Introdução
Em todas as áreas, é uma crítica comum (e pertinente) que, via de regra, os conteúdos ministrados em boa parte das disciplinas, em um determinado curso, o são fora de contexto, de forma que os estudantes terminam por não entender qual a finalidade do que é ministrado e, pior ainda, mesmo quando aprovados com “boas notas”, não conseguem, posteriormente, aplicar os conhecimentos adquiridos em determinadas disciplinas às necessidades de sua vida profissional. Assim, após cursar várias disciplinas de cálculo, física e química, muitas vezes o estudante das Engenharias termina por não estabelecer “links” entre os conteúdos que aprendeu e os conhecimentos específicos de outras disciplinas da parte profissional do seu curso, e, por consequência, com sua vida profissional. Os conteúdos das disciplinas básicas são ministrados de forma descoordenada (em relação às disciplinas profissionalizantes), tendo‑se a vaga expectativa de que “mais adiante” o aluno terminará por estabelecer, por si próprio, os “links” necessários. Tal fato, porém, raras vezes se verifica, restando apenas, ao estudante das Engenharias, a sensação de que desperdiçou tempo ao cursar as disciplinas básicas. Além disso, os conteúdos descontextualizados acabam, com frequência, mascarando currículos mal elaborados, “desantenados” das reais necessidades, em termos de conhecimentos básicos, dos cursos de Engenharia.