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João Pessoa > Paraíba > SEXTA-FEIRA, 2 de setembro de 2011 ○

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>>> CORINTHIANS > Técnico volta a desabafar após mais uma vitória no Brasileiro, o que garantiu a liderança

Tite diz que vibrar e competir é a marca da equipe no Campeonato O técnico Tite ficou satisfeito com a entrega do time do Corinthians na vitória por 3 a 2 sobre o Grêmio, anteontem, no Estádio do Pacaembu, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro.

A

equipe alvinegra saiu na frente do placar, tomou o empate, fez 3 a 1, e ainda levou o segundo. Depois, terminou o jogo com dois jogadores a menos - Liedson e Edenílson foram expulsos. "Sujou o calção, arrastão a bunda no chão e vibrou. É a segunda pele. Quando estava em nove (jogadores), vai na lama, no grito", disse o treinador logo depois da partida. "O Corinthians é assim. É competição. A gente pode até perder, mas vibrar e competir é a marca dessa equipe", completou. Com o resultado, o time alvinegro chegou aos 40 pontos e se manteve na liderança do Campeonato Brasileiro. Na partida contra o Grêmio, o técnico reagiu com nervosismo à especulação de que sacar Jorge Henrique da equipe titular teria sido um pedido expresso do presidente Andrés Sanchez. Ele se exaltou ao ser questionado sobre o tema e pediu respeito à integridade. "Respeitem a conduta do técnico, mas não coloque em dúvida a integridade do profissional. Isso não vou deixar!", respondeu um Tite quase fora de si por alguns instantes. "A pressão por resultado é do jogo, da vida, tenho que trabalhar para que os atletas produzam", acrescentou antes de elogiar os dois principais dirigentes. "O presidente Andrés e o Roberto (de Andrade, vice de futebol) não caíram aqui de paraquedas, eles têm história no Corinthians e é um clube muito grande para fazer pressão (no treinador). Isso não se faz mais nem na várzea. É o Tite, não é um garoto que surgiu agora", reclamou.

Perguntado a respeito de uma quase reunião que ele e alguns jogadores quase tiveram com membros de uma facção organizada do Corinthians na última terça-feira, Tite reagiu com naturalidade. "O episódio foi conduzido por Duílio e Edu (dirigentes) e nem tive contato. Tudo que for dentro do Corinthians e possa ser construtivo, proporcione condições para que vença...é o respeito da entidade e do técnico na hierarquia, desde que não possa ferir sua integridade". Para o jogo da próxima rodada, contra o Coritiba, fora de casa, Tite disse que não deve repetir a mesma formação por causa da expulsão de Edenílson. "É difícil, porque eu trouxe essa forma para preencher a parte central do gramado", afirmou o treinador em entrevista para a Rádio Bandeirantes. "Edenílson é um jogador muito móvel. Vai ser difícil ter um jogador para fazer isso lá (em Curitiba)". O Corinthians registrou seu público mais reduzido neste Brasileiro. Só 15.468 corintianos pagaram para ver o líder. Antes, o público mais baixo havia sido na estreia do time em casa, na segunda rodada do campeonato, quando 17.086 torcedores foram ao estádio. O horário do jogo, às 18h, pode explicar o público ruim. O jogo foi às 18h por questão de segurança: o São Paulo já jogaria na noite de anteontem. Para evitar que as torcidas rivais se encontrassem, as autoridades pediram que houvesse alguma diferença de tempo entre as partidas. O horário incomum também fez com que parte da torcida alvinegra se atrasasse. Chicão já havia aberto o placar, aos 17min do primeiro tempo, e ainda havia corintianos chegando ao Pacaembu.

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FOTOS: Divulgação

Tite não gostou das críticas que recebeu e pediu mais respeito ao profissional. Ele terá problemas para escalar o time devido às duas expulsões

SEM ESTRAGOS

Janela de transferência para a Europa fecha e clubes brasileiros comemoram A janela de transferência europeia, fechada anteontem, passou quase despercebida pelo futebol brasileiro. Costumeiramente responsável por causar estragos nos clubes do país, em meio ao Brasileiro, o principal período de compra dos times europeus foi inofensivo em 2011. Mesmo o Real Madrid, pouco acostumado a ter seus desejos negados, não convenceu o Santos a liberar Neymar, apesar de se propor a pagar integralmente a multa rescisória de R$ 102 milhões. "É o início de uma nova era", exagerou o presidente santista, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro. "Demos exemplo em 2010 (ao recusar oferta do Chelsea por Neymar), e houve uma reflexão dos personagens do futebol." Valorizado pela conquista da Libertadores da América, em junho, o elenco

do Santos era alvo óbvio dos agentes. Mas o clube não só segurou seus principais jogadores, como ficou mais forte -entre os titulares do torneio continental, a única mudança foi a saída do contestado Zé Love e a chegada de Borges, artilheiro do Brasileiro. A única negociação fechada foi a do lateral Danilo, vendido ao Porto, mas que só vai a Portugal em janeiro. "Sempre haverá pressão, mas vamos ao limite das nossas forças. Temos que resistir a um cheque generoso que só cobre os buracos de caixa", declarou Luís Álvaro. "A Europa está em crise, os importadores de jogadores, como Espanha, Itália e Portugal, vivem um momento de dificuldade. Por outro lado, o Brasil está em uma curva crescente de desenvolvimento econômico. Isso muda o caldo cultural

que afeta o futebol", avaliou o santista. A análise de Luís Álvaro é compartilhada pelo vice de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes. "O que se vê hoje são negociações fora da Europa ocidental, em locais com situação um pouco diferente, como Rússia, Ucrânia, e com a interferência de magnatas." João Paulo crê que tal situação deve se manter a médio prazo, mas, depois disso, ele projeta um equilíbrio. "As perspectivas para o Brasil são positivas, mas não tenho dúvidas de que a crise na Europa é passageira", disse o dirigente são-paulino. "Acho difícil o retorno das grandes exportações de jogadores, mas também não creio neste baixo volume de negócios. Em dois ou três anos, isso deve se normalizar."

PESSOAS no jogo do Corinthians contra o Grêmio, o menor este ano no Pacaembu.

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[MÉRITOS]

Muricy destaca empate contra o Internacional Após trocar o lateral Pará pelo meia-atacante Alan Kardec e descontar um placar adverso de três gols, o técnico Muricy Ramalho rejeitou receber os méritos pelo empate e disse que mira o título do Brasileiro - mesmo estando a 17 pontos do líder Corinthians. "O time ficou mais forte, mas quem faz a diferença é o jogador. O Alan Kardec encostou no Borges e ele tem cheiro de gol mesmo", disse Muricy Ramalho em entrevista coletiva. O Santos teve um primeiro sofrível, levou dois gols e o terceiro na etapa complementar. Tinha tudo para sofrer a décima derrota no Campeonato Brasileiro, mas a reação na etapa complementar - com dois gols de Borges e um de Alan Kardec - parece ter mu-

dado o tumor do treinador santista com a competição. "Temos de brigar pela primeira colocação no segundo turno, como se fosse um campeonato novo". O time da Vila Belmiro tem 23 pontos -17 a menos que o líder Corinthians-mas com um jogo a menos do que os adversários. O Santos ainda deverá enfrentar o Grêmio, em partida adiada da 11ª rodada. No próximo fim de semana, o Santos não vai a campo. Atendendo aos apelos santistas - que terão três jogadores na Seleção Brasileira contra Gana (Neymar, Ganso e Danilo) - a CBF adiou a partida contra o Ceará. Com isso, o próximo jogo do Santos será apenas no dia 7 de setembro, contra o Avaí, na Ressacada.

O atacante Neymar, maior desejo dos clubes europeus este ano, permanece no time santista diante das recusas de propostas milionárias


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