Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 8 • nº1902 Dezembro/2014 Serra Talhada Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
A família agora aguarda ansiosamente pela volta das chuvas, colocando em prática as capacitações e segue racionando a água das tecnologias de maneira consciente, considerando que os reservatórios já estão com um nível reduzido. A água é utilizada para irrigar as plantações e tem garantido o consumo da família durante o período mais seco do ano. Os cultivos agroecológicos são voltados para o consumo familiar, a partir do uso de canteiros econômicos como uma iniciativa que permite otimizar a água para a produção dos alimentos. No futuro, a família de Cláudia deseja fortalecer a estratégia comunitária de guardar sementes crioulas, assim como ampliar o número de famílias envolvidas nesse processo.
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Realização
20
Anos
Transformando Vidas no Semiárido
Família agricultora valoriza o resgate de sementes crioulas Natural da Vila de Jatiuca, município de Santa Cruz da Baixa Verde (PE), a agricultora Maria Cláudia de Lima Santos, 35 anos, atualmente reside no Sítio Carrapato, com a família formada pelos seus 5 filhos, sua mãe, irmãs e irmãos, e também é presidente da Associação de Moradores do Sítio Carrapato. Há cerca de seis meses, um grupo de famílias teve a iniciativa de criar um banco comunitário de sementes crioulas, a partir da participação de Cláudia em duas visitas de intercâmbio que ocorreram no Sertão paraibano, e que estimulou a agricultora a pensar estratégias de convivência com a região.
“Antes, a comunidade esperava pelas sementes do governo, que atrasavam muito. Pouquíssimas pessoas estocavam, e não cediam nem trocavam entre si. Acabavam comendo as sementes e tendo que comprar mais caras. O objetivo hoje é que a gente sempre tenha o ciclo de plantar, colher e armazenar para plantar novamente”, explica Cláudia. Inalda Pereira, irmã de Cláudia e também agricultora, aponta as vantagens de se trabalhar com as sementes crioulas: “Essas são sementes seletivas, que dão boa produção, diferente das sementes distribuídas pelo governo. Além de seletivas, as sementes não têm veneno, sendo muito diferente das demais sementes que compramos, por isso é muito importante o armazenamento delas”.