"Estou vendo nossa qualidade de vida melhor, bem diferente. São marcas boas

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Ano 8 • nº 1853 Janeiro/2015

Riachão do Jacuípe Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

“Já estou vendo nossa qualidade de vida melhor, diferente, são marcas boas” Dona Izabel dos Santos Lima há muitos anos viveu na comunidade de Mandassaia II, município de Riachão do Jacuípe, semiárido baiano, onde fixou suas raízes. Ali criou seus 11 filhos vendendo saborosos doces e bolos feitos por ela mesma. Anos mais tarde seus quitutes serviram de grande referência para o nome da marca “Quitutes Dona Izabel” do Grupo de Produção das Mulheres de Mandassaia II, formado por mulheres da comunidade, inclusive por duas de suas filhas. Uma delas, dona Maria Odelice de Lima Matos, casou-se com seu Delfino Maia de Matos e, com muita alegria, contam que ali tiveram e criaram seus três filhos, Everton, Tainá e Tailana. “Quando casei e tive os filhos não queria criar preso Na família Lima Matos todos somam saberes, se alimentam na cidade e, graças a Deus, criei aqui e acho que acertei, de sonhos possíveis e reproduzem esses sonhos. porque eles gostam muito daqui e trabalham pensando na zona rural”, relata dona Odelice orgulhosa dos filhos que seguiram a formação na área da agronomia e agropecuária e, desde pequenos, aprenderam com os pais a sempre ter fé, persistência, determinação e a nunca perder o amor à terra. Luta familiar Seu Delfino relata muitas das suas histórias de vida no campo. Uma delas é o seu amor às abelhas. Em sua propriedade, como apicultor, já chegou a comercializar duas vezes por ano, cerca de 200 litros de mel. Dentre outras, também conta a história da construção de sua cisterna, uma das primeiras do projeto P1+2 da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). “Passamos três meses cavando no braço e na terra dura”. Hoje, seu Delfino e dona Odelice dedicam seu tempo à associação de moradores, ao grupo de produção, a agricultura familiar e aos criatórios de animais diversificados. Além do mel, comercializam quiabos, hortaliças, feno, ovos, batata-doce, caxixe, abóbora, maxixe, cana-de-açúcar, laranja, pinha, mamão, coco. Mas, sem dúvida, o que levou o casal a conquistar seus sonhos foi o amor ao trabalho no campo e a união da família que enche de orgulho seus corações.

O trabalho com as abelhas traz muito orgulho para Seu Delfino

Tainá, assim como seus irmãos, desde muito pequena já sinalizava sua paixão pela terra onde nascera. Aos 7 anos ingressou no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e ali conheceu o projeto Baú de Leitura que desperta nos alunos o prazer pela leitura e o encantamento pelos livros. Com a iniciativa do projeto, aos 12 anos, Tainá participou do programa “Canal Aberto”, na TV Subaé, em Feira de Santana. "Contei o resgate da cultura da minha comunidade e naquele tempo era uma coisa histórica, porque ficava a pergunta de como uma filha de agricultor e agricultora conseguiu chegar aí?”, lembra.


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