Ano 8 nº 2059 Junho/2014
Manari Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
As tecnologias de convivência com o Semiárido trouxeram esperança de um futuro para toda a família Sob o sol forte cresceu Erasmo Sabino da Silva, 58 anos, agricultor. Desde criança, ajudava seu pai na lavoura e na criação de animais. A seca, a falta de dinheiro, e a dificuldade, sempre estiveram presentes em seu cotidiano. “Minha infância foi só trabalhar. Eu comecei a tanger boi com quatro anos de idade e a rabiscar arado com seis. Era tão pequeno que quando ia dar a volta nos bois, eu caia de lado, aí meu pai me levantava e continuava o trabalho”, lembra seu Erasmo. Já adulto seu Erasmo conheceu a dona Rosa Maria da Silva, com a qual veio a se casar. Com o passar do tempo, quase não havia mudança. Pelo contrário, as dificuldades pareciam se multiplicar. Após o casamento, Erasmo teve nove filhos, quatro mulheres e cinco homens, dos quais três nasceram com nanismo. Além disso, sua esposa, Rosa, foi diagnosticada com problemas cardíacos, o que agravou ainda mais a situação. Os jovens, Cícero, Fernando e José, que nasceram com a síndrome, também tinham uma saúde muito frágil. Com uma família grande, e necessitada de cuidados especiais, a vida de Erasmo não era fácil. “Todo mundo trabalhava na roça. Todo mundo saía pra buscar água na cabeça. Minha esposa mesmo doente ia buscar água, pra lavar roupa, cozinhar e beber. Meus filhos nasceram com a saúde muito fraca, com tudo se quebravam, mesmo assim, pela necessidade, eles sempre me ajudaram. Tudo era muito difícil”, disse emocionado. Em 2011, as coisas começaram a mudar. Através de um padre de Manari, Erasmo abriu os olhos para as tecnologias de convivência com o Semiárido – foi-lhe apresentado o Biodigestor. Essa tecnologia sustentável é de simples aplicação: dentro do aparelho, são jogados fezes de animais e restos de alimentos. Os detritos entram em decomposição pela ação de bactérias, que geram gás metano utilizado como combustível em fogões de cozinha. O que sobrar