Fonte de beleza e sabedoria popular

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 6 | nº 963 | novembro | 2012 Araripina - Pernambuco

Fonte de beleza e sabedoria popular Dona Eliete de Macedo Oliveira é agricultora, tem 44 anos e três filhos. Há alguns anos ela mora sozinha, na Serra da Rancharia, município de Araripina, Araripe pernambucano. Seu filho mais novo, Elielson, de 21 anos, mora atualmente em Minas Gerais. Eliene, de 25 anos e Daiene, de 20 anos, vivem na mesma comunidade que a mãe, mas já estão casadas. A agricultora nasceu em outra comunidade, mas quando completou 16 anos, a família se mudou para Serra da Rancharia. Aos 17 anos, Dona Eliete casou, mas avalia que não foi uma boa escolha, pois viveu poucos anos com o marido. Na época, o casal morava numa propriedade mais simples e, há 16 anos, já separada, ela construiu a propriedade de 3,6 hectares, em que mora Dona Eliete cuidando dos canteiros. atualmente. A agricultora conta que a terra foi o ex-marido que deixou pra ela, embora a casa tenha sido construída com muito esforço, por meio da comercialização da mandioca. Era uma vida de sofrimento. “Pra pegar um balde d'água ou uma cabaça, a gente tinha que ter coragem pra botar as ancas e a cangaia no jumento, e seguir para buscar água no barreiro. Até na cabeça, a gente trazia quando era preciso, mesmo sendo um pouco longe”, relembra Dona Eliete. Ela explica que a água servia pra fazer tudo que era necessário. “Eu e meus filhos usava para beber e cozinhar, e o que sobrasse a gente limpava a casa e tomava banho. Não tenho vergonha de dizer que já tomei banho com um litro de água amarela”, revela. Naquele tempo, a renda da família era combinada da roça de mandioca, da venda dos porcos e das galinhas que ela criava. Há nove anos, o Centro de Habilitação e Apoio ao Pequeno Agricultor do Araripe (Chapada) presta assessoria técnica à família. Em 2005, Dona Eliete foi beneficiada com uma cisterna de placas de 16 mil litros, que armazena água para beber e cozinhar. A família até hoje preza pela boa gestão A agricultora alimentando as galinhas na propriedade. da água, considerada uma preciosidade, e desde então, mesmo em períodos de estiagem, o reservatório nunca secou. Como sempre gostou de verduras, a agricultora aproveitava a água do barreiro e, quando chovia, a água enchia um pequeno

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