Ano 7 • nº1361 Julho/2013 Afogados da Ingazeira Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Onde a vida pode florescer O quintal de Dona Cida, na Zona Rural de Flores, mostra que é possível produzir com qualidade no semiárido. Em meio ao cenário castigado pela seca que vêm atingindo várias famílias no Sertão de Pernambuco, é possível encontrar um jardim verde e florido. Fruto de muito amor e dedicação. Um lugar mágico que foi construído pelas mãos de Dona Cida, no sítio Pereiros, município de Flores. É lá que ela passa a maior parte de seu dia e de sua vida. Protegido por arame e madeira, o cantinho de Dona Cida prova que é possível viver no Semiárido com qualidade de vida e com uma riqueza sem tamanho. A diversidade de hortaliças e frutíferas é imensa, e tudo que apenas necessita é de água. Lá podemos encher os olhos com jerimum, milho, quiabo, melancia, alface, coentro, cebolinha, tomate, girassol, goiabeira, pinheira, laranjeira, acerola, bananeira, pimentão, cenoura, beterraba, repolho, batata doce, batata inglesa, macaxeira, seriguela, uva, maçã, entre outros. Vamos agora conhecer o mundo verde da família Rocha. Desde 2002 que a família Rocha tem a assessoria técnica da Casa da Mulher do Nordeste, com a contribuição de técnicas agrícolas para a convivência com o Semiárido. A tecnologia que há um acompanhamento de pelo menos duas vezes por mês é o quintal produtivo. A menina dos olhos de ouro de Dona Cida que cuida com muito carinho. “Por mim eu vivia direto na horta. Até reclamam porque só ligo para ela. Mas o canteiro é minha alegria de viver”, disse. O sentimento de Dona Cida é passado de geração a geração. Suas filhas Vânia e Sônia cuidam também da horta. Os meninos Alan (6 anos) e Alex (3 anos), são os anfitriões da casa, e mostram com orgulho as frutas que já podem ser colhidas do pé e as plantas que ajudaram a plantar. Já o senhor Francisco, agricultor desde criança, é responsável pela podação das fruteiras e irrigação do quintal. Desde pequena que Dona Cida é agricultora e seguiu o exemplo de sua mãe. “A minha mãe já plantava, eu cresci cuidando dos canteiros com ela. Inclusive tinha pimenta de todas as variedades, plantas medicinais e verduras. Fui tomando gosto e sempre cuidei dos canteiros”, relata. O que colhia era para consumo próprio e teve um tempo que vendeu na feira agroecológica de Flores. Hoje, apenas vende para os vizinhos e clientes fiéis. A qualidade dos seus produtos é o segredo de Dona Cida, que não usa nenhum agrotóxico em sua plantação, garantindo a toda a sua família e seus clientes alimentos saudáveis. Outra técnica que aprendeu com a assessoria da CMN, foi a confecção do composto orgânico, usado como fertilizante para a horta, melhorando ainda mais a qualidade de sua produção.