Irrigação por gravidade

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 3 | nº 59 | setembro | 2010 Simões - Piauí

Irrigação por gravidade Com pouco recurso e muita criatividade é possível fazer um sistema simplificado de irrigação Em Simões uma comunidade começou a se formar a partir de uma família que era chamada de ‘Cupira’, por causa de seu membro mais velho. Como é uma comunidade formada na sua maioria por negros, desde a sua primeira geração, foi reconhecida como comunidade quilombola. A partir daí começou a ser chamada de Belmonte dos Cupiras. Nessa comunidade mora a família de Irene da Conceição Lima e Camilo Carlos da Costa. Família batalhadora e criativa que também é formada pelos filhos: Cláudia, José Carlos e José Walas. Apesar de morarem no município de Simões, Irene e Camilo se conheceram em Padre Marcos, município vizinho. Ela trabalhava na cidade e ele morava no Munduri, zona rural. Cofrinho da família guarda a vontade de crescer Foram morar no Belmonte porque toda a família de Irene é de lá. No pedaço de chão que moram na comunidade, eles aproveitam bem para plantar milho, feijão, mandioca, melancia, abóbora, coentro cebolinha, alface, plantas medicinais. Mas a renda que é tirada da terra ainda não garante o sustento da família, fazendo com que Camilo tenha que ir pra Serra para trabalhar, onde passa a semana toda. E a família fica em casa cuidando da roça. O município de Simões até que chove bem no período do inverno, mas assim como em todo o semiárido, a chuva cai toda de uma vez no início do ano e às vezes não cai mais nem uma gota por meses. Mesmo tendo um rio perto da comunidade, dona Irene conta que as famílias sofriam muito com a falta de água, pois o rio era a única fonte de água nos períodos mais quentes, quando os barreiros secavam. Ela conta que o sofrimento era muito, pois tinha dia que chegavam uma hora da manhã no rio e já tinha gente na fila para panhar água, sempre passava na casa da vizinha pra ter uma companhia no caminho. Tinha dias que o jumento fugia e ainda tinha que ir procurar o animal. Tinha dias que a água acabava cedo e tinha que se ir meio dia no sol quente pegar mais. Com a chegada das cisternas, o sofrimento acabou. Agora se tem água boa para beber e cozinhar e água para plantar também. Com a chegada dos Programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e agora o Programa Uma Terra e Duas Canteiros tem o suficiente para comer e vender Águas (P1+2), da Articulação no Semiárido

Piauí


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