Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 6 | nº 993 | Outubro | 2012 Pereiro - Ceará
Manejo agroecológico do solo: aprendendo a conviver com os efeitos da seca O agricultor Tarcísio Carlos Pessoa e a agricultora Maria das Graças Saraiva residem com sua família no sítio Caetano, no município de Pereiro, distante oito quilômetros da zona urbana, no Vale do Jaguaribe. Eles vivem da agricultura, com o cultivo do feijão, milho, batata e jerimum no período chuvoso; e frutíferas: banana, manga, goiaba e mamão em período de estiagem. A história de Tarcísio e Maria é cheia de emoção. Ele vive um romance com a família, a comunidade e o meio ambiente. A paixão dos dois pela terra, pela água, pela vida faz com que acordem cedo e fiquem durante horas desenvolvendo práticas viáveis e adaptáveis à região. A cobertura do solo para manter a umidade, é um dos exemplos das atividades agroecológicas desenvolvidas pela família.
A união da família é vista como estratégia para lutar e viver melhor
Até bem pouco tempo a família de Tarcísio enfrentava grande desafio com a falta de terra e água. Logo quando se casou ele ficou com a esposa trabalhando na terra do sogro para garantir a alimentação da família. Somente depois, com a criação de uns bodes conseguiu adquirir três hectares de terra. “A gente precisava da terra, porque o/a trabalhador/a do campo sem terra não vive”, declara Maria. Depois de adquirir a terra, Tarcísio e sua família continuaram enfrentando dificuldades. A falta de água passou a ser o maior entrave. Andavam mais de três quilômetros com um jumento selado e duas ancoretas para pegar água. Às vezes chegavam à cacimba e não tinha, outras vezes o “dono” da propriedade os impedia de pegar. “O povo negava água. Colocava arame e espinho pra gente não passar, e o jeito era voltar pra casa sem água e sem saber o que fazer, porque eram os animais e a gente pra beber”, lamenta Tarcísio.
Com a cobertura, o solo permanece úmido por mais tempo
No ano 2008, com a chegada do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) na comunidade, Tarcísio foi convidado pela Comissão Municipal de Convivência com o Semiárido para uma reunião, onde seria discutido o Programa e
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