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plano de mobilidade urbana

A priori, em refutação ao modelo tóxico de mobilidade urbana vigente no mundo capitalista, e em consonância os objetivos do desenvolvimento sustentável, entende-se a urgência de aplicação de modelos de mobilidade ativa, bem como associados ao uso de energia limpa e renovável. Desse modo, considerando-se as particularidades do recorte de análise, salienta-se a possibilidade de criação de um modelo multimodal, integrando ciclovias, passeios para pedestres, eixos de transportes coletivos, bem como hidroviários.

A proposição dessa estratégia se deu após a identificação da insegurança viária, tida como uma fraqueza da região, já que a área analisada possui vias que não abarcam a demanda atual de tráfego, percursos com pouca ou nenhuma acessibilidade além de regiões que se tornam inseguras devido a pouca iluminação e fluxo de pessoas diminuto. Além disso, identificou-se o projeto de construção de uma nova ponte, ao lado da atual, entendida como uma ameaça, tendo em vista as consequências geradas pela construção da primeira, que se apresentou como uma potencializadora de acidentes de transito além de alargar vias e provocar uma segregação espacial no bairro.

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Em vista disso, um ponto importante para o sucesso desta estratégia é a inversão do protagonismo dado ao transporte automotivo individual, que vem sendo imposto em projetos de duplicação de vias e construção de novas pontes, como elucidado anteriormente, que tentam responder ao engarrafamento que esse tipo de modal provoca. Em resposta a esse movimento propõe-se que, ao se manter a construção de uma nova ponte, esta seja destinada ao percurso de pedestres, ciclistas e outros meios de mobilidade ativa, e, além disso seja implementado um percurso hidroviário integrado ao sistema de transporte coletivos e ciclovias, de modo que a população possua outras alternativas para a travessa o rio, e não somente o transporte automotivo.

Ademais, propõe-se a pavimentação de vias precárias, a construção e adequação de passeios para pedestre e iluminação e sinalização de vias e passeios. Salientando-se, novamente, a prioridade de aplicação destas estratégias nas áreas mais precárias e que são mais atingidas pela falta de mobilidade e pela insegurança viária.

.Proposta de criação das zonas: Zona de Redução da vulnerabilidade urbana e recuperação ambiental Zona de Preservação dos Recursos Naturais

.Respeitar as especificidades de cada zona

.Adequar a atual legislação em acordo com particularidades locais

.Definir a fundo os critérios e particularidades para cada zona

.Considerar a intrínseca fluidez relacionadas às dinâmicas sociais, a fim de possibilitar a readequação dos limites espaciais de cada zona

Essa estratégia se trata de um micro zoneamento, levando em consideração o proposto pelo PDOT para esta região, pois entende-se que os objetivos propostos nele estão, em partes, de acordo com as estratégias levantadas neste diagnóstico. Mas necessitam, no entanto, de especificações, adequações e integração com outros projetos para melhor responder às características locais. Isso é o que se procura fazer neste tópico.

A maior parte do território analisado está compreendido na Zona de Interesse Ambiental – ZIA, para ela o PDOT enumera os seguintes objetivos:

I. Compatibilizar o uso e ocupação do solo às limitações ambientais;

II. Garantir ocupação com média e baixa densidades, salvo quando comprovadamente o empreendimento não agravar a situação atual nem houver risco à população que irá residir;

III. Evitar novas ocupações irregulares e desordenadas;

IV. Promover a requalificação ambiental de fundos de vales e áreas inundáveis;

V. Promover ações para requalificação urbanística das áreas, com projetos estruturantes de drenagem, saneamento e moradia digna para as áreas críticas e já ocupadas;

VI. Preservar e valorizar as margens dos rios Parnaíba e Poti. Buscando especificar essa zona, propõe-se a criação da microzona de redução da vulnerabilidade urbana e recuperação ambiental – marcada em amarelo – pois, através do diagnóstico preliminar, observa-se uma maior precariedade nas habitações dessa região, majoritariamente nas bordas das lagoas. Em razão disso, estas são regiões necessitam de melhorias através de políticas sociais, como por exemplo a construção de muro gabião nas adjacências aos corpos hídricos, a fim de reduzir, mesmo que não totalmente, as inundações/alagamentos nas ocupações próximas, e em casos mais extremos seria necessário o realojamento para terrenos mais salubres dentro do próprio território. No mapa ao lado apresentam-se os terrenos que se encontram atualmente vazios e são passiveis de aplicação de instrumentos da política urbana para receber essa parte da população, mantendo-as próximas ao seu local de origem.Já para as Zonas de Uso Sustentável – ZEUS, foram feitos ajustes em seu perímetro, ora para dar espaço para a microzona de redução da vulnerabilidade urbana e recuperação ambiental, pois são regiões que já possuem habitações e necessitam de estratégias específicas e diferentes das de proteção ambiental, ora para englobar novas áreas, como as regiões das lagoas, que não são contempladas no PDOT, mas entende-se sua importância para a drenagem e o sistema verde. Esta foi nomeada como microzona de preservação dos recursos naturais.

MAPA MiCROZONEAMENTO

MAPA LOTES VAZiOS OU SUBUTiLiZADOS

.Melhoria da qualidade das habitações em respeito aos objetivos de conforto térmico, salubridade e segurança;

.Auxiliar os moradores no processo de construção de moradias;

.Usufruto da função social do arquiteto e urbanista;

.Uso de terrenos vazios para habitação de interesse social (HIS) e/ou para reassentamento da população local;

.Educação patrimonial e ambiental.

.Palestras abertas para mostrar a importância da valorização e proteção das áreas verdes no território urbano;

.Fortalecimento e cumprimento da legislação ambiental;

.Promoção de espaços públicos que fomentem a troca de ideias e expressões da cultura local.

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