Ano 8 • nº1552 março/2014 Chorrochó
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Agricultora germina semente de mandacaru e aumenta produção de forragem no quintal de casa No período de longa estiagem no Semiárido brasileiro a vegetação da Caatinga perde suas folhas para economizar água. Com isto, a oferta de alimentos disponíveis no bioma diminui, prevalecendo os cactos. Até que as próximas chuvas cheguem, muitas famílias camponesas, que usam tradicionalmente a riqueza disponível no bioma para criar seus animais soltos nas áreas coletivas de fundo de pasto, utilizam o que guardaram de forragem no período verde (estoque) e/ou compram ração para complementar a alimentação das criações (cabras, ovelhas, galinha). Em uma situação como esta e sabendo que as longas estiagens sempre acontecerão, D. Iraci Orcelina dos Santos, mãe de três filhos e casada com seu Damásio Francisco Nascimento, transformou uma dificuldade em oportunidade. Moradora da comunidade de Rebolão, no município de Chorrochó - BA, ela vem aprendendo a usar o mandacaru nos períodos de longa estiagem a partir do seu estoque vivo no quintal de casa. “Não preciso ir para longe, nem enfrentar sol, nem terra quente para encontrar o mandacaru... vou tirar mandacaru no terreiro de casa, plantei para isso”, explica. Esta história começou em 2007, quando viveu um verão tendo que entrar na Caatinga para cortar e carregar mandacaru para alimentar a criação, ao mesmo tempo que tinha que se dedicar as atividades domésticas e cuidados com a filha com necessidade especial. A ideia foi plantar o mandacaru ao lado de casa, na terra da família, só que a partir da semente. E foi experimentando, que ela teve a certeza qual a maneira mais produtiva e menos penosa de plantar mandacaru, a germinação das sementes e o viveiro de mudas. Com um único fruto ela tem centenas de sementes que germinadas podem gerar centenas de pés de mandacaru. O plantio a partir dos troncos, cortados de um pé de mandacaru, não garante mais do que dez pés. Além das sementes