11 Fora do Lugar 2022 - Catalogue

Page 1

Um projecto A project by Arte das Musas

Em parceria com In partnership with Município de Idanha-a-Nova \UNESCO Creative City of Music

Estrutura financiada por Financed by Direção-Geral das Artes \Ministério da Cultura

Apoios Support Centro Cultural Raiano \RTCP Naturtejo Geopark Aldeias Históricas de Portugal

Parceria programação Programme partnership DocLisboa CineEco Seia SPEA Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

Media Partner Antena 2

Rede Europeia European Network REMA \Réseau Européen de Musique Ancienne

Selo Europeu European Label (UE/EFA) EFFE Remarkable Arts Festival

Nomeação Nominee REMA Awards 2022 Fora do Lugar \Best Support Programme \New Technology Prize

Direcção artística e de produção Managing artistic direction Filipe Faria

Produção executiva Executive prodution Rita Santos

Assistentes de produção Production assistants Baltazar Molina Fernando Silva Mário Alves

Design e paginação Design and layout Filipe Faria \Arte das Musas

Festival Fora do Lugar Web: foradolugar.pt Facebook: facebook.com/foradolugar Instagram: instagram.com/foradolugar.pt Email: mail@artedasmusas.com

Arte das Musas

Centro Empresarial de Idanha-a-Nova 6060-182 Idanha-a-Nova - Portugal Email: mail@artedasmusas.com Web: artedasmusas.com

Fora do Lugar 11 Festival Internacional de Músicas Antigas '22 Early Musics International Festival Idanha-a-Nova UNESCO Creative City of Music Portugal 17.11-3.12.2022

FRDLGR_11º2022

O retorno – Armindo Jacinto 8

A segunda década – Paulo Longo 10 Regresso ao futuro – Filipe Faria 12

Calendário 14 Mapa 17 Acesso às propostas secretas 18

Programa

17.11 Quinta-feira

Programa Educativo Interruptor Som #1 21 Programa Educativo Interruptor Som #2 21 18.11 Sexta-feira

Concerto Martín Sued + Gabriel Selvage (Argentina + Brasil) 23 19.11 Sábado

Conversa Caminhada Martín Sued + Gabriel Selvage (Argentina + Brasil) 27 Encontro Sephardica (Espanha) & Filarmónica Idanhense 29 Concerto Concerto Secreto 31 Concerto Sephardica (Espanha) 33 25.11 Sexta-feira Noite Cheia 31 Exposição Fragmenta Fidei. A arte visigótica da Egitânia 39 Exposição Antes dela dormir (Museu dos Sons Perdidos) 41

Natureza Keynote Projecto Abutre Preto – SPEA 45 Concerto Myrtho (França + Suiça) 49 Gastronomia Conversa com sopa Cinema Oh Dear Sara (dir. Patricia Franquesa) – DocLisboa 57 26.11 Sábado

Natureza 4ª Caminhada de Observação de Aves SPEA Fora do Lugar 59 Encontro Myrtho (França + Suiça) & Adufes do R.F. de Penha Garcia 61 Exposição Aqui estão as palavras todas (Museu dos Sons Perdidos) 63 Concerto Armonía Concertada (Argentina) 65 27.11 Domingo

Natureza 5ª Caminhada de Observação de Aves SPEA Fora do Lugar 75 1.12 Quinta-feira

Programa Educativo Interruptor Som #3 77 Programa Educativo Interruptor Som #4 77 Gastronomia Jantar Pobre 79 2.12 Sexta-feira

Concerto La Guirlande (Espanha) 81 3.12 Sábado

Conversa Caminhada La Guirlande (Espanha) 89 Encontro Almalé (Espanha + França) & Adufeiras de Idanha-a-Nova 91 Cinema Curtas Metragens Internacionais – CineEco Seia 93 Concerto Almalé (Espanha + França) 97

Notas Fora do Lugar 102

‘In Idanha-a-Nova, we will continue to walk a path that emerges from our heritage, but with our eyes turned to the future. In these lands, where we sow tradition and reap innovation, Fora do Lugar is a perfect fit. The open vision of the concepts of place, time and culture that characterises the festival provides a world of unique and memorable experiences.’

THE RETURN In 2022, Fora do Lugar returns to the intimate atmosphere we had been accustomed to. After two editions restricted by the pandemic, this return to normality makes the 11th edition even more special.

It is also an edition that marks the beginning of the festival's second decade. An achievement that should be celebrated. Fora do Lugar today is a brand image of Idanha and, increasingly, of our country.

It is an event that questions the concept of place. It does so with the sensibility gained from unveiling places and stories for more than a decade, in settings where many people could not conceive that culture could take place.

But it can! During Fora do Lugar, rurality opens up to the world with musical proposals from a wide range of places. We love projects like this in Idanha. We are a UNESCO Creative City of Music because we love a good challenge. Idanha lives to the rhythm of music: it invests in infrastructure, deeply investigates its traditions, hosts a rare and diverse number of traditional groups, and promotes an impressive number of music related events throughout the year.

With its simultaneously comprehensive and inclusive character, Fora do Lugar –International Festival of Early Music(s) has contributed decisively to the affirmation of the rural world as a creative space that is capable of cultivating new dynamics without losing sight of its roots.

In Idanha-a-Nova, we will continue to walk a path that emerges from our heritage, but with our eyes turned to the future. In these lands, where we sow tradition and reap innovation, Fora do Lugar is a perfect fit. The open vision of the concepts of place, time and culture that characterises the festival provides a world of unique and memorable experiences. Each edition is something not to be missed. Deep and heartfelt thanks to all! May you always continue Fora do Lugar (out of place)!

10

‘Em Idanha-a-Nova, continuaremos a trilhar um caminho feito de legados, mas de rosto voltado para o futuro. Nestas terras, onde semeamos tradição e colhemos inovação, o Fora do Lugar encaixa na perfeição. A visão desempoeirada dos conceitos de lugar, tempo e cultura que caracteriza o festival propicia vivências únicas e memoráveis.’

O RETORNO Em 2022, o Fora do Lugar retorna ao ambiente de proximidade a que nos habituou. Após duas edições restringidas por tempos de pandemia, o regresso ao normal torna a 11ª edição ainda mais especial.

É uma edição que inicia a segunda década de festival. Um feito que importa sublinhar. O Fora do Lugar é hoje uma imagem de marca de Idanha e, cada vez mais, do país.

É um evento que questiona o conceito de lugar. Fá-lo com a sensibilidade de quem anda há mais de uma década a desvendar locais e histórias. Em cenários onde muitos não concebem que possa acontecer cultura.

Mas pode! Durante o Fora do Lugar, a ruralidade abre-se ao mundo com propostas musicais oriundas das mais diversas geografias.

É de projetos destes que gostamos em Idanha. Somos Cidade Criativa da Música, pela UNESCO, porque adoramos um bom desafio. Idanha vive ao ritmo da música: aposta em infraestruturas, investiga profundamente as suas tradições, acolhe um número raro e diversificado de grupos tradicionais promovendo, ao longo do ano, uma quantidade impressionante de eventos ligados à música.

O Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas, com o seu carácter simultaneamente abrangente e integrador tem contribuído decisivamente para a afirmação do mundo rural enquanto espaço criador, capaz de suscitar novas dinâmicas sem perder de vista as suas raízes.

Em Idanha-a-Nova, continuaremos a trilhar um caminho feito de legados, mas de rosto voltado para o futuro. Nestas terras, onde semeamos tradição e colhemos inovação, o Fora do Lugar encaixa na perfeição. A visão desempoeirada dos conceitos de lugar, tempo e cultura que caracteriza o festival propicia vivências únicas e memoráveis. Cada edição é uma experiência que não se esquece. Um grande e sentido Bem Hajam! Continuem sempre Fora do Lugar!

11
— Armindo Jacinto Presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

‘However, in the midst of all this, something remarkable happened: culture – and music in particular – managed to bring some serenity. Where possible, its constancy was essential in guiding us, comforting us, and helping us to deal with a drastically altered and disturbing everyday.’

THE SECOND DECADE That is where Fora do Lugar comes in. A transition that signals the return to a new normality. And what normality is that? The possible, after two years of doubts, limitations, fears and challenges. Two years where out of place was a ‘normal’ state. Today we come together again. Physically in the same space, but where is our spirit? How did it manage to overcome the tension and fears to which it was subjected? Its discovery is the legacy of this transition which, in one way or another, has affected all of us. I would like to be able to say, with absolute certainty, that the worst is over, but this is not possible. The new horizon brings with it other evils, other fears. As it always does. After the storm comes a calm. And after the calm, the storm returns. However, in the midst of all this, something remarkable happened: culture –and music in particular – managed to bring some serenity. Where possible, its constancy was essential in guiding us, comforting us, and helping us to deal with a drastically altered and disturbing everyday. Insufficiently visible and understood, it nevertheless continued to demonstrate its commitment, thanks to the hands of all those who rolled up their sleeves and gave their bodies to the cause, not letting themselves be overcome by adversity. Many were those who looked after our bodies, invaluably, of course. But these were the ones who tried to look after our souls. Fora do Lugar is among them. We hope that this will continue, for another decade.

12

‘No entanto, e no meio de tudo isto, algo notável aconteceu: a cultura – e a música em particular – conseguiu trazer alguma serenidade. Onde foi possível, a sua constância foi essencial para nos guiar, confortar e ajudar a lidar com um quotidiano drasticamente alterado e transtornador.’

A SEGUNDA DÉCADA Eis onde entra o Fora do Lugar. Uma passagem que assinala o regresso a uma nova normalidade. E que normalidade é esta? A possível, depois de dois anos de dúvidas, constrangimentos, receios e desafios. Dois anos onde fora do lugar foi um estado “normal”. Hoje voltamos a estar juntos. Fisicamente no mesmo espaço, mas onde está o nosso espírito? Como conseguiu superar a tensão e os receios a que esteve sujeito? A sua descoberta é o legado desta passagem que, de uma forma ou de outra, nos atingiu a todos. Gostaria de poder afirmar, com segurança, que o pior já passou, mas tal não é possível. O novo horizonte traz consigo outros males, outros receios. Como sempre faz. Depois da tempestade, vem a bonança. E depois da bonança, regressa a tempestade. No entanto, e no meio de tudo isto, algo notável aconteceu: a cultura – e a música em particular – conseguiu trazer alguma serenidade. Onde foi possível, a sua constância foi essencial para nos guiar, confortar e ajudar a lidar com um quotidiano drasticamente alterado e transtornador. Insuficientemente visível e compreendida, não deixou por isso de mostrar o seu empenho, graças às mãos de todos aqueles que arregaçaram as mangas e deram o corpo ao manifesto, não se deixando abater pela adversidade. Muitos foram os que cuidaram dos nossos corpos, de uma forma inestimável, é certo. Mas foram estas que tentaram cuidar das nossas almas. O Fora do Lugar está no meio deles. Esperemos que assim continue, por mais uma década.

13

ʻTogether we forge new paths, taking advantage of those that were already here, we feed our lungs, our eyes, our ears, we feel the wind, the heat, the cold and the rain on our skin… We follow those paths, all the paths, and here we are.ʼ

BACK TO THE FUTURE This is the year of our return back to the future. After so long in abeyance, watching our places (and those of others) through a window, we have now returned. During those years we didn’t get to truly experience things. Or it seemed like we didn’t. We experimented less. We dreamt that we did, then we woke up in the same place. We saw all our places through windows, sometimes we could hear, sometimes even speak... but so often the place we were was not the place we wanted to be.

It wasn’t all bad, but enough is enough. We’ve come a long way, but we want to be close again. Today we return back to the future. To what would have been had we not been this long – so long – in abeyance. Today we begin a new phase, the second decade, here, in Idanha-a-Nova – the most beautiful place in the world –together... and we want to prove, more than ever, that being out of place is the best place to be.

Once again we will be sound, image, smell, taste and touch... This is our face, the face of this land that has always been here, long before we remember existing, long before our grandparents… It has always been here and we are lucky enough to inhabit it… Together we forge new paths, taking advantage of those that were already here, we feed our lungs, our eyes, our ears, we feel the wind, the heat, the cold and the rain on our skin… We follow those paths, all the paths, and here we are. And we do it all over again… just the same or choosing a different path this time.

The challenge is on… Sounds of voices and instruments call to us from many a place: “Come to the lands of Idanha, where even the brambles bear roses". Here is where we’ll all be.

14
— Filipe Faria Director Fora do Lugar + Arte das Musas

ʻConstruímos, juntos, novos caminhos, aproveitamos os que já cá estavam, alimentamos os pulmões, os olhos, os ouvidos, sentimos na pele o vento, o calor, o frio e a chuva… Seguimos esses caminhos, todos os caminhos, e estamos aqui.ʼ

REGRESSO AO FUTURO Este é o ano do regresso ao futuro. Depois de tanto tempo em suspensão, a ver os nossos lugares (e os dos outros) pela janela, voltámos. Nestes anos não chegámos a habitar realmente as coisas. Ou parecia mesmo que não. Experimentámos menos. Sonhámos que sim, acordámos no mesmo lugar. Vimos todos os nossos lugares através das janelas, por vezes conseguimos ouvir, por vezes mesmo falar… mas, tantas vezes, o lugar onde estávamos não era o lugar onde queríamos estar. Não foi tudo mau, mas agora já chega. Chegámos muito longe, mas queremos voltar a estar perto. Regressamos, hoje, ao futuro. Ao que teria sido caso não estivéssemos este tempo – tanto tempo – em suspensão. Começamos, hoje, uma nova etapa, a da segunda década, aqui, em Idanha-a-Nova – o lugar mais bonito do mundo –, juntos… e queremos provar, mais do que nunca, que estar fora do lugar é o melhor lugar para estar.

Seremos novamente som, imagem, cheiro, sabor e toque... Esta é a nossa cara, a deste território que está cá desde sempre, muito antes de nos lembrarmos que existimos, muito antes dos nossos avós… Está cá desde sempre e nós temos a sorte de o habitar… Construímos, juntos, novos caminhos, aproveitamos os que já cá estavam, alimentamos os pulmões, os olhos, os ouvidos, sentimos na pele o vento, o calor, o frio e a chuva… Seguimos esses caminhos, todos os caminhos, e estamos aqui. E voltamos a fazer tudo outra vez… igualzinho ou escolhendo um caminho diferente desta vez.

O desafio está lançado… Sons de vozes e instrumentos chamam-nos vindos de muitos lugares: “Vinde às terras de Idanha, que até as silvas dão rosas”. Estaremos, todos, aqui.

15

17 Nov

Quinta-feira

9.30-10.30

Programa Educativo Interruptor Som #1 Baltazar Molina Portugal

— Escolas

10.30-11.30

Programa Educativo Interruptor Som #2 Baltazar Molina Portugal

— Escolas

18 Nov Sexta-feira

19 Nov Sábado

25 Nov Sexta-feira

21.30-22.30

Concerto Martin Sued Gabriel Selvage Argentina + Brasil — Idanha-a-Velha Catedral

10.30-11.30

Conversa Caminhada Martin Sued Gabriel Selvage Argentina + Brasil — Inscrição 14.30-15.30

Encontro Sephardica & Filarmónica Idanhense Espanha + Portugal — Idanha-a-Nova C.C Raiano 16.30-17.30

Concerto Concerto Secreto — Inscrição 21.30-22.30

Concerto Sephardica Espanha — Monsanto Lagar (Salão Festas)

20.00-23.00

Noite Cheia

Exposições Música Natureza Cinema Gastronomia Arte Visigótica Sons Perdidos #1 SPEA Abutre Preto Conversa com sopa DocLisboa Myrtho França + Suiça — Idanha-a-Nova

16

26 Nov Sábado 9.30-12.30

Natureza 4ª Caminhada de Observação de Aves SPEA

Fora do Lugar — Inscrição

27 Nov Domingo 9.30-12.30

Natureza 5ª Caminhada de Observação de Aves SPEA

Fora do Lugar — Inscrição

14.30-15.30

Encontro Myrtho & Grupo de Adufes Rancho P. Garcia França + Suiça + Portugal — Penha Garcia Sra. Guadalupe 16.30-17.30 Exposição Museu dos Sons Perdidos #2 — Penha Garcia Museu 21.30-22.30

Concerto Armonía Concertada Argentina — Senhora da Azenha Ermida

1 Dez Quinta-feira 9.30-10.30

Programa Educativo Interruptor Som #3 Baltazar Molina Portugal — Escolas 10.30-11.30

Programa Educativo Interruptor Som #4 Baltazar Molina Portugal — Escolas 19.00

Gastronomia Jantar Pobre — Inscrição = 10€

2 Dez Sexta-feira 21.30-22.30

Música La Guirlande Espanha — Penha Garcia Igreja Matriz

3 Dez Sábado 10.30-11.30

Conversa Caminhada La Guirlande Espanha — Inscrição 14.30-15.30

Encontro Almalé & Adufeiras de Idanha-a-Nova Espanha + França + Portugal

— Idanha-a-Nova C.C. Raiano 16.30-17.45

Cinema CineEco Curta Metragens Internacionais — Idanha-a-Velha Casa Marrocos 21.30-22.30

Música Almalé Espanha + França — Idanha-a-Velha Catedral

IDANHA-A-NOVA
19

ACCESS TO THE SECRET PROPOSALS

The activities indicated with the symbol are secret, requiring registration through www.foradolugar.pt [bookings]. Each activity – free – may be reserved with a deposit of €10 (except Pauper's Dinner = 10€), which will be returned on arrival. The coordinates of the secret place will be given to attendees 24 hours in advance.

1. All activities are free (except for the Pauper's Dinner = 10€).

2. Registration for the secret proposals must be made through the form on the page www.foradolugar.pt [bookings].

3. You must wait for our pre-booking confirmation. Only then, the reservation of the seat(s) must be made with a deposit of €10 per person (refundable, except for the pauper's Dinner) to the IBAN that we indicate in the reply email.

Note 1: SPEA activities do not require the deposit

Note 2: Pauper's Dinner implies an advance payment of 10€/person. This amount is the cost of the activity and is non-refundable.

Note 3: The Pauper's Dinner menu is secret (dietary restrictions cannot be accommodated)

4. In case of no-show, the deposit amount will not be refunded and will be delivered to a social institution in the Municipality.

20

ACESSO ÀS PROPOSTAS SECRETAS

As actividades indicadas com o símbolo são secretas, com inscrição obrigatória através de www.foradolugar.pt [inscrições]. A reserva para cada actividade – gratuita – é efectuada com o depósito de €10, valor que será devolvido à entrada (excepto Jantar Pobre = 10€). As coordenadas para o lugar secreto serão comunicadas aos inscritos com 24h de antecedência.

1. As actividades são gratuitas (excepto o Jantar Pobre =10€).

2. A inscrição para as propostas secretas deve ser efectuada através do formulário na página www.foradolugar.pt [inscrições].

3. Deve aguardar a nossa confirmação da pré-reserva. Só depois, a reserva do(s) lugar(es) deve ser efectuada com um depósito de 10€ por pessoa (reembolsável, excepto o Jantar Pobre) para o IBAN que indicamos no email de reposta.

Nota 1: As actividades SPEA não obrigam ao depósito

Nota 2: O Jantar Pobre implica o pagamento antecipado de 10€/pessoa. Este valor é o custo da actividade e não é reembolsável.

Nota 3: A ementa do Jantar Pobre é secreta (não sendo possível acomodar restrições alimentares)

4. Em caso de não comparência o valor do depósito não será devolvido e será entregue a uma instituição social do Concelho.

21
FOTO: PAULO MATOS

THURSDAY

BALTAZAR MOLINA PORTUGAL

INTERRUPTOR SOM #1 #2

Baltazar Molina, nascido em Setembro de 1979, é um artista, facilitador, explorador sonoro e músico, cuja motivação é a arte como comunicação energética, sentimental, humana; além rótulos ou definições. É reconhecido pela forma singular como funde as mais distintas técnicas e linguagens musicais, numa busca constante e aprimorar da expressão pessoal e artística. Actualmente o seu foco é a música de sua autoria, em formato solo, e como facilitador de experiências musicais, de desenvolvimento pessoal. Para além dos comuns palcos dedicados à música, é frequente ouvi-lo em contextos de música devocional, sound-healing journeys, concertos meditativos, aulas de Yoga e de dança. Maioritariamente auto-didacta, Baltazar tem períodos de estudo com Mestres que o marcam profundamente: Shokry Mohamed, Atef Mitkal Kenawy, Zohar Fresco, Pedram Khavarzamini e Ross Daly.

TRIGGER SOUND #1 #2

Baltazar Molina, born September 1979, is an artist, facilitator, sound explorer and musician, whose motivation is art as energetic, sentimental and humane communication, beyond labels or definitions. He is widely recognized for the unique way he fuses the most distinct musical techniques and languages, In a continuous evolution of his personal and artistic expression. He is currently focused on his own music in solo format, as well as his roll as a facilitator of musical experiences in personal development. Beyond the typical concert venue, it’s frequent to hear him in distinct contexts such as devotional music, sound-healing journeys, meditative concerts, yoga and dance classes. Mostly self-taught, Baltazar has study periods with Masters who mark him deeply: Shokry Mohamed, Atef Mitkal Kenawy, Zohar Fresco, Pedram Khavarzamini and Ross Daly.

Escolas

Inscrição obrigatória. Gratuito. www.foradolugar.pt | mail@artedasmusas.com

23 PROGRAMA EDUCATIVO EDUCATIONAL PROGRAMME 17.11.2022 QUINTA-FEIRA
9H30+10H30
MARTÍN SUED

SEXTA-FEIRA FRIDAY 21H30

IDANHA-A-VELHA

MARTÍN SUED GABRIEL SELVAGE ARGENTINA + BRASIL BRAZIL

MARTÍN SUED — bandoneón GABRIEL SELVAGE — violão de 7 cordas | 7 string guitar

MÚSICA DO SUL DO MUNDO

Um encontro entre as tradições da música Argentina e do sul do Brasil. Partindo dos pontos em comum, os dois músicos e compositores revisitarão parte desse vasto repertório com uma abordagem livre, descontraída, e com um profundo amor e respeito pelas tradições.

MUSIC FROM THE SOUTHERN HEMISPHERE

A convergence of the Argentine and Southern Brazilian music traditions. Based on their shared interests, the two musicians and composers will revisit some of this vast repertoire, adopting a free, relaxed style, and demonstrating their deep love and respect for tradition.

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

25 CONCERTO CONCERT 18.11.2022
CATEDRAL

MARTÍN SUED é bandoneonista, compositor e arranjador. As suas composições possuem um carácter lúdico, sensível e potente, com uma personalidade que se manifesta tanto na sua subtileza harmónica, como na sua força rítmica. Nestas, podemos encontrar uma multiplicidade de referências, como o jazz, a música contemporânea e inclusive o rock, mantendo sempre uma forte e clara ligação à música tradicional argentina. Em 2018, lançou o seu primeiro álbum para bandoneon solo, Iralidad, o qual apresentou nos Estados Unidos, Alemanha, França, Portugal, Holanda, Brasil, Paraguai e Argentina. Reside atualmente em Portugal, onde lidera o sexteto Martin Sued & Orquestra Assintomática, com o qual lançou o disco Igual estamos acá (2022). Ao lado de Luís Guerreiro, compõe o trio liderado por Yamandú Costa, Encuentro Iberoamericano, que lançou recentemente o disco Caminantes (2021). Integra também um duo com Bernardo Couto (guitarra portuguesa), e o grupo Jangada de Pedra, ao lado de Marco Santos. Na Argentina, desde 2007 até hoje, lidera o quinteto Tatadios, com o qual gravou os discos Crecida (2009), Panal (2013) e Insistir (2020), apresentados em diversos palcos da Europa e da América Latina. Colaborou em concertos e gravações com artistas como Pablo Ziegler, Daniel Binelli, Guillermo Klein, Diego Schissi, Quique Sinesi, Magic Malik, Jairo, Liliana Herrero, Gilberto Gil e António Zambujo, entre muitos outros. Participou como solista em concertos de música de câmara, tocando tanto composições de sua autoria como músicas de Astor Piazolla, com diversas orquestras e ensembles da Europa e da América latina, tais como a Orchestre de Chambre de Genève (Suíça), Orquestra de Câmara da ULBRA (Brasil), Camerata Atlântica (Portugal), Orquestra Juvenil Municipal de San Martín (Argentina), e o SurdelSur Ensamble (Argentina), entre outros. Enquanto docente, lecionou seminários de bandoneon, composição e música argentina, em instituições como a Codarts (Roterdão, Holanda), Det Jyske Musikkonservatorium (Aarhus, Dinamarca), UNICAMP (Campinas, Brasil), UNILA (Foz do Iguaçu, Brasil), e o Sense of Quiet Music Lab (Japão), entre outras.

Radicado em Lisboa, GABRIEL SELVAGE editou 9 CD’s, 2 DVD’s e 1 songbook. Com 20 anos de carreira recebeu o Prémio Açorianos de Música como Melhor Intérprete Instrumental e colaborou na pré-produção, violão e arranjos para o disco “Onze”, com inéditos de Adoniran Barbosa, e as vozes de Elza Soares e Zeca Baleiro. “Onze” foi nomeado como melhor disco de samba no ano de 2021 nos Latin Grammy Awards.

26

MARTÍN SUED is a bandoneon player, composer and arranger. His compositions are playful, sensitive and powerful, with a personality that manifests itself in both their harmonic subtlety and their rhythmic force. They incorporate a wide variety of influences, such as jazz, contemporary music and even rock, always retaining a strong and clear connection with traditional Argentinian music. In 2018 he released his first solo bandoneon album, Iralidad, which he presented in the United States, Germany, France, Portugal, Holland, Brazil, Paraguay and Argentina. He currently lives in Portugal, where he leads the sextet Martin Sued & Orquestra Assintomática, who have released their first album Igual estamos acá (2022). Together with Luis Guerreiro, he forms the trio Encuentro Iberoamericano, led by Yamandú Costa, with whom he recently released the album Caminantes (2021). He also forms a duo with Bernardo Couto (Portuguese guitar) and Jangada de Pedra, alongside Marco Santos. In Argentina, he has led the quintet Tatadios since 2007, recording the albums Crecida (2009), Panal (2013) and Insistir (2020), which have been presented at various venues in Europe and Latin America. He has collaborated in concerts and recordings with artists such as Pablo Ziegler, Daniel Binelli, Guillermo Klein, Diego Schissi, Quique Sinesi, Magic Malik, Jairo, Liliana Herrero, Gilberto Gil and António Zambujo, among many others. He has participated in chamber music concerts as a soloist, playing both his own compositions and music by Astor Piazolla, alongside various orchestras and ensembles in Europe and Latin America, such as Orchestre de Chambre de Geneve (Switzerland), Orquestra da ULBRA (Brazil), Camerata Atlántica (Portugal), Orquesta Juvenil Municipal de San Martín (Argentina), and SurdelSur Ensamble (Argentina), among others. As a teacher, he has given seminars on bandoneon, composition and Argentinian music at institutions such as Codarts (Rotterdam, Holland), the Royal Academy of Music (Aarhus, Denmark), UNICAMP (Campinas, Brazil), UNILA (Foz de Iguazú, Brazil), and Sense of Quiet Music Lab (Japan), among others.

GABRIEL SELVAGE lives in Lisbon and has released 9 CDs, 2 DVDs and 1 songbook. In a career spanning 20 years, he has received the Açorianos Music Award for Best Instrumentalist and collaborated on the pre-production, guitar and arrangements for the album Onze, with previously unreleased music by Adoniran Barbosa, featuring vocals from Elza Soares and Zeca Baleiro. Onze was nominated for best samba album of 2021 at the Latin Grammy Awards.

27
GABRIEL SELVAGE

MARTÍN SUED GABRIEL SELVAGE ARGENTINA + BRASIL BRAZIL

Devemos parar para ouvir? Porque não caminhar para ouvir? Com um mapa na mão, os nossos convidados falam de si próprios, do que os trouxe aqui, porque é que fazem o que fazem... Falam de História e de histórias, de origens e destinos, de geografias distintas ou semelhantes... Ao caminhar somos distraídos por outros sons, histórias paralelas, um cão a ladrar na aldeia, um restolho no campo... Vemos outras histórias, habitamos outros lugares, sentimos o cheiro da comida de um vizinho. No final, talvez possamos, até, criar outras conversas...

Should we stop to listen? Why not walk to listen? With a map in hand, our guests talk about themselves, about what brought them here, why they do what they do... They talk about History and about histories, about origins and destinations, about different or similar geographies... When walking we are distracted by other sounds, parallel histories, a dog barking in the village, a rustling in the field... We see other histories, we inhabit other places, we smell the food of a neighbour. Perhaps we can even, in the end, create other conversations...

MARTÍN & GABRIEL + INFO p.23-25

LUGAR SECRETO SECRET PLACE

Inscrição obrigatória. Booking required. Instruções = p.18/19. Instructions = p.18/19.

29 CONVERSA CAMINHADA WALK AND TALK 19.11.2022 SÁBADO SATURDAY 10H30-11H30

A FILARMÓNICA IDANHENSE foi fundada a 1 de julho de 1888, pelo Sr. Christiano Pereira Barata e pelo Dr. António Pedrosa Barreto e adotou como dia festivo o 8 de dezembro, data em que tradicionalmente comemora o seu aniversário. Uma das primeiras atuações da Filarmónica Idanhense teve lugar a 5 de Setembro de 1891, em Castelo Branco, aquando da inauguração da linha férrea da Beira Baixa, evento a que presidiram Suas Altezas Reais D. Carlos e D. Amélia, tendo dispensado à Filarmónica Idanhense palavras de muito apreço e gratidão.

The PHILHARMONIC IDANHENSE was founded on 1 July 1888 by Christiano Pereira Barata and António Pedrosa Barreto and adopted December 8 as its festive day, the date on which it traditionally celebrates its anniversary. One of the Idanha-a-Nova Philharmonic Orchestra’s first performances took place on 5 September 1891, in Castelo Branco, at the inauguration of the Beira Baixa railway, an event attended by their Royal Highnesses King Carlos I and Queen Maria Amélia, who expressed words of great appreciation and gratitude to the orchestra.

SEPHARDICA + INFO p.33-35

SEPHARDICA

SEPHARDICA & FILARMÓNICA IDANHENSE

SPAIN + PORTUGAL

ENCONTRO: Acto de chegar até à pessoa ou coisa que se encontra. CRUZAMENTO: Ocasião ou lugar em que duas coisas se cruzam. O facto de as coisas se cruzarem. TROCA: Acto ou efeito de trocar. Transformar-se. | Um encontro que é um cruzamento, uma troca, uma contaminação positiva de histórias, hábitos, idiossincrasias, ideias, motivações, paixões, sons. Um encontro onde ouvimos falar, cantar e tocar... talvez dançar. Uma forma de tropeçarmos na música de cada um, de tantas geografias, de nos surpreendermos e de juntarmos peças à nossa bagagem. Um encontro para nos conhecermos.

ENCOUNTER: The act of reaching the person or thing that is encountered. | CROSSING: The occasion or place in which two things cross. The fact of things crossing. | EXCHANGE: Act or effect of exchanging. Transforming. | An encounter that is a crossing, an exchange, a positive contamination of histories, habits, idiosyncrasies, ideas, motivations, passions, sounds. An encounter where we hear speaking, singing and playing... perhaps dancing. A way of stumbling on the music of each of us, of so many geographies, of surprising ourselves and of adding pieces to our baggage. An encounter to get to know ourselves.

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

31 ENCONTRO MEETING 19.11.2022 SÁBADO SATURDAY 14H30-15H30 IDANHA-A-NOVA CENTRO CULTURAL RAIANO
ESPANHA
?

LUGAR SECRETO SECRET PLACE

Inscrição obrigatória. Booking required. Instruções = p.18/19. Instructions = p.18/19.

33 CONCERTO SECRETO SECRET CONCERT 19.11.2022 SÁBADO SATURDAY 16H30-17H30 ? ?
SEPHARDICA

LAGAR [SALÃO DE FESTAS] SEPHARDICA ESPANHA SPAIN

Emilio Villalba — dir. musical, alaúde | lute, viola, citola | citole medieval, santur Sara Marina — clavisimbalum, adufe, bendir, riq, darbouka Ángeles Núñez — soprano, castanholas | castanets, cascabeles

MÚSICA DE MULHERES SEFARDITAS MUSIC OF SEPHARDIC WOMEN

1. Alhekem kejal anón. sefardita

2. Morena me llaman anón. sefardita

3. A la Una yo nací anón. sefardita

4. La Rosa Enflorece anón. sefardita

5. Ven querida anón. sefardita

6. Cantemir VII, Dimitrie Cantermir tradicional medieterrâneo

7. Los Guisados anón. sefardita

8. La Comida la mañana anón. sefardita

9. Una matica de ruda anón. sefarditaa

10. Axerico anón. sefardita

11. Los Caminos de Serkedji anón. sefardita

12. La Cantiga de Fuego anón. sefardita

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

35 CONCERTO CONCERT 19.11.2022 SÁBADO SATURDAY 21H30 MONSANTO

MÚSICA DE MULHERES SEFARDITAS

As mulheres desempenhar§am um papel fundamental na divulgação e preservação da música sefardita, a qual consiste num conjunto de canções tradicionais que foram preservadas pelas comunidades judaicas da Península Ibérica no exílio, e que estas conheciam pelo termo Sepharad.

A música preservada pela tradição sefardita é uma viagem completa, com partida e regresso. É uma música com raízes medievais que foi transmitida oralmente, absorvendo vários estilos musicais ao longo do tempo, conforme as áreas geográficas onde os sefarditas se instalaram no Mediterrâneo, incluindo o Norte de África, os Balcãs, a Grécia e a Turquia. Investigadores, historiadores, musicólogos e músicos compilaram testemunhos, canções e gravações das últimas mulheres sefarditas através de um ousado trabalho de campo, permitindo que hoje escutemos e desfrutemos novamente deste património musical. Este concerto traz a palco uma compilação selecionada das mais belas músicas preservadas, interpretada tal como no passado e com instrumentos históricos, como adufes, rabéis, alaúdes e um saltério. São canções de amor, romanças e canções de embalar que foram cantadas há centenas de anos e que, hoje em dia, continuam a ser cantadas por avós a netos.

SEPHARDICA é um projeto especializado no estudo, recuperação e divulgação de música e instrumentos históricos, fundamentalmente do período artístico entre os séculos VIII e XVI. Os músicos trabalham juntos há mais de 10 anos, realizando, por toda a Espanha e Europa, concertos de música medieval que combinam teatro, narrativa e um timbre profundamente rico na sua interpretação de peças. Alcançaram grande sucesso junto do público e da crítica em festivais como Pórtico do Paraíso (Ourense), FeMÀS (Sevilha), Mare Musicum (Almería), festivais de música sefardita (Córdoba, León, Girona, etc.), Noites d’Encanto (Portugal), IKFEM (Portugal-Espanha), Les Heures Musicales (França), Caprichos Musicales (Comillas), Fora do Lugar (Portugal), Festival Tres Culturas (Toledo) e Noches en los Jardines del Real Alcázar (Sevilha).

36

MUSIC OF SEPHARDIC WOMEN

Women played a fundamental role in the dissemination and preservation of Sephardic music, consisting of a set of traditional songs that have been preserved by the exiled Jewish communities of the Iberian Peninsula, which these communities knew as Sepharad.

The music preserved by the Sephardic tradition is a round trip: departure and return. It is a music with medieval roots that was transmitted orally, absorbing various musical styles over time according to the geographical areas where the Sephardim settled around the Mediterranean, including North Africa, the Balkans, Greece and Turkey. Researchers, historians, musicologists and musicians have compiled testimonies, songs and recordings of the last Sephardic women through adventurous fieldwork, allowing us to listen to and enjoy this musical heritage again today.

This concert brings to the stage a select compilation of the most beautiful preserved music interpreted as it was in the past and with historical instruments such as adufes, rebecs, lutes and a psaltery. Love songs, romances and lullabies that have been sung for hundreds of years and which continue to be sung from grandmothers to grandchildren to this day.

SEPHARDICA is a project specialised in the study, recovery and dissemination of historical music and instruments, fundamentally from the artistic period between the 8th and 16th centuries. The musicians have worked together for more than 10 years, offering medieval music concerts throughout Spain and greater Europe that combine theatre, narrative and a deeply rich timbre in their interpretation of pieces. They have achieved great public and critical success at festivals such as Pórtico do Paraíso (Ourense), Femás (Seville), Maremusicum (Almería), Sephardic Festival (Córdoba, León, Girona…), Noites d’Encanto (Portugal), IKFEM (Portugal-Spain), Les heures Musicales (France), Festival Caprichosm Festival Fora do Lugar (Portugal) Musicales (Comillas), Festival Tres Culturas (Toledo) and Nights in the Gardens of the Real Alcázar (Seville).

37

SEXTA-FEIRA FRIDAY 20h00-23h00

IDANHA-A-NOVA

CULTURAL RAIANO PROGRAMA PROGRAMME

#1 EXPOSIÇÃO Arte Visigótica Fragmenta Fidei. A arte visigótica da Egitânia

#2 EXPOSIÇÃO Museu dos Sons Perdidos #1 Antes dela dormir

#3 NATUREZA Projecto Abutre Preto SPEA

#4 CONCERTO Myrtho França + Suiça

#5 GASTRONOMIA Tertúlia com sopa

#6 CINEMA DocLisboa Oh Dear Sara, de Patricia Franquesa

#1 EXHIBITION Visigothic Art Fragmenta Fidei. Visigothic art of Egitania

#2 EXHIBITION Museum of Lost Sounds #1 Before she sleeps

#3 NATURE Project Black Vulture SPEA

#4 CONCERT Myrtho France + Switzerland

#5 GASTRONOMY Social gathering with soup

#6 CINEMA DocLisboa Oh Dear Sara, by Patricia Franquesa

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

39 NOITE CHEIA FULL NIGHT 25.11.2022
CENTRO
FOTO: JOSÉ CRISTÓVÃO

NOITE CHEIA FULL NIGHT

EXPOSIÇÃO

SEXTA-FEIRA

IDANHA-A-NOVA

FRAGMENTA FIDEI

A ARTE VISIGÓTICA DA EGITÂNIA VISIGOTHIC ART OF EGITANIA

EXPOSIÇÃO de carácter documental com o objectivo de estudar e expor as esculturas alto medievais provenientes do sítio arqueológico de Idanha-a-Velha, a antiga Egitania. A maior parte da colecção foi recolhida nas escavações arqueológicas realizadas por Fernando de Almeida durante os anos cinquenta e sessenta do século XX, às quais somamos as descobertas feitas nas últimas décadas e que permitem compreender melhor a história da Cidade Antiga.

O protagonismo de Idanha-a-Velha - Igaedis - Egitânia, durante a Antiguidade Romana e a Alta Idade Média fez dela o lugar mais importante da actual Beira Interior, entre o Tejo e o Douro, ao longo de quase 1200 anos, durante o 1.º milénio, entre o período romano e o período da conquista e da formação do reino. Teve na época romana um grande desenvolvimento, estabelecendo uma relação privilegiada com Mérida, sede da Lusitânia romana e sede diocesana metropolitana visigoda. No período visigodo, nomeadamente a partir de 585, assume grande protagonismo, elevando-se a diocese e absorvendo territórios de antigas civitates que perderam então importância. As marcas da sua herança cultural mostram que foi lugar privilegiado de encontro, e confronto, de povos e culturas distintas: sob um fundo indígena, cruzaram-no romanos, suevos, visigodos, muçulmanos e cristãos.

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

41
#1
EXHIBITION 25.11.2022
FRIDAY 20h00-23h00
CENTRO CULTURAL RAIANO

EXHIBITION of a documentary nature with the aim of studying and displaying sculptures of the High Middle Ages from the archaeological site of Idanha-a-Velha, ancient Egitania. Most of the collection has originated in the archaeological excavations carried out by Fernando de Almeida during the nineteen-fifties and sixties, to which we add discoveries made in recent decades that give us a better understanding of the history of the ancient city.

The prominence of Idanha-a-Velha - Igaedis - Egitania, during Roman Antiquity and the High Middle Ages made it the most important place in present-day Beira Interior, between the Tagus and the Douro, for almost 1200 years, during the 1st millennium, between the Roman period and the period of the conquest and of the formation of the Kingdom. It developed significantly in the Roman era, establishing a privileged relationship with Mérida, the capital of Roman Lusitania and of the Visigothic metropolitan diocese. During the Visigothic period, namely from 585 onwards, it played a fundamental role, with the diocese coming to the fore and absorbing territories from ancient civitates which had declined in importance. The marks of its cultural legacy show that it was a privileged place of encounter, and confrontation, of different peoples and cultures: against an indigenous background, it was crossed by Romans, Swabians, Visigoths, Muslims and Christians.

Autoria (por ordem alfabética):

Adalgisa Patrícia Dias (CMIN) José Cristóvão (CMIN) Tomás Cordero Ruiz (Instituto de Estudos Medievais - NOVA FCSH)

Conservação e Restauro: Ana Poças (CMIN)

Epigrafia: Armando Redentor (FLUC)

Fotografia: José Cristóvão (CMIN)

42

NOITE CHEIA FULL NIGHT #2

SEXTA-FEIRA

IDANHA-A-NOVA

FILIPE FARIA ANTES DELA DORMIR ENSAIO SOBRE A PAISAGEM

BEFORE SHE SLEEPS. ESSAY ON LANDSCAPE

MUSEU DOS SONS PERDIDOS Dizem que Guglielmo Marconi (1874-1937), físico e inventor italiano, padrinho da tecnologia rádio, acreditava que o som não morre. Sonhava ouvir os sons perdidos, tocar nessas frequências eternas. Podíamos ouvir tudo. Ouvir a primeira inspiração dos nossos filhos e dos nossos pais. Ouvir o primeiro grito da Humanidade, cada sermão, conselho sábio ou riso de todas as gerações. Ouvir o som grave da primeira erupção ou o canto agudo daquela ave que escapou para longe. Todos nós podíamos ouvir tudo. Ouvir tudo, para sempre. (...)

MUSEUM OF LOST SOUNDS It is said that Guglielmo Marconi (1874-1937), Italian physicist and inventor, godfather of radio technology, believed that sound did not die. He dreamt of hearing lost sounds, playing on those eternal frequencies. We could hear everything. The first breath of our children and our parents. The first cry of humanity, each sermon or wise counsel, and the laughter of every generation. The deep sound of the first eruption and the high-pitched song of the bird that escaped far away. We could all hear everything. Everything, forever. (...)

FILIPE FARIA Fotografia, Paisagem Sonora, Livro | Photography Soundscapes, Book PAULO LONGO Exposição: Curadoria | Exhibition: Curatorship

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

43
EXPOSIÇÃO EXHIBITION 25.11.2022
FRIDAY 20h00-23h00
CENTRO CULTURAL RAIANO
sons perdid os
IDANHA-A-NOVA est.2020 museu dos

ANTES DELA DORMIR

Ensaio sobre a Paisagem Paisagem sonora, intercultural, no feminino, sobre paisagem visual

Um projecto de Filipe Faria Fotografia, Paisagem Sonora, Livro A partir de Idanha-a-Nova

Com as vozes de: Inês Tonelo Ita Cabi Licínia Gaspar Ramandeep Kaur Carla Alexandra Inês Évora

Marisa Ramos Ana Paula Parente Vera Serra

Projecto de Mediadores Municipais e Interculturais

Um projecto: Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

Em parceria com CMCD - Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento

Coordenação: Marta Castanheira Financiamento: Programa Operacional Temático de Inclusão Social e Emprego Mediadores: Guabi David Marisa Ramos Samuel Romão Vera Serra

Livro Prefácios: Paulo Longo Luís Pedro Cabral

Filipe Faria

Edição: Arte das Musas Colecção: Museu dos Sons Perdidos Design e Paginação: Filipe Faria

1ª Edição Idanha-a-Nova 2022 ISBN 978-989-95983-7-9

© Arte das Musas 2022

Museu dos Sons Perdidos

Um projecto original: Filipe Faria/Arte das Musas www.museudossonsperdidos.pt

FOTO: FILIPE FARIA ABUTRE-PRETO (AEGYPIUS MONACHUS) FOTO: JOACHIMSMÜLLER

NOITE CHEIA FULL NIGHT

SEXTA-FEIRA FRIDAY 20h00-23h00

IDANHA-A-NOVA

PROJECTO ABUTRE PRETO PROJECT CINEREOUS VULTURE

SPEA SOCIEDADE PORTUGUESA PARA O ESTUDO DAS AVES PORTUGUESE SOCIETY FOR THE STUDY OF BIRDS

KEYNOTE: PROMOVER O REGRESSO DO ABUTRE-PRETO A PORTUGAL ATRAVÉS

DO PROJETO LIFE AEGYPIUS RETURN O abutre-preto é uma espécie Criticamente em Perigo de extinção em Portugal. Extinguiu-se em 1973, tendo recuperado ao longo deste século através de indivíduos provenientes de Espanha. As principais ameaças à espécie são o uso ilegal de veneno, disponibilidade limitada de alimento e perturbação humana. No projeto LIFE Aegypius return, vamos trabalhar para conservar e promover o aumento da espécie em Portugal, através de ações de gestão de habitat e alimento e redução das ameaças.

KEYNOTE: PROJECT CINEREOUS VULTURE PROMOTING THE RETURN OF THE CINEREOUS VULTURE TO PORTUGAL THROUGH THE PROJECT LIFE AEGYPIUS RETURN The cinereous vulture is considered Critically Endagered in Portugal. It became extinct in 1973, recovering only with the help of individuals originating from Spain. The main threats to this species are illegal use of poison, limited availability of food and human disturbance. On the project LIFE Aegypius return we will work to protect and promote the increase of this species in Portugal, through habitat and food management and working to reduce its threats.

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

47
#3 NATUREZA NATURE 25.11.2022
CENTRO CULTURAL RAIANO

A SPEA – SOCIEDADE PORTUGUESA PARA O ESTUDO DAS AVES é uma Organização Não Governamental de Ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

A SPEA desenvolve projetos em todo o território nacional e também em parceria no estrangeiro (ex.: Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Malta e Grécia). A sensibilização ambiental e a promoção do Birdwatching são também duas das suas prioridades. Mais especificamente, realizamos censos por todo o país (Portugal continental e ilhas) para produzir indicadores do estado da biodiversidade. Os nossos cientistas fazem parte de diversos projetos incluindo entender e mitigar o impacte das linhas elétricas nas aves; fazemos também parte da equipa que trabalha na gestão sustentável das Berlengas (conservar os seus habitats, plantas endémicas e populações de aves marinhas), o restauro da floresta Laurissilva nos Açores e proteção do priolo, e até sensibilizar o público para as mudanças climáticas e o problema da poluição. Além disto tudo, participamos na gestão do Espaço Interpretativo da Lagoa Pequena que está situado numa das mais importantes zonas de migração e nidificação de aves da Europa.

E porque é que isto é importante? Estudos demonstram que 40% das espécies de aves selvagens do Mundo estão em declínio, e 1 em 8 espécies estão ameaçadas de extinção. Esta estatística inclui aves como o Britango, o Sisão e a Águia-imperial, mas aves comuns estão também a diminuir em números. As aves são bons indicadores do estado geral dos ecossistemas, ou seja, campos ricos em aves são campos saudáveis e livres de poluição.

Como associação sem fins lucrativos, dependemos do apoio dos sócios e de diversas entidades para concretizar as nossas ações. Fazemos parte de uma rede mundial de organizações de ambiente, a BirdLife International, que atua em 120 países e tem como objetivo a preservação da diversidade biológica através da conservação das aves, dos seus habitats e da promoção do uso sustentável dos recursos naturais. Em Portugal, SPEA foi reconhecida como entidade de utilidade pública em 2012.

48

SPEA – PORTUGUESE SOCIETY FOR THE STUDY OF BIRDS is n non-governmental environmental organization working for the conservation of birds and their habitats in Portugal and promoting a development that guarantees the viability of the natural heritage for the enjoyment of future generations. We develop projects throughout Portuguese territory and also in partnership abroad (eg. Cape Verde, Sao Tome and Principe, Malta and Greece). Raising environmental awareness and promoting birdwatching are also two of our priorities. More specifically, we conduct census across the country (continental Portugal and islands) in order to produce indicators of the state of our biodiversity. Our scientists are part of many projects including understanding and mitigating the impact of power lines on birds; we are also part of the team that works on the sustainable management of Berlengas (conserving their habitats, endemic plants and seabird populations), the restoration of the Laurel forest in the Azores and the protection of the Azores Bullfinch, and even raising public awareness around climate change and pollution. Furthermore, we participate in the management of the Lagoa Pequena Interpretation Center, which is located in one of the most important bird migration and nesting areas in Europe. And why is all of this so important? Studies show that 40% of bird species in the world are in decline, and that 1 in 8 species are threatened with extinction. This statistic includes species such as the Egyptian Vulture, the Little Bustard and the Spanish Imperial Eagle, but common birds are also declining in numbers. Birds are very good indicators of the general health of ecosystems and so fields that are rich in birds are healthy fields with low levels of pollution. As a non-profit association, we depend on the support of our partners and various entities to carry out our actions. We are part of a worldwide network of environmental organizations, BirdLife International, which operates in 120 countries and aims to preserve biological diversity through the conservation of birds, their habitats and the promotion of sustainable use of natural resources. In Portugal, SPEA was recognized as a public utility entity in 2012.

Programa integrado no 29º aniversário SPEA 2022, em Idanha-a-Nova Program integrated in the 29th anniversary SPEA 2022, in Idanha-a-Nova 25.11 20h00 Keynote Projecto Abutre Preto Project Black Vulture 26.11 09h30 4ª Caminhada de Observação de Aves 4th Birdwatching Walk 27.11 09h30 5ª Caminhada de Observação de Aves 5th Birdwatching Walk

49
ENSEMBLE MYRTHO

NOITE CHEIA FULL NIGHT #4

CONCERTO CONCERT 25.11.2022

SEXTA-FEIRA FRIDAY 20h00-23h00

IDANHA-A-NOVA CENTRO CULTURAL RAIANO MYRTHO FRANÇA FRANCE + SUIÇA SWITZERLAND

Pierre Blanchut — santour, daf iraniano | santour, iranian daf Laetitia Marcangeli — voz, sanfona | voice, hurdy gurdy Raphaël Sibertin-Blanc — violino | violin, alto, kemençe de Istambul Timothée Tchang Tien Ling — percussões mediterrânicas | mediterranean drums

AO GOSTO DE EROS AT THE MERCY OF EROS

1. Ode to Aphrodite (Sapho, s.VII AC)

2. Paphitissa (Tradicional, Chipre)

3. Tzivaeri (Tradicional, Ásia Menor)

4. Una matica de ruda (Tradicional, Sefardita), arr. Myrtho/Pierre Blanchut

5. Lisa Bedda (Tradicional, Córsega)

6. U pinu tunisianu (Tradicional, Córsega)

7. Me minise i agapi mou (Tradicional, Macedónia Grega)

8. Três danças tradicionais gregas

9. Belle endormie (Canção tradicional francesa e Canção de Marot n°X, s.XV)

10. Abre tu puerta (Tradicional, Sefardita), arr. Myrtho/Pierre Blanchut

11. Yo m'enamore de un ayre (Tradicional, Sefardita), arr. Myrtho/Pierre Blanchut

12. Agior Agior (Tradicional, Grécia)

13. Rossignolet du bois (Tradicional, França), arr. Myrtho/Pierre Blanchut

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

51

AO GOSTO DE EROS VIAGEM AMOROSA POR TEMAS GREGOS, CÓRSICOS, FRANCESES E SEFARDITAS

"Tua fronte inundada pelas claridades do Oriente, Os bagos negros enredados no ouro da tua trança" — Gérard de Nerval, Les Chimères

O concerto intitulado Au gré d’Éros [Ao Gosto de Eros] revela um repertório de poemas cantados, líricos ou narrativos, traduzidos e apresentados como breves histórias encaixadas. Escolhidas de modo a evocarem a variedade de emoções que acompanha o caprichoso sentimento amoroso, as canções acham-se organizadas de forma a construírem uma trama que joga, ao mesmo tempo, com temas provenientes do quotidiano e o sobrenatural, invocando certas figuras arquetípicas da cultura popular europeia. Esta trama abre com o tema do encantamento amoroso e a invocações mágicas a Afrodite (Safo, poema em grego antigo do século VII a.C.), detém-se com um cântico sonhador sobre o voo de uma pomba que simboliza a amada (tradicional do Chipre) e escuta uma discussão entre uma mãe e a sua filha sobre o noivo ideal (tradicional sefardita); de seguida, a palavra é dada aos homens rejeitados, vítimas de beldades infiéis (tradicionais córsicos); o tema do baile (danças gregas) serve de prelúdio à acalmia que envolve a Bela Adormecida, ou o Rouxinol invocado como mestre cantor e mestre do amor (serenatas tradicionais francesas, poema de Marot musicado sobre melodia antiga). Por fim, os vestígios de uma epopeia sobre o tema de Perseu e Andrómeda transposto para a Europa cristã e medieval, bem como o combate contra o dragão para libertar a princesa (tradicional grego), encontram igualmente o seu lugar neste repertório.

O ENSEMBLE MYRTHO é composto por quatro músicos de proveniências diversas, mas ligados por uma paixão pelas músicas e instrumentos tradicionais do Mediterrâneo: Pierre Blanchut (santur), Laetitia Marcangeli (canto e sanfona), Raphaël Sibertin-Blanc (violino, alto, kemençe de Istambul), Timothée Tchang Tien Ling (percussões mediterrânicas). Numa perspetiva ao mesmo tempo musical e literária, o Ensemble Myrtho, que deve o seu nome a um poema de Gérard de Nerval, procura relacionar musical e poeticamente o Oriente e o Ocidente mediterrânicos. Esta relação é estabelecida não só pela exploração, o rearranjo de temas tradicionais e poemas populares do Mediterrâneo europeu, como pela musicalização e escansão de uma poesia por vezes tão antiga como a de Safo, poetiza grega do século VII a.C. Poesia de amor popular e erudita, serenatas, lendas antigas, histórias cantadas e temas épicos regressam à vida, animados pelas vozes tradicionais da Grécia, da Córsega, da Espanha sefardita e de França. As línguas latinas surgem ao lado das sonoridades mais roucas dos dialetos gregos, as harmonias da Europa ocidental combinam com temas oriundos do mar Egeu, que fluem para o Oriente e dançam ao som de ritmos ímpares.

Cantora, doutorada em Literatura Comparada, LAETITIA MARCANGELI é professora titular de Filologia, autora, tradutora e especialista em poesia grega, Laetitia Marcangeli nasceu no seio de uma família de melómanos e intérpretes de música clássica de origem mediterrânica. Com formação em piano clássico, sente, desde

52

a infância, um grande fascínio pela força poética da cantora Angélique Ionatos, tendo, por isso, começado por estudar a língua grega e a poesia. Após se tornar professora de literatura e de línguas antigas, Laetitia Marcangeli dá continuidade aos seus estudos de música, iniciando a sua formação em canto lírico com Françoise Galais e prosseguindo-a com Leila Bouazza; posteriormente, impelida pelo seu gosto da poesia, vem a interessar-se pelas tradições do Mediterrâneo. Dedica-se, então, à música modal através do estudo dos repertórios gregos tradicionais, que realiza durante estágios com diferentes cantoras (Katerina Papadopoulou, Martha Mavroidi), o que a levou também a interessar-se novamente pelas tradições do canto e da poesia popular do Ocidente, nomeadamente da França, Córsega e Espanha. Atualmente, procura, com o Ensemble Myrtho, conciliar poesia popular e erudita, antiga e moderna, texto e música, lirismo e narração. Fez parte de diferentes ensembles (Kyclos, aElla), colaborou com compositores e músicos gregos, tais como Photis Ionatos, Dora Stalidou, Nikos Papadogiorgos, e foi convidada numerosas vezes para interpretar a parte da voz solista tradicional na peça Stabat Mater, de Karl Jenkins (sob a direção de Gérard Baconnais, Stéphane Candat e Jean-Marie Puissant). Foi recentemente convidada para o Festivale di a Ruralità (Patrimonio, Córsega), organizado por Christian Andreani, cantor e etnomusicólogo do grupo Caramusa, a fim de apresentar um projeto sobre os cânticos rurais e montanheses do Mediterrâneo.

Compositor, improvisador, PIERRE BLANCHUT seguiu um percurso artístico transversal que o conduziu do piano clássico e o teatro até às músicas do Oriente. Durante o seu trabalho como encenador, descobre a percussão persa (zarb e daf) e torna-se aluno de Dariush Zarbafian, que irá acompanhar em numerosos concertos. Tornando-se músico profissional, participa em diferentes formações, como Mosaïca, música occitana e mediterrânica; Demazadî, música do Curdistão; Esfahan, música persa, etc. O estudo do santur vai permitir a Pierre Blanchut estabelecer laços entre o piano clássico e a percussão oriental; dedicando-se ao estudo do repertório erudito persa, torna-se solista no MirageTrio, com Bruno Talavera e Taghi Akhbari, no grupo Taxim (música do Oriente e do Ocidente) e, atualmente, no Quartet Mawaran. Acompanha igualmente o grupo vocal Scandicus num repertório medieval e sefardita. O seu interesse persistente pelo teatro leva-o a participar em diferentes espetáculos: acompanha artistas como o contador de histórias marroquino Amid Beriouni ou o bailarino Michel Raji; assegura a direção musical do espetáculo Gengis Khan, Une Épopée Mongole, criado para o Festival International de Musiques Sacrées, na Abadia de Sylvanès (2003); participa na música do filme de animação Persépolis, de Marjane Strapi e Vincent Paronnaud (2007); compõe músicas para espetáculos de teatro de sombras turco (Karagöz) da autoria de Rušen Yildiz; e participa no espetáculo La Mauvaise Herbe, do ator e bailarino Faustino Blanchut, no Teatro Dimitri (Suíça). Pierre Blanchut apresentou o seu trabalho em numerosos espaços (Museu do Louvre, Instituto do Mundo Árabe, Mucem, em Marselha, entre outros) e festivais, como o Festival International de Musiques Sacrées, na Abadia de Sylvanès (Aveyron). Foi igualmente convidado enquanto solista pela Orchestre National Capitole Toulouse para uma atuação na sala de concertos Halle aux Grains.

53

Apaixonado pelas músicas e tradições do mundo árabe, TIMOTHÉE TCHANG TIEN

LING estudou na cidade marroquina de Fez com o professor Nabil Guemmah, que lhe mostrou os rudimentos do seu instrumento e os ritmos de Magrebe. Viajou, de seguida, até ao Egito, onde teve a oportunidade de receber, durante seis meses, os últimos ensinamentos de Khamis Henkeish. De regresso a França, instalou-se em Toulouse e prosseguiu a sua formação, durante três anos, na escola Music’halle, onde estudou com Ali Alaoui. Com formação nas músicas do Magrebe e do MédioOriente, os encontros, a curiosidade e os projetos musicais levaram-no igualmente na direção dos repertórios clássicos e tradicionais da Turquia, Grécia e regiões vizinhas, sendo a sua paixão pelo ritmo, as melodias e os cânticos a urdir a ligação entre estes diferentes repertórios mediterrânicos. Foi membro de diversos ensembles, tais como Tri Detsa (repertório balcânico) e Kkam Kalo (músicas ciganas).

Após ter estudado música clássica e ter recebido uma sólida formação em jazz, nomeadamente com Didier Lockwood no CMDL (Centre des Musiques Didier Lockwood), RAPHAËL SIBERTIN-BLANC completou a sua abordagem da música virando-se para as músicas tradicionais, demonstrando um interesse pelas possibilidades de cruzamentos que estas oferecem. Sentindo-se particularmente atraído pelas músicas do Oriente e da Ásia Menor, viaja pela Turquia e pela Grécia e inicia-se, junto dos mestres Derya Turkan e Sokratis Sinopoulos, em instrumentos como o klasik kemençe – pequeno violino vertical originário de Istambul – e nos repertórios tradicionais populares e eruditos que atualmente enriquecem o seu trabalho de composição e os seus estudos de improvisação. A sua carreira como violonista, improvisador e compositor é ilustrada por projetos pessoais como a formação Dadèf Quartet (Jazz das Estepes), para a qual realiza composições, bem como por diversas criações, entre as quais Alambic (trio de improvisação com Dominique Regef e Hélène Sage – 2015) ou Chronométries (criação em duo com Stéphane Bissières (sintetizador modular), difundida em direto na rádio France Musique – 2014). Em conjunto com Stéphane Bissères compõe, igualmente, «cineconcertos» para a cinemateca de Toulouse. Do lado oriental, Raphaël Sibertin-Blanc integra formações como o Quartet Marawan (desde 2020 – músicas de inspiração libanesa) e o Ensemble Myrtho (desde 2021 – canções e poesia do Mediterrâneo europeu), e participou em projetos como a composição de peças sonoras, com Stéphane Bissières, para a emissão de Contes du jour et de la nuit, de Véronique Sauger (France Musique); acompanha, igualmente, em palco o ator Philippe Babin na peça de teatro Journal intime d’un cep de vigne (encenação de Jean-Marie Doat). Desde 2016, dedica-se à difusão da música em meio hospitalar, com o projeto Iplik, em duo com Guillaume Gendre no contrabaixo (duas intervenções por mês em centro de reanimação). Desde 2017, ensina igualmente violino e jazz na escola Music’halle, em Toulouse.

54

AT THE MERCY OF EROS

A LOVE FUELLED JOURNEY BASED ON GREEK, CORSICAN, FRENCH AND SEPHARDIC THEMES

“I think of your brow bathed with morning light, Black grapes wound in your golden tresses” — Gérard de Nerval, Les Chimères

The concert, entitled Au gré d’Éros [At the mercy of Eros], features a repertoire of sung, lyrical and narrative poems, translated and introduced as short interlaced tales. Chosen to evoke the range of emotions that accompany the capricious feeling of love, the songs are arranged in such a way as to build a framework that plays on both everyday themes and wonder, while invoking certain archetypal figures from European popular culture. This plot opens with the theme of love and magical invocations to Aphrodite (Sappho, an ancient Greek poem from the 7th century BCE), lingers with a dreamy song about the flight of a dove, which represents the beloved (Cypriot tradition), listens in on the debate between a mother and her daughter on the ideal fiancé (Sephardic tradition); then the floor is given to the spurned men, victims of beautiful infidels (Corsican tradition); the theme of the ball (Greek dances) preludes the calm that surrounds the “Belle endormie”, another Sleeping Beauty figure, or the Nightingale, invoked as master singer and master of love (traditional French serenades, poem by Marot set to an ancient melody). Finally, the vestiges of an epic on the theme of Perseus and Andromeda, transposed to Christian and medieval Europe, and fights against a dragon to rescue a princess (Greek tradition) also find their rightful place in this repertoire.

The ENSEMBLE MYRTHO is composed of four musicians from different backgrounds, all linked by a passion for traditional Mediterranean music and instruments: Pierre Blanchut (santur), Laetitia Marcangeli (vocals and hurdy-gurdy), Raphaël SibertinBlanc (violin, viola, Istanbul kemençe), Timothée Tchang Tien Ling (Mediterranean percussion). From a musical and literary perspective, the Ensemble Myrtho, which takes its name from a poem by Gérard de Nerval, strives to connect the Mediterranean East and West, both musically and poetically. This link is forged both by exploring and rearranging traditional themes and popular poems from the European Mediterranean, and by reviving, in music and scansion, poetry that can be as old as that of Sappho, a Greek poet from the 7th century BCE. Popular and learned love poetry, serenades, ancient legends, sung tales and epic themes are brought back to life through traditional songs from Greece, Corsica, Sephardic Spain and France. Latin languages rub shoulders with the huskier sounds of Greek dialects, while Western European harmonies mingle with themes from the Aegean, which draw us towards the East and dance to strange rhythms.

LAETITIA MARCANGELI is a singer, a doctor of comparative literature, an associate professor of philology, an author, a translator and a specialist in Greek poetry. She was born into a family of music lovers and classical musicians of Mediterranean origin. Trained as a classical pianist herself, from childhood she was impressed by the poetic power of the singer Angelica Ionatos and initially elected to study the Greek

55

language and poetry. After becoming a teacher of literature and ancient languages, she continued her musical studies and began learning opera singing from Françoise Galais, and later Leila Bouazza; then, driven by her love of poetry, she became fascinated by Mediterranean traditions. She subsequently turned to modal music, studying traditional Greek repertoires in courses with various singers (Katerina Papadopoulou, Martha Mavroidi), which also led her to renew her interest in the traditions of popular song and poetry from the West, notably France, Corsica and Spain. Today, with the Ensemble Myrtho, she attempts to reconcile popular and learned poetry, ancient and modern, text and music, lyricism and narration. She has performed in various ensembles (Kyclos, aElla), collaborated with Greek composers and musicians such as Photis Ionatos, Dora Stalidou, and Nikos Papadogiorgos, and on numerous occasions has been invited to sing the traditional solo voice part in Karl Jenkins’ Stabat Mater (under the direction of Gérard Baconnais, Stéphane Candat and Jean-Marie Puissant) The Festivale di a ruralità (Patrimonio, Corsica) organised by Christian Andreani, the singer and ethnomusicologist from the group Caramusa, recently invited her to present a project on rural and mountain songs from the Mediterranean.

A Composer and improviser, PIERRE BLANCHUT has followed a cross-disciplinary artistic path that has led him from classical piano and theatre to the music of the Orient. Initially a stage director, he discovered Persian percussion (zarb and daf) and became a student of Dariush Zarbafian, whom he then accompanied in numerous concerts. Now a professional musician, he participates in various groups, including Mosaïca (Occitan and Mediterranean music), Demazadî, (Kurdish music) and Esfahan (Persian music), while his study of the santur has allowed him to establish a link between classical piano and oriental percussion. A student of the Persian learned repertoire, he has performed as a soloist in the Miragetrio with Bruno Talavera and Taghi Akhbari, in the group Taxim (music from East and West) and, currently, in the Mawaran Quartet. He also accompanies the vocal group Scandicus in a medieval and Sephardic repertoire. His enduring interest in theatre has led him to perform in various productions: he has accompanied artists such as the Moroccan storyteller Amid Beriouni and the dancer Michel Raji, and was the musical director of the production Gengis Khan, une épopée mongole [Genghis Khan, a Mongolian epic] produced for the International Festival of Sacred Music at the Abbey of Sylvanès (2003). He also worked on the music for the animated film Persepolis by Marjane Strapi and Vincent Paronnaud (2007), created the music for the Turkish shadow theatre show Karagöz by Rušen Yildiz, and took part in the production La mauvaise herbe by actor and dancer Faustino Blanchut at the Teatro Dimitri (Switzerland). Pierre Blanchut has performed at numerous venues (Louvre Museum, Arab World Institute, Mucem in Marseille, among others) and festivals, including the International Festival of Sacred Music at the Abbey of Sylvanès (Aveyron). He was also invited as a soloist by the Orchestre du Capitole de Toulouse for a performance at the Halle aux Grains.

Passionate about the music and traditions of the Arab world, TIMOTHÉE TCHANG

TIEN LING trained in Fez, Morocco, under Professor Nabil Guemmah, who taught him the rudiments of his instrument and the rhythms of North Africa. Then, in Egypt, he had the opportunity to spend six months attending the final teachings of Khamis Henkesh.

56

Back in France, he settled in Toulouse and continued his training for three years at the Music’halle school under Ali Alaoui. Trained in the music of the Maghreb and the Middle East, his encounters, curiosity and musical projects also led him to the classical and traditional repertoires of Turkey, Greece and the neighbouring regions, his love of rhythm, melodies and songs always establishing a connection between these different Mediterranean repertoires. He is a member of various ensembles, such as Tri Detsa (Balkan repertoire) and Kkam Kalo (gypsy music).

After a classical education and a solid grounding in jazz, notably under Didier Lockwood at the CMDL (Centre des Musiques Didier Lockwood), RAPHAËL SIBERTIN-BLANC completed his musical education by turning to traditional music, inspired by the crossover opportunities that it offers. Particularly attracted by the music of the East and Asia Minor, he travelled to Turkey and Greece and learned from the masters Derya Turkan and Sokratis Sinopoulos about instruments such as the klasik kemençe – a small vertical violin originating from Istanbul – and traditional, popular and learned repertoires, which today enrich his compositional work and research on improvisation. His career as a violinist, improviser and composer is illustrated by personal projects, including the Dadèf Quartet (“Jazz des steppes”), for which he produces the compositions, and various creations, including Alambic, an improvisational trio with Dominique Regef and Hélène Sage (2015), and Chronométries, a duet with Stéphane Bissières (modular synthesiser) broadcast live on France Musique (2014). It was also with Stéphane Bissères that he accepted requests for “ciné-concerts” from the Cinémathèque de Toulouse. On the oriental front, Raphaël Sibertin-Blanc is a member of groups such as the Marawan Quartet (since 2020 – music of Lebanese inspiration) and the Ensemble Myrtho (since 2021 – singing and poetry in the European Mediterranean), and has taken part in projects such as composing sound pieces, alongside Stéphane Bissières, for Véronique Sauger’s Contes du jour et de la nuit programme (France Musique). He also accompanies the actor Philippe Babin on stage in the play Journal intime d’un cep de vigne (directed by Jean-Marie Doat). Since 2016, Raphaël Sibertin-Blanc has been performing music in hospitals, as part of the Iplik project, in duo with Guillaume Gendre on double bass (two performances per month in intensive care units). He has also been teaching violin and jazz at Music'halle in Toulouse since 2007.

57
OH DEAR SARA (PATRICIA FRANQUESA)

NOITE CHEIA FULL NIGHT #6

25.11.2022

SEXTA-FEIRA FRIDAY 20h00-23h00

IDANHA-A-NOVA CENTRO CULTURAL RAIANO PATRICIA FRANQUESA OH DEAR SARA DOCLISBOA

Um testemunho de uma realidade que já não existe. Um retrato do esforço interminável de uma mulher dedicada a capacitar o futuro feminino do Afeganistão a atingir o inatingível. Um conto circular do medo ao amor que regressou ao ponto de partida.

A testimony of a reality that no longer exists. A portrait of the endless effort of a woman devoted to empower the female future of Afghanistan reaching the unreachable. A circular tale from fear to love, which has returned to the starting point.

Título Title: Oh Dear Sara Ano Year: 2021 País Country: Espanha, Sérvia, Noruega Spain, Serbia, Norway Duração Duration: 60' Língua Language: Farsi, Inglês, Catalão Farsi, English, Catalan Realização Director: Patricia Franquesa Argumento & Cinematografia Script & Cinematography: Patricia Franquesa Som Sound: Luka Barajevic, Aleksandar Protić Prota Edição Editing: Ana Zugic Produção Production: Gadea Films, Gulu Gulu Presenta, Substans Film

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

59
CINEMA
CHAPIM-AZUL (CYANISTES CAERULEUS) FOTO: HEHADEN

9H30-12H30

CAMINHADA DE OBSERVAÇÃO DE AVES

WALK

DO

SPEA SOCIEDADE PORTUGUESA PARA O ESTUDO DAS AVES PORTUGUESE SOCIETY FOR THE STUDY OF BIRDS

Inscrição obrigatória | Ponto de encontro: Secreto | Destinatários: Todos | Limite de inscrições: 15 | Idade mínima: 10 anos | Recomendações: Levar água e roupa e calçado adequados para andar no campo

Mandatory registration | Meeting point: Secret | Recipients: All | Registration limit: 15 | Minimum age: 10 | Recommendations: Bring water and suitable clothing and footwear for walking in the countryside

SPEA + INFO p.46/47

Programa integrado no 29º aniversário SPEA 2022, em Idanha-a-Nova Program integrated in the 29th anniversary SPEA 2022, in Idanha-a-Nova

25.11 20h00 Keynote Projecto Abutre Preto Project Black Vulture 26.11 09h30 4ª Caminhada de Observação de Aves 4th Birdwatching Walk 27.11 09h30 5ª Caminhada de Observação de Aves 5th Birdwatching Walk

LUGAR SECRETO SECRET PLACE

Inscrição obrigatória. Booking required. Instruções = p.18/19. Instructions = p.18/19.

61 NATUREZA NATURE 26.11.2022 SÁBADO SATURDAY
SPEA FORA DO LUGAR 4TH BIRDWATCHING
SPEA FORA
LUGAR

O RANCHO FOLCLÓRICO DE PENHA GARCIA foi fundado, em 1983, com o objetivo de divulgar e preservar as tradições de Penha Garcia. Ao longo dos anos tem trabalhado na recolha de música e dança da região, junto das pessoas mais idosas que ainda se lembram como eram cantadas e dançadasao som da concertina e dos adufes, em ambiente de trabalho rural ou de festa. Os trajes são réplicas da indumentária utilizada entre 1880 e 1915: traje dos noivos, traje domingueiro abastado e domingueiro pobre, de romeiro, de raiano e de trabalho.

The PENHA GARCIA FOLKLORIC GROUP was founded in 1983, with the aim of promoting and preserving the traditions of Penha Garcia. Over the years it has worked to recover the region’s music and dance with the help of the older inhabitants, who still remember how they were sung and danced – to the sound of the concertina and adufes, while at work in the fields or during festivities. The costumes are replicas of those used between 1880 and 1915 and include those of the noivos (bride and groom), traje domingueiro abastado (rich man's Sunday best), traje de domingueiro pobre (poor man's Sunday best), romeiro (pilgrim), raiano (borderer) and traje de trabalho (working clothes).

ENSEMBLE MYRTHO + INFO p.49-55
ENSEMBLE MYRTHO

GUADALUPE

& GRUPO DE ADUFES DO RANCHO FOLCLÓRICO DE PENHA GARCIA

ENCONTRO: Acto de chegar até à pessoa ou coisa que se encontra. CRUZAMENTO: Ocasião ou lugar em que duas coisas se cruzam. O facto de as coisas se cruzarem. TROCA: Acto ou efeito de trocar. Transformar-se. | Um encontro que é um cruzamento, uma troca, uma contaminação positiva de histórias, hábitos, idiossincrasias, ideias, motivações, paixões, sons. Um encontro onde ouvimos falar, cantar e tocar... talvez dançar. Uma forma de tropeçarmos na música de cada um, de tantas geografias, de nos surpreendermos e de juntarmos peças à nossa bagagem. Um encontro para nos conhecermos.

ENCOUNTER: The act of reaching the person or thing that is encountered. | CROSSING: The occasion or place in which two things cross. The fact of things crossing. | EXCHANGE: Act or effect of exchanging. Transforming. | An encounter that is a crossing, an exchange, a positive contamination of histories, habits, idiosyncrasies, ideas, motivations, passions, sounds. An encounter where we hear speaking, singing and playing... perhaps dancing. A way of stumbling on the music of each of us, of so many geographies, of surprising ourselves and of adding pieces to our baggage. An encounter to get to know ourselves.

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

63 ENCONTRO MEETING 26.11.2022 SÁBADO SATURDAY 14H30-15H30 PENHA GARCIA NOSSA SENHORA DA
MYRTHO
FRANÇA FRANCE + SUIÇA SWITZERLAND + PORTUGAL
FOTO: FILIPE FARIA

EXPOSIÇÃO

FILIPE FARIA AQUI ESTÃO AS PALAVRAS TODAS ENSAIO SOBRE A PAISAGEM

HERE ARE ALL THE WORDS. ESSAY ON LANDSCAPE

MUSEU DOS SONS PERDIDOS Dizem que Guglielmo Marconi (1874-1937), físico e inventor italiano, padrinho da tecnologia rádio, acreditava que o som não morre. Sonhava ouvir os sons perdidos, tocar nessas frequências eternas. Podíamos ouvir tudo. Ouvir a primeira inspiração dos nossos filhos e dos nossos pais. Ouvir o primeiro grito da Humanidade, cada sermão, conselho sábio ou riso de todas as gerações. Ouvir o som grave da primeira erupção ou o canto agudo daquela ave que escapou para longe. Todos nós podíamos ouvir tudo. Ouvir tudo, para sempre. (...)

MUSEUM OF LOST SOUNDS It is said that Guglielmo Marconi (1874-1937), Italian physicist and inventor, godfather of radio technology, believed that sound did not die. He dreamt of hearing lost sounds, playing on those eternal frequencies. We could hear everything. The first breath of our children and our parents. The first cry of humanity, each sermon or wise counsel, and the laughter of every generation. The deep sound of the first eruption and the high-pitched song of the bird that escaped far away. We could all hear everything. Everything, forever. (...)

FILIPE FARIA Fotografia, Paisagem Sonora, Livro | Photography Soundscapes, Book PAULO LONGO Exposição: Curadoria | Exhibition: Curatorship

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

65
EXHIBITION 26.11.2022 SÁBADO SATURDAY 16H30-17H30 PENHA GARCIA MUSEU
sons perdid os
IDANHA-A-NOVA est.2020 museu dos
ARMONÍA CONCERTADA. FOTO: ALBA MURIEL

SÁBADO

DA AZENHA ERMIDA

ARMONÍA CONCERTADA ARGENTINA

María Cristina Kiehr — soprano

Ariel Abramovich — vihuela | viola de mão

IMAGINÁRIO: DE UM LIVRO DE MÚSICA DE VIHUELA

IMAGINARY: FROM A BOOK OF VIHUELA MUSIC

1. O dulce contemplación, a 4, Juan Vásquez (c.1500-c.1560)

2. Vos me matastes, a 3, Juan Vásquez

3. Por una vez que mis oxos alcé, a 4, Juan Vásquez

4. O dolce vita mia, a 4, Adrian Willaert (1490-1562)

5. Qué sentís coraçon mío, a 4, Juan Vásquez

6. Ricercar, Julio Segni da Modena (1498-1561)

7. Chiare fresche et dolci acque, a 5 Jacques Arcadelt (c.1504-1568)

8. Si de vos bien me aparto, a 5, Anónimo, Cancionero de Uppsala (pub. 1556)

9. Se per colpa del vostro fiero sdegno, a 4 Jacques Arcadelt

10. Se pur ti guardo, a 4, Adrian Willaert

11. Anchor che col partir, a 4 (fantasía), Cipriano de Rore (1515/16-1565)/anón.

12. Si no os hubiera mirado, a 4, Juan Vásquez

13. De los álamos vengo, madre, a 4, Juan Vásquez

14. Quien dice que l'ausencia causa olvido, a 3, Juan Vásquez

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

67 CONCERTO CONCERT 26.11.2022
SATURDAY 21H30 SENHORA

A brilhante soprano María Cristina Kiehr, juntamente com o alaudista/vihuelista Ariel Abramovich, apresenta o seu primeiro álbum a solo dedicado à música da Renascença. Com a sua vasta experiência no repertório polifónico do século XVI (com La Colombina e Ensemble Daedalus, entre outros grupos), num projeto em que utiliza quase exclusivamente a sua língua materna, Kiehr traz para a música do Século de Ouro espanhol a sua própria e singular perspetiva. Imaginario reconstrói um livro fictício e desconhecido de canções de vihuela, inspirado nos sete maravilhosos livros publicados entre 1536 e 1576, mas aqui conforme publicado em Valladolid ou Sevilha entre 1570 e 1580. Assim concebida à sombra dos livros anteriores, cada canção faz referência, ou na sua música ou no seu texto, a outra canção daqueles livros antigos. O vihuelista Jacob Heringman, com quem Abramovich criou e gravou Cifras imaginarias (Arcana A428), faz também parte deste projeto, juntamente com o mítico tenor britânico John Potter, ex-membro do Hilliard Ensemble e artista da ECM, que executa uma peça enigmática para tenor e vihuela. Um projeto único em todos os sentidos, este produto da imaginação leva o repertório gravado do Renascimento espanhol um passo mais além, aventurando-se no mundo da ficção musical numa mescla de criatividade e ciência.

A CRIAÇÃO DE UM CANCIONEIRO IMAGINÁRIO

Se tantas pessoas tocavam a vihuela na Espanha do século XVI, porque chegaram até nós tão poucos exemplares? Porque sobreviveu um número tão reduzido de fontes musicais para a vihuela, sendo este um instrumento tão popular na Espanha do século XVI? — Enquanto pessoas dedicadas à interpretação e estudo da vihuela e sua música, estas são as duas perguntas que mais frequentemente ouvimos. Em resposta à primeira pergunta, costumo dizer que milhares de vihuelas foram construídas durante o século XVI, mas não sabemos o que lhes aconteceu, tendo chegado até nós apenas cinco ou seis. Mesmo no que diz respeito ao número de instrumentos conservados, prefiro ser um pouco vago, falando normalmente de «cinco ou seis», em vez de dar um número exato. Não pretendo apenas evitar ser categórico. A verdade é que simplesmente não temos a certeza: nem sequer os peritos concordam entre si. Existem opiniões diferentes sobre a idade ou a proveniência dos instrumentos conhecidos, dúvidas sobre se devem ser chamadas de vihuelas ou guitarras, dúvidas sobre a identidade dos seus fabricantes, o seu tipo e função, e até a sua autenticidade. Quando se trata de tentar explicar porque são tão poucas, as respostas baseiam-se na especulação e conjetura, não tanto em factos. Conhecemos os nomes de mais de 150 violeiros na Espanha do século XVI, pelo que podemos presumir que, mesmo que não fossem muito produtivos, teriam produzido pelo menos uns 20 000 instrumentos. O que lhes terá acontecido? Alguns exemplares de excecional beleza ou fabrico foram cuidados e preservados, outros foram provavelmente convertidos em guitarras em alguma data posterior. Por outro lado, muitos provavelmente caíram em desuso, partiram-se e precisaram de reparação, enquanto outros poderão ter sido infestados pelo caruncho e lançados às fogueiras que se acendem anualmente pela festa de São João. E assim, apenas chegaram até nós cinco ou seis exemplares. E quanto à música? Sobreviveram sete livros para vihuela, que preservam em conjunto pouco mais de 700 composições. A estes podemos acrescentar o conteúdo de alguns

68

manuscritos, talvez mais vinte ou trinta composições, que nos dá um total de menos de 750 composições. Se o uso da vihuela se achava tão difundido, tão presente na vida cortês e urbana, porque nos chegaram apenas sete livros publicados? — Em parte, tal deve-se ao facto de não haver na Espanha dessa altura uma indústria forte de impressão musical. A maioria dos impressores que produziram livros de vihuela só o fizeram uma vez na vida, incluindo os três membros da dinastia Fernández de Córdoba, cada um responsável por um livro. Além disso, os materiais de impressão, em particular aqueles especificamente necessários para a impressão de tablaturas de vihuela, eram escassos. Três dos sete livros sobreviventes foram publicados com o mesmo tipo, passado de uma impressora para outra, provavelmente envolvendo uma troca de dinheiro. Em segundo lugar, o apertado controlo exercido pelo governo sobre indústrias como a da impressão não permitia a flexibilidade necessária ao florescimento de uma indústria de publicação musical. O sistema editorial espanhol, sobretudo a política de concessão de privilégios de impressão a autores em vez de impressores e editores, fez com que a maior parte do dinheiro ganho com a venda de livros fosse para o autor, havendo pouca margem para quem se achava no meio, especialmente os impressores que talvez pretendessem tornar-se editores por direito próprio. Além disso, este sistema implicava que os autores tinham muitas vezes de cuidar da distribuição dos seus próprios livros, sendo que poucos tinham a necessária experiência ou acesso a redes comerciais. Além da impressão, os escribas profissionais fizeram grande parte do trabalho que hoje realizamos eletronicamente ou com fotocopiadoras. Tudo indica que tenha existido alguma prática profissional de cópia de música em Espanha, embora não nos tenham chegado muitos testemunhos da mesma. Canções do tipo que podemos ouvir neste programa estavam entre as peças copiadas por escribas profissionais, para circulação entre aqueles que desejavam acompanhar as últimas tendências musicais, mas não tinham acesso a edições impressas. Muitas das canções que sobrevivem nos livros impressos para vihuela, de Narváez a Daça, só podiam ter chegado às mãos de vihuelistas por este meio. São numerosas as peças preservadas nos livros de vihuela sobreviventes que nunca circularam em versão impressa, pelo que apenas poderiam ser adquiridas desta forma.

Por todas estas razões, o projeto de Ariel Abramovich de criar um novo cancioneiro imaginário não é, de forma alguma, descabido. Pode ser descrito como um exercício incrível de fantasia credível. Tomando como ponto de partida os verdadeiros livros de vihuela que nos chegaram, verificamos que algumas canções se encontram em mais de uma publicação. Por vezes, trata-se de versões da mesma música e do mesmo texto; outras vezes, são diferentes musicalizações do mesmo poema. Desta forma, Ariel Abramovich recorre às obras de Fuenllana, Mudarra, Pisador e Valderrábano, bem como de Venegas de Henestrosa, o autor de um desses livros «para teclado, harpa ou vihuela», sem realmente replicar o seu conteúdo.

O nosso moderno compilador vai um pouco mais longe, ao inserir na sua antologia algumas peças de Castelfranco, um manuscrito de alaúde oriundo do Véneto que foi recentemente recuperado e cuja ligação cultural a Espanha está implícita na inclusão de peças do álbum El Maestro (1536), de Luis Milán. A plausibilidade da coleção não depende, no entanto, desta intertextualidade específica. Em termos mais gerais, esta antologia é compilada a partir do tipo de peças que algum vihuelista do século XVI,

69

agora desconhecido, poderia ter reunido num livro que escapou à nossa memória coletiva, e muito além de qualquer tipo de existência, virtual ou real.

Dos livros de vihuela sobreviventes, conhecemos os compositores de polifonia vocal, cuja música foi extremamente valorizada pelos instrumentistas e aqueles que cantavam acompanhados pela vihuela. Entre os espanhóis, foram as canções seculares de Juan Vásquez que alcançaram proeminência, enquanto entre os compositores da música sacra foi Cristóbal Morales quem melhor conseguiu criar uma polifonia complexa e igualmente capaz de emocionar. Não surpreende que encontremos cinco peças de Vásquez no nosso cancioneiro imaginário: O dulce contemplación, Por una vez que mis ojos alcé, Qué sentís coraçón, Quien dize que la ausencia e Si no os hubiera mirado. Também influentes em Espanha foram os madrigalistas Adrian Willaert e Jacques Arcadelt. A transformação de muitos dos seus madrigais polifónicos em canções acompanhadas ao alaúde teve grande sucesso em Itália, sendo este fenómeno replicado entre os vihuelistas espanhóis. Dois madrigais de Willaert acham-se presentes no nosso cancioneiro imaginário: O dolce vita mia e Se pur ti guardo.

Entre os compositores estrangeiros incluídos no nosso cancioneiro imaginário, Josquin Desprez ocupa um lugar de destaque, com o moteto Dulces Exuviae.

A musicalização de textos de Petrarca e Sannazaro por parte de Arcadelt – Chiare, fresche e dolci acque e Se per colpa del vostro fiero sdegno, respectivamente – são um belo complemento. Estas peças, juntamente com o ricercar de Giulio Segni, compositor bem conhecido de Venegas de Henestrosa, e os madrigais que se conhecem de outras coleções, como o Cancionero de Uppsala, completam uma antologia que é apresentada numa variedade de combinações instrumentais e vocais, proporcionando uma experiência auditiva imaginária que mistura o real e o imaginário sem uma linha de demarcação discernível.

— John Griffiths, Tours, Nov. 2018

A forma mágica como MARÍA CRISTINA KIEHR Caiu sob o feitiço do repertório vocal da chamada música antiga – mais precisamente, a música do renascimento e do primeiro barroco – levou a que transitasse da sua aprendizagem apaixonada e obsessiva do violino para o estudo do canto.

Da sua terra natal, Tandil, e após dois anos de estudos iniciais em Buenos Aires, mudou-se para a Schola Cantorum Basiliensis, uma meca do seu repertório de eleição. Nesta instituição, sob a tutela do seu maestro, René Jacobs, adquiriu o conhecimento fundamental necessário para assumir a vida vertiginosa de uma carreira dedicada à música.

María Cristina Kiehr teve o privilégio de partilhar músicas e palcos míticos com intérpretes de classe mundial, alguns dos quais são hoje considerados pioneiros no campo da música antiga – nomes como Nikolaus Harnoncourt, René Jacobs, Frans Brüggen, Chiara Banchini, Philippe Herreweghe, Jordi Savall e Christophe Coin, entre muitos outros.

Ao mesmo tempo, enquanto cofundadora do Ensemble Daedalus, do quarteto vocal

La Colombina, e do ensemble Concerto Soave com Jean-Marc Aymes, María Cristina consolidou a sua identidade musical, o que lhe permitiu igualmente explorar outros horizontes musicais. María Cristina Kiehr estreou diversas composições, algumas das

70

quais lhe foram dedicadas, e encontra-se atualmente a trabalhar em novos projetos musicais com o vihuelista Ariel Abramovich (Armonía Concertada) e os guitarristas Pablo Márquez (clássica) e Krishnasol Jiménez Moreno (barroco).

ARIEL ABRAMOVICH estudou alaúde e vihuela com Hopkinson Smith na Schola Cantorum Basiliensis e, posteriormente, em França, com Eugène Ferré. Em 1998, formou El Cortesano com o contratenor José Hernández-Pastor para explorar o repertório espanhol de vihuela e, em 2002, o duo lançou o primeiro álbum dedicado exclusivamente ao compositor de vihuela Estevan Daça, de Valladolid. Em 2009, o duo lançou um álbum dedicado a Diego Pisador, nascido em Salamanca, outro vihuelista praticamente desconhecido.

Em 2008, começou a trabalhar no repertório inglês de canções de alaúde dos séculos XVI e XVII juntamente com o tenor John Potter, e este duo tornou-se o catalisador para a gravação dos álbuns Amores Pasados e Secret History na ECM, em colaboração com Anna Maria Friman e Jacob Heringman. O seu projecto Alternative History reimagina a polifonia renascentista sob a forma de canções de alaúde (como os músicos teriam feito nos séculos XVI e XVII) e encomendou novas composições aos músicos de rock John Paul Jones (Led Zeppelin), Tony Banks (Genesis) e Sting. Ariel e Jacob Heringman também lançaram Cifras Imaginarias, um álbum de intabulações para dois alaúdes, na editora Arcana.

Em 2013, Ariel formou o duo Armonía Concertada com a soprano María Cristina Kiehr, um projeto dedicado ao repertório ibérico do século XVI para voz e cordas dedilhadas e, presentemente, trabalha com a soprano francesa Perrine Devillers, o tenor argentino Jonatan Alvarado, a soprano norte-americana Anne-Kathryn Olsen e o ensemble Da Tempera Velha.

Ariel Abramovich também exerce a atividade de professor, tendo ministrado masterclasses em conservatórios e instituições educacionais em países do mundo inteiro, incluindo Espanha, Alemanha, Brasil, Argentina, Estados Unidos, República Checa, Eslováquia, Colômbia, Equador e Uruguai.

71

The brilliant soprano María Cristina Kiehr, together with lutenist-vihuelist Ariel Abramovich, presents her first solo album devoted to Renaissance music. With her broad experience in sixteenth- century polyphonic repertoire (in La Colombina and Ensemble Daedalus, among others), in a project almost completely using her native language, Kiehr brings to the music of Spain’s Golden Age her own unique perspective. Imaginario reconstructs an imaginary and unknown book of vihuela songs, inspired by the seven marvellous books published between 1536 and 1576, but here as published in Valladolid or Seville between 1570 and 1580. Thus constructed in the shadow of the earlier books, each song makes reference either in its music or text to another song from those earlier books. The vihuelist Jacob Heringman, with whom Abramovich created and recorded Cifras imaginarias (Arcana A428), is also part of this project, together with the mythical British tenor John Potter, ex Hilliard Ensemble and ECM artist, who performs an enigmatic piece for tenor and vihuela. A unique project in every sense of the word, this stretch of the imagination takes the recorded repertory of the Spanish Renaissance one step further, venturing into the world of musical fiction based on a blend of creativity and science.

THE MAKING OF AN IMAGINARY SONGBOOK

If so many people played the vihuela in sixteenth-century Spain, why are there so few surviving vihuelas? Why is it that only such a small number of musical sources survive for the vihuela if it was such a popular instrument in sixteenth-century Spain? —For anyone today who is involved in playing or studying the vihuela and its music, these are the two questions that we are most frequently asked. In response to the first question, I usually say that there are five or six surviving vihuelas known today, that thousands were built during the sixteenth century, but that we don’t know what happened to them. Even concerning the number of surviving instruments I prefer to be a little vague, usually saying “five or six” rather than giving a definite number. This is not simply to avoid being categorical, it is because we are not sure: not even the experts agree.

There are differing opinions about the age or the provenance of the known instruments, doubts about whether they should be called vihuelas or guitars, doubts about the identity of their makers, their type and function, and even their authenticity. When it comes to trying to explain why there are so few, the answers are based on speculation and conjecture rather than fact. We know the names of more than 150 violeros in Spain during the sixteenth century, and so we can assume that even if they were not highly productive, they would have produced at least 20,000 instruments. What happened to them? A couple that were of exceptional beauty or manufacture were looked after and kept, others were probably converted into guitars at some later date. On the other hand, many probably fell into disuse, broken and in need of repair, while others might have become infested with woodworm and have been burned in the annual bonfires that took place on the feast of San Juan. So, now we only have five or six. What about the music? There are seven vihuela books that survive and which preserve just over seven hundred compositions between them. To these we can add the contents of a few manuscripts, perhaps another twenty or thirty compositions, altogether less than 750. If the vihuela was so widespread in its use, so ubiquitous in courtly and urban life, why do we have only seven published books? —In part, it was

72

because there was no strong music printing industry in Spain. Most of the printers who produced vihuela books only did it once in their lifetime, including the three members of the Fernández de Córdoba dynasty who were responsible for one book each. Moreover, printing materials, especially the purpose-specific type needed to print vihuela tablature was scarce. Three of the seven surviving books were published with the same type, passed from one printer to another, probably not without the exchange of money. Secondly, the tight government control of industries such as printing did not have the flexibility to permit a music publishing industry to flourish. The Spanish publishing system, especially the concession of printing privilege to authors rather than printers and publishers, meant that most money earned from book sales went to the author and there was little margin for those in the middle, especially for printers who may have wanted to become publishers in their own right. Moreover, the system meant that authors often had to look after the distribution of their books themselves, and few of them had the necessary experience or trade networks.

In addition to printing, professional scribes did much of the work that we do today electronically or with photocopiers. Some level of professional music copying appears to have flourished in Spain, although there is not a great deal of evidence. Songs of the kind that we can hear in this program were among those copied by professional scribes for circulation among those who wished to keep up with latest fashions in song but had no access to printed editions. Many of the songs that survive in the printed vihuela books from Narváez to Daza could only have arrived in their hands of vihuelists by this means. Many of the pieces that are preserved in the surviving vihuela books never circulated in print, and so this is the only way in which they could have been acquired.

For all these reasons, the project of Ariel Abramovich to create a new imaginary songbook is by no means far-fetched. It might be described as an incredible exercise in credible fantasy. Taking the real surviving vihuela books as a point of departure, we have some songs that are found in more than one of them. Sometimes these are versions of exactly the same music and text; other times they are different musical settings of the same poetry. In this way Ariel Abramovich tips his hat to salute Fuenllana, Mudarra, Pisador and Valderrábano, as well as to Venegas de Henestrosa, the author of one of those books “for keyboard, harp or vihuela”, without actually replicating their contents.

Our modern compiler goes a little further when bringing to his anthology a couple of pieces from the recently recovered Castelfranco manuscript, a lute manuscript from the Veneto whose cultural link with Spain is implied by the inclusion in it of pieces by Luis Milán from El Maestro (1536). The verisimilitude of the collection does not really depend, however, on such specific intertextuality. In broader brushstrokes, this anthology is compiled from the kinds of works that some now unknown sixteenthcentury vihuelist may have gathered into a book that has slipped from our collective memory, and far beyond any kind of existence, virtual or real.

From the surviving vihuela books, we know the composers of vocal polyphony whose music was most highly prized among instrumentalists and those who sang to vihuela accompaniment. Among Spaniards, it was the secular songs of Juan Vásquez that were preeminent while, among composers of sacred music, it was Cristóbal Morales who was best able to create complex polyphony that also moved the heart.

73

It is no surprise, to find five works by Vásquez in our imaginary songbook: O dulce contemplación, Por una vez que mis ojos alcé, Qué sentís coraçón, Quien dize que la ausencia and Si no os hubiera mirado. Also influential in Spain were the madrigalists Adrian Willaert and Jacques Arcadelt. The transformation of many of their polyphonic madrigals into accompanied lute songs met with great success in Italy and was mirrored by vihuelists in Spain. Two madrigals by Willaert form part of our imaginary songbook, O dolce vita mia and Se pur ti guardo. Among the foreign composers in our imaginary songbook, pride of place goes to Josquin Desprez, author of the motet Dulces Exuviae. Arcadelt’s settings of texts by Petrarch and Sannazaro, Chiare, fresche e dolci acque and Se per colpa del vostro fiero sdegno, respectively, are their beautiful complement. These works, together with the ricercar by Giulio Segni, a composer well known to Venegas de Henestrosa, and madrigals known from further collections, such as the Cancionero de Uppsala, complete an anthology that is presented in a variety of instrumental and vocal combinations and that offers an imaginary listening experience that blends the real and the imaginary without a discernible line of demarcation. — John Griffiths, Tours, Nov. 2018

Thanks to the magical way in which MARÍA CRISTINA KIEHr fell under the spell of the vocal repertoire of the socalled early music – more accurately, the music of the renaissance and early baroque – she changed from her passionate and obsessive study of the violin to that of singing. From her birthplace in Tandil, and after two years initial studies in Buenos Aires, she went on to the Schola Cantorum Basiliensis, a mecca for her chosen repertoire. There, under the tutelage of her maestro René Jacobs, she gained the fundamental knowledge necessary for her to take up the vertiginous life which devoting herself to music has meant.

María Cristina has had the privilege of sharing music and mythical stages with world class performers, some of whom today are considered pioneers in the field of early music – names such as Nikolaus Harnoncourt, René Jacobs, Frans Brüggen, Chiara Banchini, Philippe Herreweghe, Jordi Savall and Christophe Coin, among many others. Simultaneously, as co-founder of the Daedalus Ensemble, the vocal quartet La Colombina, and the ensemble Concerto Soave with Jean-Marc Aymes, María Cristina has consolidated her musical identity which has also allowed her to explore other musical horizons. She has premiered new compositions, some of which have been dedicated to her, and is currently working on new musical projects with the vihuelist Ariel Abramovich (Armonía Concertada), and guitarists Pablo Márquez (classical) and Krishnasol Jiménez Moreno (baroque).

ARIEL ABRAMOVICH studied lute and vihuela with Hopkinson Smith at the Schola Cantorum Basiliensis and subsequently in France with Eugène Ferré. In 1998 he formed “El Cortesano” with counter-tenor José Hernández-Pastor to explore the Spanish vihuela repertoire, and in 2002 the duo released the first ever album solely devoted to Valladolid vihuela composer Estevan Daça. In 2009 the duo released an album devoted to another rarely heard vihuelista, Salamanca-born Diego Pisador. In 2008 he began working on the 16th & 17th century English lute song repertoire with

74

tenor John Potter, and this duo became the catalyst for the Amores Pasados and Secret History recordings on ECM with Anna Maria Friman and Jacob Heringman. Their Alternative History project re-imagines renaissance polyphony as lute song (as musicians would have done in the 16th and 17th centuries) and has commissioned new music from rock musicians John Paul Jones (Led Zeppelin), Tony Banks (Genesis) and Sting. Ariel and Jacob Heringman have also released Cifras Imagnarias, an album of intabulations for two lutes on Arcana. In 2013 Ariel formed the duo Armonía Concertada with soprano Maria Cristina Kiehr, a project dedicated to the 16th Century Iberian repertoire for voice and plucked strings, and he currently performs with French soprano Perrine Devillers, Argentinean tenor Jonatan Alvarado, North American soprano Anne-Kathryn Olsen and with the ensemble “Da Tempera Velha”. Ariel is also active as a teacher and has given masterclasses at conservatories and educational institutions all over the world, including Spain, Germany, Brazil, Argentina, the US, the Czech Republic, Slovakia, Colombia, Ecuador and Uruguay.

75
POUPA (UPUPA EPOPS) FOTO: RITA SANTOS

CAMINHADA DE OBSERVAÇÃO DE AVES SPEA

SPEA SOCIEDADE PORTUGUESA PARA O ESTUDO DAS AVES PORTUGUESE SOCIETY FOR THE STUDY OF BIRDS

Inscrição obrigatória | Ponto de encontro: Secreto | Destinatários: Todos | Limite de inscrições: 15 | Idade mínima: 10 anos | Recomendações: Levar água e roupa e calçado adequados para andar no campo

Mandatory registration | Meeting point: Secret | Recipients: All | Registration limit: 15 | Minimum age: 10 | Recommendations: Bring water and suitable clothing and footwear for walking in the countryside

SPEA + INFO p.46/47

Programa integrado no 29º aniversário SPEA 2022, em Idanha-a-Nova Program integrated in the 29th anniversary SPEA 2022, in Idanha-a-Nova

25.11 20h00 Keynote Projecto Abutre Preto Project Black Vulture 26.11 09h30 4ª Caminhada de Observação de Aves 4th Birdwatching Walk 27.11 09h30 5ª Caminhada de Observação de Aves 5th Birdwatching Walk

LUGAR SECRETO SECRET PLACE

Inscrição obrigatória. Booking required. Instruções = p.18/19. Instructions = p.18/19.

77 NATUREZA NATURE 27.11.2022 DOMINGO SUNDAY 9H30-12H30 5ª
FORA DO LUGAR 5TH BIRDWATCHING WALK SPEA FORA DO LUGAR

THURSDAY

BALTAZAR MOLINA PORTUGAL

INTERRUPTOR SOM #3 #4

Baltazar Molina, nascido em Setembro de 1979, é um artista, facilitador, explorador sonoro e músico, cuja motivação é a arte como comunicação energética, sentimental, humana; além rótulos ou definições. É reconhecido pela forma singular como funde as mais distintas técnicas e linguagens musicais, numa busca constante e aprimorar da expressão pessoal e artística. Actualmente o seu foco é a música de sua autoria, em formato solo, e como facilitador de experiências musicais, de desenvolvimento pessoal. Para além dos comuns palcos dedicados à música, é frequente ouvi-lo em contextos de música devocional, sound-healing journeys, concertos meditativos, aulas de Yoga e de dança. Maioritariamente auto-didacta, Baltazar tem períodos de estudo com Mestres que o marcam profundamente: Shokry Mohamed, Atef Mitkal Kenawy, Zohar Fresco, Pedram Khavarzamini e Ross Daly.

TRIGGER SOUND #3 #4

Baltazar Molina, born September 1979, is an artist, facilitator, sound explorer and musician, whose motivation is art as energetic, sentimental and humane communication, beyond labels or definitions. He is widely recognized for the unique way he fuses the most distinct musical techniques and languages, In a continuous evolution of his personal and artistic expression. He is currently focused on his own music in solo format, as well as his roll as a facilitator of musical experiences in personal development. Beyond the typical concert venue, it’s frequent to hear him in distinct contexts such as devotional music, sound-healing journeys, meditative concerts, yoga and dance classes. Mostly self-taught, Baltazar has study periods with Masters who mark him deeply: Shokry Mohamed, Atef Mitkal Kenawy, Zohar Fresco, Pedram Khavarzamini and Ross Daly.

Escolas

Inscrição obrigatória. Gratuito. www.foradolugar.pt | mail@artedasmusas.com

79 PROGRAMA EDUCATIVO EDUCATIONAL PROGRAMME 1.12.2022 QUINTA-FEIRA
9H30+10H30
FOTO: FILIPE FARIA

JANTAR POBRE PAUPER'S DINNER PAULO LONGO

"Por onde se começa um jantar que não é um jantar mas um diálogo?” Este é um dos passos dos dias secretos... e estaremos todos juntos, a jantar... Este ano volta a ser assim... acompanhem com talheres, apetite e uma boa dose de curiosidade... Como todos sabem, não há melhor do que os momentos passados à mesa para aquecer os nossos dias secretos...

"Where do you start a dinner that isn't a dinner but a dialogue?" This is one of steps in our secret days... and we will all be together, having dinner... This year it's like that again... join us with a knife and fork, a healthy appetite and a generous serving of curiosity... As everyone knows, there’s nothing like time spent round the table to warm our secret days...

LUGAR SECRETO SECRET PLACE

Inscrição obrigatória. Booking required. Instruções = p.18/19. Instructions = p.18/19.

81 GASTRONOMIA GASTRONOMY 1.12.2022 QUINTA-FEIRA THURSDAY 19H00
LUIS MARTÍNEZ

SEXTA-FEIRA FRIDAY

GARCIA

LA GUIRLANDE ESPANHA SPAIN

Luis Martínez — flauta | flute

Sergio Suarez — violino | violin

Ester Domingo — violoncelo | cello

ESTERHÁZA: TRIOS PARA FLAUTA, VIOLINO E VIOLONCELO DE J. HAYDN NA CORTE DE NIKOLAUS ESTERHÁZY

Em 1761, o compositor vienense Joseph Haydn entrou ao serviço da corte da família Esterházy, uma das mais ricas e influentes famílias do império austro-húngaro. Haydn passou a maior parte da sua carreira profissional, quase 30 anos, a trabalhar para aquele que se tornaria no seu principal patrono, o príncipe Nikolaus I Esterházy, apelidado de «O Magnífico» devido à enorme soma de dinheiro e recursos que reservou para a organização de diferentes tipos de espetáculos e entretenimentos. O facto de Haydn receber o terceiro salário mais alto da corte — apenas atrás do administrador do património da família e do médico pessoal de Nikolaus – diz muito da importância que o príncipe atribuía a este tipo de eventos. Durante este período, Haydn foi responsável pela composição da música de cada uma das celebrações que decorriam no palácio, bem como pela direção da orquestra da corte e pela interpretação em concertos de música de câmara, tanto juntamente com outros membros da orquestra como com membros da família. O próprio príncipe Nikolaus participou nestes concertos de câmara diários, nos quais tocava

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

83 CONCERTO CONCERT 2.12.2022
21H30 PENHA
IGREJA MATRIZ

JOSEPH HAYDN (1732-1809)

1. Divertimento N.2 em Sol Maior, Hob. IV:7 (Londres, 1794)

I. Allegro

II. Adagio III

III. Finale: Allegro

2. Trio para baryton, viola e violoncelo em Dó Maior, Hob. XI:109 (arr. para flauta, violino e violoncelo em Ré Maior. Bonn, 1803-4)

I. Adagio

II. Allegro

III. Menuetto

3. Trio para baryton, viola e violoncelo em Dó Maior, Hob. XI:110 (arr. para flauta, violino e violoncelo em Ré Maior)

I. Moderato

II. Menuetto III

III. Finale: Presto

4. Trio para baryton, viola e violoncelo em Lá Maior, Hob. XI:103 (arr. para flauta, violino e violoncelo em Dó Maior)

I. Moderato

II. Menuetto

III. Scherzando: Presto

5. Divertimento N.4 em Sol Maior, Hob. IV:9

I. Adagio

II. Scherzo: Allegro

III. Finale: Presto

84

um instrumento de cordas friccionadas conhecido como baryton, um instrumento da família da viola da gamba que havia obtido uma certa popularidade na segunda metade do século XVIII. Haydn escreveu 175 peças para este instrumento, 126 das quais são trios para baryton, viola e violoncelo. Devido à gradual queda em desuso do baryton e, provavelmente, a um interesse comercial, Haydn adaptou vários destes trios em peças para flauta, violino e violoncelo. O arranjo destas peças, tanto suas como de outros compositores, para diferentes formações era prática comum na época. Além disso, o facto de, durante o século XVIII, tanto a flauta como o violino serem instrumentos preferidos pelos músicos amadores reforça a ideia de que se procura obter lucro comercial através destes arranjos. Três dos trios que apresentamos hoje – Hob. XI – pertencem a uma coleção publicada por N. Simrock em Bona, em 1803/04, consistindo inteiramente em arranjos de trios para baryton. No que diz respeito a Divertimenti Hob. IV, estas peças foram encomendadas pelo editor londrino William Foster, em 1794. A coleção, cuja fama por toda a Europa se reflete nas numerosas reedições impressas em diferentes cidades europeias, é composta por uma mistura de arranjos de árias, coros e balletti de diferentes óperas de Haydn, trios para baryton, e movimentos especialmente compostos para a ocasião. Neste concerto iremos escutar arranjos de números operáticos, como a ária Se la mia Stella de Il mondo della luna – 1º movimento do Divertimento em Sol maior, Hob. IV:7 –, o balletto que precede esta ária – 3º movimento do Divertimento em Lá maior, Hob. IV:10 – ou os arranjos de vários movimentos do trio 97 em Ré maior, Hob XI:97 para baryton, viola e violoncelo –Divertimento em Sol maior, Hob. IV:9. — Luis Martínez

Fundado por Luis Martínez Pueyo, durante a sua temporada na Schola Cantorum Basiliensis, LA GUIRLANDE é um dos mais versáteis ensembles especializados na interpretação historicamente informada da música dos séculos XVIII e XIX. Vencedores do Prémio GEMA 2018 para melhor jovem ensemble de música antiga em Espanha, do segundo lugar nos prémios CREAR 2021 e CREAR 2018 para jovens talentos de Aragão, além do primeiro prémio em competições como o XVIII BiagioMarini Wettbewerb e o V Concurso Internacional de Música Antigua de Gijón, o repertório de La Guirlande foca-se em música dos séculos XVIII e XIX na qual a flauta desempenha um papel fundamental: da sonata para flauta – com cravo obbligato ou pianoforte, bem como baixo contínuo – ao concerto a solo, incluindo todo o tipo de combinações de música de câmara. Para além disso, a utilização de instrumentos de época originais, ou suas réplicas, e uma exaustiva investigação histórica sobre a prática interpretativa a partir de uma variedade de tratados e fontes são aspetos que remetem para o principal objetivo de La Guirlande: alcançar uma interpretação do repertório que seja a mais próxima possível da ideia original de cada compositor. La Guirlande é formado por músicos de renome, tanto a nível nacional como internacional, no campo da interpretação historicamente informada. Todos estudaram em algumas das mais importantes escolas europeias de música antiga (Schola Cantorum Basiliensis, Conservatoire National Supérieur de Paris, Koninklijk

85

Conservatorium den Haag) e integram ensembles e orquestras de renome, tanto nacional como internacionalmente. Desde a sua fundação, o ensemble La Guirlande participou em festivais como o Freunde Alter Musik Basel, o Festival Internacional de Santander, o Quincena Musical de San Sebastián, o Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza, o Festival de Música Antigua de Sevilla, o Festival Internacional de Arte Sacro de la Comunidad de Madrid, a Semana de Música Antigua de Álava, o Festival de Música Antigua de Peñíscola, o Festival de Música Antigua de Casalarreina, o Festival Barroko Aire de Ordizia, o Clásicos en Verano de la Comunidad de Madrid, o Ciclo de Concertos de Órgão de Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso e o Festival Cinc Segles de Música a l’Eliana, entre outros. É, para além disso, responsável pela organização do Festival de Música Antigua de Épila.

O ensemble La Guirlande deve o seu nome a um dos símbolos mais importantes do deus Apolo, sinal de glória e reconhecimento nas artes, sabedoria e jogos.

Nascido em Saragoça, em 1988, LUIS MARTÍNEZ PUEYO obteve o grau de bacharelato em flauta pelo Conservatorio Superior de Música de Aragão, estudando posteriormente a flauta barroca na Escola Superior de Música de Catalunya (ESMUC) com o Marc Hantaï, que voltará a ser seu professor na Schola Cantorum Basiliensis. Ao mesmo tempo, frequentou aulas de flauta clássica e romântica em Paris, com a flautista Amélie Michel (CNSMD Lyon). Luis Martínez aprofundou os seus estudos (tanto de flauta barroca como de música de câmara) frequentando aulas lecionadas por figuras importantes no domínio da música antiga, tais como Barthold Kuijken, Wilbert Hazelzet, Kate Clark, Rachel Brown, Lisa Beznosiuk, Ashley Salomon, Valérie Balssa, Agostino Cirillo, Hopkinson Smith, Jesper Christensen, Olivier Baumont, Kristian Bezuidenhout, Manfredo Kraemer, François Fernandez, Amandine Beyer, Leila Schayegh ou Emmanuel Balssa, entre outras. Fundador e diretor artístico de La Guirlande – ensemble especializado na interpretação de música dos séculos XVIII e XIX em que a flauta ocupa um papel importante –, Luis Martínez venceu com este grupo diversas competições internacionais, como o XVIII Biagio-Marini Wettbewerb e o V Concurso Internacional de Música Antigua de Gijón. Em setembro de 2018, recebeu igualmente o segundo prémio no 3º Concurso Internacional Berlim Bach com o ensemble Cardinal Complex Quartet. Recebeu ainda o segundo lugar nos prémios CREAR 2018 e CREAR 2021 para jovens criadores, e em junho de 2019 venceu o Prémio GEMA para melhor grupo jovem de 2018. Luis Martínez tocou com diversas orquestras e ensembles, tais como: Orchestra of the Age of Enlightenment, The Bach Collektiv, Wunderkammer Berlin, Elbipolis Barockorchester Hamburg, Bach Akademie Luzern, Ensemble Cristofori, Capriccio Barockorchester Basel, Ensemble Ripieno, Svapinga Consort, Orchester Le Phénix, Orchestre Français des Jeunes, Jeune Orchestre de l’Abbaye, Schola Cantorum Basiliensis Orchestra, Memento Mori, Orquesta de Cadaqués e Orquesta de València, atuando em importantes salas de concertos em Espanha, França, Alemanha, Escócia, Áustria, Suíça e Países Baixos. Luis Martínez é, igualmente, professor de flauta barroca na ESMUC (Escola Superior de Música de Catalunya), bem como diretor artístico do Festival de Música Antigua de Épila (Espanha).

86

ESTERHÁZA: TRIOS FOR FLUTE, VIOLIN E CELLO BY J. HAYDN IN THE COURT OF NIKOLAUS ESTERHÁZY

In 1761, the Viennese composer Joseph Haydn comes into service at the court of the Esterházy family, one of the richest and most influential of the Austria-Hungarian empire. Haydn would spend most of his professional career working for almost 30 years for who would end up being his main patron, Prince Nikolaus I Esterházy, nicknamed “The Magnificent” due to the huge amount of money and resources he put aside for organising different kinds of spectacles and entertainments. The fact that Haydn was receiving the third highest salary at the court –only behind the property administrator of the family and Nikolaus’ personal physician- speaks volumes of just how important the Prince considered these types of events.

During this period, Haydn was in charge of composing music for each and every one of the celebrations taking place at the palace, as well as conducting the court orchestra and performing concerts of chamber music, either with members of the orchestra or with members of the family. Prince Nikolaus himself participated in these daily chamber concerts, in which he played a bowed stringed instrument known as the baryton, an instrument from the family of the viola da gamba which had gained a certain popularity in the second half of the 18th Century. Haydn wrote as many as 175 works for this instrument, 126 of which are trios for baryton, viola and violoncello.

Due to the gradual fall of use of the baryton and probably to a commercial interest, Haydn adapted several of the mentioned trios into works for flute, violin and violoncello. The arrangement of these works, both his own and by other composers, to different formations was a regular practice of the period. Furthermore, since both the flute and the violin were star instruments during the 18th Century amongst amateur musicians, this reinforces the idea of the search for a commercial revenue of these arrangements. Three of the trios we present to you today - the Hob. XI - belong to a collection published in Bonn by N. Simrock in 1803/04, consisting entirely of arrangements of trios for baryton. Regarding the Divertimenti Hob. IV, these were commissioned by the London publisher William Foster in 1794. This collection, whose fame all around Europe is reflected in the numerous reeditions printed in different European cities, are made up of a mixture of arrangements of arias, choruses and balleti of different operas by Haydn, trios for baryton, and movements specially composed for the occasion. In this concert we will hear arrangements of operatic numbers such as the aria Se la mia Stella from Il mondo della luna -1st movement of the Divertimento in G major, HOB.IV:7 -, the balleto preceding that aria -3rd movement of Divertimento in A Major, Hob. IV:10 -, or the arrangements of various movements of the trio 97 in D Major, Hob XI:97 for baryton, viola and violoncello - Divertimento in G Major, Hob IV:9-. Luis Martínez

87

Founded by Luis Martínez Pueyo during his stay at the Schola Cantorum Basiliensis, LA GUIRLANDE is one of the most versatile ensembles specialising in historically informed performance of 18th and 19th century music. Winners of the GEMA 2018 Prize for Best Early Music Young Ensemble in Spain, the second prize in the CREAR 2021 and CREAR 2018 awards for Young Talents from Aragón, as well as having won first prizes at competitions such as XVIII BiagioMarini Wettbewerb and the V Concurso Internacional de Música Antigua de Gijón, La Guirlande‘s repertoire is centered in 18th and 19th century music in which the flute plays a fundamental role: from the flute sonata – with obbligato harpsichord or pianoforte, as well as basso continuo – to the solo concert, including all kinds of combinations of chamber music. Furthermore, the use of either original period instruments or their replicas, as well as a thorough historical research on performance practice from a variety of treatises and sources, mark La Guirlande’s main purpose: to achieve a performance of the repertoire as near to the original idea of each composer as possible. La Guirlande is formed by renowned musicians, both nationally and internationally, in the field of historically informed performance. They have studied in some of the most important European schools for early music (Schola Cantorum Basiliensis, Conservatoire National Supérieur de Paris, Koninklijk Conservatorium den Haag), and all of them play in renowned ensembles and orchestras, both nationally and internationally. From its foundation, La Guirlande has taken part in festivals such as Freunde Alter Musik Basel, Festival Internacional de Santander, Quincena Musical de San Sebastián, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza, Festival de Música Antigua de Sevilla, Festival Internacional de Arte Sacro de la Comunidad de Madrid, Semana de Música Antigua de Álava, Festival de Música Antigua de Peñíscola, Festival de Música Antigua de Casalarreina, Festival Barroko Aire de Ordizia, Clásicos en Verano de la Comunidad de Madrid, Ciclo de Conciertos de Orgao Vila Nova de Famalicao e Santo Tirso, Festival 5 Segles de Música a l’Eliana, among others. In addition, La Guirlande organizes the Festival de Música Antigua de Épila.

The ensemble La Guirlande takes its name from one of the god Apollo’s most important symbols, sign of glory and recognition in arts, wisdom and the games. — Luis Martínez

Born in Zaragoza in 1988, LUIS MARTÍNEZ PUEYO completed his Bachelor of Music degree in flute at the Conservatorio Superior de Música de Aragón and then began his traverso studies at the Escola Superior de Música de Catalunya (ESMUC) with flautist Marc Hantaï, with whom he studies later at the Schola Cantorum Basiliensis. At the same time, he attended regular classical and romantic flute classes in Paris, with flautist Amélie Michel (CNSMD Lyon). Luis Martínez has broadened his studies (both in Traverso and Chamber Music) with classes from important figures in the Early Music sphere, such as Barthold Kuijken, Wilbert Hazelzet, Kate Clark, Rachel Brown, Lisa Beznosiuk, Ashley Salomon, Valérie Balssa, Agostino Cirillo, Hopkinson Smith, Jesper Christensen, Olivier Baumont, Kristian Bezuidenhout, Manfredo Kraemer, François Fernandez, Amandine Beyer, Leila Schayegh, or Emmanuel Balssa among otherts. Founding member and artistic director of La Guirlande - an ensemble which specialises in performance of 18th and 19th century music, with an important role of the flute -,

88

Luis Martínez has won several international competitions with this group, such as the XVIII Biagio-Marini Wettbewerb and the V Concurso Internacional de Música Antigua de Gijón. In September 2018 he also won 2nd prize at the 3rd International Berlin Bach Competition with the ensemble Cardinal Complex Quartet. He has also received the 2nd prize in the CREAR 2018 and CREAR 2021 awards for Young Creators, and in June 2019 he won the GEMA Award for best young group of 2018. Luis Martínez has played in many orchestras and ensembles such as Orchestra of the Age o Enlightenment, The Bach Collektiv, Wunderkammer Berlin, Elbipolis Barockorchester Hamburg, Bach Akademie Luzern, Ensemble Cristofori, Capriccio Barockorchester Basel, Ensemble Ripieno, Svapinga Consort, Orchester Le Phénix, Orchestre Français des Jeunes, Jeune Orchestre de l’Abbaye, Schola Cantorum Basiliensis Orchestra, Memento Mori, Orquesta de Cadaqués and Orquesta de Valencia, playing in important concert halls in Spain, France, Germany, Scotland, Austria, Switzerland and Holland. In addition, Luis Martínez is traverso teacher at the ESMUC (Escola Superior de Música de Catalunya), as well as artistic director of the Festival de Música Antigua de Épila (Spain).

89
LUIS MARTÍNEZ

LA GUIRLANDE ESPANHA SPAIN

Devemos parar para ouvir? Porque não caminhar para ouvir? Com um mapa na mão, os nossos convidados falam de si próprios, do que os trouxe aqui, porque é que fazem o que fazem... Falam de História e de histórias, de origens e destinos, de geografias distintas ou semelhantes... Ao caminhar somos distraídos por outros sons, histórias paralelas, um cão a ladrar na aldeia, um restolho no campo... Vemos outras histórias, habitamos outros lugares, sentimos o cheiro da comida de um vizinho. No final, talvez possamos, até, criar outras conversas...

Should we stop to listen? Why not walk to listen? With a map in hand, our guests talk about themselves, about what brought them here, why they do what they do... They talk about History and about histories, about origins and destinations, about different or similar geographies... When walking we are distracted by other sounds, parallel histories, a dog barking in the village, a rustling in the field... We see other histories, we inhabit other places, we smell the food of a neighbour. Perhaps we can even, in the end, create other conversations...

LA GUIRLANDE + INFO p.81-87

LUGAR SECRETO SECRET PLACE

Inscrição obrigatória. Booking required. Instruções = p.18/19. Instructions = p.18/19.

91 CONVERSA CAMINHADA WALK AND TALK 3.12.2022 SÁBADO SATURDAY 10H30-11H30

O RANCHO ETNOGRÁFICO DE IDANHA-A-NOVA, do qual fazem parte as Adufeiras, estreou-se a 21 de Novembro de 1935, na cidade de Castelo Branco, pela mão do prestigiado etnógrafo Dr. Jaime Lopes Dias (1890-1977), autor dos 11 volumes da “Etnografia da Beira”. Os trajes que envergam reproduzem o vestuário da multissecular vila de Idanha-a-Nova, nos finais do séc. XIX: traje de serendeira, de moleirinha, de arraiana, de noiva rica e de noiva pobre.

The IDANHA-A-NOVA ETHNOGRAPHIC FOLKLORIC GROUP, which includes the adufe players, made its debut on 21 November 1935, in Castelo Branco, thanks to the prestigious ethnographer Jaime Lopes Dias (1890-1977), author of the 11 volumes of Etnografia da Beira. The costumes they wear reproduce the garments worn in the centuries-old town of Idanha-a-Nova at the end of the 19th century: the so-called trajes de serendeira (siever), moleirinha (miller woman), arraiana (border woman), noiva rica (rich bride) and noiva pobre (poor bride).

ALMALÉ + INFO p.98-101

PILAR ALMALÉ

ALMALÉ & ADUFEIRAS DE IDANHA-A-NOVA

SPAIN

ENCONTRO: Acto de chegar até à pessoa ou coisa que se encontra. CRUZAMENTO: Ocasião ou lugar em que duas coisas se cruzam. O facto de as coisas se cruzarem. TROCA: Acto ou efeito de trocar. Transformar-se. | Um encontro que é um cruzamento, uma troca, uma contaminação positiva de histórias, hábitos, idiossincrasias, ideias, motivações, paixões, sons. Um encontro onde ouvimos falar, cantar e tocar... talvez dançar. Uma forma de tropeçarmos na música de cada um, de tantas geografias, de nos surpreendermos e de juntarmos peças à nossa bagagem. Um encontro para nos conhecermos.

ENCOUNTER: The act of reaching the person or thing that is encountered. | CROSSING: The occasion or place in which two things cross. The fact of things crossing. | EXCHANGE: Act or effect of exchanging. Transforming. | An encounter that is a crossing, an exchange, a positive contamination of histories, habits, idiosyncrasies, ideas, motivations, passions, sounds. An encounter where we hear speaking, singing and playing... perhaps dancing. A way of stumbling on the music of each of us, of so many geographies, of surprising ourselves and of adding pieces to our baggage. An encounter to get to know ourselves.

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

93 ENCONTRO MEETING 3.12.2022 SÁBADO SATURDAY 14H30-15H30 IDANHA-A-NOVA CENTRO CULTURAL RAIANO
ESPANHA
+ FRANÇA FRANCE + PORTUGAL
PLAVA GRANICA - BLUE FRONTIER — IVAN MILOSAVLJEVIĆ

CINEMA 3.12.2022

SÁBADO SATURDAY 16H30-17H45 IDANHA-A-VELHA CASA MARROCOS

CINEECO (SEIA) CURTAS METRAGENS INTERNACIONAIS INTERNATIONAL SHORT FILMS

O CineEco Seia (Extensão) é programado em parceria com o CCR ao abrigo do Programa de Apoio à Programação da RTCP, cofinanciado pela DGARTES/República Portuguesa-Cultura.

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

95

PLAVA GRANICA (BLUE FRONTIER), Ivan Milosavljević, Sérvia, Documentário, 2020, 20’ — O homem da fronteira passou toda a sua vida à procura do maior peixe que o Danúbio azul esconde. A cada nascer do sol, o velho pescador tenta atrair o gigante do rio mediante uma ancestral forma de pesca que consiste em bater na superfície do rio com um pedaço de madeira esculpido à mão. Dois rivais – um à superfície da água e outro escondido nas profundezas do imenso rio, esperam pelo momento em que, por fim, se encontrarão. — The man from the border has spent his entire life searching for the biggest fish that the blue Danube hides. Every sunrise sees the old fisherman attempt to lure the river giant in an ancient fishing way by clapping on the river surface with a hand-carved piece of wood. Two rivals - one on the surface of the water and the other concealed within the depths of the mighty river are waiting to finally meet.

NAYA - DER WALT HAT TAUSEND AUGEN, Sebastian Mulder, Holanda, Documentário, 2021, 24’ — A loba Naya, seguida na sua viagem desde o local onde nasceu, na Alemanha, através da Holanda e até à Bélgica, torna-se cada vez mais famosa e visível – até colocar em perigo não apenas o seu estado selvagem, mas a sua própria existência. — She-wolf Naya, monitored on her journey from her birthplace in Germany through the Netherlands to Belgium, becomes more and more famous and visible –until it endangers not just her wildness, but her existence.

MIGRANTS, Hugo Caby, Antoine Dupriez, Aubin Kubiak, Lucas Lermytte e Zoé Devise, França, Animação, 2020, 8’ — Dois ursos polares são forçados a um exílio devido ao aquecimento global. Durante a viagem que empreendem encontrarão ursos pardos, com quem tentarão co-habitar. — Two polar bears are driven into exile due to global warming. They will encounter brown bears along their journey, with whom they will try to cohabitate.

LI PARADISI (THE HEAVENS), Manuel Marini, Itália, Ficção, 2020, 16’ — Lucia, juntamente com o seu irmão Donato, é proprietária de um olival que pertence à família, mas as árvores pararam de produzir, como outrora acontecera, devido a um parasita que levou a que a maioria das árvores secasse. Num difícil processo de aceitação, Lucia começa uma viagem entre presente e passado em que a sua identidade como ser humano está em jogo. — Lucia owns a family olive grove together with her brother Donato, but her trees have stopped producing as they once did because of a parasite that caused most of the trees to dry out. In a difficult process of acceptance, Lucia embarks on a journey between the present and the past where her identity as a human being is at stake.

BALLY PEAK OUTLOOK, Samir Jung Thapa, Itália, Documentário, 2020, 3’ — No outono passado, em conjunção com a Bally Peak Outlook Foundation, uma equipa expedicionária deu início à primeira fase do programa “8x8000 m”, com o objetivo de limpar os acampamentos base das oito montanhas com mais de 8 000 metros do Nepal. Durante esses meses de confinamento, a limpeza, que demorou 47 dias,

96

dirigida pelo ativista ambiental e alpinista Dawa Steven Sherpa, removeu 2,2 toneladas de lixo nos acampamentos base de Cho Oyu (8 188 m), Everest (8 848,86 m), Lhotse (8 516 m) e Makalu (8 485 m). — "Last fall, in conjunction with the Bally Peak Outlook Foundation, an expedition team embarked on the first phase of the “8x8000 m” program to clean up the base camps of Nepal’s eight 8,000-meter mountains. During these months of lockdown, the 47-day cleanup, led by environmental activist and mountaineer Dawa Steven Sherpa, removed 2.2 tons of waste from the base camps of Cho Oyu (8,188m), Everest (8,848.86m), Lhotse (8,516m) and Makalu (8,485m).

HOPE (ESPERANÇA), Paulo Ferreira, Portugal, Documentário, 2021, 3’ — Uma nuvem desceu sobre o mundo. Pela primeira vez, na nossa atarefada civilização global, todos nós parámos. Embora isto continue a ser incrivelmente desafiante para todos nós, há uma certa beleza nesta quietude. E, enquanto partes do nosso mundo ardem nas chamas de um tempo passado, aos que ficam é-lhes dado a escolher. Uma oportunidade, não de voltar ao passado, mas de sonhar e agir, e criar o que será. — A cloud descended upon the world. For the first time in our hectic global civilisation, we all stopped. Although it continues to be incredibly challenging for all of us, there is a certain beauty in this quietness. And, while parts of our world rage in the flames of a bygone time, those who remain have plenty to choose from. An opportunity, not to go back to the past, but to dream and act and create what will be ahead.

LOUSAS CONTRA O CEO (SLATES AGAINST THE SKY), Xacobe Meléndrez Fassbender, Espanha, Experimental, 2021, 3’ — Contribuição emocional para a visibilidade da violência na paisagem. Curta-metragem experimental que revela a ferida da exploração a céu aberto de lajes para construção na Galiza. — An emotional contribution for the visible violence scarring the landscape. This short experimental film brings light to the damage caused by the open-cast mining of construction flagstones in Galicia.

97
ALMALÉ © JORGE AMÉRICO

SÁBADO

IDANHA-A-VELHA

ALMALÉ ESPANHA SPAIN + FRANÇA FRANCE

PILAR ALMALÉ — viola da gamba + voz | viola da gamba + voice

THOMAS KRETZSCHMAR — violino | violin

ÁLEX COMÍN — guitarra | guitar

FRAN GAZOL — percussão | percussion

HIXA MÍA

Minha filha | Daughter of mine

1. Improvisación sobre Cadencia Andaluza Pilar Almalé (1993)

2. Blue Lamento Almalé (2021)

3. Los guisados de la Berenjena Península Ibérica, trad. Sefardita, arr. Almalé

4. Passacaille Marc-Antoine Charpentier (1643-1748), arr. Almalé

5. ¿Por qué yorash, blanca niña? Península Ibérica, trad. Sefardita, arr. Almalé

6. Folías Gallegas Santiago de Murcia (1673-1739), arr. Almalé

7. Hixa mía Península Ibérica, trad. Sefardita, arr. Almalé

8. Flow my tears John Dowland (1563-1626), arr. Almalé

9. La Patética Pilar Almalé (1993)

10. Suite, TWV 55:B8: "Scaramouche" Telemann (1681-1767), arr. Gipsy Bar. + Almalé

11. A la una yo nací Península Ibérica, trad. Sefardita, arr. Almalé

Entrada livre até ao limite da lotação da sala. Free entry up to the venue capacity.

99 CONCERTO CONCERT 3.12.2022
SATURDAY 21H30
CATEDRAL

ALMALÉ é um jovem consort liderado pela cantora e gambista Pilar Almalé. Na sua busca por músicos de outros estilos com quem criar novas sonoridades baseadas em peças de música antiga, encontrou, primeiramente, Thomas Kretzschmar, um violinista especialista em Grappelli, posteriormente o percussionista Fran Gazol e, finalmente, o guitarrista de jazz Alex Comín. Juntos, desenvolveram um novo som experimental, cheio de diferentes cores e texturas. O consort começou a actuar em 2020, lançando em 2021 o seu primeiro álbum, Hixa mía, pela editora Segell Microscopi. O álbum recebeu excelentes críticas internacionais em New York Music Daily e B!Ritmos. Em fevereiro de 2022, entrou para o top 40 dos Transglobal World Music Charts. Almalé atua por toda a Espanha, França e outros países de todo o mundo.

Artista multifacetada, PILAR ALMALÉ é uma gambista, vocalista e compositora especializada em música antiga, mas com referências a outros estilos, como o jazz e a música do mundo, tocando igualmente instrumentos como o violone e o esraj (instrumento tradicional indiano). Apaixonada pelo Renascimento, abraça outras artes como a dança, o teatro e a pintura, seguindo o ideal da sua arte como linguagem transversal. Atuou em numerosos palcos prestigiados, nacionais e internacionais, e participou em conhecidos festivais de música antiga e música popular. Em 2017, participou na digressão nacional do gaiteiro Carlos Núñez, e partilhou o palco com músicos como Jordi Savall e Dulce Pontes. Com uma formação multidisciplinar, Almalé concluiu a sua formação no Conservatório de Vigo em 2019, sendo ainda detentora de diplomas em Belas-Artes, Iniciação ao Teatro e Dança Contemporânea (com Ana Continente), bem como no esraj (interpretação), pela Escola Oficial de Música de Varanasi. Durante dois anos consecutivos, recebeu uma bolsa do Gabinete de Cooperação da Universidade de Sevilha para ensinar música e violoncelo a crianças na Índia (2013) e na Bolívia (2014). Almalé é atualmente codiretora do duo Caranzalem e do ensemble Claroscuro de Artemisia, juntamente com Ana Continente. É também intérprete e vocalista do grupo aragonês Biella Nuei.

Violinista de jazz especializado em improvisação e na linguagem de Grappelli, THOMAS KRETZSCHMAR estudou violino clássico no conservatório, antes de adquirir o vocabulário do jazz e da improvisação. Com uma notável formação e uma vasta experiência profissional, conquistou palcos em todo o mundo ao longo de mais de quinze anos, incluindo na Colômbia, México, Argentina, França e Itália, e atuou em inúmeros festivais de vários géneros. Partilhou o palco com músicos como Stochelo Rosenberg, Biréli Lagrène, Angelo Debarre, Tchavolo Schmitt e Peter Verts, entre muitos outros, e gravou dois álbuns com as suas próprias composições, um dos quais com o seu principal projeto musical: Thomas Kretzschmar Quartet. Participou, ao longo dos anos, em numerosas gravações de diferentes estilos musicais, desde tangos até à música latina e ao jazz de diferentes géneros. Além de ser intérprete, Kretzschmar dedica-se a lecionar workshops e masterclasses focados na relação entre o violino e o jazz. Em 2019, fixou-se em Saragoça, onde criou o quarteto Tribute to Grappelli.

Guitarrista, professor e músico regular na cena jazz de Saragoça, ALEX COMÍN completou estudos avançados em guitarra jazz no Conservatório de Navarra.

100

Desenvolveu a sua sensibilidade musical em concertos semanais e jam sessions organizados durante mais de 10 anos pelo coletivo Jazz en Zaragoza. Lidera o seu próprio grupo de jazz contemporâneo: The Cominmens. Comín participou em importantes festivais de jazz como o Festival de Jazz de Saragoça, Jazz al Margen, também de Saragoça, entre outros, e tocou em salas de concerto por toda a Espanha, com os seus próprios conjuntos e como convidado. Atuou com músicos como Marko Djordjevik, Andrés Rotmistrovsky, Miguel Lamas, Coco Fernández, entre outros, e estudou com professores como Luis Giménez e Iñaki Askunce. Participou em masterclasses e seminários com Kurt Rosenwinkel, Guillermo Klein (seminário de composição em 2009 e 2016), Gilad Hekselman, Marco Mezquida, Moisés Sánchez, Javier Colina, Jordi Matas, Antonio Serrano, Jo Krause, Martín Leiton, Borja Barrueta, Juan Pablo Balcázar e Antonio Miguel, entre outros. É professor no primeiro conservatório a oferecer o grau profissional oficial de guitarra elétrica em Aragão, o conservatório Cittá di Roma. Em 2014, fundou a sua própria escola em Saragoça, com músicos como Javier Callén e Fran Gazol: o CEMM (Centro de Estudios de Música Moderna), localizado no Teatro de las Esquinas, em Saragoça.

Percussionista e baterista, FRAN GAZOL iniciou a sua formação musical no Conservatório de Saragoça, onde se especializou em percussão, e completou os seus estudos anos mais tarde no Musikene, o conservatório superior de música do País Basco, onde se especializou em «bateria jazz». Nesta instituição, estudou com o baterista Jo Krause, além de usufruir dos ensinamentos de outros grandes músicos, como Jorge Rossi, Guillermo McGill, Bob Sands, Andrzej Olejniczak, Gonzalo Tejada, Albert Sanz, Patricio Goyalde, Roger Mas, Sorkunde Idigoras, Guillermo Klein, entre outros. É membro do quinteto de jazz El Eje, com o qual participou em duas edições do Festival de Jazz de San Sebastián e do Festival de Jazz de Saragoça, vencendo o Concurso de Jovens Músicos da Cantábria com este mesmo grupo. Atuou igualmente com o Carlos Bernal Trío no Festival de Jazz de San Sebastián, entre muitos outros eventos. Partilhou o palco com músicos como Roger Mas, Albert Sanz, Marco Mezquida, Albert Vila, Bob Sand, Andrzej Olejniczak, Ximo Tebar, entre outros. É membro dos conjuntos Big Lazy Lad, Carlos Bernal Trío, Marcos Sánchez Trío, Bitácora e Endavant, além de outras colaborações. Lecionou durante vários anos no Conservatório Profissional de Música de Saragoça e no Conservatório Profissional de Música de Tarazona, entre outras instituições, e foi professor de bateria jazz, durante mais de dois anos, no Conservatório Superior de Música de Navarra.

«O machado de Pilar Almalé é a viola da gamba. Esta é uma escolha incomum para uma compositora original, especialmente porque a maior parte do repertório para o instrumento é oriundo da época barroca e anterior. Almalé tem uma voz expressiva, usa a gamba tanto para sustentações ao estilo do violoncelo como para linhas de baixo, escreve melodias fortes e reinventa material mais antigo com considerável talento. (...) Acompanha-a uma banda fantástica e igualmente aventurosa."

— New York Music Daily

101

ALMALÉ is a young consort featuring singer and Viola da Gamba player Pilar Almalé. In her search for other style musicians with whom to create new sounds based on Early Music pieces, she first encountered Thomas Kretzschmar, a Grappelli specialist violinist, then drummer Fran Gazol, and finally jazz guitarist Alex Comín. Together they developed a new, experimental sound full of different colours and textures. The consort began to perform in 2020 and in 2021 Almalé released its first album Hixa mía, released on the Segell Microscopi label. The album received excellent international reviews from New York Music Daily and B-Rhythms. In February 2022, it entered the top 40 of the Transglobal World Music Charts. Almalé performs all around Spain, France and in other countries around the world.

A multifaceted artist, PILAR ALMALÉ is a Viola da Gamba player, vocalist and composer specialising in early music but with references to other styles such as jazz and world music, also playing instruments such as the Violone and the Esraj (a traditional Indian instrument). As a lover of the Renaissance, she embraces other arts such as dance, theatre and painting, following the ideal of her art as a transversal language. She has performed on many prestigious national and international stages, taking part in well-known early music and folk music festivals. In 2017, she took part in the national tour of bagpiper Carlos Núñez and shared the stage with the likes of musicians such as Jordi Savall and Dulce Pontes. With a multidisciplinary background, Almalé earned her Degree at the Vigo Conservatory in 2019 and holds degrees in Fine Arts, Initiation to Theatre and Contemporary Dance (with Ana Continente), and in the Esraj (performance) at the Official School of Music of Varanasi. She was awarded a scholarship by the Cooperation Office of the University of Seville for two consecutive years to teach music and cello to children in India (2013) and Bolivia (2014). Almalé is currently the Co-director of the duo Caranzalem and of Claroscuro de Artemisia with Ana Continente. She is also a performer and vocalist for the Aragonese group Biella Nuei.

Jazz violinist specialized in improvisation and in the language of Grappelli, THOMAS KRETZSCHMAR studied classical violin at the Conservatory before moving on to learning the vocabulary of jazz and improvisation. With great background and professional experience, he has been conquering stages around the world for more than fifteen years: Colombia, Mexico, Argentina, France, Italy, all while being part of numerous festivals of different genres. He has shared the stage with musicians such as Stochelo Rosenberg, Bireli Lagrène, Angelo Debarre, Tchavolo Schmitt and Peter Verts, among many others. He has recorded two albums of his own productions, one of them with his main musical project: Thomas Krerzschmar Quartet. Over the years he has also participated in numerous recordings of different musical styles, from tangos to Latin music and jazz of different genres. In addition to concert, Kretzschmar is dedicated to giving workshops and masterclasses focused on the relation between the violin and jazz. In 2019, he settles in Zaragoza and gives life to his quartet, Tribute to Grapelli.

A guitarist, teacher and regular musician on the Zaragoza jazz scene, ALEX COMÍN completed advanced studies in Jazz Guitar at the Superior Conservatory of Navarra.

102

He developed his musical sensibility at weekly concerts and jam sessions organised for more than 10 years by the Jazz collective in Zaragoza. He leads his own Contemporary Jazz group: The Cominmens. Comín has participated in important jazz festivals such as Zaragoza Jazz Festival, Jazz al Margen Zaragoza, among others, and in venues throughout the country, both in his own groups and as an invited guest. He has performed with musicians such as Marko Djordjevik, Andres Rotmistrovsky, Miguel Lamas, Coco Fernández among others, and has studied with teachers such as Luis Giménez and Iñaki Askunce. He has participated in masterclasses and seminars with Kurt Rosenwinkel, Guillermo Klein (composition seminar in 2009 and 2016), Gilad Hekselman, Marco Mezquida, Moisés Sánchez, Javier Colina, Jordi Matas, Antonio Serrano, Jo Krause, Martín Leiton, Borja Barrueta, Juan Pablo Balcázar and Antonio Miguel, among others. He is a professor at the first conservatory to offer the official Professional Degree in electric guitar in Aragon, the Cittá di Roma Conservatory. In 2014, he founded his own school in Zaragoza with musicians such as Javier Callén and Fran Gazol: CEMM (Centre for Modern Music Studies), located in the Teatro de las Esquinas in Zaragoza.

A percussionist and drummer, FRAN GAZOL began his musical studies at the Zaragoza Conservatory specialising in percussion and completing his studies years later at the Musikene, the Superior Conservatory of Music of the Basque Country, specialising in “jazz drums”. There he studied with the drummer Jo Krause, in addition to enjoying the teachings of other great musicians such as Jorge Rossi, Guillermo McGuill, Bob Sands, Andrej Olejnizac, Gonzalo Tejada, Albert Sanz, Patricio Goyalde, Roger Mas, Sorkunde Idígoras, Guillermo Klein and others. He is part of the jazz quintet El Eje, with whom has participated in two editions of the San Sebastián Jazz Festival and the Zaragoza Jazz Festival, winning the Cantabria Young Musicians Contest with this same group. He has also performed with the Carlos Bernal Trío at the San Sebastian Jazz Festival, among many other events. He has shared the stage with musicians such as Roger Mas, Albert Sanz, Marco Mezquida, Albert Vila, Bob Sand, Andrzej Olejniczak, Ximo Tebar, among others. He is a member of The Big Lazy Lad, Carlos Bernal Trío, Marcos Sánchez Trío, Bitácora and Endavant, in addition to other collaborations. He has taught for several years at the Zaragoza Professional Conservatory, the Tarazona Con- servatory, among other centres, and has taught jazz drums for over two years at the Superior Conservatory of Navarra.

“Pilar Almalé’s axe is the viola da gamba. It’s an unusual choice for an original songwriter, especially since most of the repertoire for the instrument is from the baroque era and before. Almalé has an expressive voice, uses the gamba for both cello-like sustain and basslines, writes strong melodies and reinvents older material with considerable flair. (...) She has a fantastic, similarly adventurous band." — New York Music Daily

103

NOTAS FORA DO LUGAR NOTES OUT OF PLACE

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.