Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ela também é responsável por guardar os cadernos com as composições musicais do grupo, debaixo de sete chaves. “É que a gente participa de competições de Dramistas, aí a gente não quer que os outros grupos peguem as nossas músicas, né? A gente não é nem besta!” diz sorridente a artista. Dona Maria, que também faz parte do grupo, dispara sorrindo: “As músicas eram gravadas só no chip da cabeça”.
As Dramistas demonstram preocupação com o futuro do grupo. “É que a juventude não tá querendo participar. A gente tem medo que ninguém bote o grupo pra frente”, diz dona Fátima com o olhar perdido. Contando com apenas um pandeiro, tocado por seu Francisco Ciriato, de 74 anos, o grupo não desanima. “A gente vai continuar tentando trazer os jovens pra cá. A gente não pode desistir”, completou dona Fátima, com um largo sorriso.
Ano 8 • nº1689 Junho/2014 Aracati Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Agricultoras de Aroeiras cultivando Arte “Os olhos são os primeiros que anunciam o amor”
E m A r o e i r a s , a receptividade e o bom humor sopram pelos troncos das carnaúbas e cajueiros, como os famosos ventos do Aracati, onde a comunidade está localizada, a 27 km da sede do município. Cerca de cem famílias povoam a localidade, sendo a maioria composta por agricultoras e agricultores familiares, que plantam macaxeira, feijão, milho, mandioca e beneficiam produtos do caju.
‘Dan Na mçamos Olha úsica nos c Vira ndo es de cadompass ndo a o t em e palco moda s lind a ro da.. .’ Trexo do Bailado ‘As Bonequinhas’
Grupo de Dramistas de Aroeiras
Mulheres que lideram É nesse local que vivem as dramistas. Dona Eufrásia é a líder do grupo. Dos tempos em que lecionava aos tempos atuais, dona Eufrásia, hoje com 86 anos, traz muita história pra contar. Ela nasceu na comunidade Lagoa Escondida, que fica vizinha a comunidade Aroeiras. Por trinta anos, a professora aposentada lecionou em escolas municipais, e hoje não deixa de exercer duas atividades que tanto gosta: a agricultura e o drama. Sua casa é bem arejada, resultado dos enormes cajueiros, ateiras e mangueiras que nos convidam a armar uma rede e contemplar o canto dos passarinhos misturado ao ranger do antigo armador fincado no tronco da carnaúba. Nela a gente vê de tudo: o coentro, o pimentão e a cebolinha estão no canteiro; a manga, a ata, o mamão, o abacaxi e a acerola nos arredores da casa e o feijão, a melancia e o milho no roçado, ao redor da cisterna de enxurrada. Dona Eufrásia
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