Jornal A União

Page 2

A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - SÁBADO, 4 de agosto0 de 2012

Um

W. J. Solha -

wjsolha@superig.com.br

Antônio David clica

Geovaldo Carvalho

HAJA LUCROS!

PÃO E ÁGUA

Os bancos tratam mal os clientes, diminuem o número de funcionários, provocando colapso no atendimento refletido nas imensas filas, mas não deixam de exibir, de forma progressiva, excessivos lucros em seus balanços. Todos tocam a banda pela mesma partitura, sem oferecer tempo ao cliente acertar o passo. O Bradesco, por exemplo, anunciou lucro de R$ 5,7 bilhões no primeiro semestre. O que significa lucrar, mensalmente, R$ 950 milhões ou, mais amiúde, engrossar diariamente, suas as reservas de cofres em R$ 28 milhões.

Bons tempos aquele que, durante a campanha política, lindas moças tomavam as ruas e praças, envoltas com bandeirolas dos candidatos. Quem passar, por exemplo, no Anel da Lagoa, em João Pessoa, ainda vai encontrar bandeiras de candidatos à Prefeitura, rico. Porém, presas a pedras de baldes comum ou uma armaçãozinha fajuta de ferro.

UM SUSTO

ÊI, VOCÊ AÍ...

MAMATA

O secretário Ricardo Barbosa deu um “chute na agenda”, sexta à tarde e correu Campina Grande, por um motivo justo. Seu pai, Manuel Barbosa, 86 anos, enfrenta um quadro agudo de pneumonia.

A Assembleia Legislativa será mais acessível aos pleitos do estado, quando o final do mês chegar, garante uma raposa felpuda que transita pelos tapetes do Palácio da Redenção. Afinal, as lides política são feitas de suplementação...

Alguns hospitais públicos, em várias regiões do estado, estão desfalcados de médicos durante a campanha eleitoral, prejuízos para os pacientes. Vários médicos entraram de licença para se candidatar a algum cargo.

MAIS OBRAS EMERGÊNCIA

A Secretaria de Recursos Hídricos já anunciou os vencedores da concorrência para implantação do esgotamento sanitário de Belém do B. do Cruz, Coremas, São Bento e São José de Piranhas, de Cabaceiras, Caraúbas, Coxixola, Livramento, São José dos Cordeiros, Serra Branca e Taperoá e de abastecimento de água da cidade de Queimadas. Obras devem ser iniciadas em breve.

O Banco do Nordeste já concedeu crédito em linhas emergenciais próximo de R$ 300 milhões às vítimas da seca no Nordeste brasileiro. Cerca de 60% desse montante foram direcionados para os estados da Paraíba, Pernambuco e Bahia.

Dois

Albiege Fernandes -bialaura@ig.com.br

Quando a determinação vence a tentação

De repente seus dois pequenos filhos nus a abraçam, e ela, com enorme afeto, com cada mão cobrindo uma cabecinha, atrai-os pro peito. Click.” - O fotógrafo vai passando na praça, vê que uma funcionária da prefeitura apoia uma escada na bigorna sustentada com esforço pelos dois hercúleos homens seminus ante a estátua da Fama Alada, no monumento a João Pessoa, saca a câmera e se move um pouco à esquerda, para o ângulo em que não se veja a bigorna e se passa a ter a impressão de que o esforço dos gigantes de bronze é pra aguentar a mulher na escada, que se põe a lavar a cabeça da figura feminina. Antonio David, ansioso, clica. - Vê a esmoler dormindo recostada na parede, na calçada, o menino deitado no chão, com cabeça numa das pernas da mãe, os dois ao lado de uma sacola branca onde se vê a foto da mão que deposita uma moeda no cofrinho de lata, junto à inscrição Caderneta de Poupança PRÓPRIA. Clica. - No meio da viagem, uma casa de taipa – na caatinga - com o esqueleto de pau exposto, antena de TV na cumeeira e, junto à cerca, a parabólica. Clica. - Há na parede enorme foto de mão que solta a pomba branca, que decola para a direita. Diante do pôster, um pouco abaixo, sentado, voltado para a esquerda, Dom Hélder fala, fala, de repente ergue o braço e aponta para cima, armando-se um jogo visual com o voo da paz para o outro lado. Click. - O busto de Tamandaré amordaçado por uma calcinha! Click.

savio_fel@hotmail.com

dias normais, não é coisa de que se goste muito. Os engarrafamentos são diários, as ruas são estreitas, o número de veículos é excessivo e os efeitos de tudo isso sobre o cidadão são devastadores. A Festa das Neves é, sim, um evento simbólico, emblemático e de significância social inquestionável. O que entra em debate, a rigor, não é a sua extinção, mas a sua relocalização. João Pessoa dispõe de áreas verdes, de parques de exposição e de vários outros lugares nos quais os festejos poderiam se realizar. A tese de dom Aldo pode até não estar em consonância com a opinião majoritária dos moradores desta província tabajarina. Mas, não deixa de ser o embrião de um debate que, mais cedo ou mais tarde, haverá de se travar. É bom também ressaltar que na sugestão de dom Aldo não estão incluídas as manifestações religiosas do evento. Fala-se aqui tão somente das comemorações profanas, isto é, aquelas que nada têm a ver com a reverência a Nossa Senhora das Neves, padroeira, com muito gosto, desta cidade oriental da América do Sul. Talvez as considerações do arcebispo não encontrem guarida nos setores mais conservadores da cidade. Talvez, até, sejam vistas como interferência descabida no assunto que para a Igreja Católica não seria prioritário. Pode ser. Mas que as palavras de dom Aldo sugerem um bom debate – disto ninguém duvida.

Sávio -

Dom Aldo Pagotto, arcebispo da Paraíba, não foge dos debates. Mas ainda: este os inicia. É o que está havendo agora, por exemplo, com a sua declaração de que as autoridades municipais deveriam repensar os festejos de aniversário da cidade, tirando do centro de João Pessoa a parte profana da conhecida e tradicional Festa das Neves. À primeira vista, e isto até já foi vocalizado por assessores da municipalidade, a tese do prelado parece ser estapafúrdia. Esquisita. Por que uma festa tão identificada com a população deveria deixar de se realizar no cento da cidade de João Pessoa – área a que todos têm acesso fácil. Mas, registre-se: só à primeira vista a sugestão merece condenação imediata. O que dom Aldo alega é o que, anos após anos, vem sendo alegado por significativa parcela da população pessoense. Com a colocação de equipamentos de festeJos, barracas, isolamento das ruas e interdição do trânsito, a cidade vira um caos. E isto não é uma invenção. É real. O problema é que, apesar dos pesares, a tradição costuma falar mais alto e, ao que parece, de forma majoritária, a população de João Pessoa não pretende encampar esta sugestão. Além da já citada tradição, os pessoenses, em parte, consideram que a Festa das Neves é um evento que enaltece a cidade, que orgulha o pessoense e que serve de entretenimento às crianças. Mas não se queira descartar, já de pronto, os argumentos utilizados pelo arcebispo. O trânsito de João Pessoa, em

Domingos

Dom Aldo abre o debate

Informe UN

Editorial

Humor

CONTATO: opiniao.auniao@gmail.com REDAÇÃO: 83.3218-6511/3218-6509

- A mulher descalça e mal vestida - que lembra Elsa Soares - está sentada no chão do terreiro e recostada na parede de pau-a-pique. De repente seus dois pequenos filhos nus a abraçam, e ela, com enorme afeto, com cada mão cobrindo uma cabecinha, atrai-os pro peito. Click. - O viajante que se vai na calçada da rodoviária olha pra trás, para o fotógrafo, desconfiado mas não muito, pequeno rasgão no ombro do paletó, grande rasgão na velha mala. David recua um passo para a esquerda no que o homem vai passar ante o carrinho da Maguary, de modo que vê sumir na quina da parede o início da frase promocional que fica “esqueça seu sorvete”. - Vistas de cima, no pátio do estacionamento enorme, oito carretas paradas, uma ao lado da outra, guardando boa distância entre si. Aí o fotógrafo vê um pouco acima e à esquerda, no visor da câmera, gigantescos automóveis parando ante a faixa de pedestres, reduzindo os enormes caminhões a oito caminhõezinhos artesanais, de brinquedo, à venda na curva da calçada. Clica. - O homem passa na rua, puxando a carroça entupida de papelões. David percebe algo estranho após o conjunto e o segue com os olhos. Bingo: saca a câmera e clica: confortavelmente instalado atrás da carga, o garoto, filho do homem, segura um cordão em cuja extremidade, no asfalto, segue seu bonito tratorzinho.

Postou um corretor de plantão somente para aporrinhar a moça que quase adoeceu de tanto assédio. O capitalista desistiu.” Nada pode ser mais chato do que alguém insistir pra você abrir mão de algo que você não quer, seja uma ideia, seja um moleton velho ou um sapato fora de moda mas que lhe calça bem. Uma amiga minha, de infância, passou por maus bocados por uns seis a oito torturantes meses com um emissário de um construtor que decidiu edificar um arranha-céu no lugar de sua casa – da qual ela não quer se desfazer no meu querido bairro do Miramar. Minha amiga, que já não tem mais os pais, vive sozinha na casa da família, onde a vizinhança é a mesma há mais de 40 anos. No pedaço da rua onde mora, convive com as lembranças mais doces de sua vida aliadas à solidariedade e a convivência salutar com os companheiros de outrora, cuja amizade fica mais sólida a cada década atravessada. Determinada, há pouco tempo reformou a casa, trocou o piso, modernizou as cores, incrementou os utensílios. Enfim, renovou a vivenda que a

A UNIÃO

SUPERINTENDÊNCIA DE IMPRENSA E EDITORA Fundado em 2 de fevereiro de 1893 no governo de Álvaro Machado

BR-101 Km 3 - CEP 58.082-010 Distrito Industrial - João Pessoa/PB PABX: (083) 3218-6500 / ASSINATURA-CIRCULAÇÃO: 3218-6518 Comercial: 3218-6544 / 3218-6526 REDAÇÃO: 3218-6511 / 3218-6509

acolhe desde seu nascimento. Pois bem. Um cidadão percebeu que aquele pedacinho de rua é valioso justamente pela paz que inspira, e decidiu mirar sua arma demolidora na casa da minha amiga. Queria por que queria aquele chão para construir seu prédio. Ofereceu em troca apartamentos que ela não deseja – prefere e tem suas razões para isso – morar em casa, onde diariamente rega o jardim e bate papo com os vizinhos ao entardecer. Mas o capital que o ‘empreendedor’ deseja, parecia mais forte que o bucolismo do local e a autenticidade das amizades antigas. Postou um corretor de plantão somente para aporrinhar a moça que quase adoeceu de tanto assédio. Finalmente, o capitalista desistiu. Minha amiga sagrou-se vitoriosa nessa batalha sórdida, segurada apenas por suas raízes. Quanto ao corretor, me lembra o velho ditado: o diabo quando não vem, manda o secretário. SUPERINTENDENTE Fernando Moura

DIRETOR TÉCNICO Gilson Renato

DIRETOR ADMINISTRATIVO José Artur Viana Teixeira

EDITOR GERAL William Costa

DIRETORA DE OPERAÇÕES Albiege Fernandes

EDITOR ADJUNTO Clóvis Roberto

EDITORES SETORIAIS: Geraldo Varela, Glaudenice Nunes, Juneldo Moraes, Nara Valusca, Neide Donato e Renata Ferreira EDITORES ASSISTENTES: Carlos Cavalcanti, Carlos Vieira, Emmanuel Noronha, José Napoleão Ângelo e Marcos Pereira PROJETO GRÁFICO: Ricardo Araújo, Fernando Maradona e Klécio Bezerra


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.