Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 6 | nº 962 | novembro | 2012 Araripina - Pernambuco
Trajetória de resistência: família sertaneja aposta na estocagem de alimentos como estratégia de convivência com a região Eronildo de Souza Lopes e Marileide Ferreira dos Santos Lopes têm 38 anos, e moram no Sítio Caldeirão, no município de Araripina, Araripe pernambucano. O casal tem três filhos: Mariclécia, de 16 anos; Maria Aniele, de 15 anos e Leandro, de 10 anos. São 17 anos de casamento, mas a família morou durante nove anos em outra propriedade. O terreno era pequeno, então investiram no plantio do feijão e da mandioca para alimentação da família e dos animais. Com a comercialização do excedente, eles conseguiram juntar algumas economias. Na época o agricultor também criava cabras e plantava feijão e milho numa terra arrendada, mas pouco tempo depois foi possível comprar uma vaca e investir na aquisição de pequenas O agricultor alimentando a criação de gado. propriedades. Através de muito esforço e trabalho, a família adquiriu a propriedade de 13 hectares em que mora atualmente. Como parte dela já estava arrendada por Eronildo, quando os proprietários decidiram vender, o agricultor mostrou interesse e negociou a compra da terra. No início o casal enfrentou dificuldades em relação à água, pois a única fonte próxima era a cacimba olho d'água. Quase sempre era preciso acordar de madrugada para se deslocar até a cacimba e voltar em tempo de organizar tudo para começar os trabalhos logo cedo. A água era utilizada pra beber, cozinhar e afazeres domésticos. Para matar a sede dos animais que aos poucos se multiplicavam, a família armazenava água num pequeno reservatório que tem na propriedade. Eventualmente Eronildo e Marileide trocavam porcos e galinhas por bodes nas feiras. Eles explicam que tudo acontecia conforme a propriedade se organizava. Pensando nos animais, o agricultor investiu na compra de uma propriedade vizinha que dispunha de um O criatório de bode da família. barreiro com bastante água acumulada, e também de uma área maior para distribuí-los. Além disso, a família planejou um espaço para plantar capim elefante, cana, caju, macaxeira e mandioca. “Depois dessa ideia a gente não passou mais
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