Terra, água e disposição melhoram qualidade de vida de agricultora

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Ano 8 • nº1553 abril/2014 Canudos

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Terra, água e disposição melhoram qualidade de vida de agricultora Vamos contar neste Candeeiro a história que foi contada por uma única voz, a da própria autora, D. Lúcia Maria de Jesus, da comunidade de Raso, Canudos, Bahia. Quem é D. Lúcia, que tem Maria e Jesus no nome? É mulher sertaneja, mãe guerreira de dois filhos. Trabalha e emprega a coragem que tem na lida diária de viver na zona rural do Semiárido. A soma de várias conquistas tem transformado o seu modo de ver e viver no campo. Primeiro o querer. Depois o ter. E por fim o desfrutar, da terra, do conhecimento que se soma à água, à produção de alimentos, à criação de animais. Menos sofrimento. Menos tempo gasto com atividades que exigiam esforço físico, como carregar água por quilômetros de distância. D. Lúcia conta que a sua vida começou a mudar com a chegada de ações de Convivência com o Semiárido na sua comunidade, realizadas pela Articulação do Semiárido Brasileiro (Asa) e o Irpaa (Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada). Primeiro as cisternas. Depois a Assessoria Técnica e Extensão Rural - Ater para a Convivência com o Semiárido e, no meio disso tudo, a organização comunitária em defesa, principalmente, das áreas de Fundo de Pasto e de um jeito de viver no sertão. Os resultados que ela tem desfrutado vão além do que é simples. Hoje, ter a água na cisterna, alcançam uma ressignificação da terra que germina com as suas próprias experiências. Água na propriedade São três fontes de água na comunidade de D. Lúcia: duas destinadas para a dessedentação animal e produção de alimentos e a outra para consumo humano. Uma dessas f o n t e s é comunitária, um poço artesiano de água salobra, que funciona uma vez por semana, gestado pela Associação Agropastoril de Fundo de Pasto de Raso. A outra é de uso familiar, uma tecnologia bastante conhecida pelas famílias do campo, a cisterna-calçadão, onde cabem até 52 mil litros de água da chuva. E, por fim, a água utilizada para beber e cozinhar também é da chuva, captada através do telhado da casa e guardada em uma cisterna de 16 mil litros. A soma destas fontes de água tem garantido para D. Maria Lúcia e a famílias que moram nas redondezas, uma tranquilidade nos períodos de seca. Como ela mesma disse, estas tecnologias ao lado de casa “são a garantia do futuro”.


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