Jornal do dia 12/03/2011

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ATOS E FATOS

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São Luís-MA, Sábado, 12 de Março de 2011

CATÓLICOS EM FESTA

Povo de Deus vai acolher hoje o novo bispo auxiliar de São Luís POR ALDIR DANTAS O Povo de Deus da Arquidiocese de São Luís vai acolher hoje (sábado) o seu novo bispo auxiliar nomeado pelo Papa Bento XVI. Dom José Carlos Chacorowski já foi sagrado bispo em Curitiba no dia 19 de Fevereiro e será recebido pelos católicos maranhenses em uma grande celebração marcada para às 16 horas no Ginásio Castelinho. Dom José Carlos pertence a Ordem dos Padres da Congregação da Missão, fundada por São Vicente de Paulo e a sua origem sacerdotal veio da Província do Sul do Brasil - Curitiba/Paraná. A sua missão religiosa já o levou para vários Estados do Brasil e para o Zaire, hoje República Democrática do Congo, onde teve várias crises de malária, e em uma delas, entrou no processo de "pré-coma", que o fez retornar ao Brasil. Foi diretor da Província das Filhas da Caridade de Curitiba e Provincial das Filhas da Caridade na Amazônia. Filho de Felipe José e Elsa Isabel Chacorowski, descendentes de poloneses, Dom José Carlos foi ordenado presbítero no dia 2 de Julho de 1980, na cidade do Rio de Janeiro, no Estádio do Maracanã, tendo como ordenante o Papa João Paulo II. Durante sete anos participou da Pastoral Rodoviária levando-a para o Sudeste, Nordeste e Norte, chegando até Belém do Pará. Foi na missão de dirigir e cele-

PSDB realiza hoje Convenção Municipal em Imperatriz O presidente da Comissão Provisória Municipal do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), em Imperatriz, Célio Louza Cruz, informou ontem à reportagem que será realizado neste sábado, dia 12, das 8h às 14h, Convenção Municipal. Segundo ele, o evento acontecerá no plenário da Câmara Municipal de Imperatriz, localizada na rua Simplício Moreira, no Centro, para deliberar sobre os temas: eleição do diretório municipal; eleição dos delegados e respectivos suplentes à convenção estadual e eleição dos membros titulares e suplentes do Conselho Municipal de Ética e Disciplina. Célio Louza que durante a Convenção Municipal será discutido a eleição da Comissão Executiva Municipal; eleição do Conselho Fiscal Municipal e outros assuntos de interesse da seção municipal do partido. (Da Asssessoria)

brar para caminhoneiros em um caminhão capela que passou a ser conhecido como o Padre Zé da Estrada. Escolheu como o seu lema episcopal "Evangelizare Pauperibus Misit" - Evangelizar os Pobres. Para falar sobre a sua nova missão em São Luis, da Campanha da Fraternidade e outras questões como a violência, a pedofilia, o homossexualismo, as desigualdades sociais, e outras temas, Dom José Carlos Chacorowski recebeu a reportagem do Quarto Poder e do Atos e Fatos para uma entrevista. P: A Campanha da Fraternidade em seu lema destaca: "A Criação Geme Em Dores de Parto", exatamente no momento que são acentuadas as pressões de devastação ambiental que o capitalismo promove ao instalar "indústrias sujas" no Brasil e por extensão no Maranhão, degradando o meio ambiente, proporcionando alterações climáticas, esgotando recursos não-renováveis e destruindo a qualidade de vida e milhares de famílias. Como a Igreja Católica vê essas pressões violentas? Dom José Carlos: - A Igreja Católica vê tudo isso como fruto da ganância, do egoísmo, enfim como fruto do pecado contra a vida e a sua dignidade. P: O Brasil para atender a demanda do agronegócio se transformou no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. Somente o ano passa-

do foram vendidos mais de um bilhão de litros, o que representou 6 litros por cada brasileiro ou 150 litros por hectare cultivado. O excesso de veneno tem destruindo faunas, floras, rios e riachos e impedindo o desenvolvimento da agricultura familiar. Como a Igreja Católica e o Povo de Deus pode se posicionar diante do grave problema no Maranhão? Dom José Carlos: No projeto de Deus nós vemos que a natureza se regula através da interação de todas as espécies. Umas dependem das outras para o seu pleno desenvolvimento. O desejo de dominar e ter lucros levou a agricultura a optar pelas monoculturas, que vão contra a diversidade dos seres vivos. A monocultura exige o controle das pragas através de venenos, que infelizmente precisam ser desenvolvidos cada vez mais fortes e eficazes contra as pragas. O resultado deste esforço é extremamente nocivo ao ecossistema, já que contaminam as nascentes e os próprios produtos da lavoura. A Igreja e o Povo de Deus precisa tomar consciência desta realidade. Talvez pouco podemos fazer concretamente para impedir o envenamento dos nossos mananciais, mas algumas atitudes humildes e simples nos levarão a protestar contra essa corrente injusta e desleal. Podemos consumir quanto possível produtos locais, que não vieram das grandes indústrias e produções e não exigiram transportes que

poluem. Sobretudo lavar muito bem legumes, frutas e verduras antes de consumí-los. P: Como criar uma consciência ecológica de respeito à natureza, o uso da terra e tudo o que ela contém como Dom de Deus? Dom José Carlos: Devemos criar esta consciência ecológica escutando a voz de nosso Criador que se manifesta na natureza e na nossa vida. A Campanha da Fraternidade de 2011 vem justamente ajudar neste aspecto. É pela fé e pelo aprofundamento de nossa vida cristã que iremos entender a grande responsabilidade que temos em preservar a vida, nossa e de nossos irmãos. P: O aumento da violência urbana começa a tomar dimensões insuportáveis. Os assassinatos e rebeliões nos cárceres do Maranhão demonstram claramente a banalização da vida. No meio rural os conflitos pela posse da terra, promovem mortes, expulsão de famílias e exclusão. A Missão do Povo de Deus não é acolher e lutar pelos pobres e oprimidos? Dom José Carlos: Sim a missão do Povo de Deus é escutar os apelos da humanidade que sofre as consequências do pecado do orgulho. Com humildade e simplicidade podemos promover a vida e sua dignidade, primeiramente oferecendo às nossas crianças uma formação que as conduzam pelos melhores caminhos de realização. Para aqueles que perderam essa oportunidade e

Dom José Carlos e o repórter os reveses da vida os conduziram às situações degradantes, devemos apoiar e favorecer projetos que ofereçam a estas pessoas oportunidades de resgatarem a sua dignidade. P: A Igreja Católica convive hoje com problemas e discussões diversas envolvendo o homossexualismo, pedofilia, celibato e o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo e por extensão a regularização do aborto. Como o senhor vê todo esse contexto? Dom José Carlos: Toda essa situação é o resultado da opção feita pelo homem já desde o início. O ser humano achou melhor não respeitar a vontade de Deus e decidiu seguir seu próprio caminho. Quis colocarse no lugar de Deus. A consequência desastrosa dessa escolha se manifesta nestes desequilíbrios e aberrações todas que vemos em nosso tempo. Ao abandonar a vontade de Deus o ser humano segue os próprios impulsos de seu coração que são sempre egoístas e excludentes. Não há realização plena do ser humano longe da vontade de Deus. P: São muitas as expectativas do Povo de Deus em relação, principalmente de informa-

ções de ser o senhor um evangelizador de ir ao encontro das comunidades. Quais são as suas expectativas para a Arquidiocese de São Luís? Dom José Carlos: Deus me envia como Bispo para servir a Igreja em São Luís do Maranhão. A escolha não foi minha foi um chamado da Igreja que acolhi com humildade e simplicidade de coração. Minha primeira expectativa é encontrar oportunidades que me levem a conhecer a caminhada de Igreja que acontece já a tantos séculos aqui. Venho para somar com o clero e o Povo de Deus na Arquidiocese de São Luís do Maranhão. P: Como a Igreja Católica vê muitas práticas que atentam contra a dignidade humana como: prostituição, trabalho escravo, narcotráfico e a corrupção deslavada nos mais diversos segmentos públicos? Dom José Carlos: A Igreja vê com muito pesar e tristeza todas estas práticas que atentam contra a vida e seu pleno desenvolvimento. Tudo é fruto da ganância de uns poucos que exploram o suor e o cansaço de tantos outros, que são deixados à margem dos lucros e muitas vezes dos benefícios do progresso.

Eletricista morto no Tribunal de Justiça trabalharia sem segurança A morte do eletricista Ranonere Oliveira Brito, ocorrida ontem (10), no prédio do Tribunal de Justiça do Maranhão, quando ele trabalhava numa

caixa de instalações elétricas, deverá completar os seis casos em investigação, pelo Ministério do Trabalho, em São Luis, pois a morte do eletricista chama,

mais uma vez, a atenção para a falta de segurança no trabalho. Até agora, não foi divulgado o laudo pericial que possa apontar as reais circuns-

tâncias em que o jovem de 23 anos morreu. Mas, só em São Luís, o Ministério do Trabalho e Emprego investiga cinco casos parecidos: trabalhadores mortos por descar-

ga elétrica. O que se supõe é que o eletricista Ranonere Oliveira Brito trabalhava no Tribunal de Justiça do Maranhão sem a segurança de trabalho.

Proibição do celular em bancos ainda será debatida Um projeto de lei, de autoria do deputado estadual Rigo Teles (PV), que proíbe o uso de celular no interior de agências bancárias do Maranhão, passará, ainda, por várias discussões na Assembleia Legislativa do Maranhão. Ainda como um projeto, o assunto criou polêmica, com opiniões contra e a favor da lei. De acordo com a proposta, ficará proíbido usar o aparelho celular dentro das agências, seja para chamadas de voz, mensagens ou acesso a internet. A utilização só será permitida em casos de emergência ou se for autorizado pelo funcionário responsável. O objetivo principal da lei é diminuir ou evitar a ocorrência de assaltos e das famosas "saidinhas" bancárias. "Antigamente, essas ações criminosas eram feitas por uma só pessoa, que dentro

da agência observava a vítima e a acompanha até o lado de fora da agência, quando anunciava o assaltou ou roubava o dinheiro. Atualmente, isso é feito pelo celular. Quem está monitorando as prováveis vítimas dentro do banco passa todas as informações e características da pessoa para o comparsa que está do lado de fora, aguardando para fazer a abordagem", justifica o deputado. Rigo Teles, no entanto, ressalta que muito do bojo da lei ainda deve ser debatido em comissões e no plenário da Assembleia. "Serão feitos vários debates sobre esse projeto de lei, para discutir o que ela pode trazer de melhoria. Se tiver que modificar alguma coisa, se modifica. O importante é oferecer mais segurança para quem necessita fazer operações bancárias", completa.

OUTRAS CIDADES - Para quem está em São Luís ou Imperatriz, por exemplo, a proibição já está valendo. Em Imperatriz, uma lei semelhante foi aprovada pela Câmara de Vereadores em outubro do ano passado. A lei municipal prevê, no caso do cliente utilizar o celular indevidamente, o recolhimento do telefone celular durante a sua permanência na agência. As instituições financeiras terão que colocar placas em locais visíveis com informações sobre a proibição. Se descumprirem a lei, as agências estarão sujeitas à multa. Em São Luís, a Lei nº 5.432/2011, de autoria do exvereador Lourival Mendes (PT do B), foi sancionada pelo prefeito de São Luís, João Castelo, no início do mês. Além de proibir clientes, a lei municipal estende o veto aos fun-

O projeto de lei do deputado Rigo Teles divide opiniões e ainda será bastante discutido na AL cionários das instituições fi- cionais. Já a fiscalização, no nanceiras, que deverão utili- caso da capital maranhense, zar apenas telefones conven- cabe às agências bancárias.


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