Filosofia e Educação no Emílio de Rousseau: o papel do educador como governante

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Considerações Introdutórias O É m ile de Rousseau e a Impor tância de Estudar os Clássicos Claudio A. Dalbosco

O

livro que o leitor tem em mãos é resultado de um comentário coletivo sobre o Emílio ou da educação1 do pensador, escritor, músico e pedagogo suíço-francês Jean-Jacques Rousseau. O trabalho e a energia despendidos neste projeto assentam-se na convicção de que a formação consistente de novas gerações e, por conseguinte, a elevação cultural e moral da humanidade dependem muito do diálogo com a tradição cultural passada, de modo especial, com as obras de autores clássicos. A ênfase dada à relação entre filosofia e educação e, fundamentalmente, ao papel do educador como governante, adotando-os como fio condutor dos diversos ensaios reunidos nesta coletânea, deve-se também à certeza de que o filósofo educador e, especificamente, o professor como educador desempenham papel insubstituível na formação das novas gerações. No entanto, esse otimismo, para que não seja demasiadamente ingênuo, precisa levar em consideração, além das condições socioeconômico-culturais, também as dificuldades e os desafios de natureza estritamente pedagógica, que envolvem o trabalho do educador. Ora, o Emílio de Rousseau, talvez mais que qualquer outra obra clássica da história da pedagogia, cala fundo nas dificuldades e nos desafios inerentes ao tra­balho filosófico-pedagógico de formação de novas gerações. Por isso, faz‑se necessário, em caráter

1. Doravante também abreviado como Émile.


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