho e o que ela representava.

Avançamos com prudência, mas logo fomos barrados por um espeleotema.

sempre fora-me

Munido de uma marreta não tivç dúvida: passei à frente e desobstruí a passagem. Finalmente estávamos em uma galeria de dimensões modestas, mas que seguia. Mais uma pequena

e finalmente a galeria ampliava e já podíamos ouvir o barulho do rio Monjolinho. Neste escalada

instante Bruno, que se encontrava

à

frente, parou e nos deu passagem. Sem

Seu entusiasmo, era tamanho que extremamente contagiante. Alem disto devo a este meu velho amigo de cavema muito do

aprendizado de meus dias

de pioneirisnro na espeleologia. Lamento, contudo, que sua profissão não lhe tenha dado a oportunidade de estar

presente

em nossas

inúmeras

explorações. Não havia mais ninguem

que merecesse tanto estar conosco naquele dia.

AenrL/02

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lguns dizem que o cadastro atualmente conhecido como

CNC-NET-éopatrimônio mais valioso da Sociedade Brasileira de Espeleologia * SBE. Não acho que seja bem assim. Considero

Linor, até a criação de sofisticados bancos de dados aplicando os recursos da informática, o çaminho foi longo e

difícil. Temos a certeza de que o empenho de pessoas como Rogerio Chrysóstomo, Mylene Berbert-Born,

importante. Mas não e tudo a mesma

Leandro Dybal Bertoni e Roberto Rodrigues 2, dentre outros, foi de

coisa? Neste ponto

fundamental importância para

que os seus dados são o nosso bem mais

devemos

diferenciar os vários tópicos que compõem o cadastro. De um lado temos sua estrutura física, ou seja, como os dados são inseridos. armazenados e as possíveis formas de consulta. Sob esta ótica e notável os

avanços alcançados. Atualmente o CNC-NET pode ser considerado uma

ferramenta moderna, ágil

e

comparável aos melhores aplicativos do gênero, mesmo os desenvolvidos em outros paises. Uma evolução quase

natural, tendo em vista os avanços tecnológicos disponíveis. Mesmo sabendo que os computadores surgiram para solucionar todos os problemas que nós não tínhamos e, que a Internet chama esses "problemas" de vírus e manda para o mundo inteiro; é

impossível imaginar a nossa vida sem eles. Como pensar em manipular os dados de 2.906 cavernas nos moldes das listagens manuais elaboradas na

o

sucesso dessa empreitada.

Se de um lado temos uma estrutura

problemas sérios que comprometem todo o brilhantismo e confiabilidade do CNC-NET. Mas vamos voltar um pouco no tempo para entender sua origem: em 1999, a então empossada diretoria da SBE 3 resolveu fazer uma ampla reformulação do cadastro, na epoca chamado de CAVEBR, sob a responsabilidade do Leandro Dybal

Bertonia.

As mudanças

a

única saída seria uma redigitalização dos dados perdidos. A SBE assumiu a

responsabilìdade pelo equívoco,

foram

softvvare como tambem as informações disponíveis para çada cavidade. Então,

o que parecia ser uma simplificação tomou-se um grande pesadelo para os administradores

e

usuários do sistema.

Em meados de 2000 fizemos um contato com a SBE alertando para a gravidade do problema, que não se resumia a uma simples verificação e alteração de dados. Inicialmente a responsabilidade pela confusão foi atribuída ao antigo administrador do

100

comprometidos, de maneira que

profundas, sendo alterado não só o

dados foram perdidos e trocados.

listagens publicadas por Pierre Martin em 1976 passando pela criação da Comissão de Cadastro da SBE (1979), coordenada por Peter Slavec e Clayton

Depois de uma intensa troca de e-mails

confirmado que a troca de sistema não tinha sido tão "amigável" como era de se esperar. Os dados contidos no cadastro estavam irremediavelmente

trabalho e dedicação de um pequeno

e

preliminar revelou que mais de 50oÁ das grutas tinha algum tipo de erro proveniente da conversão de dados.

e longas conversas telefônicas, foi

noite para o dia, e nem sem muito

conservacionaista. Desde as primeiras

Santana (SP 04 l), por exemplo, haviam sumido. Uma avaliação

cadastro, ou seja, a "essência" do banco de dados. E neste ponto vislumbramos

década de 70?

Essas inovações não ocorreram da

conhecimento científico

dados da topografia da Caverna de

física, do outro temos o conteúdo do

Não se conhecem as razões, mas a "transferência" das informações do antigo banco de dados criou uma imensa confusão. Vários foram os

grupo de espeleólogos que consideram a doçumentação um dos pilares do

percebemos que até mesmo os dados mais antigos, publicados no Indice de Dados Sobre as Cavernas do Brasil, de 1989, estavam comprometidos. Os

The Brazilian Cave Survey is the mosÍ valuable asset of the Brazilian Speleological Society (SBE). Despite being a modern software-based cave register, its latest release have caused serious problems to its data base: several cqves have had their data oltered.

The

present article discusses the

causes of these undesirab le changes and possìble steps to thefuture.

*

cadastro, que não terìa inserido todas

Este artigo foi inicialmente enviado para o lnformativo SBE, gue julgou inoportuna a

as informações enviadas. Contudo,

sua publicação neste momento.

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2. Gruta Trufrogue (GO 48) No CNC consta que a projeção horizontal da cavidade é 5.428 metros e o seu desnível, 45 metros. Na lista das maiores cavernas brasileirasT ela

apareçe empatada com a Lapa da Ponte da Craibinha (GO 88). Que coincidência; duas grutas com exatos 5.428 mt !! Não se sabe porque os dados topográficos da Ponte da Craibinha foram parar na Trufrogue.

Os desta última devem estar perdidos em alguma outra gruta do Brasil. E o pior, a Ponte da Craibinha já havia sido eliminada do cadastro quando conectada com a Lapa do São Vicente I (GO 04). E por falar em São Vicente I (PH : 10.130 m), por que ela não aparece na lista da maiores cavernas do BrasilT? E a São Vicente II (GO

09, PH : 4.6'70 m) também foi excluída.

A Gruta Trufrogue está cadastrada

tanto no Índice de dados sobre as cavernas do Brasil (1989) como

"Não se sabe porque os dados topográficos da Ponte da Craibinha foram parar na Trufroque e, os desta última devem estar pedidos em alguma outra gruta do Brasil. E o pior, a Ponte da Craibinha já havia sido eliminada do cadastro (...)

das coordenadas UTM parcialmente

muito antes da atual versão

repetidos. As coordenadas da Lapa do

cadastro.

Penhasco,

por exemplo, são:

E

8.403.846 N 8.403.719. Repare que os 4 primeiros algarismos (8.403) são

coincidentes. Logicamente a UTM east estâ errada. O mesmo ocorre em grutas do Distrito Federal (DF 32,33 e 34) e Minas Gerais (MG 1076, enfre

outras). C omo o erro

ocorre aleatoriamente em vários estados e autores, provavelmente tenham

CAVEBR (1998) com 180 m de projeção horizontal e l4 m de desnível. No CNC a autoria da

surgido durante a conversão dos dados de um sistema para o outro.

topografia é atribuída ao CAP/CGEB, em l989,enquanto este dado não está especificado nas versões anteriores.

Note que a data da topografia (1989) é anterior à versão do CNC (1999) o

5. Abismo do Corujão (GO 244) No CAVEBR a UTM aparece como E 800.385 e N 8.414.094. Na conversão para o CNC o algarismo "zero" da UTM norte foi suprimido e o número fiçou 841494. Como o valor aparece todo em um único campo, fica impossível (sem consultar as versões antigas do cadastro) perceber o que foi suprimido.

que sugere que esses dados sejam na realidade de outra cavidade.

3. Lapa da Taboquinha II (GO 22) Os dados no CNC sugerem que essa cavidade tenha 3.010 m de PH e

6. Gruna de Descoberto IV. V

20 m de desnível. O autor

VI(BA 147,148 e 149) A referência original (CAVEBR)

da

topografia seria Pierre Martin et al.

Acontece que estes eram os antigos dados da Lapa do Bezerca (GO 45), que há muito foram modiÍìçados. No Índice de dados sobre as cavernas do Brasil (1989) e no CAVEBR (1998) a Taboquinha II aparece com 80 m de PH e 20 m desnível. E o autor da topo e R. Avari et al . Teria Pierre Martìn (que Deus o tenha) voltado à

Taboquinha

II

para completar

a

topografia?

4.UTM repetida.

Praticamente todas as grutas de GO 341 a GO 390 (Gruta da Judite, Gruta das Viúvas e Lapa do Penhasco, entre outras) estão com os dois valores 102

do

e

não aponta coordenadas e nem dados

topográficos. Na realidade essas cavidades não foram mapeadas. A versão do CNC indica que o GSBE (Grupo Sul-Baiano de Espeleologia) topografou as çavidades, embora não indique qualquer dado numérico do mapeamento. O mesmo açontece na Gruta do Triunfo I , II , III e I! cuja a topografia e atribuída a W. Ferreira e T. Aragão, especificando inclusive o seu grau. Como conhecemos muito bem a região, podemos afirmar, com certeza, que esse fato não ocorreu.

Mesmo porque as datas desses

Seria desnecessário prolongar mais esta lista de exemplos. A rápida busca feita por amostragem, somente

nos estados de Goiás e Bahia, identificou tantos erros que fica difícil prosseguir a consulta sem antes descobrir a causa do problema.

Também é evidente que são vários os

vícios e que estes atingem aleatoriamente uma parte representativa dos dados. Achamos

que a SBE deveria

promover

urgentemente uma revisão geral do CNC, comparando individualmente os dados de cada cavidade com as

versões anteriores do cadastro

-

Índice de dados sobre as cavernas do Brasil (1989) e no CAVEBR (1998) e até mesmo com a versão inicial do CNC. Todos esses aplicativos ainda existems e seriam ferramentas essenciais na verificação do banco de dados. Já nos dispusemos a contribuir nessa empreitada desde que tenhamos acesso livre aos dados do cadastro.

Sugestões para o

funcionamento do CNC Além das questões relativas à estrutura e conteúdo do cadastro, devemos nos preocupar com o seu

destino e

funcionamento.

Pessoalmente, considero a SBE entidade mais indicada para gerir

a e

manter os dados cadastrais das nossas

cavìdades. E claro que os órgãos governamentais (IBAMA/CECAV)

deveriam participar

dessa administração, principalmente no que diz respeito à viabilização de recursos para a manutenção do CNC. Mas

possíveis mapeamentos seriam,

alguns pontos ainda permanecem

segundo o CNC, 1988 e 1989; ou seja,

obscuros.

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Espeleolog

e Valérie

Março/0'1

30

-

Diamantina/MG

-

Observações geológicas na Gruta do Salitre. Augusto Auler.

ïoumayre (GSBM - França). Alladin

Gruta Curupira (em Rosário Oeste) e Sumidouro do Rio Claro (municípios de

_MS).

Diamantino e São José do Rio Claro).

9 ê 10 Abril/01 1 - Prudente de Morais/MG. Gruta

Cabeceira do Triste, Gruta do Cogumelo,

Orlando Jacques e Regina Bonomini (Bonito

Chaves de Oliveira, Guilherme Vieira,

lporanga/SP. Gruta do

27 a 3O

- Mariana

topografìa (a00 m), atingindo sifão no ponto

Descoberta da Gruta do Avião (350 m).

Daniel Viana e Ezio Rubbioli. Christian Dodelin e Dominique (França). Rafael

Lemniskos. Daniel Viana, lvan Veloso e novata.

23 a 26 - lbitipoca/MG. Observações geológicas nas grutas: Coelhos, Ponte de

Boller, Janaína, Roberto Brandi, Rodrigo Astiz, Urandi Correa e Wmarley Morais.

30 a 01 - lporanga/SP. Gruta do

Pedra, Cruz, Fugitivos, TrêsArcos, Moreiras,

Monjolinho ll. Continuação da exploração e

Agosto/O1

Pião, Viajantes, Bromélias, Casas e Gnomo.

topografia:400 metros. Adrian Boller, Murilo

11

AugustoAuler.

Valle, Roberto Brandi e RodrigoAstiz.

-

Daniel Viana e lvan Veloso.

Junho/01

4 a 2'l- Expedição Bahia

-

Pedro LeopoldoiMG. Início da

horizontal (1.580 m de novas galerias) e torna-se a 2" mais extensa caverna em quartzito do mundo. Descoberta e topografia

grutas Urubu I e ll e exploração da Gruta do

MG

Pedro Leopoldo/MG. Gruta do Baú.

Carrefro(Venezuela).

topografia da Gruta do Sumidouro (350m), gruta visitada por Lund. Andréa, Georgete Dutra, Helena David, Luciana Alt, Luciano Fragola, Maria Cecília Lobo, Pedro Lobo e VitorMoura.

26 - Funilândia/MG. Descobertas das

28106 a 3/07 - Mariana e Catas Altas/ Maio/01

-

Prospecção na região do Pico do Inficionado.

mais a jusante do rio Monjolinho. Adrian

26

e Catas Altas/MG

Monjolinho ll. Continuação da exploração e

-

Continuação da topografia da Gruta

da Bocaina que atinge 3.200 m de projeção

2001.

da Gruta Alaouf que soma 1,2 km de

Carinhanha e Coribe/BA. Continuação da topografia da Lapa dos Peixes (3.300 m) e do Boqueirão (í.800 m) que passam a ter

extensão e 294 metros de desnível (34 mais

profunda do Brasil). Augusto Auler, Daniel

Quilombo. Carlos da Mata, Carolina, Ezio Rubbioli, Daniel Viana, Fernanda Parada, Jorge Duarte Rosário, Leandro Jonathas,

Viana, Eduardo, Ezio Rubbioli, Jorge

Lília Horta e Marine

7.000e 15.170 m, respectivamente.

Rosário, Leandro Jonathas, Lília Horta,

Descoberta e topografìa das seguintes

Benoit Le Falher, Gilles Boutin, Guy Demars,

cavidades: Gruna do Desenfumado (770 m),

Jacques Sanna, Jean François Perret, Joël

Gruna do Leandro (440 m), Gruna da

Raimbourg, Marc Faverjon, Nelly Hazard,

Setembro/01

1a9

-

Coribe/BA. Expedição no

povoado de Descoberto. Topografia da Gruna

Mamona (590 m) e Gruna da Mamoninha (60

Olivier Sausse e Valérie ïournayre (GSBM

do Anjo | (920m) e ll (400m). Topografia de

m), Gruna do Cacimbão (350 m), Gruna do

-

França). Âlvaro Barros e Gabriel Seraphin

várias cavidades no Cânion do Mono Furado

Pote Preto (30 m), Gruta Baiana (2.260 m) Gruta Baianinha (724 m\, Gruna Grande da

(EGB). Daniel Alexandre de Souza e

que já haviam sido parcialmente exploradas

Baiana l, ll (47 m) e lll (87 m), Gruna do Fazendeiro (616 m), Gruna do Fazendeiro Superior (182 m), Gruna José Bonfim (135

(e numeradas de 1 a 7) porJoël Rodet: Gruta

Hedminson Doná.

Julho/01 11

-

Funilândia/Prudente de Morais/MG.

m), Gruna do Atalho (412 m), Grutia do Bugio

Visita à Gruta do Sabugo. Augusto Auler,

(200 m), Gruta da Pratina (30 m). Gruna do

Jorge Rosário, Luís Piló.

Enfurnado (3.500 m) e Túnel dos Ventos (270 m). Visita à Gruna do Anjo e Gruna do

13 a 15 - lporanga/SP - Continuação da exploração da Gruta do Monjolinho ll (500 m). Adrian Boller, Ezio Rubbioli, Gilberto Takahashi, Lília Horta, Roberto Brandi e

Morro Furado. Topografia externa de 1,2 km do cânion da Baiana.

Desmberta das cavidades: Gruna Deus-

melivre, Ressurgência da Ponta d'Agua,

-

-

1 (91m), Sumidouro do Morro Furado

no 2

Nobres e Rosário OesteiMT

-

Gruna dos Mosquitos l, ll e lll e Buraco da

Visita espeleológica aos municípios de

Água. ïotal topografado: 15.803 m.

Nobres e Rosário Oestes, situados a norte

-

no

(1.090m), Salão do Morro Furado - no 3 (1.330m), Mocós - n'4 (140m), Ponte do Morro Furado - no 5 (380m). Descoberta e topografia do Boqueirão do Riacho de Fora

(1.460m) da Gruna do Barrigudalo (86 m).

Adrian Boller, Ezio Rubbioli, Flávio Chaimowicz, Paola Martinelli, Rafael Caneõo

(Venezuela), Roberto Brandi

RodrigoAstiz.

14 a 24

do Mono Furado (160m), Gruna d'Água

e

Urandi

Corrêa.

6 a 10

-

BonitoiMS. Continuação da

topografia e dos estudos geológicos e

Augusto Auler, Carlos Frederico Lott,

de Cuiabá. Mato Grosso. Visitadas ou

hidrológicos visando o plano de manejo do

Christian Viana, Daniel Viana, Ezio Rubbioli,

exoloradas diversas caveÍnas como: Gruta

Flávio Chaimowicz, Leandro Jonathas,

Lagoa Azul, Gruta São José, Lago Dois de

Abismo Anhumas. Augusto Auler, Carlos Frederico Lott, Leandro Jonathas, Luciana

Leandro Maciel (Chester), Lília Senna Horta,

Maio, Gruta da Fazenda Borba, Gruta da Entrada Maior, Ponte de Pedra, Duto do Quebó, Gruta da Pedra Grande l, Gruta da Pedra Grande ll e lll, Gruta da Cerquinha (todas em Nobres), Gruta da Onça, Gruta

Pedro Lobo e Vitor Moura. Benoit Le Falher.

Gilles Boutin, Guy Demars, Jacques Sanna, Jean François Penet, Jean Loup Guyot, Joël

Raimbourg, Marc Faverjon, Olivier Sausse 104

Alt e Vitor Moura.

22

-

Pedro Leoooldo/MG. Término da

topografia da Gruta do Sumidouro, que somou

600m. AugustoAuler, Jorge Duarte Rosário, Luis Beethoven Piló e Pedro Lobo.

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Gruna dos Mosquitos l, lle lll (Coribe/ BA) UTM 23L 602.44 - 8Affi .767. Pequenas

subtenâneo do Rio Quebozinho. Cerca de 6

Cadastrada duplamente no CNC como MT-

m de largura por 2 m de altura. PH: 30 m. A

78 e Mï-28.

caviades localizadas ao pé da falésia entre a

estrada que acessa o região da Cerquinha

Gruna Baiana e a Gruna Grande da Baiana.

aproveitia a pontê natural propiciada por esta

São José do Rio Claro)- UTM 21L 533.330

Póximas de uma pequena ressurgência.

caverna. Já visitada anteriormente por

8.472.769. Sumidouro do Rio Sumidouro (ou

espeleólogos.

Rio Claro, conforme os moradores locais). Este

Gruta Alaouf (Mariana/MG) UTM 23

Duto do Quebó (NobreslÌttïI)

662300 -7 .772.637. Sistrema de tundas similar

-

UTM 21L

Sumidouro do Rio Claro (Diamantinc/

rio possui grande vazão (20-3Q nt/s)

e

às grutas do Centenário e da Bocaina, no Pico

605.765-8.402.871. Cavema bem conhecida

desaparece em forma de lago em lajedo

do lnÍìcionado. Situa-se ao sul do Centenário.

na região, tendo sido visitada por vários

quar2itico. Aextensão subtenânea é de cerca

Possui três entradas principais sendo a maior

espeleologos. E um trecho subtenáneo do Rio

marcada oor um abismo de 90 m. Possui uma

Quebozinho, possuindo cerca de 350 m de

de 200 m, até ressurgir do outro lado. Belo cenário, muito embora de difícil acesso e

drenagem ativa que percorre várias galerias

galeria única. O desnível é de cerca de 2 m.

estreitas e forma cachoeiras de até 20 m até

Está cadastrada no CNÇ pelo pesquisador

enorme quantidade de mosquitos.

Caverna da Areia Branca (CuiabáMT)

penefar em um desmoronamento. Somou

cuiabano Ramis Bucair.

-

1.,2

km de extensão e 294 metros de desnível (3"

mais profunda cavema do Brasil).

-

Gruta da Pedra Grande | (NobreVMT)

UTM 211680.020 -8.243.718. Belíssima cavema arenítica já mapeada e estudada por

8.402.638. Cavema na

Suzana Hirooka e colegas (CuiabáMT). Vários

UTM 21L 605.081

-

Toca do Urubu | (Funilândia/MG): UïM

região da Cerquinha. Entrada descendente

rios e condúos em amplas galerias. Conhecida

23K 602392 - 7.860.906. Pequena gruta com

que desemboca em lago profundo. O lago não

turisticamente como Caverna Que Chora e

cercade 15 meúos, proÍmoao RiodasVelhas.

foi explorado. Caverna já visitada

cadastrada na SBE como MT-17.

Entrada no fundo de uma dolina rasa com

espeleólogos.

galerias pequenas.

Toca do Urubu ll(Funilândia/MG). UTM 23R602392 - 7.860.906. Também no fundo

Gruta da Pedra Grande ll (Nobres/MT) - UTM 2í L 605.314 - 8.402.831. Cavernas próximas, situadas em frente à casa da

associada ao mesmo sistema hidrologico. Sua

de dolina, galeria única com pequenos abismos

Fazenda da Cerquinha. Cerca de 200 m de

modesta entrada, à primeira vista, oculta as

e50 metrosdeextensão. O nomefoi devidoà

galerias secas que desembocam em outra

suas verdadeiras dimensões. Sua galeria

presença de um filhote de urubu a 5 metros da

entrada.

principal atinge mais de 20 metros de altura e

por

Boqueirão do Riacho de Fora (Coribe/

Gruta da Cerquinha (Nobres/MT)

ent'ada.

Gruta Lagoa Azul (NobresiMT)-UTM

-

BA) UTM 23L 584.376

-

8.492.959. Localizada

próxima à Gruna do Anjo e, provavelmente,

possui um traçado sinuoso até ser interceptada

UTM 21L 605.486-8.403.033 (coordenadas

por um grande salão, com 175 x 60 metros. O

21L61 1.377 -8.386.996. Caverna bastante conhecida na região, fazendo partede um área

do sumidouro). Caverna já cadastrada e

teto deste entÍou em colapso há apenas 2 anos,

mapeada pela UPE (UPE 200). Possui dois

formando uma clarabóia de imoressionante

de preservação. Constitui-se em doiscondutos

drenagem ativa. Topografada: 1 .460 m

rasos de água límpida. Grande beleza cênica.

nÍveis bem marcados. Exolorados novos condutos e realizada, pela primeira vez, a travessia entre o sumidouroea ressurgência.

Já explorada e cadastrada poroutros grupos

PH total da cavema: 800 m. Desnível: '15 m.

661 .830 -

descendentes que desembocam em lagos

Gruta da Onça (Rosário Oeste/MT)

espeleológims.

-

beleza- Possuiainda um nível inferiorcom uma

Gruta do Avião (Mariana/MG). UTM 23 7

.772.450 Localizada no Pico do

-

lnficionado nas oroximidades do local onde caiu

8.388.676. Situada no

um avião há mais de 20 anos. Diferentemente

8.386.288. Cavema seca localizada

Morro da Onça. Grande galeria que já foi

das outras cavidades até então conhecidas,

na Fazenda de Sérgio. Possui cerca de 350 m

preenchida por sedimento. PH: 50 m.

esta é formada por uma série de fendas rasas

de projeção horizontiale 10 m de desnível. Já

Desnível: 10 m.

interligadas na base por uma galeria larga a

visitada por outros espeleólogos.

baixa. Topografada: 350 m.

Orlando

Gruta Cabeceira do Triste (Rosário Oeste/Ml - UTM 21L 632.7 15- 8.388.599.

Também situada no Morro da Onça. Belo

Borba. Afloramento do lençolfieático. Lagoa

conduto feático de pequenas dimensões quê

km de Baldim, ao lado direito da estrada que

que possui bom potencial

se fecha por estreitamento. PH: 30 m;

liga esta cidade a Rótulo. A gruta consiste em

Desnível:1 m.

um conduto paralelo ao maciço ê algumas

Gruta do Gogumelo (Rosário Oeste/ MT)- UTM 211 639.038-8.375.372. Situada

pequenas ramificações perpendiculares a este. Uma destas conduz a um pequeno

Gruta São José (Nobres/ï\4T) - UTM 21L 61

1

.954

-

Lago Dois de Maio (NobredMT)- UïM 21L608.503-8.396.91

1. Fazenda de

para

espeleomergulho. Neste local faleceu, durante

exploração,

o

mergulhador que primeiro

adentrou a lagoa, Xyko.

Gruta da Fazenda Borba (Nobres/MT) UTM 211 611.211- 8.395.322. Uma de várias cavemas localizadas em borda de maciço isolado. Cerca de 100 m de galerias secas. Desnível em tomo de 5 m.

UTM 21L 632.725

Lapa Vermelha (Baldin/MG) UTM 23K 622.795-7.872.975. Situada a cerca de 10

I

metros permite

na Fazenda Santa Terezinha. Ressurgência

salão, onde uma escalada de

temporária com muitra lama, porém galerias

o acesso a um salão desmoronado. A

amplas. Possui logo em frente à entrada um

cavidade encontra-se muito depredada, com

espeleotema que lembra bastante um

sinais de remoção de espeleotemas e

cogumelo. PH: 150 m; Desnivel:5 m.

escavação, provavelmente para extração de

-

salitre.

anteriormente citiada. Altos meandros secos.

pira (Rosário Oeste/MT) UTM 21L 524.295 - 8.321.226. Distrito de Bauxi. Caverna bem conhecida, trabalhada por Suzana Hirooka e colegas e que já foi

PH: 150 m. Desnível: 5 m.

objeto de pesquisas paleontológicas. E a

cavidade formada por dois mndutos baixos e

Gruta da Entrada Maior (Nobres/MT)-

UfM 21L611.276 - 8.395.240. Outra cavema situada no mesmo maciço da caverna

C u ru

Lapa da Vargem do Oleo(BaldimMc) UTM 23K 623.453 - 7.872.527. Situada a cerca de 500 m da Lapa Vermelha. Pequena

Ponte de Pedra (NobredMT)- UTM 21L

ressurgência de um córrego cristalino. Não

paralelos e duas entradas. Cercâ de 50 m de

8.403.086. Pequeno trecho

se exploraram galerias novas nesta cavema.

extensão e 1.5 m dedesnível.

606.390 106

Gruta

-

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