novo mundo - visões através da bienal iberoamericana de diseño. 2008-2016

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Tomando os céus de assalto ateliermob Design Expositivo

colonial de Portugal acolhendo o Jardim Colonial (1914), o Museu Agrícola Colonial (1916) e a secção colonial da Exposição do Mundo Português (1940). Permitimo-nos aventar que, os últimos — cinquenta anos, foram os anos em que o O ponto de partida era um Palácio menos mudou. Com uma fortíssima sistema de equações com presença de referências colonialistas e demasiadas variáveis. num estado de leda manutenção, importava Tratava-se de desenhar que a presença das exposições do MUDE uma exposição de diferentes deixasse uma marca na reabilitação dos obras selecionadas nas cinco edições da seus interiores. Nesse sentido, ainda sem Bienal Iberoamericana de Diseño até 2016, projeto, propõem-se pintar de branco as capaz de conter um número indeterminado de trabalhos com os mais diversos suportes, paredes das salas expostas a norte como forma de alterar a reflexão da luz natural e cuja lista só ficaria fechada nos últimos e refazer o sistema de iluminação artificial momentos; preparar o espaço do Palácio de todas para uma solução genérica dos Condes da Calheta para acolher apoiada numa substrutura de perfis três exposições do MUDE, servindo a sua metálicos, que não ficasse dependente primeira exposição como desbloqueador da reflexão no teto trabalhado. de um contexto espacial solidificado em A lista de trabalhos possíveis a expor torno de uma ideia de passado colonial; e, era diverso, mas tinha pontos em que como escreveu a diretora do MUDE Bárbara se cruzavam. De uma certa forma, havia Coutinho no jornal da exposição que acompanhava a exposição, “mostrar o design um tronco comum, humanista, que podia derivar para o ativismo e a agitação ou como verbo (como prática e compromisso) e para uma simples resposta pragmática ouvir as convicções, intenções, expectativas para uma dificuldade específica e o desafio e metodologias de cada autor”. lançado pela curadoria era o de procurar Comecemos pelo palácio. se privilegiar o pensamento, a palavra e o O Palácio dos Condes da Calheta processo valorizando-se a responsabilidade é um edifício de arquitetura residencial, ética e o posicionamento político de cada estilo barroco, construído no século XVII, designer – mais do que o seu produto final. provavelmente por iniciativa de D. João Cem anos passados da Revolução Gonçalves da Câmara – 4º conde da Calheta. Bolchevique de 1917, recolocava-se a De linhas austeras e fortes, com espaços questão do design como uma prática interiores amplos e comunicantes, lambril profissional estrutural ao serviço do de azulejo em quase todas as salas e pépresente, desde os contextos de luta e de direitos generosos. Já na posse da coroa, emancipação coletiva ao objeto singular. este palácio acolheu diversos serviços Muitos dos projetos eram descritos a partir públicos. Reconstruído após o Terramoto da alteração dos meios de produção e das de 1755 consta que ali se terão realizado respetivas relações de trabalho, outros alguns dos interrogatórios do processo posicionavam-se como atores de subversão dos Távoras. No século passado este e contestação ao poder vigente e outros edifício e os seus jardins passam a ser procuravam apontar o caminho para um equipamento público central na uma sociedade mais justa e igualitária. propaganda e glorificação da estratégia

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Introduzir neste sistema de equações o construtivismo soviético, permitiu começar a desbloquear a resolução das variáveis. Foi sobretudo a partir das artes gráficas e dos cartazes de agitprop que provém o elemento que ajuda a desenhar grande parte do espaço interior: a linha oblíqua que, transformada para o plano volumétrico, se traduz numa rampa. São inúmeros os cartazes em que a linha oblíqua se repete como o caminho difícil do operário, o terreno do camponês ou o muro do soldado. As rampas, resultados da construção de vários prismas triangulares de diferentes escalas, passam a ser o elemento que define e marca o espaço na maioria das salas, muito além das paredes existentes. Dependendo do seu ângulo, as rampas podem ser usadas como paredes na qual são colados cartazes, podem ser uma plataforma para ler a exposição de um ponto mais alto ou descansar sentado a ver um dos vídeos dos autores, ao mesmo tempo que o seu perfil altera definitivamente a perceção que se tem do espaço. Nas salas mais carregadas de informação ou com maior presença de elementos expositivos não temporários optou-se por uma solução infestante com elementos construtivos brancos num contexto em que paredes, mobiliário e exposição solar a sul determinavam um ambiente ocre de diferentes tonalidades. Novo Mundo – Visões através da Bienal Iberoamericana de Diseño 20082016 é uma exposição que procura olhar o design além da sua pele. Trata-se de o que pensam os seus autores e os seus contextos. A solução expositiva procura sugerir uma plataforma para que tomem os céus de assalto. —

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Asaltando el cielo ateliermob Diseño Expositivo — El punto de partida era un sistema de ecuaciones con demasiadas variables. Se trataba de diseñar una exposición de diferentes obras seleccionadas de las cinco ediciones de la Bienal Iberoamericana de Diseño hasta 2016, con capacidad para contener un número indeterminado de trabajos con los más variados formatos, y cuya lista solo estaría cerrada en el último momento; preparar el espacio del Palácio dos Condes da Calheta para acoger tres exposiciones del MUDE (Museu do Design e da Moda de Lisboa), sirviendo su primera exposición como desencallador de un contexto espacial solidificado entorno a una idea de pasado colonial; y, como escribió la directora del MUDE Bárbara Coutinho en el diario de la exposición que acompañaba la exposición, “mostrar el diseño como verbo (como práctica y compromiso) y oír las convicciones, intenciones, expectativas y metodologías de cada autor”. Comencemos por el palacio El Palácio dos Condes da Calheta es un edificio de arquitectura residencial, de estilo barroco, construido en el siglo XVII, probablemente por iniciativa de D. João Gonçalves da Câmara – 4º conde de la Calheta. De líneas austeras y fuertes, con espacios interiores amplios y comunicantes, zócalo de azulejo en casi todas las salas y techos generosamente altos. Ya en pose de la corona, este palacio acogió varios servicios públicos. Reconstruido después del Terremoto de 1755, consta que allí se habrían realizado algunos de los interrogatorios del proceso de los Távoras. En el siglo pasado este edificio y sus jardines pasaron a ser un equipamiento público central para la

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propaganda y glorificación de la estrategia colonial de Portugal, acogiendo el Jardim Colonial (1914), el Museu Agrícola Colonial (1916) y la sección colonial de la Exposição do Mundo Português (1940). Nos permitimos aventurar que los últimos cincuenta años fueron aquellos en que el Palacio menos cambió. Con una fortísima presencia de referencias colonialistas y en un estado de leda manutención, era importante que la presencia de las exposiciones del MUDE dejase una marca en la rehabilitación de sus interiores. En ese sentido, aún sin proyecto, se proponen pintar de blanco las paredes de las salas del lado norte como forma de alterar el reflejo de la luz natural, y rehacer el sistema de iluminación artificial de todas ellas para una solución genérica apoyada en una estructura de perfiles metálicos, que no dependiese del reflejo en el techo trabajado. La lista de trabajos posibles en exposición era diversa, pero había puntos en que se cruzaban. De una cierta forma, había un tronco común, humanista, que podía derivar para el activismo y la agitación, o para una simple y pragmática respuesta para una dificultad específica; el desafío lanzado por la curaduría era de procurar privilegiar el pensamiento, la palabra y el proceso, poniéndose en valor la responsabilidad ética y el posicionamiento político de cada diseñador – más que su producto final. Pasados cien años de la Revolución Bolchevique de 1917, se levantaba la cuestión del diseño como una práctica profesional estructural al servicio del presente, desde los contextos de lucha y de emancipación colectiva, al objeto singular. Muchos de los proyectos eran descritos a partir de la alteración de los medios de producción y las respectivas relaciones de trabajo, otros se posicionaban como actores de

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subversión y contestación al poder vigente, mientras otros intentaban apuntar el camino para una sociedad más justa e igualitaria. Introducir en este sistema de ecuaciones el constructivismo soviético, permitió comenzar a desbloquear la resolución de las variables. Fue sobre todo a partir del arte gráfico y los carteles de agitprop, que surgió el elemento que ayudó a diseñar gran parte del espacio interior: la línea oblicua que, transformada para el plano volumétrico, se traduce en una rampa. Son innúmeros los carteles en que la línea oblicua se repite como el camino difícil del obrero, el terreno del campesino o el muro del soldado. Las rampas, resultado de la construcción de varios prismas triangulares de diferentes escalas, pasan a ser el elemento que define y marca el espacio la mayoría de las salas, más allá de las paredes existentes. Dependiendo de su ángulo, las rampas pueden ser usadas como paredes en las cuales son colados los carteles, pueden ser una plataforma para leer la exposición desde un punto más alto o descansar sentado para ver uno de los videos de los autores, al mismo tiempo que su perfil altera definitivamente la percepción que se tiene del espacio. En las salas más cargadas de información o con mayor presencia de elementos expositivos no temporales, se optó por una solución infestante con elementos constructivos blancos en un contexto en que paredes, mobiliario y exposición solar de sur, determinaban un ambiente ocre de diferentes tonalidades. Novo Mundo. Visões através da Bienal Iberoamericana de Diseño 2008-2016 es una exposición que intenta mirar el diseño más allá de su piel. Trata de qué piensan sus autores y de sus contextos. La solución expositiva busca sugerir una plataforma para un asalto a los cielos. —


Hijacking the skies ateliermob Exhibition Design — The starting point was a system of equations with too many variables. We wanted to design an exhibition composed by different works selected in the five editions of the Bienal Iberoamericana de Diseño until 2016, containing an unspecified number of works with the most diverse supports and whose list would only be closed at the last moment. Also, prepare the space of the Palácio dos Condes da Calheta to host three exhibitions of MUDE, serving the first one as an unblocker of a space context solidified around an idea of colonial past. Furthermore, as the Director of MUDE Bárbara Coutinho wrote in the exhibition newspaper, “to show design as a verb (as a practice and commitment) and to listen to the convictions, intentions, expectations and methodologies of each author”. Let’s start with the palace. The Palácio dos Condes da Calheta is a residential architecture baroque building, built in the 17th century probably on the initiative of João Gonçalves da Câmara, 4th Count of Calheta. With austere and marked lines, generous interior communicating spaces, panel tiles in almost all the chambers and generously high ceilings. Already in possession of the crown, this palace hosted several public services. Reconstructed after the 1755’s Earthquake, it is said that some of the cross-examinations of the Távoras’ process took place in there. In the last century, this building and its gardens became paramount public equipment in the propaganda and glorification of the Portuguese Colonial Strategy, hosting the Colonial Garden (1914), the Colonial Agriculture Museum (1916) and the colonial section of the Exhibition of the Portuguese World (1940).

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We believe that the last fifty years was the period the palace has had fewer changes. With a strong presence of colonialist references and in a state of placid maintenance, it was vital that the exhibitions held by MUDE would let a mark of rehabilitation in its interiors. In this sense, still without a project, we decided to paint in white the walls of the North rooms, as a way to alter the reflection of natural light, and re-make their artificial lighting system into a generic solution supported by a substructure of metallic profiles, independent from the working ceilings. The list of the possible works to display was extensive, although with intersected points. Somehow, there was a general, humanistic stem, which could lead to activism and agitation or a simple pragmatic response to a specific difficulty. Also, the challenge posed by the curatorship was to privilege the thought, the word and the process, valuing the ethical responsibility and political positioning of each designer – rather than their final product. One hundred years after the Bolshevik Revolution of 1917, we raised the question of design as a structural professional practice at the service of the present, from the context of fight and collective emancipation to the unique object. Many of the projects were described as a result of a change in the means of production and respective labor relations, others were positioned as subversion and contestation actors to the existing power, while yet others sought to point out the way to a fair and egalitarian society. To introduce the Soviet constructivism in this system of equations allowed starting unblocking the resolution of variables. The element that helps to draw much of the interior space stems mostly from the graphic arts and agit-prop posters: the oblique line which, transformed to the volumetric plane, is translated into a ramp. There are


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innumerable posters in which the diagonal line repeats itself as the hard path of the laborer, the land of the peasant or the soldier’s wall. The ramps, result of the construction of several triangular prisms of different scales, thus become the defining element that marks the space in most rooms, far beyond the existing walls. Depending on the angle, the ramps may be used as walls, on which posters are glued, platform to read the exhibition from a higher point of view, or to sit back and watch one of the authors’ videos, simultaneously changing the perception of the space. In the rooms with more information or with the presence of non-temporary exhibition elements, we opted for an infested solution with white constructive components in a context where walls, furniture and South sun exposure determined an ochre environment of different shades. Novo Mundo – Visões através da Bienal Iberoamericana de Diseño 2008-2016 is an exhibition that urges to see design beyond its skin. It is a matter of what their authors and contexts think. The exhibition solution seeks to suggest a platform for them to hijack the skies. —

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PLANTA | PLAN Piso 0 | Planta 0 | Floor 0 Piso 1 | Planta 1 | Floor 1


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Sala 07


SALA 03 | ROOM 03 Planta de teto | Planta de techo | Ceiling plan Alรงado | Alzado | Elevation Planta Mรณdulos | Planta Mรณdulos | Modules Plan

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MÓDULO | MÓDULO | MODULE Alçado | Alzado | Elevation Alçado Lateral | Alzado Lateral | Side Elevation Planta | Planta | Plan Corte | Sección | Section Plan Axonometria Módulo | Axonometría Módulo | Module Axonometry

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SALA 04 | ROOM 03 Planta de teto | Planta de techo | Ceiling plan Alçado | Alzado | Elevation Planta Módulo com objetos | Planta Módulo con objetos | Module Plan with objects Planta Módulo com iluminação | Planta Módulo con iluminación | Module Plan with lighting Axonometria | Axonometría | Axonometry

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SALA 07 | ROOM 07 Planta com objetos e marcação de pavimento | Planta con objetos e marcación de pavimento | Plan with objects and floor delimitation

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Sala / Sala / Room 3


Sala / Sala / Room 5

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Sala / Sala / Room 1


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