

Editorial
Neste mês de fevereiro buscamos alertar e conscientizar as pessoas sobre o câncer que mais acomete crianças e adolescentes: a leucemia.
Só no ano de 2022 foram diagnosticados 196 novos casos de câncer no Centro Pediátrico do Câncer. Destes, 81 eram leucemia.
De acordo com os últimos dados divulgados pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer) em 2023, estima-se um número de 7.930 novos casos de câncer infantojuvenil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, no Brasil. Isso corresponde a um risco estimado de 134,81 casos por milhão de crianças e adolescentes.
O câncer infantojuvenil, diferentemente do adulto, não tem forma de prevenção, por isso a atenção dos familiares, professores e todos que têm contato direto com crianças e adolescentes é essencial para perceber os sinais e sintomas, que podem ser facilmente confundidos com as doenças comuns da infância. Quando descoberto precocemente, o câncer tem até 80% de chances de cura nos países desenvolvidos e 70% nos países em desenvolvimento.



A campanha do Fevereiro Laranja busca conscientizar e alertar a população sobre a Leucemia, câncer mais frequente no público infantojuvenil, que compromete os leucócitos (glóbulos brancos), responsáveis pelas defesas do corpo. Esta iniciativa também trata dos sinais e sintomas, tratamento e muito mais.


A leucemia é o câncer que tem origem na medula óssea, onde são produzidas as células do sangue. Da medula, células leucêmicas atingem o sangue e, a partir dele, infiltram os gânglios linfáticos, o baço, o fígado, o sistema nervoso central, os testículos e outros órgãos. A medula óssea é o tecido que fica no interior dos ossos (o tutano) e onde todas as células do sangue (glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas) são produzidas. A medula é composta de células-tronco do sangue, também chamadas de células hematopoiéticas, células gordurosas e tecidos que ajudam no crescimento e amadurecimento das células sanguíneas.

Quando as células-tronco do sangue se dividem, elas dão origem a uma nova célula-tronco e a uma célula primitiva que vai dar origem a células maduras como os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas, que atuam na coagulação do sangue. Quando uma criança desenvolve leucemia, essas células se tornam anormais, não realizando suas funções e se multiplicam rapidamente, tomando o lugar das células saudáveis na medula e no sangue.
Há dois tipos principais de leucemias, dependendo do tipo de célula-tronco em que têm origem.
As células-tronco linfoides normais produzem diferentes tipos de glóbulos brancos para combater infecções. Na leucemia linfocítica (ou linfoide), elas não apenas proliferam demais, como também não conseguem lutar contra infecções. Já as células-tronco mieloides produzem diferentes células do sangue, tanto glóbulos vermelhos como brancos. Na leucemia mieloide, um glóbulo branco imaturo, chamado mieloblasto, torna-se canceroso e passa a se multiplicar rapidamente, tomando o lugar das células saudáveis. As formas agudas representam praticamente 95% de todos os tipos de leucemia na infância (75% são leucemia linfoide aguda e 20% leucemia mieloide aguda).
As formas crônicas representam apenas 5% de todos os casos de leucemia na infância e são todas do tipo leucemia mieloide crônica.
Com o propósito de conscientizar a população sobre o câncer e também de homenagear os pacientes oncológicos, a Associação Peter Pan se uniu à Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), abraçando uma das principais datas do ano relacionada ao câncer, o dia 4 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer, por meio da campanha Vá de Lenço.

Neste dia que é tão especial, convidamos pacientes, população, profissionais de saúde e todos que apoiam essa causa para postarem fotos usando um lenço, marcando a hashtag #vádelenço e compartilhando a iniciativa.

Muitas vezes, a leucemia não apresenta sintomas em seus estágios iniciais e, mesmo mais tarde, esses sintomas podem variar de uma criança para outra. Os sinais mais frequentes da doença é febre, sangramentos pelo nariz e nas gengivas, manchas roxas e hematomas, dores ósseas, fraqueza e cansaço, perda de apetite, caroços na virilha, nas axilas ou no pescoço, entre outros.

Os exames para realizar o diagnóstico de uma leucemia de forma precisa são: hemograma (estudo do sangue periférico, coletado na veia), mielograma (estudo do sangue coletado na medula óssea) e cariótipo.
Outros exames podem ser realizados de forma complementar, tais como: raio x do tórax, ultrassonografias, tomografias e até ressonância magnética, dependendo do caso.

Confira alguns depoimentos de pacientes que foram assistidos pela Associação Peter Pan e que estão curados.

Bruna dos Santos - 27 anos
“No ano de 2000 fui diagnosticada com Leucemia Linfocítica Aguda (LLA). Tive muito medo e agradeço à minha mãe, Dona Santinha, por ter ficado sempre ao meu lado. Durante o tratamento tive muitas dificuldades e intercorrências, mas recebi muito apoio e carinho da Associação Peter Pan e da minha família. Eu venci o câncer!”
Gabriel Bezerra - 21 anos
“Não existe lugar mais capacitado para cuidar e abraçar a dor do outro do que a Associação Peter Pan. Fui diagnosticado em 2012 com Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) e, mesmo com medo e sem entender direito o que estava acontecendo, recebi muito amor da minha mãe e apoio de todos da APP. Foram anos de tratamento, mas saí vitorioso da maior de todas as batalhas!”
Shirley Neres - 24 anos
“Fui diagnosticada aos 4 anos de idade com Leucemia (LLA). Na época, eu morava em Barrinha, interior do Ceará, distante 433,4 km da capital. Todos na família ficaram assustados, pois a doença era desconhecida e muitos achavam que não havia cura. Mesmo com tantas dificuldades, a assistência que recebi da Associação Peter Pan foi fundamental e hoje posso realizar um dos maiores sonhos da minha vida: ser mãe!”
O transplante de medula óssea é um dos tratamentos propostos para alguns dos casos de Leucemia. O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente ou transplante alogênico, quando a medula vem de um doador. Nesses casos, o transplante é complementar aos tratamentos convencionais da doença.
O doador passa por um teste específico de compatibilidade, onde é analisado a amostra de sangue do receptor e doador, para que seja verificada a compatibilidade e evitar a rejeição pelo receptor. Depois disso, o doador passa por um procedimento feito em centro cirúrgico, onde são realizadas múltiplas punções com agulhas nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula, não causando assim qualquer comprometimento à saúde do doador.
Posteriormente, o paciente passa por um tratamento que ataca as suas células doentes e destrói a própria medula, fazendo com que ele esteja apto para receber a medula sadia.


A versão destinada aos profissionais de saúde disponibiliza acesso a inúmeras informações referentes ao câncer infantojuvenil, como: sinais e sintomas, tipos de câncer, tratamento e muito mais.
Os Médicos do Programa Saúde da Família tem maior suporte para identificar a doença, tirar suas principais dúvidas e acesso a um chat online com plantonistas da oncologia pediátrica.

Com o aplicativo o usuário tem acesso a todos os hospitais de oncologia pediátrica que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.
A versão para o público em geral disponibiliza informações importantíssimas como: o que é o câncer infantojuvenil, sinais e sintomas, tratamentos, cuidados com o paciente e muito mais.
Com o aplicativo, o usuário pode tirar suas principais dúvidas sobre a doença.
Com o objetivo de capacitar os profissionais da Atenção Básica de Saúde e os que convivem com o público infantojuvenil (pais, familiares e educadores), a Associação Peter Pan lançou, em 2022, seu primeiro curso de Ensino à Distância (EAD), intitulado Salvando Vidas I, focado no diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil.
Ao todo, são oito módulos que abordam políticas públicas, condutas que o profissional deve adotar mediante suspeita da doença, o fluxo a ser seguido e uso conjunto do APPonco, aplicativo criado pela Associação Peter Pan, importante ferramenta de informação, pesquisa e esclarecimento de dúvidas.


A campanha “Natal Solidário: Tirando Sonhos do Papel” foi um enorme sucesso! A ação contou com o amor e gesto solidário de toda sociedade, que adotou as cartinhas dos pacientes assistidos pela Associação Peter Pan, tornando reais os seus desejos de Natal.

“Eu ganhei exatamente a bota que pedi na minha cartinha de Natal. Do jeito que queria! Estou muito feliz, pois sempre foi um sonho meu ter essa bota, mas não tinha como comprar antes. “