Ano 8 • nº2066 Novembro/2014
Tabuleiro do Norte
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Plantar sementes, partilhar saberes... Pensar no futuro. Plantar. Cultivar. Conservar. Reflorestar. Essas são as palavras de ordem de Gilvan Sousa, de 30 anos, morador da comunidade de Tapuio, distante 18 km do centro de Tabuleiro do Norte (CE). Na casa, onde mora com sua mãe, dona Nilda de Sousa, Gilvan cultiva diversas plantas. O viveiro tem mudas frutíferas, ornamentais e, ainda, um pequeno espaço reservado exclusivamente para plantas da caatinga. “Mas tudo verdinho como está aqui só foi possível depois que chegou a cisterna de segunda água”, afirma. O tempo de espera entre um reservatório e outro foi pra lá de 15 anos. “Fomos umas das primeiras famílias a receber a cisterna de primeira água, e é dessa que a gente bebe. Mas a segunda cisterna eu que ajudei a construir. E foi muito trabalho, de sol a sol. Mas a felicidade de vê-la pronta, servindo para os animais e para as plantas, é muito grande e compensa todo o esforço e espera”, garante Gilvan. E como a vida melhorou, alegra-se o agricultor. “Antes, comprávamos uma carrada d'água por mês. Mal dava para nós, imagine para os bichos e para a plantação! Mesmo assim eu não deixava de plantar. Hoje, com a cisterna de enxurrada não tem nem como comparar. Se dividir 52 mil litros por ano, dá mais de 4 mil litros por mês, e se economizar num mês, ainda sobra para o outro!”, calcula. O agricultor também lembra que na comunidade todos se ajudam. “Os animais bebem da água, que também serve para as plantas. Aqui não tem mais carro pipa não. Se faltar água em algum canto, temos que ceder porque não se pode negar água para ninguém, todos são nossos irmãos. Quem necessitar, pode vim buscar água em nossa casa. Sei que também farão o mesmo com a gente, se precisarmos”. Depois que a cisterna de enxurrada chegou, em setembro de 2013, muita coisa mudou mesmo. “Já tínhamos algumas mudas plantadas, mas era pouco. Em outubro teve uma grande chuva e começamos a produzir feijão, milho, melancia, melão. Em dezembro já tirávamos jerimum para o nosso consumo. Logo depois, começamos a vender as verduras”, explica.