Ano 7 - nº1215 Junho/2013
Riachão do Jacuípe
“Aprendendo a negociar com a seca” EMBORA O ACESSO à água ainda não esteja universalizado, ou seja, muitas famílias ainda precisam ser incluídas em políticas públicas e terem o seu direito assegurado, outras tantas famílias são exemplo de como o investimento nas tecnologias sociais tem sido um meio de garantir o armazenamento de água nas propriedades por meses, e de como enfrentar a seca, fazendo estoque de alimentos para os animais. É o que conta o casal Idelmiro Soares de Oliveira e Iraci Ferreira de Oliveira, agricultores familiares na Comunidade Mandassaia 3, no município de Riachão do Jacuípe. Eles estão felizes por terem suas cisternas cheias e garantirem a produção de alimentos para o sustento da casa. Quem começa a contar como tem sido esta experiência é seu Idelmiro. “Nasci e me criei aqui, sustento minha família com a Seu Idelmiro e a esposa Dona Iraci renda dessa propriedade de 10 tarefas, de tudo aqui eu tenho um pouco, costumo dizer que tenho duas mães , a que me botou no mundo, e a terra que me sustenta. Tem os pés de pinha, de manga, crio pinto, porco, tem as vaquinhas que dá o leite para o café, a comunidade também compra comigo os animais, como o porco. Quando sobra levo para a feira do município. Na hora que eu tou fazendo a ração, a esposa está no canteiro, e o contrário também”. Os filhos já estão adultos e não moram com os pais, ele e a esposa são responsáveis pela propriedade. “Tem dois anos que crio galinhas, é tudo caipira, eu planto o milho, o capim, para alimentação deles, sempre dou a folha misturada, eles mesmos catam, dou capim verde também. A criação é de 50 cabeças, pois o espaço é pequeno. Com o tempo vamos ver se cresce e se a gente aprende mais. Eu aprendi a criar depois que eu visitei a criação de galinha caipira em Serrinha. Eu crio preso para não perder peso”, explica seu Idelmiro. Na área da hortaliça ele utiliza um plástico em baixo da terra e molha, dessa forma retém a água no solo, ensina o agricultor. “Uso urina de gado para combater os insetos. Depois que o sindicato me levou para as reuniões eu comecei a aprender muita coisa. Trituro a caatinga de porco, capim e faço a ração, e os animais estão vivendo com isso.