O quilombo de Palmeirinha

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Ano 7 - n°1219

Pedras de Maria da Cruz

COM MAIS de 150 anos de história o quilombo de Palmeirinha, às margens do Rio São Francisco, no Norte de Minas, ainda tem moradores antigos e carregam a histórias daquela época; os Tataranetos e bisnetos João Gualberto de Oliveira (77), Jaime Pereira Cardoso (70), Feliciano Pereira Pinto (79), Otília Teixeira Pinto (84), Domingos Cristiano de Oliveira (78), Francisca Moura Pinto (74), tem inúmeros relatos desta época. Em 20 de Julho de 2011foi criada a Associação de Remanescentes Quilombolas de Palmeirinha - ARQUIP, a iniciativa de criar a associação veio do então líder comunitário Agmar Lima e de jovens entusiasmados por sua biografia e em busca de seus direitos. A primeira e atual presidente da Associação Quilombola é Girlene Teixeira. João Gualberto conhecido como Dão explica que se existe negro livre foi porque Zumbi e tantos outros fugiram da escravidão e montaram os quilombos, assim, todos os negros no Brasil são descentes da liberdade criada pelos quilombolas. Todos contam que ali passaram alguns antropólogos para buscar a origem da relação daquela comunidade com seus antepassados, na tentativa de resgatar como se deu a origem daquela comunidade de Falam que houve muita conversa e desconfiança dos Membros da comunidade reunidos na casa de seu Dão moradores de Palmeirinha, pois se temia que o interesse na verdade era retirar as terras das famílias. Muitos ainda entendiam que se reconhecer como quilombo, era uma coisa que iria liga-los a uma imagem de tristeza, sofrimento do trabalho escravo e iria aumentar o preconceito das pessoas para com eles. Este medo surge porque ali todos chegaram e se instalaram na terra que não tinha dono, fugidos da fome, escravidão. Ali nas margens do Rio São Francisco existia liberdade e confiança, nenhuma família possuía título de propriedade da terra. De conversa em conversa eles explicam quais ideias os levaram a fundar Associação de Remanescentes Quilombolas de Palmeirinha. João Gualberto conta que criar a associação quilombola foi necessário, pois estavam sem saída, Feliciano fala que não tinham ninguém que olhasse por eles, não sabiam nada sobre eles próprios e seus direitos, com a associação quilombola foi à oportunidade de ter acesso a informação e tomar conhecimento.Domingo reforça que eles se entendem como uma categoria que tem como maior vantagem espantar o trabalho escravo


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