Ano 8 • nº1525 Julho/2014 Miraíma
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Os sonhos e esperanças de uma família camponesa – A experiência de Ana Selma e Francisco José
“Teve uma melhora grande, por que a gente sabe de onde está vindo a merenda. Antes só era a merenda industrializada, e hoje não. As crianças têm o iogurte natural, já tem o ovo da galinha caipira, tem o leite, também”. As palavras de Ana Selma Teixeira Marques destacam as mudanças sociais ocorridas quando a agricultura familiar e a agroecologia são encaradas como possibilidades de desenvolvimento. Selma é agricultora e professora da rede infantil de ensino, vive com o marido, Francisco José Paiva Sousa, também agricultor, e com os três filhos, estudantes. A família, assim como alguns agricultores vizinhos, vendem parte de sua produção à prefeitura de Miraíma, para a utilização na merenda escolar, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Eles vivem no Assentamento Aragão, há 19 anos. Possuem a cisterna de 1ª Água há 10 anos e a de 2ª há um ano. O casal vende cheiro verde, frango, e iogurte, para a merenda escolar, e outras nove famílias da comunidade comercializam outros produtos da terra. Dona Selma fala com orgulho das mudanças ocorridas nas escolas, “a gente tinha só uma merenda, e hoje está com duas. Tem uma merenda na hora que chega, e uma no meio do dia. Eles (os estudantes) gostam bastante, no dia que é iogurte eles adoram!”. Francisco aproveitou a chegada do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e, juntamente com mais três agricultores da comunidade, participou das capacitações de pedreiros. “Fiz o curso direitinho. Ajudei a construir essas aqui e já fui pra Itapipoca, já trabalhei pra Cáritas lá no Pentecostes”. Ele já recebeu outros convites para construir mais cisternas, mas só poderá atender quando terminar a reforma das casas do assentamento, pois acabaram de receber recursos do Incra, para esse fim.