Ano 8 • nº2032 Abril/2014
Piritiba Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Paixão pela terra e reserva de água garantem produção diversificada Em Piritiba, na comunidade Andaraí, vive Genilton Santana Silva, conhecido como Porquinho, um agricultor apaixonado pela terra. Aprendeu com seus pais João Vieira e Adelzuita a trabalhar na agricultura. Mesmo não tendo terra, trabalhavam em fazendas, que o fazendeiro dava um pedacinho para a família plantar. Assim, produziam mamona, mandioca e feijão para consumir e vender. “A gente trabalhava no terreno dos outros e o que a gente colhia era da gente, mas quando chegava o tempo de plantar capim, a gente plantava pra ele (o dono do terreno); se ele ainda tivesse terra pra gente plantar, tudo bem, se não a gente ia procurar outro lugar”, relata Porquinho. Eram 5 irmãos e todos ajudavam nos trabalhos e também estudavam, porém, aos poucos todos deixaram de estudar para dedicar-se exclusivamente ao trabalho, pois dependiam disso para sobreviver. Com a primeira esposa, Genilton teve um filho – Genilson Fernandes –criado pela avó paterna e pelo pai, pois, após a separação, a mãe precisou migrar para Salvador em busca de trabalho quando o filho estava com 8 meses de vida. Hoje, ele tem 13 anos, ajuda o pai nos trabalhos da roça e estuda a 3ª série no próprio povoado onde mora. Porquinho constituiu uma nova família com Iolanda, viúva mãe e de 2 filhos – Orlânia e Clei. Todos moram na mesma casa e Orlânia agora tem uma filhinha pela qual Porquinho tem amor de avô. Iolanda não pode trabalhar na roça constantemente por questão de saúde, mas ajuda sempre que é possível e dedica-se mais aos serviços domésticos. Incentivado por amigos, Porquinho migrou para São Paulo e lá trabalhou no plantio e corte de cana durante 1 ano, depois foi para Minas Gerais onde trabalhou na lavoura de café por 4 meses. Conseguiu ganhar dinheiro mas decidiu voltar: “eu gosto é daqui, o trabalho lá é muito perigoso, sou mais ganhar pouco aqui do que muito lá fora”, afirma. De volta, integrou-se à Associação Comunitária do Andaraí, na qual a maioria dos associados utiliza uma área de responsabilidade da associação para produzir alimentos. Porquinho conseguiu um pedaço de aproximadamente uma tarefa e nela produz, há 7 anos, alimentos orgânicos. “Adubo eu mesmo faço, deixo o mato crescer para adubar a terra, eu não limpo a terra direto para ela não cansar”, afirma.