Ano 8 nº 1655 Agosto/2014 Caraúbas Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Um grupo de mulheres «Unidas para Vencer» Há 20 km da cidade de Caraúbas, no Rio Grande do Norte, um grupo de mulheres do Projeto de Assentamento Primeiro de Maio, composto por oito agricultoras, compartilha uma área produtiva de um hectare. Assessoradas pela Diaconia, Dona Luzimar, Vera Lúcia, Rita Alexandre, Maria Aparecida, Vanuzia Vieira, Ivanuzia do Nascimento, Antônia Damiana e Antônia Luzia, utilizam métodos agroecológicos para produzir coentro, cebola, alface, goiaba, couve, hortelã, mamão e plantas medicinais. O que no começo era apenas para o consumo das famílias, tornou-se uma boa fonte de renda. Agora, além de vender na própria comunidade para os vizinhos e amigos, os produtos são comercializados na feira agroecológica da cidade. Em dia de feira, elas viram à noite, organizando o material. Cada sábado, duas mulheres ficam responsáveis por ir a Caraúbas vender o que foi produzido coletivamente durante a semana. O dinheiro que ganham tem dado para custear despesas com luz, água e transporte, e ainda gerar uma renda extra para as famílias. “Para levar os produtos para a feira, a gente aluga um carro por R$ 50,00. Além disso, a gente ainda paga uma taxa para montar e manter a barraca; no final das contas, faz diferença no lucro. Mas, pelo menos o rapaz se dispõe a transportar os produtos”, relata a agricultora de 51 anos, Vera Lúcia Pereira. Do apurado da feira, elas ainda separaram uma pequena quantia em dinheiro para colocar no cofrinho do grupo, que funciona como uma reserva para pagar despesas com consertos e manutenção.
“Já tivemos muitas melhorias aqui. A maior dificuldade sempre foi a falta d’água. Até que conseguimos um poço que tem água suficiente para plantarmos nosso roçado”, conta a agricultora Antônia Damiana, que junto à outras mulheres vem buscando alternativas sustentáveis de manejo d’água para produção. Através do Projeto Semiá, desenvolvido pela Diaconia em parceria com a União Europeia e a agência de cooperação inglesa Tearfund, elas conseguiram implantar um sistema de irrigação por microaspersão, alternativa que possibilita uma maior economia de água, comparada a sistemas tradicionais.