Ano 7 • nº1181 Julho/2013 Pereiro
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
A luta das famílias agricultoras incide também na aquisição de água para produção Na localidade Mão Direita, no município de Potiretama, na região Vale do Jaguaribe, no Ceará reside dona Maria da Saúde Filha e seu Adauto José do Nascimento, casados há mais de trinta anos. Quando solteiro, seu Adauto trabalhava como vaqueiro, ofício visto pelo mesmo como insuficiente para garantir a renda familiar depois de casado. “Fui para a agricultura porque acreditava que era melhor para garantir a alimentação da minha família”, conta seu Adauto, ao explicar que depois que passou a exercer a atividade, sempre plantou feijão, milho, algodão, arroz, mandioca e até cana-de-açúcar. Mas, como ele mesmo afirma, “os produtos da agricultura tem ano que é mais valorizados, tem ano que não. Quando se tem muito que vai vender para o atravessador fica por um preço mais baixo”. A família comenta que o problema se agrava devido à produção de sequeiro ser possível somente em período de chuva, já que não dispõem de água suficiente para manter uma plantação durante todo o ano. Foi diante disso, e pela falta de terra que seu Adauto e dona Saúde almejaram ter sua plantação mesmo que pequena, no quintal de casa, também em períodos de estiagem. “Comecei a trabalhar em casa, fiz um canteiro de cheiro verde, fiz mais outros e fui aumentando. A outra produção continua nas terras arrendadas, duas partes ficam pra mim e as outras para o dono da terra”, conta o agricultor. Ao longo do trabalho dedicado ao patrão, seu Adauto conquistou uma área de dois hectares de terra, e é também nela que está plantando.