15 motivos para "ficar de olho" na televisão
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Prefácio
É
bem conhecida a lenda medieval do flautista de Hamelin. Seduzidas pelos sons maravilhosos de sua música, todas as crianças da cidade de Hamelin seguiram, hipnotizadas, os passos do misterioso músico— e desapareceram para sem pre. “Como po de rí a mos des con fi ar da que le flautista?”, lamentavam as mães, aflitas. “Ele tocava músicas tão bonitas! As crianças gostavam tanto de ouvi-lo”... Hoje em dia, há um sortilégio que conjuga sons e imagens em movimento. Esses sons e imagens fascinam grandes e pequenos e produzem efeitos que, ao ver de numerosos pesquisadores e estudiosos, podem bem ser devastadores. Como na antiga lenda germânica, boa parte dos pais se mostra indiferente (ou demasiado tolerante) em relação aos efeitos que a má televisão é capaz de produzir na mente e no comportamento dos filhos. Confiam à babá eletrônica a tarefa de entreter as crianças, o mais das vezes sem qualquer preocupação com a natureza das mensagens embutidas na programação e com as conseqüências dessas mensagens, reiteradas ad nauseam nas cabecinhas do público infanto-juvenil. Humorismo chulo, sordidez, linguajar de sarjeta, cenas degradantes, violência, brutalidade, incesto, desmoralização da família, obscenidades e outros componentes desse verdadeiro lixo televisual invadem escancaradamente a intimidade do lar a qualquer hora do dia ou da noite. As crianças estão atentas. Estão vendo, estão ouvindo. Estão aprendendo, nessa “escola paralela” às avessas, que molda valores, atitudes, filosofias de vida, condutas em