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ROTEIRO ARQDECOR - Milão, a cidade da

MILÃO, A CIDADE DA MODA E DO DESIGN

Ícone da cidade, a Triennale di Milano é uma instituição internacional, museu de design e teatro que organiza conferências, exposições e shows sobre artes, design, arquitetura, moda e cinema. Localizado no Parco Sempione, a obra foi projetada pelo arquiteto italiano Giovanni Muzio e ocorreu entre os anos de 1931 e 1933. Desde a sua fundação tem sido um ícone da vida cultural e econômica, servindo de motor de diálogo internacional entre a sociedade, as artes e a indústria Milão é conhecida por pulsar cultura, artes, música e ópera. É um destino turístico europeu consagrado como centro de design, uma das capitais mundiais da moda e polo lançador de estilos e tendências. Capital da região da Lombardia, localizada no norte da Itália, é conhecida como a metrópole moderna, além de ser uma das mais populosas do país, onde os negócios e indústrias se concentram.

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A cidade foi fundada no ano 400 a.C, e durante todos esses séculos passou por várias disputas e invasões, que em algumas oportunidades trouxeram benefícios ao seu desenvolvimento, como ser declarada capital do Império Romano, sucedendo Roma. Durante a Segunda Guerra Mundial foi intensamente bombardeada pelas forças aliadas e parte do seu patrimônio arquitetônico ficou danificado. Dez anos depois da guerra, em 1955, estava tudo completamente reconstruído. Os anos 60 são os anos do boom econômico pós-guerra e trouxe a modernidade dos primeiros arranha-céus e da primeira linda de metrô.

Apesar de não ter a importância histórica de cidades como Roma, Florença ou Veneza, o passado cultural e musical também está enraizado na história da cidade, terra de Giuseppe Verdi e do famoso Teatro Scala, uma das casas de ópera mais famosas do mundo. É em Milão que está a “Última Ceia” de Leonardo da Vinci, uma das obras mais importantes do gênio renascentista.

Além de ser uma das capitais mundiais da moda, onde grandes marcas nasceram, Milão promove o maior e mais importante evento de design do mundo, o Salone del Mobile, com suas instalações, exposições e eventos paralelos espalhados por diversas regiões.

Diante da grande demanda de turistas, ou pelas inúmeras possibilidades de negócios a cidade conta com três aeroportos, Malpensa (segundo aeroporto mais movimentado da Itália), Linate e Bergamo. Dentro da cidade, a locomoção por transporte público pode ser feita através de metrô, bonde, ônibus, ônibus elétrico e bicicleta.

Não é possível pensar em Milão sem falar da sua catedral por excelência: o Duomo di Milano. Situada na praça central da cidade de Milão, é a sede da Arquidiocese da cidade e uma das mais célebres e complexas edificações em estilo gótico da Europa, além de ser uma das mais belas do mundo. A sua construção começou em 1386 onde antes existiam as igrejas de Santa Tecla e Santa Maria Maggiore e durou mais de 400 anos, portanto, muitos artistas e arquitetos contribuíram, ao longo desses séculos, na expansão e decoração da igreja. A catedral foi toda construída com o maravilhoso mármore branco-rosa de Candoglia (no Lago Maggiore) que viajava através dos canais de Milão e chegava em um laguinho praticamente atrás de onde hoje é a igreja. É a única igreja do mundo proprietária da própria marmoraria, de onde ainda hoje saem as placas de mármore necessárias para a restauração do edifício

Já pensou em morar no meio de uma floresta? E se ela fosse vertical e ficasse dentro e uma cidade grande? O Bosco Verticale, projeto do arquiteto milanês Stefano Boeri, é uma verdadeira floresta vertical, composta por dois edifícios residenciais, com 76 e 110 metros de altura reunindo, no total, 113 apartamentos. Seu grande diferencial arquitetônico é sua cobertura verde composta por mais de 900 árvores, 4.000 arbustos e 2.000 plantas. Para sobreviverem, todas essas plantas precisam de água e sabe quem é o responsável por regar toda essa vegetação? O morador? Não! Um sistema de irrigação, comandado por uma central computadorizada, que se encarrega de levar água para todas as plantas dos prédios. E mais, ele é alimentado pela absorção da água da chuva e o projeto ainda contempla a reutilização da água da pia e dos chuveiros. Com todos esses diferenciais, o edifício já foi reconhecido como referência de inovação, sustentabilidade e design, ganhando dois prêmios importantes. Foi reconhecido como o arranha-céu mais bonito e mais inovador do mundo pelo Instituto de Tecnologia de Illinois, em Chicago e venceu o International Highrise Award, concedido pelo Museu de Arquitetura de Frankfurt, na Alemanha, superando 800 concorrentes de 17 países

Construído em 1866 para unificar os pequenos e insalubres cemitérios que estavam espalhados pela cidade, o Cimitero Monumentale di Milano se destaca pelo grande número de lápides de alto nível artístico que possui. São impressionantes obras feitas desde o século XIX até a atualidade. Com um terreno de mais de 250.000 metros quadrados, o cemitério, projetado pelo arquiteto italiano Carlo Maciachini, tem uma ampla gama de esculturas italianas, templos gregos, obeliscos e inclusive uma versão em pequena escala da Coluna de Trajano. Na entrada principal há uma espécie de “hall da fama”, onde estão as lápides de alguns dos cidadãos mais importantes do país. O monumento é uma das visitas mais espetaculares que podem ser feitas na cidade. Trata-se de uma exposição artística que, longe de mostrar a lúgubre aparência de um cemitério, é um lugar repleto de esculturas e belas construções

Saindo da rota turística tradicional de Milão, uma dica é conhecer o badalado CityLife, uma área de 366 mil metros quadrados no centro da cidade onde se localizava o antigo parque de exposições, o qual encontravase abandonado depois que o novo complexo Rho Fiera Milano foi construído em 2005. A área foi requalificada e transformada em um novo bairro, com edifícios residenciais e comerciais, lojas, escritórios, parque e espaço público. O edifício Generali Tower projetado pela arquiteta anglo-iraquiana Zaha Hadid é um dos principais elementos do plano diretor desse novo distrito, tendo sido premiado com o primeiro lugar por excelência na categoria de altura média pelo American Concrete Institute em outubro de 2019

A Pinacoteca di Brera é considerada o museu mais importante e apaixonante de Milão, reunindo as melhores coleções de arte de toda a Itália, como obras de grandes artistas, a exemplo de Umberto Boccioni, Amedeo Modigliani, Giorgio Morandi e Caravaggio, além do espanhol Pablo Picasso. Instalada no primeiro andar do antigo Palácio de Brera, datado dos séculos XVI e XVII e construído para os jesuítas sobre o antigo monastério de Santa Maria di Brera Humiliati, a pinacoteca faz parte do complexo que reúne outras instituições como a Academia de Belas Artes, a Biblioteca Braidense e o Jardim Botânico

O Teatro alla Scala (ou La Scala) é uma das mais famosas casas de ópera do mundo. Foi construído por determinação da imperatriz Maria Teresa da Áustria, para substituir o Teatro Regio Ducale, destruído por um incêndio em 1776, devendo seu nome à igreja de Santa Maria alla Scala que antes se erguia no local. Obra do arquiteto neoclássico Giuseppe Piermarini foi inaugurado em 3 de agosto de 1778. O exterior não é de deixar de boca aberta, mas ao entrar é como voltar no tempo, o impacto fica por conta do luxo que reina no seu interior, mesmo depois das reformas feitas entre 2002 e 2004

Ele atravessou guerras, disputas, demolições, reconstruções, restaurações e obras de embelezamento e hoje é uma das atrações imperdíveis de Milão. O Castello Sforzesco, assim como a famosa catedral de Milão (o “duomo”), é um dos monumentos mais amados pelos milaneses, um símbolo do poder exercitado pelos Senhores de Milão ou pelos conquistadores estrangeiros. O nome do castelo é uma referência a Francesco Sforza, que no século XV decidiu reconstruí-lo. Mas na verdade a sua origem é ainda mais antiga, sua base começou a ser construída na segunda metade do século XIV. A partir do século XX, o castelo se transformou em um lugar símbolo da cultura, destinado a guardar as obras de arte locais

DICAS ARTEAMBIENTE

Conheça também:

Academia di Belle Arti Arco della Pace Fondazione Feltrinelli Fondazione Prada Galleria Vittorio Emanuelle II Hangar Bicocca Igreja de Santa Maria Delle Grazie Museo Del Novecento Parco Sempione Piazza Borromeo Villa Necchi Campiglio

Quando ir:

Como no restante da Europa, em Milão as estações do ano costumam ser bem definidas. Julho, por exemplo, é o mês indicado para aqueles que curtem calor intenso e não se importam com o fato de que a cidade provavelmente estará mais cheia e cara, no caso dos hotéis. Também é o mês ideal para as compras devido às promoções que se espalham pela cidade. Uma boa dica para quem prefere temperaturas mais amenas é programar a viagem para os meses de junho e setembro. A primavera, entre meados de março e junho, também pode ser uma excelente oportunidade para explorar as atrações da cidade