Ano 8 • nº1565 Junho/2014 São José do Sabugí
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Seu Heleno: uma história de luta e aprendizagem no Semiárido paraibano Heleno Bento de Oliveira, vive na comunidade Lagoa de Brejinho, no município de São José do Sabugí. Nasceu, se criou e formou sua família nesta comunidade tradicional, casado com Francisca Martir S. Oliveira (Dona Branca). Seu Heleno conta que Lagoa do Brejinho, é uma região que foi muito explorada na época do algodão. Apesar de existirem outras culturas, como milho, feijão, melancia e jerimum, as famílias viviam da cultura do algodão, com isso veio o desmatamento e, consequentemente, a aceleração do processo, tornando os solos inférteis. Por causa da dependência do algodão e o empobrecimento do solo, a seca da década de 80, ficou muito difícil, as poucas fontes que existiam secaram e a cultura do algodão enfraqueceu cada vez mais, até se acabar. Assim, as famílias foram procurando outras maneiras de sobrevivência. Devido às grandes estiagens que atingem o Semiárido paraibano, Heleno teve que entregar as terras arrendadas, procurando novas formas de melhorar a vida de sua família. Foi quando eu comecei a fazer um manejo rotativo. Plantar um ano em um local depois plantar em outro, ou seja, comecei a trabalhar com rotação de culturas, passei a usar menos o arado puxado a boi e comecei a proteger o solo, fazendo barramento com pedras para evitar a erosão, plantar em curva de nível, fazendo cobertura morta, cobertura vegetal e também passei a adubar o solo com o estrume do curral. Assim fui encontrando formas de superar as dificuldades, contou o agricultor. O que encontramos na casa de Seu Heleno e Dona Branca, é fruto do conhecimento baseado nas experiências diárias, observadas e praticadas no meio que nos cerca. Na sua propriedade a família luta para ter acesso a água, mobilizando esforços para implementar técnicas de convivência com o semiárido, buscando melhorar a forma de captação, manejo e o tratamento da água na sua propriedade. O agricultor construiu um reservatório para captar a água. Ele conta que fez a primeira “cisterninha” com capacidade de 7 mil litros de