Seu José, as cabras, os bodes e as sementes

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Ano 8 • nº 1847 Novembro/2014 Pajeú do Piauí Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Seu José, as cabras, os bodes e as sementes Pajeú do Piauí, a 400 quilômetros da capital, Teresina, é mais uma daquelas cidades do interior onde a gente tem a sensação de que a vida passa bem devagar. Uma tranqüilidade, que todos os cerca de 3.500 moradores parecem ter orgulho. Por lá, as pessoas ainda cultivam o velho costume de conversar com os vizinhos sentados em frente a porta de casa; o comércio ainda fecha para o almoço; todos se conhecem e não deixam de dar um bom dia, boa tarde, boa noite. Estamos em novembro. As primeiras chuvas já chegaram. As cisternas, as barragens e barreiros estão cheios. A caatinga se transformou e a seca deu lugar a um verde de encher os olhos. As roças já estão aradas. Passando pelas estradas vicinais do município é fácil encontrar homens e mulheres já capinando suas roças. Agricultores e agricultoras prevêem um bom inverno. A esperança é que em dezembro a água que cai do céu venha sem falta. Estamos na casa de seu José dos Passos Amorim, em Alto das Porteiras, a apenas três quilômetros da cidade. Casa humilde de pessoas simples, mas de um coração enorme. Casado desde 1996 com dona Isabel Marinho Amorim e pai de três filhos, como muitos que moram nesse semiárido, seu Zé, como e conhecido, tem uma vida típica de um agricultor. Ele cria cerca de 60 cabeças de caprinos, entre bodes e cabras. “Tenho essas criações como um fonte de renda. Muitas vezes vendo, muitas eu mato para comer a carne. Só de não precisar comprar carne, já é um dinheiro que sobra no bolso”, diz.


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