Ano 8 • nº1926 Outubro/2014 Rio do Antônio
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Casa de farinha movimenta agricultores e agricultoras da comunidade Curral Velho As famílias do Semiárido têm valorizado a união e o bem estar coletivo e encontram na partilha uma forma de vencer as dificuldades enfrentadas dia a dia. É o que acontece na comunidade Curral Velho, localizada a 14 km da sede do município de Rio do Antônio, no sertão da Bahia. Nela, residem cerca de 70 famílias, que vêm se destacando, devido sua produção de farinha e derivados da mandioca. A estrutura da fábrica de farinha é simples, mas a atividade já acontece há 15 anos, através da Associação de Pequenos Agricultores do Curral Velho, que atualmente conta com 48 associados. No período da safra da mandioca, cerca de 40 pessoas se reúnem diariamente, na casa de farinha para o trabalho artesanal e tradicional de transformação da Homens e mulheres, sentados no chão, vão raspando mandioca em diversos produtos, que alimentam as raízes até ficarem bem brancas e limpas. diversas pessoas da região. O processo de produção da farinha de mandioca começa no plantio das manaíbas. Após essa etapa, e se o ano for “bom de chuva”, como dizem os agricultores, durante o período de um ano e meio, a mandioca está pronta para a colheita. Depois da colheita da raiz, a mandioca é levada direto da roça para a casa de farinha, onde é descascada e triturada. Logo após, é prensada para retirar o líquido. Em seguida, a massa é passada novamente pelo triturador, peneirada e torrada, então, a farinha estará pronta para o consumo. Na oficina, nada se perde, as cascas e bagaços são destinados para a alimentação dos animais. A farinha é um dos principais alimentos presentes na cultura brasileira, principalmente nas regiões norte e nordeste, onde há maior parte da produção nacional. Seu uso é muito difundida em todo país. O agricultor Natalino de Jesus Prates, um dos associados, destaca os benefícios que essa casa traz para as famílias da comunidade Curral Velho. “Se não tivesse essa casa de farinha, a gente não estava produzindo cerca de 10 a 14 sacos de farinha por dia. Todos da comunidade trabalham na produção da farinha, inclusive os que não são associados e até pessoas de outras comunidades”, destaca seu Natalino. As raízes são colocadas no triturador.