Jornal A UNIÃO

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Opinião ○

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EDITORIAL

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É um tema complexo. É a palavra do tribunal, o tribunal sempre está aberto para a revisão dos seus julgamentos e talvez isso até possa ocorrer .

2 João Pessoa > Paraíba > SÁBADO, 31 de março de 2012 ○

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31 MARÇO 2012 Ontemmuitostuiteiroscompartilharam comentários sobre a proximidade da chegada da Páscoa. Na rede, os internautas se mostraram ansiosos para ganhar os tradicionais ovos de chocolate da data e alguns até criticaram o fato das guloseimas estarem mais caras do que no ano passado. Eujafiquei - @Eujafiquei Todo mundo esperando a páscoa só pra se entupir de chocolate . Jean Tiago B. ? @JEANTIAGOB o ovo de páscoa tá tão caro que a surpresa deveria ser uma cesta básica Milena Nascimento @Milo_Nascimento Fiquem de olho!! Preços de ovos de Páscoa têm diferença de até 88% em SP Um Aborrescente @1Aborrescente Status: Esperando meus ovos de pascoa. mila - @ThanksGomez ainda n ganhei ovos de pascoa, só compro um dia antes, e só ganho no dia :) Laís Collares - @LaisCollares_ Por que os ovos de páscoa estão tão caros? Milla - @camillytha Eu só acho que esse ano na páscoa os ovos irão ser mais calóricos, mais caros, e isso me deixa com mais água na boca Lê :) - @leehteixeira_ Tem uns ovos de pascoas que estão tão caros que ao invés de brinquedinhos ou bombons, deveria vir logo o Rodrigo Santoro, pq né chris - @fatosdoChris status: aceitando ovos de páscoa

foi o período de chumbo, entre as décadas de 1960 e 80. Como conceber a censura, por exemplo, se hoje em dia até o que não se deseja é exposto pela mídia, com um excessivo pendor para a apelação sexual? Como compreender a tortura nos porões, se atualmente até os facínoras têm os seus direitos assegurados, pelo menos em tese? Fica complicado, assim, mostrar na prática em que resultou o golpe de 31 de março. Nesse caso, pode ser adequado festejar a democracia e a liberdade que dispomos hoje. Mas sem esquecer o que já sofremos e os que lutaram para a retomada da normalidade presente. E do futuro. Essa é uma ferida que ainda não cicatrizou. Nem de um lado, nem outro. Será necessário, pelo menos, mais uma ou duas gerações para que a temática seja avaliada exclusivamente por historiadores e sociólogos, deixando de frequentar o "divã" e os tribunais nacionais. O Estado brasileiro, hoje comandado por uma exguerrilheira, por exemplo, está sendo denunciado pela OEA por omissão e impunidade na morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975. Irônico e tenebroso. Apenas encarando de frente o terror guardado no armário iremos exorcizar tal incômodo. Para isso, a Comissão da Verdade tem um papel fundamental, desde que cave fundo as barbáries da época para enterrar de vez - e em paz as vítimas da insanidade dos golpistas.

Antecedentes de 1930 Lourdinha Luna lourdinhaluna@uol.com.br

Encontrava-se José Américo de Almeida, em maio de 1928, no Rio de Janeiro para uma nova edição de A BABACEIRA quando, na Rua do Ouvidor, fora apresentado, pelo jornalista pernambucano Caio de Lima Cavalcanti, ao ministro do Superior Tribunal Militar João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. Apesar de não se conhecerem, pessoalmente, havia entre eles fecunda correspondência, sobre questões atinentes ao Judiciário da Paraíba, desde que o ministro do STM era uma espécie de embaixador do Estado, junto às Cortes Federais, na Capital da República. Nessa época José Américo interagia no processo como procurador da Justiça Estadual, daí a aproximação epistolar. Nesse rápido encontro combinaram outro para o dia seguinte na Confeitaria Colombo, onde almoçaram. O assunto teve por tema as prioridades da Paraíba, que segundo o ministro João Pessoa ia governá-la. Surpreso com a revelação o ouvinte foi sincero: "o candidato de João Suassuna é seu chefe de Polícia, Júlio Lyra. Na província não se fala noutro nome!" Sem dar importância ao informe adiantou: "irei com carta branca, para uma vassourada na política local, rebaixada por elementos inescrupulosos." Diante de tanta convicção, só restou ao ouvinte acreditar que o exposto traduzia a vontade de Epitácio Pessoa, representante ideológico do Estado quanto aos seus fins. Na terceira reunião, o futuro presidente depois de se inteirar das preferências da Paraíba, deu a José Américo a atribuição de elaborar os Estatutos de um Banco Oficial, na humana intenção de tirar o comércio local das mãos dos agiotas, que cobravam de seus clientes, juros escorchantes. De regresso, o procurador

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Desagregadora Uns poucos a chamaram de "redentora". Muitos a classificaram como "famigerada". A história provavelmente a situa como "desagregadora". A revolução de 64 - ou o golpe militar de 31 de março de 1964 - completa hoje 48 anos da violenta intervenção na vida civil nacional. Embora boa parte dos pesquisadores prefiram fixar o levante como tendo ocorrido em 1º de abril, 31 de março passou a ser, simbolicamente, a data fatídica em que vítimas e famílias de desaparecidos se unem em pensamento para lamentar e protestar contra e violência que se abateu sobre eles e sobre todos, corroendo a soberania nacional e a autoestima dos cidadãos. Um excelente dia, pois, para celebrar o retorno e o vigor da democracia brasileira, a "consolidada". Evidentemente, não há o que comemorar. O terror, o medo e o atraso impostos pelos golpistas em 25 anos de domínio sobre a vida nacional (se considerarmos as eleições presidenciais de 89 como o fim dessa era), serviram apenas para mostrar a fragilidade da consciência coletiva da época, restabelecida com solidez, paradoxalmente, a partir da constatação de que aquele não era o regime idealizado pelos brasileiros. Aliás, ninguém em sã consciência - até mesmo os civis e parlamentares que apoiaram o golpe - poderia imaginar o mar de sangue e casuísmos advindos com a ditadura. Fica difícil para quem tem menos de 40 anos imaginar como

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(PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, ARI PARGENDLER, sobre o julgamento que absolveu um homem acusado de estuprar três crianças de 12 anos)

levou a poucas pessoas os assuntos tratados com João Pessoa, entre eles Leonardo Smith, Severino Lucena e Genésio Gambarra, os mais próximos, que desacreditaram da escolha acontecer à revelia de João Suassuna, correligionário de Epitácio, pois toda a Paraíba sabia, inclusive o padrinho da causa, quem o presidente em exercício desejava para substituí-lo. No começo de outubro José Américo recebeu de João Pessoa, um pedido de cooperação para seu discurso de posse, sobre a conjuntura estadual: desgastes, perdas, carências e os caminhos para tirar a administração do atraso secular. O estilo de Zeamérico, se identifica em trechos da alocução de João Pessoa, quanto às necessidades do território paraibano e de seu povo. A parte do orador introduzida pelo próprio e dirigida aos políticos fora um libelo, que deixou a todos de sobreaviso e preocupada a sociedade paraibana. Como represália ao que não desejavam ter escutado, alguns aliados dispensaram-se dos cumprimentos ao Chefe de Estado. Os moradores nos engenhos às margens do Rio Paraíba, não esperaram o outro dia e desceram à cocheira de Zepequeno, nas bordas do Sanhauá, e a cavalo, mandaram-se para suas herdades rurais. Os do Sertão aguardaram o horário do trem, e na manhã seguinte regressaram pesarosos aos seus destinos. O retorno sem as despedidas dos súditos, preocupou as autoridades do Judiciário e do Legislativo. O presidente do PL, dr. Antonio Galdino Guedes procurou José Américo com os deputados amigos Padre Manoel Otaviano, Genésio Gambarra, José Pereira Lima, José Gomes de Sá, Cazuza Trombone (tio de Zelins) e outros. Analisaram as "ameaças" do presidente, que deixaram todos assustados. Encerrando as confabulações o Secretário Geral (José Américo) exortou os aliados à ponderação e prontificou-se a tratar do assunto com o Presidente João Pessoa.

Cítrico

ARTIGOS & CRÔNICAS Quero votar pra assessor! ○

Ana Carolina Abiahy carolabiahy@gmail.com

Nos anos 80, a frase era "quero votar pra presidente". Agora, um bom lema seria "quero votar pra assessor". É, assessor parlamentar! Queria ter o direito de saber quem auxilia os ilustres parlamentares federais. E é tanta gente disposta a ajudá-los a nos ajudar! Sou curiosa para saber o currículo dessas pessoas prendadas. Um projeto de reforma administrativa no Senado tenta reduzir a quantidade de assessores de cada parlamentar. O projeto queria reduzir para 25 o número de cargos comissionados a que cada senador tem direito. Mas, eles já conseguiram driblar a ideia e o número chegaria a 55. É o milagre da multiplicação que só funciona com cargos de apadrinhamento, queria ver se multiplicam vagas em concurso público... O número 25 foi proposto porque seria o limite

para os deputados federais. Não é nada econômico, se pensarmos que são 513 deputados, ou seja, mais de 12 mil assessores que nunca fizeram concurso público com um empregão por quatro anos. Não é muito diferente das cortes medievais ou da era colonial. Tem senador que tem 79 assessores! Aquele que é contra o fim do 14º e 15º salários para eles próprios. Ele disse que precisava do dinheiro porque muita gente bate na porta dele para pedir um remedinho pra dor de cabeça! É isso, o parlamentar não está interessado em melhorar o sistema de saúde, em lutar pela contratação de mais profissionais na área, ele prefere que o eleitor vá se humilhar e implorar por um comprimido para ele poder sair como herói! E isso é dito em rede nacional! Voltando ao lema pra adotar, fica difícil acreditar em um ano 3000 em que a gente possa escolher a lista de assessores pagos com o

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Tem senador que tem 79 assessores! Aquele que é contra o fim do 14º e 15º salários para eles próprios dinheiro de nossos impostos. Afinal, a gente mal consegue saber, durante as campanhas, quem são os suplentes. E muitos acabam sendo nossos representantes, com toda pompa e circunstância. Ilustres desconhecidos que a gente patrocina. É outro lema: quero votar para suplente! Mas, para o ano 2012 pode trazer alguma mudança. Foi aprovado na comissão econômica da Câmara o projeto que acaba com o 14º e 15º salário anuais. Agora, a prenda vem a cada quatro anos para os deputados e a cada oito para os senadores. Vamos ver se vai ser aprovado por eles: a economia seria de mais de R$ 112 milhões.

A (in)acessibilidade dos cadeirantes (III) Mário Tourinho diretorexecutivoaetc@yahoo.com.br

Com esta parte III, pretendemos concluir estes escritos sobre a questão da (in)acessibilidade dos cadeirantes relativamente aos seus deslocamentos, por ônibus, nas cidades brasileiras. Antes dissemos que em João Pessoa, com seus 158 ônibus devidamente equipados com elevadores e previsão de realizarem, mensalmente, mais de 40 mil viagens, o mês em que mais esses equipamentos foram requisitados pelos cadeirantes correspondeu tão só a 120 vezes. Também destacamos parecer estranho que mesmo em uma cidade como Goiânia/GO, com mais de 80% de sua frota com elevadores, tivesse sido considerada por reportagem da TV Globo como a de pior serviço prestado a esse segmento de necessidade especial. E dizíamos que a satisfação no atendimento aos cadeirantes jamais se fará pela adaptação de elevadores nos ônibus, seja com frota parcial ou total.

À par destas considerações, fizemos o chamamento de atenção quanto a algumas experiências (raras) em cidades cujos governos, em vez de transferirem para outrem essa responsabilidade de transportarem os cadeirantes, assumiram-na diretamente. Seria como, se aqui em João Pessoa, a PMJP, junto com o Governo Estadual, disponibilizassem pelos menos cinco vans adaptadas para cadeirantes (cada uma com quatro lugares), ficando dois desses veículos a cargo da FUNAD (instituição para a qual mais se deslocam aquelas pessoas especiais) e três sob o controle da Secretaria Municipal de Assistência Social. Estes veículos estariam 24 horas por dia a serviço dos cadeirantes, atendendo-os por agendamento prévio, para suas diversas atividades, inclusive esportivo-culturais. Com 5 veículos assim adaptados, cada qual com 4 lugares e potencialidade de realizarem (cada um) 10 viagens/dia, isto significa a possibilidade de atenderem ao deslocamento de até 200 cadeirantes/dia. Mas, admitin-

do-se uma média de apenas 100, ainda desta forma o atendimento total, por mês, chegaria a 3.000, quantitativo 25 vezes maior que o maximamente já atendido pelos 158 ônibus adaptados (120 vezes)! E este atendimento ampliado far-se-ia, claro, no estilo "porta a porta", oferecendo muito mais comodidade para esse segmento tão especial. Simultaneamente a esse atendimento "porta a porta", assumido diretamente pelo setor público em função da intransferibilidade de um serviço dessa natureza, as empresas de transporte coletivo manteriam 20% a 30% da frota adaptada, para atendimento aos cadeirantes que a ela recorra. Avaliando-se o custo de manutenção dessas 5 veículos tipo van, com os motoristas para operá-los 24 horas/dia, constatar-se-á ser bem menor que o custo embutido na tarifa, em função dos equipamentos necessários aos ônibus adaptados. E só assim os cadeirantes sentir-seão bem mais motivados para saírem de seus lares e buscarem satisfazer suas diversas necessidades.

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Editores setoriais: Carlos Cavalcanti, Carlos Vieira, Emmanuel Noronha, Henrique França, Ivo Marques, José Napoleão Ângelo, Juneldo Moraes, Neide Donato, Renata Ferreira e William Costa. Projeto gráfico: Ricardo Araújo


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