Ano 7 - nº1216 Junho/2013
Ichu
A resistência das mulheres de Morro Redondo OS MORADORES da Comunidade Fazenda Morro Redondo, no município de Ichu, tinham a tradição de plantar a mandioca e produzir o beiju para a alimentação das famílias. Devido à seca, há alguns anos, os moradores deixaram de plantar mandioca, mas nem por isso deixaram de produzir o beiju para alimentação, passaram a comprar a fécula. Com a continuidade da prática, as mulheres foram convidadas por Dona Dalva, uma das fundadoras do Centro São João de Deus, na Comunidade de Nova Esperança, para participarem de cursos e aperfeiçoar a técnica do beiju, criaram o Grupo Mulheres Unidas. “No tempo da farinha de mandioca a gente fazia só para comer mesmo, para o comércio não. A gente fazia um beiju grosso, não tinha muita habilidade, aí depois que criou o grupo a gente fez um curso e aprendeu a fazer melhor . O curso foi lá na Comunidade da Onça, aprendemos a fazer o beiju fininho” recordava Dona Marília Pereira, Dona Cissinha.
Grupo Mulheres Unidas
“Consegui renda era muito difícil, agradecemos a professora Dalva por essa iniciativa de trazer esse projeto para cá. Por que deu oportunidade a muitas famílias, as companheiras sabem muito bem as dificuldades que é para aumentar a renda. Temos filhos, através desse projeto com a CONAB, a gente também produzia hortaliça. A CONAB comprava em nossa mão e devolvia para a gente e a comunidade se alimentar. Muita gente participava do nosso produto, depois mudou. Nós que produzíamos não iríamos mais ganhar, pois já estávamos tendo o lucro. Foi muito bom, por que um pão com um pedaço é um pão e meio. A gente sabe que a dificuldade é grande principalmente no tempo da seca. Quando a gente começou deixávamos os nossos filhos em casa, o marido achava ruim ter que levar filhos para escola. Os maridos apelaram, as companheiras sabem. Depois eles vieram ajudar a gente, todo mundo junto empacotando beiju. Eles viram que o dinheiro ia para dentro de casa, para ajudar a família, viram que estava bom. Cortavam lenha, faziam comida, mudou muita coisa”, diz Maria São Pedro da Anunciação, sobre as mudanças em relação a participação dos maridos na produção do beiju e dentro da família. “A CONAB ainda não renovou o projeto, mas enquanto isso a gente continua fazendo o beiju para entregar nas portas e vai vendendo, não falta o trocadinho. É difícil. A fécula tá cara, a gente compra de longe, por que vem do Paraná.