Posição e Oposição. Um ministério pastoral de ação e reflexão crítica...

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Posição e Oposição. Um ministério pastoral de ação e reflexão crítica em uma época de intensa agitação na Igreja (P. Gustav Reusch, 1926-1965)

Listagem e breve resenha das correspondências de Gustav Reusch, com seus contatos no Brasil e no Exterior, completada pela listagem das suas palestras, artigos e prédicas.

Editoração: Martim Reusch. Digitação: Karla Reusch e Martim Reusch Junho 2015

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Índice Introdução .............................................................................................................. 4 1. Algumas considerações iniciais – Nota do editor .......................................... 8 2. Reunindo os dados da biografia de Luise Alma Reusch e Gustav Reusch e sua família, com algumas breve e incompletas informações sobre a época e as circunstâncias em que viveram .................................................................... 12 3. Liderança pastoral e teológica de Gustav Reusch, Sínodo Riograndense IECLB, de 1926 até 1965, no Brasil .................................................................... 30 3.1 Correspondências da pasta: Korrespondenz mit kirchlichen Stellen in Deutschland. Arquivo A ..................................................................................... 30 3.2 Correspondências da pasta: Sínodo – Região (Kreis), 1945-1954. Arquivo B, seleção dos documentos dos arquivos B1 e B2 .......................................... 62 3.3 Correspondência da pasta: Briefwechsel über kirchliche Erneuerungsfragen,1938 -1956. Arquivo C ...................................................... 80 3.4 Correspondência da pasta: Schriftwechsel mit Stelle der E.K.i.D. und Stellen des B.d.S. zum Kirchenproblem, 1936 – 1956 Arquivo D ................. 140 3.5 Pasta: Diversos. Arquivo E ....................................................................... 176 3.6 Pasta „Theologische Arbeitsgemeinschaft „ , Grupo de Trabalho da Igreja Confessante no Rio Grande do Sul. Arquivo F ............................................... 180 3.7 Pasta: Ökumene. Arquivo G ....................................................................... 188 3.8 Pasta: Theologische Komission, Comissão Teológica. Arquivo H ........ 190 3.9 Pasta: Reformierter Weltkongress, Assembleia Mundial da Igreja Reformada. Arquivo I ......................................................................................... 197 3.10 Pasta: Vorträge, Palestras. Uma listagem das palestras, artigos, posicionamentos, pronunciamentos, elaborados por Gustav Reusch Arquivo J............................................................................................................. 202 4. Pasta: Predigten (Prédicas) Arquivos K ...................................................... 211 5. Publicações que se encontravam entre os originais das prédicas .......... 218 6. Recordando a Confissão de Barmen ........................................................... 220 7. Uma coletânea de fotografias da vida de Gustav Reusch e Luise Alma Reusch, seus familiares e de pessoas de sua relação e alguns documentos históricos (em anexos) ...................................................................................... 221 8. Bibliografia ..................................................................................................... 222

Observação: Este Volume 2 está guardado com os respectivos originais das correspondências e artigos/palestras e prédicas de G. Reusch, no Arquivo Histórico da IECLB, em São Leopoldo, aberto à pesquisa. 3


INTRODUÇÃO Como decano e o mais velho dos filhos da família Gustav e Luise Alma Reusch fui nomeado para fazer uma introdução a um trabalho de dois compêndios pesquisados pelo nosso irmão Martim. Eu sou um leigo em questões teológicas, mas tenho dois irmãos pastores luteranos mais entrosados no assunto do que eu, o Gerhard e o Martim, que reuniu o material sobre “ UNSER VATER UND UNSERE MUTTER” – NOSSO PAI E NOSSA MÃE. O Martim conseguiu sintetizar, em um primeiro compêndio, assuntos mais familiares de nosso pai e nossa mãe, baseados em memórias dos filhos. O outro compêndio, que é uma sistematização de correspondências de Gustav Reusch, resume um extenso trabalho sobre a vida teológica do pai e sua influência no Sínodo Riograndense e na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB, antes, durante e após a segunda guerra mundial. Elaboro esta introdução assim que possa integrar os dois documentos. Me vem à tona diversas perguntas e observações pertinentes à vida e atividade de nossa mãe e de nosso pai. A primeira que me ocorre é: Quem vai ler este documento sobre NOSSO PAI E NOSSA MÃE? Obviamente nós três irmãos sobreviventes dos seis filhos e as respectivas esposas, estarão interessados na vida familiar de nossos pais e na atuação do nosso pai na Igreja Evangélica Luterana no Brasil. Quem sabe alguns de nossos filhos se interessariam de saber da vida familiar de seus pais e avós e até do impacto que nosso pai teve no seu ministério na Igreja Evangélica no Brasil. Poderá haver um conflito de idiomas, mas traduções futuras poderão aliviar o problema aqui nos Estados Unidos e na Alemanha. Tenho uma filha, a Gigi, que sempre se interessou muito por seus antepassados, mas certamente será uma leitora assídua destes textos. Mas muitos dos bis- e tataranetos, não se interessarão. Memórias pessoais sobre nossos pais são valiosas para nós, os filhos e talvez, para alguns de nossos filhos. Para outros descendentes talvez serão monótonas e cansativas. A quem interessaria ler o documento Atividade ministerial de Gustav

Reusch no Brasil, na época do Sínodo Riograndense e Federação Sinodal - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, de 1926 até 1965,

que reúne material sobre a sua atividade ministerial e teológica ? Aí o interesse de nossos filhos e descendentes já não seria tão profundo, com raras exceções. Neste setor entrarão, decerto, mais os futuros pesquisadores e historiadores teológicos interessados em estudar, inclusive em suas reuniões de reflexão, a vida e a atuação da Igreja na época ministerial de nosso pai no Brasil, de 1926 até a data de 1965.

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Lendo o segundo documento, com a correspondência e os trabalhos teológicos de nosso pai, concluí, na minha perspectiva de leigo, que o nosso pai foi uma espécie de ativista teológico. Ele conseguiu reunir ao seu redor, uma série de pastores que concordavam com suas teorias e ideias fundamentadas na confissão reformada. Nunca foram uma maioria dentro do Sínodo Riograndense e na Igreja, no seu todo, mas o nosso pai conseguiu, assim mesmo, ser membro da Diretoria do Sínodo Riograndense, e depois, do Conselho da então Federação Sinodal – IECLB, junto ao seu oponente, o Präses Dohms, então Presidente do Sínodo Riograndense. Toda discussão teológica da época, na minha visão, no fundo, era uma política que retratava conflitos internos da Igreja para conseguir convencer outros de suas respectivas convicções. De um lado, o Präses Dohms, com a maioria de votos e seguidores, e do outro lado, unser Vater, com seus companheiros, que eram minoria no Sínodo, mas conseguiram que se aceitassem muitos de seus conceitos e convicções. Grande polêmica houve com as famosas “ Randbemerkungen” que nosso pai escreveu. Um dos assuntos fora a contestação do regime legal da votação, que elegeu o Präses Dohms, na primeira Assembléia Sinodal pós-guerra, em Santa Cruz do Sul. Este, por sua vez, afirmava, com a anuência da Diretoria, ter usado os meios legais previstos para se eleger. O outro assunto foi a controvérsia entre o Präses Dohms e unser Vater, referente à atitude de Dohms, quanto a sua neutralidade frente ao nacionalsocialismo de Hitler e suas implicações no âmbito da Igreja. O nosso pai, como membro ativo da Igreja Confessante, se colocava contra o nacional socialismo, que inclusive, influenciara a Igreja Evangélica na Alemanha e um bom número de pastores no Brasil. No término da guerra, nosso pai lutou por uma confissão pública de culpa da Igreja no Brasil, à semelhança do que fizera a Igreja na Alemanha. Só na segunda Assembleia Sinodal no pós-guerra, Dohms e toda conferência dos obreiros, reunidos em assembleia, em Ijuí, foram sensíveis a esta reivindicação e proferiram publicamente esta confissão de culpa. Outro conflito mais administrativo e político foi de quem deveria ser Diretor da Escola de Teologia, no Morro do Espelho. Präses Dohms, que acumulava estes cargos soube assumir o poder e conseguiu conservá-los, apesar das manifestações críticas de uma minoria, representada, às vezes, pelo nosso pai. Mesmo assim, algumas de suas iniciativas foram aceitas como indica, por exemplo, sua eleição para Vice-Presidente do Sínodo Riograndense, e depois, como membro do Conselho da Federação Sinodal. Tenho a impressão, que o longo conflito de poder, entre estas duas facções na Igreja, prejudicou o nosso pai, no fim de sua liderança e atividade pastoral, no Brasil. Das 18 sugestões que um pequeno grupo de pastores submeteu ao Präses Dohms e que se referiam a vários aspectos ligados à renovação da Igreja, 5


após a guerra, um dos itens foi considerado pelo nosso pai e seus amigos, como uma difamação. Em um item específico se abordava, sobretudo questões pessoais que meu pai considerava uma difamação e preconceito a um direito que lhe cabia como pastor da Igreja. No que se refere à diferenças teológicas, na minha compreensão, nosso pai sempre estava aberto ao diálogo. Um forte apoio ao nosso pai, causou a retirada deste item, do conjunto de sugestões. Após a Segunda Guerra mundial, os diversos sínodos do Brasil, se reuniram em uma Federação Sinodal que, posteriormente, se constituiu como Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. O nosso pai, e mais alguns pastores objetaram o termo “de Confissão Luterana”, porque diziam que não respeitava as diversas confissões, como a reformada, à qual o meu pai pertencia. Argumentava que as várias tradições confessionais da Reforma estavam na origem das comunidades que constituíram o Sínodo Riograndense. O termo “Luterano”, implicava, na sua opinião, em um estreitamento confessional da Igreja, que ele queria aberta e ecumênica. O pai concordou com o processo da Igreja Brasileira se tornar autônoma da Igreja na Alemanha, no pós-guerra. Apoiava a criação da Escola de Teologia para a qual fora cogitado e indicado como docente. Ele queria, porém, que a Igreja Alemã continuasse a mandar pastores de lá, para o Brasil. Tentando obter uma perspectiva política interna na Igreja Evangélica no Brasil, por parte de quem observa de fora, como eu, parece um jogo de quem conseguiu e manteve o poder de decisão. Präses Dohms o conseguiu, com um bom apoio de pastores. Me lembra muito os Congressos e Senados de qualquer país ocidental democrata, onde se tentam fazer valer suas convicções. Às vezes conseguem um “compromise” ou um meio termo. Deduzo das resenhas das correspondências, que o pai também tentava um “compromise”, quando não conseguia os seus objetivos iniciais, demonstrando um espírito conciliador, ecumênico e pragmático. Quero imaginar que os assuntos administrativos e teológicos da cúpula da Igreja, mencionados acima, aparentemente não afetaram os paroquianos da IECLB e a atuação pastoral de cada pastor. Como as Igrejas Anglicana, Ortodoxa e Católica, a Igreja Evangélica de tradição Luterana deveria assumir, via Federação Luterana Mundial, ainda mais a sua liderança internacional, especialmente também por ter uma coordenação formada por leigos e ministros, representantes das igrejas nos mais diversos países no mundo, com o objetivo de consolidar a continuação do espírito de Martin Luther, nos seus aspectos chaves. Alguém que pudesse guiar a Igreja para reformas teológicas mais liberais, muito necessárias na época moderna. Caso contrário, as diferentes teologias e confissões continuarão a proliferar na nossa Igreja. Trata-se de uma questão de 6


sobrevivência a longo prazo, porque as igrejas formais ocidentais sofrem com a saída de crentes que se secularizam ou se tornam agnósticos. Alguns desiludidos preferem ter uma vida espiritual pessoal sem os ditames, muitos deles já ultrapassados, da Igreja formal. Tenho certeza que ao menos alguns dos nossos descendentes e dos historiadores teológicos, se interessarão tanto pelas memórias mais familiares de nossa época, como também, pela decisiva influência confessional, teológica que nosso pai exerceu na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, na sua época. Curtam a leitura. O assunto é deveras interessante! Hans Dieter Reusch. Luray, Virginia. Estados Unidos da América do Norte.

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1. Algumas considerações iniciais. Nota do editor Só o início da aposentadoria permitiu que nos dedicássemos, com mais tempo e cuidado, aos documentos de “Nosso Pai e Nossa Mãe “, que estavam guardados na Alemanha com o nosso irmão Gerhard e que ele nos enviara ao Brasil. Na leitura destes documentos, que se constituíam, mais amplamente, de arquivos de correspondência do “Nosso Pai“ com colegas e amigos de comunidades e instituições na Igreja no Brasil e no exterior , foi se revelando uma realidade de grande importância nos seus aspectos existenciais, históricos, teológicos de pastoral e políticos para a Igreja no Brasil , que ultrapassava o nosso interesse pessoal pela história dos nossos pais. A leitura dos documentos ia revelando, portanto, experiências, informações, reflexão teológica engajada, empoderada por uma identificação central com o Evangelho revelado em Jesus Cristo, especialmente na perspectiva do envolvimento do nosso pai com a Igreja Confessante. A cada passo em que progredíamos na leitura percebíamos o grande significado e a atualidade daquilo que líamos, para a história da Igreja no Brasil, e mais especificamente no Sínodo Riograndense, no período do pastorado de G. Reusch, que ocorreu de 1926 até 1965. Deste “encontro“ com o “Nosso Pai e Nossa mãe“ foi nascendo a ideia de dedicar um estudo mais detalhado e profundo a este rico material. O desafio, porém, se apresentou bem maior do que a nossa capacidade e preparo pessoal. Nos voltamos então ao esforço de inicialmente “resenhar“ todo este vasto material, que se encontrava quase integralmente redigido em alemão.

Volume 2, 1077 documentos que perfazem 3.529 páginas. Da maior parte realizamos breve resenha. Ao todo pertencem a este

Na introdução ao capítulo que reúne as palestras, posicionamentos, artigos proferidos por G. Reusch em seu longo período de ministério (Ítem 3.10 deste volume) são mencionadas as razões pelas quais não fizemos uma resenha deste valioso material teológico, para a Igreja. Não fizemos resenha das prédicas, que foram proferidas nos primeiros anos de pastorado de G. Reusch e apresentam, em geral, a dificuldade da leitura dos manuscritos no alemão antigo. Dedicamos um longo tempo a esta tarefa, interrompida muitas vezes. Concluímos esta tarefa de ler e resenhar este farto material somente neste 8


ano, uma vez que, uma quantidade de arquivos guardados na Alemanha, nos foram enviados somente ao final do ano de 2013. O volume inicia com uma interessante reflexão, que como Introdução, escrita por Dieter Reusch, o primeiro dos nossos irmãos, descortina o conteúdo de ambos os volumes sobre “Unser Vater e Unsere Mutter”. Em seguida reunimos os dados

biográficos de Luise Alma Reusch e Gustav Reusch e de sua família, complementando-os com informações sobre a época, circunstâncias e contexto de suas vidas. Temos o objetivo de ajudar com estas informações a aqueles de nós, que não tem conhecimento desta época, para que assim, possam obter uma visão mais ampla da realidade em que “Nossa Mãe e Nosso Pai“ viveram e atuaram. Sob o título “Liderança

pastoral e teológica de Gustav Reusch no Sínodo Riograndense – IECLB, no Brasil, de 1926 a 1965“, apresentamos uma listagem e resenhas de uma grande

quantidade de correspondência, de palestras/artigos e prédicas de G. Reusch, deste período de sua atuação no Brasil. Todo este material estava organizado por G. Reusch em pastas devidamente intituladas por ele. Estas correspondências e palestras descortinam visões de G. Reusch, compartilhadas com outros, de caráter bem pessoal e existencial, do “que fazer” teológico profundo, da atuação política nos momentos históricos, da Igreja naqueles anos. Mantivemos em termos de sistematização deste amplo material de correspondências a organização feita por G. Reusch em diversas pastas. Desta forma acontece que vários dos grandes temas da época se repetem nas diversas pastas resenhadas. O conteúdo destas correspondências vai revelando os momentos principais vividos pela Igreja na perspectiva do pastor que se empenhara de forma engajada pela essência, o ser e a missão de Igreja no Brasil, na qual desempenhou o seu ministério. Especial atenção merece o capítulo das Palestras (Vorträge). Trata-se de um material que além de revelar um profundo labor teológico de G. Reusch, trata dos grandes, atuais e cruciais temas teológicos desta época. Estas palestras, apesar de revistas ,não foram resenhadas especificamente. Elas são estensas e pelo seu profundo conteúdo, fogem ao objetivo de reduzílas a uma breve resenha de seu conteúdo. Trata-se de manifestações pertinentes aos atualíssimos temas da Igreja no Brasil na época de seu ministério, nestas terras. Futuros eventuais pesquisadores/as, mais 9


capacitados, poderão penetrar esta rica e atual temática para a Igreja daquela época até os nossos dias, em suas colocações de caráter mais fundamental e essencial. Temos reunidos ao todo 60 „Vorträge„ originais de G.Reusch, perfazendo um total de 534 páginas. Acrescentamos ao Volume 2 ainda uma coletânea de fotografias e de alguns documentos históricos, que estavam no material deixado por nossos pais. Mesmo sendo de caráter mais pessoal, estes dados podem ilustrar também o interesse daqueles que se aproximarem aos documentos deste Volume, numa intenção de pesquisa. Finalmente queremos chamar a atenção especial dos leitores para um, muito interessante, depoimento do próprio G. Reusch sobre a sua caminhada naqueles anos difíceis a serem enfrentados desde 1934. Publicamos este documento com as notas motivadoras à reflexão e estudo do Tradutor. O depoimento de G. Reusch encontra-se no ítem 3.3 deste Volume, documento 59. Observações: Muito cedo durante a pesquisa, do amplo material deixado por G. Reusch, - correspondências, artigos/palestras e prédicas -, assuntos deste Volume 2, foi nascendo a ideia, de que nós, os filhos de “Nosso Pai e de Nossa Mãe“, ainda vivos, escrevêssemos também as nossas “Lembranças“ pessoais dos nossos pais, que trazíamos em nossa memória. Gradativamente foi se compilando estas “lembranças“, que iam nascendo passo a passo, formando um primeiro documento sob o título “Unser Vater e Unsere Mutter“ - Nosso Pai e Nossa

Mãe Gustav Reusch e Luise Alma Reusch - Volume 1:

Lembranças .

Também neste Volume

Volume 1:

2, manteve-se o título principal do

Unser Vater und Unsere Mutter – Nosso Pai e Nossa Mãe, mesmo que este Volume 2 concentre-se significativamente na “Liderança

pastoral e teológica de Gustav Reusch no Sínodo Riograndense – IECLB, no Brasil, de 1926 a 1965 “. 10


Os textos, que estão sublinhados, referem-se a uma palestra, artigo, texto de autoria de G. Reusch e os textos em negrito indicam para dados de interesse mais pessoal para a família Reusch. Todos os originais das correspondências, palestras/artigos e prédicas aqui listadas e “resenhadas”, estão guardadas no Instituto Histórico da IECLB, junto às Faculdades EST, em São Leopoldo, onde se encontram para resgatar a memória de um período de grande importância para a IECLB e para possibilitar uma eventual pesquisa teológica no futuro.

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Unser Vater - Unsere Mutter 1. Reunindo os dados da biografia de Luise Alma Reusch e Gustav Reusch e sua família, com algumas informações sobre a época e as circunstâncias do seu viver.

251 Gustav Reusch nasce em 11900

Eiserfeld, Kreis Siegen, Westfalen, como filho de Theodor Reusch e Lydia Kopfer (certidão de nascimento de 27/04/1900, feita em Niederschelden).

Em Em correpondência de 1951 G.R. escreve: “Após o falecimento, muito cedo dos meus pais, eu vivi, até o início dos meus estudos, na Bergstrasse, com minha avó, viúva Kopfer. Mas isto já faz muito tempo. Awer Platt kan ech noch besche. Um irmão meu vive na Alemanha“. 1902

04/01/1902: Luise Alma Leye,nasce em Witten, como filha de Evald Christian Benjamin Leye e Alma, nasc, Nolle. Luise teve duas irmãs: Gertrud e Ilse Charlotte ( Tante Lotte ) In der Geburtstagszeitung , zum 85. Geburtstag von Luise , 1987, von Gerhard uns Elisabeth zusammengestellt, steht: Luises Lebensgeschichte begann am Samstag, den 4.Januar 1902. Eigentlich ja schon früher,aber an 12


diesem Tag erblickte sie , als erstes Kind der Familie Leye das Licht der Welt .Sie war schon im zarten Säuglingsalter ein kräftiges und stämmiges Kind., das immerhin 12 Pfund wog und dessen Stimme sehr gut entwickelt war . “Nach einem dreijärige Gastspiel in der Volksschule besuchte sie anschliessend das Lyzeum ..... auf den nachdrücklichen Wunsch des Vaters ging sie dann doch noch zur höheren Handelsschule, um dann anschliessend im elterlichen Geschäft zu arbeiten“.

1925

P. Gustav Reusch é enviado ao Brasil pelo Conselho Superior Eclesiástico de Berlin. Veio ao Brasil no navio Monte Sarmiento, onde consta na lista dos passageiros, do porto de Hamburgo, na data de 25/02/1925. Formação teológica no Seminário em Witten.

1925

G.Reusch assume o pastorado da Paróquia de São Miguel

1927

06/12/1927: Casamento civil com Luise Alma Leye. O casamento foi realizado no Consulado da Alemanha, em Porto Alegre, tendo como testemunhas o P. Karl Eduard Gottschald e sua esposa Marta Emilie Gottschald. O casamento religioso foi realizado na mesma data, em Porto Alegre, pelo P. Karl Gottschald. Luise Alma Reusch veio ao Brasil, igualmente, no navio Monte Sarmiento. Seu nome consta na lista de passageiros deste navio, emitida 13

Uma das entidades que enviaram pastores ao Brasil é o Conselho Superior Eclesiástico de Berlin (Início em 1837). Este Conselho cria em 1911 o Seminário para Diáspora iniciado em Soest / Westfália. Este Seminário foi transferido para Witten/Ruhr, em 1920, funcionando depois em Ilsenburg/Hartz. O Seminário foi fechado em 1936.


em 09/11/27, em Hamburgo. Consta nesta lista, Berlin, como último domicílio de Luise Alma Reusch.

1929

1931

18/10/1929: Nascimento de Hans Dieter Reusch, em São Miguel. 19/04/1931: Nascimento de Günther Reusch, em São Miguel.

Transferência para o pastorado em Cachoeira do Sul. 29/06/31: A Diretoria da Comunidade de Cachoeira do Sul aprova a transferência e no dia 01/07/31, a transferência é aprovada pela Assembleia da Comunidade. Esta transferência se dá por sugestão da Direção do Sínodo Riograndense. 01/07/1931: P. G. Reusch é eleito como Diretor da Escola da Comunidade, Escola Barão do Rio Branco. 1933

P. G. Reusch elabora, a pedido da Diretoria, o Regulamento da Comunidade de Cachoeira do Sul, aprovada em Assembleia, na data de 01/09/1933.

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1933 O ano de 1933 é indicado como ano em que inicia o “Kirchenkampf”, isto é, eclode o conflito entre as Igrejas e o regime dominado pelo nacional-socialismo, na Alemanha. (Janeiro de 1933 é a data de ascensão de Hitler como “Reichskanzler”. Neste mesmo ano, em março, realiza-se também a abertura do Congresso, do “Reichstag”). A intenção fundamental do regime era a de “submeter a Igreja incondicionalmente à liderança do Estado”. Assim acontece já em 1933, a intervenção do governo nos assuntos internos da Igreja (Nomeação do Bispo do


Reino- “Reichsbischof”, identificado com o governo de Hitler, torna-se autoridade eclesiástica oficial. O Comissário de Estado, A. Jäger, intervém, ocupando com tropas da SA, o escritório da Associação Evangélica de Imprensa. Além disto intervém no Conselho Superior Eclesiástico Evangélico, nomeando Vice-Presidentes nacional-socialistas e também nomeando subcomissários para as províncias eclesiásticas; fixando no direito eclesiástico o chamado “Arierparagraph”, que determinava que pastores que não tinham ascendência ariana deveriam ser aposentados compulsoriamente, etc.). Ainda em 1933 (07/1933) foram veiculadas no Brasil, se bem que timidamente, informações oficiais sobre os conflitos na Alemanha. Temos já neste ano um registro da existência de um grupo de pastores nacionalsocialistas, no Sínodo. “No Rio Grande do Sul existe, desde há mais tempo, o Pastorado Nacionalsocialista, que abrange dois terços de todos os pastores, como correligionários (Parteigenossen), e uma classe do Partido” (Dreher, Igreja e Germanidade, p. 121). O Pastor Knäpper era o líder deste grupo tendo sido, inclusive, em fins de 1933, nomeado como dirigente nacional dos teutocristãos para o Brasil.

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Registra o livro do Dr. Martin Dreher, Igreja e Germanidade, que o representante do Conselho Superior Eclesiástico de Berlim, entidade alemã que enviava pastores ao Brasil, fez um esforço, que felizmente não prosperou, de introduzir na Igreja Evangélica no Brasil, o “Führerprinzip”,centralizando a autoridade eclesiástica sob a orientação de um bispo fiel à autoridade eclesiástica alemã ,com o propósito de que “a Igreja Evangélica Alemã abrangesse a germanidade protestante sobre a terra e o primado do “Führergedanke”,que deve substituir finalmente o parlamentarismo democrático”. (Idem, M. Dreher p. 119). No Sínodo os teuto-cristãos do Brasil agiam, inclusive, como se fosse uma corporação autônoma no Sínodo. (Idem, M. Dreher, p. 122)

1934

08/01/1934: P. G. Reusch solicita período de estada (férias) na Alemanha. 07/04/1934: P. G. Reusch e família partem para a Alemanha, partindo do Porto de Rio Grande. Esta estada na Alemanha estendeu-se até 28/02/1935. 27/05/1934: Nascem na Alemanha, os gêmeos Gerhard Reusch e Helmuth Reusch, em Witten. Na ausência do P. G. Reusch, o Decano Gustav Hahn assume a Comunidade de Cachoeira do Sul. G. Hahn era professor no Instituto PréTeológico (IPT), em São Leopoldo, e se licenciara temporariamente. 16

1934 Desde o início levantaram-se na Alemanha vozes de repúdio contra o nacionalsocialismo e as iniciativas de perseguição aos comunistas e judeus. Porém, para muitos, o nacionalsocialismo era o “sonho da renovação”. Até com fervor religioso a gente se entregava a este apoio. A Alemanha encontrava-se em uma forte crise, também econômica, e seu “Führer” apresentava-se como “libertador”, com dimensões quase “messiânicas” (Compare: Wir verwerfen die falsche Lehre – Arbeits- und Lesebuch zur Barmer


Theologischen Erklärung und zum Kirchenkampf. – Wuppertal/Barmen, 1984). 29-31/05/1934: Um grande momento da Igreja Evangélica na Alemanha, neste ano, porém, foi a realização do Sínodo de Barmen. Esta assembleia (1. Bekenntnissynode der Deutschen Evangelischen Kirche), reuniu 139 participantes, à revelia da autoridade eclesiástica oficial constituída e identificada com o governo nazista alemão. Foi o momento do nascimento da Igreja Confessante. Seu intento era eminentemente de conteúdo, isto é, de significado fundamental teológico. Queria-se afirmar e confessar, contra os desvios dos teuto-cristãos (Deutsche Christen) a verdade substancial da fé evangélica. Nesta assembleia é formulada a “Confissão de Barmen”. “Líderes das comunidades evangélicas da Alemanha, luteranas e reformadas, reuniram-se em Barmen e adotaram uma confissão de fé, com o objetivo de contrapor-se à ideologia nacional-socialista centrada na figura do “Führer” e a interferência do Estado nacional-socialista, com sua ideologia, na vida da Igreja”. (W. Altmann, Nossa fé e suas razões, p. 169). Neste ano de 1934, em que P. G. Reusch se encontrava na Alemanha, ele foi convidado, como representante do Sínodo 17


Riograndense, a participar da celebração e sagração do bispo dos teuto-cristãos, o Bispo do Reino, Müller (Não há informação de sua participação!). Durante esta sua estada, porém, estabeleceu também contatos com círculos da Igreja Confessante, área de Witten, à qual se filiou abertamente (Compare com M. Dreher, p. 123). No seu regresso da Alemanha, em 28/02/35, havia no Brasil 3 grupos de pastores. 1. Pastorado Nacional-Socialista, teutocristãos do Brasil; 2. Igreja Confessante, liderada pelo P. Gustav Reusch; 3. Grupo “em torno do P. Hermann Dohms”, cujo objetivo era o de tentar manter a neutralidade em relação aos conflitos na Alemanha (Pastores luteranos tradicionais apolíticos) (Compare M. Dreher, idem, p. 123). Estes grupos participaram, no primeiro semestre de 1935, do 42° Concílio Sinodal, em Cachoeira do Sul. Nesta oportunidade evidenciou-se que tanto os pastores no Brasil, como também as direções eclesiásticas, sabiam muito pouco do que estava acontecendo na Alemanha (Idem, pg. 123). “De maneira mais acentuada ainda, a problemática da Igreja e Germanidade, veio à tona nas considerações de P. G. Reusch sobre o tema “A concepção da Igreja de bases populares na discussão teológica da 18


Igreja-pátria “. Reusch procurou demonstrar que as discussões políticoeclesiásticas e a reestruturação exterior da Igreja na Alemanha teriam levado à pergunta básica pelo que é Igreja. A teologia alemã teria sido forçada a uma revisão, pois alguns teólogos teriam aceito outras fontes de revelação ao lado da Palavra de Deus. Reusch descreveu, na palestra, as discussões entre Karl Barth e Emanuel Hirsch...” (Dreher, p. 124). Neste Concílio em Cachoeira do Sul, foi eleita a nova Diretoria Sinodal, tendo sido eleito Dohms como Presidente, Reusch como Vice e Knäpper como Tesoureiro. Esta eleição evitou a ruptura entre os vários grupos (Compare M. Dreher, pg. 125). As ideias teuto-cristãs influenciaram especialmente a concepção de missão interna da Igreja e o trabalho entre a juventude (Advogava-se por uma fé alemã e de que todo compatriota alemão ainda deveria ver sentido na preservação e salvação de sua etnia). No trabalho com jovens já se criara em 1934 o “Ring”, no Morro do Espelho. Posteriormente, em 1936, foi tomada a resolução de que jovens deveriam saudar-se com a palavra “Salve” (Heil) e o braço estentido (Compare M. Dreher, p. 128-129). Os relatos do P. G. Reusch, no Concílio, em Cachoeira repercutiram amplamente e 19


sua eleição para a Direção do Sínodo Riograndense criou a possibilidade de sua cooperação de forma mais efetiva no planejamento da Direção do Sínodo. Um outro aspecto destacado pelo historiador M. Dreher, deste período, é de que o P. G. Reusch e o grupo identificado com a Igreja Confessante, se engajou na discussão sobre a situação do Seminário da Diáspora, que preparava pastores a serem enviados ao Brasil. Este Seminário fora transferido para Witten/Ruhr, em 1920, funcionando depois em Ilsenburg. Em 1934 esse Seminário havia se vinculado à Igreja Confessante. Por esta razão teve suas matrículas canceladas em 1935, tendo, porém, recebido novos candidatos, agora sob a responsabilidade da Igreja Confessante. O Seminário foi fechado em 1936. Podemos entender o envolvimento do P. G. Reusch e dos demais pastores vinculados à Igreja Confessante, com esta questão do Seminário, especialmente, porque desejavam que os obreiros a serem enviados ao Brasil tivessem a identificação com a nova visão da Igreja, que ajudaria, naturalmente, a marcar a formação teológica das lideranças e das comunidades no Brasil. Em duas longas cartas, P. G. Reusch intervém junto ao Departamento para o Exterior da Igreja na Alemanha, em favor do Seminário. Estas duas 20


cartas, que se encontram no arquivo do Kirchliches Aussenamt, na Alemanha, estão intituladas: 1. Questões fundamentais para uma tentativa de reorganização do estudo dos pastores para o exterior, da Igreja Evangélica da Alemanha, sugerido pelo Departamento para o Exterior, BerlinCharlottenburg e 2. Sugestões para uma solução satisfatória do problema Ilsenburg (Compare M. Dreher, p. 142). ,

1937

1936 Em julho de 1936, P. G. Reusch é convidado pela Igreja Confessante a criar no Brasil, um Grupo de Trabalho Teológico (ThA) da Igreja Confessante e um Conselho de Irmãos (uma unidade mais estrutural de vinculação com a Coordenação da Igreja Confessante), à semelhança da Igreja Confessante na Alemanha. Esta proposta foi considerada por Dohms, como uma ingerência em assuntos da Igreja brasileira, como também pela Igreja alemã oficial. Na visão destes tratava-se de “uma grave intromissão numa Igreja de bases populares alemãs, no exterior” (Compare M. Dreher, p. 141). 21/09/1937: Nasce em Porto Alegre, no Hospital Moinhos de Vento, Martim Reusch.

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1937 Mesmo assim, a criação do Grupo de Trabalho Teológico foi concretizada em 15/01/1937, sob a liderança do P. G. Reusch. Um ano depois, o Grupo contava com 38 membros, dos 103


pastores ativos no Sínodo Riograndense na época. Nas manifestações do P. G. Reusch acerca do Seminário de Ilsenburg, ele afirma que o Grupo de Trabalho insistia em permanecer ligado á Igreja Confessante porque “nela teria sido assumida de maneira clara a luta pela preservação da substância da Igreja”. Nestas suas manifestações, o P. G. Reusch ainda destaca que “na Declaração Teológica de Barmen, o Evangelho de Jesus Cristo foi testemunhado novamente de maneira mais expressiva e clara, entre todas as declarações eclesiásticas destinadas ao nosso tempo. Nela foram reconhecidas e rechaçadas, de maneira mais evidente, as doutrinas e tendências de nossa época, estranhas à Igreja, e que ameaçam entrar em todas as Igrejas dos dois últimos séculos da história da Igreja” (Compare M. Dreher, p. 142).

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1938 Em agosto de1938, G. Reusch resolveu suspender as atividades do Grupo de Trabalho. “Ele correspondeu a um pedido do Presidente Dohms, que queria evitar, que durante a sua viagem à Alemanha, quaisquer discussões viessem a causar dificuldades ao trabalho do Sínodo. s

P. G. Reusch, com enorme e profundo labor teológico, elaborou e compilou, 10 circulares para o Grupo de Trabalho, sobre os mais diferentes temas. Destes temas elaborados pelo P. G. Reusch, para o Grupo de Trabalho, existem cópias de 09 circulares originais, completas e datilografadas. (Textos cedidos pelo P. M. Dreher). Não há nenhum estudo deste período de existência do Grupo de Trabalho e de suas atividades, além do referido no livro do P. M. Dreher: Igreja e Germanidade. Só uma pesquisa mais aprofundada poderá ajudar a esclarecer aspectos importantes deste período e das atividades do Grupo de Trabalho. Em uma llonga correspondência de G. R. para P. O. Hoffmann ele faz um interessante depoimento sobre sua caminhada nos últimos anos: “ Eine kurze Vorstellung wird notwendig sein. Einer reformierten Gemeinde des Siegerlandes entstammend ging ich im Jahre 25 in ein Pfarramt der

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Riograndenser Synode. Im Jahre 1934 war ich Drüben im Urlaub. Dort lernte ich das innere Anliegen der BK im Kirchenkampf verstehen und bejahen . Auf Bitten von Bruder Lücking wirkte ich dann hier, nach meiner Rückkehr als Vertrauensmann der BK. Wir gründeten im Jahre 1936, im Rahmen unserer Kirche eine Theologische Arbeitsgemeinschaft ( ThA ) , die sich zu Barmen bekennt .Als dann auch hier ein lutherischer Konfessionalismus stark restaurativ zu wirken begann schloss ich mich, als Reformierter, dem Reformierten Bund an . ....Dann kam der Krieg mit all seiner Tragik für die Theologen und für die Gemeinde Jesu, und mit all seinen furchtbaren Folgeerscheinungen wie sie vor allem in Deutschland und Europa durchlitten wurden“ .

1939

P. G. Reusch transfere a direção da Escola Barão do Rio Brando para Dr. Lourenço Antonio de Souza.

1941

Professora Amália Geisel assume a direção da Escola Barão do Rio Branco.

1944

Nasce em Cachoeira do Sul, Gustavo Theodoro Reusch – 21/09/1944 Gustavo veio a falecer no dia 11 de janeiro de 2003

1947

Correspondência de 22/05/47 contém uma das poucas referências de GR sobre a 24

Rompimento das relações diplomáticas do Brasil com a Alemanha, em 27/01/1942. Em 31/08/1942 declaração de guerra do Brasil à Alemanha


sua situação pessoal, vivida nos últimos anos : “ Persöhnlich bin ich hier über die letzten schweren neun Jahre mit den meinen glimpflich hinweggekommen. Ich konnte im Amt bleiben, was nicht bei allen der Fall war. Die Gottesdienste und Amtshandlungen mussten allerdings alle in der Landessprache geschehen.Meine theologische Bibliothek wurde ein Opfer der Verhältnisse.Wir hatten auch sonst unruhige Stunden .Aber es überwieg bei Allem das Danken, gegenüber Gott, ob gnädiger unverdienter Durchhilfe“.

1948

Transferência da antiga casa pastoral, em Cachoeira do Sul, para a nova moradia junto ao Jardim de Infância. 1949 Criação da Federação Sinodal dos 4 Sínodos da Igreja Evangélica no Brasil.

1950

Culto festivo e recepção pelo aniversário de ordenação do P. G. Reusch. Toda a família Reusch esteve presente. (Há uma fotografia daquela ocasião.)

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1950 De 14 à 16 de maio de 1950, por ocasião do 1° Concílio Eclesiástico da Federação Sinodal, foi formulada, em definitivo, a partir do discurso do P. Dohms, a Ordem Básica da Federação Sinodal, aprovada quando da união dos sínodos na Federação Sinodal, em 26/10/1949. Após o final da guerra, evidenciara-se que depois de todo este período de conflitos acontecidos também na Igreja Brasileira, fazia-se necessária a definição de uma base confessional clara e abrangente às tradições confessionais presentes na origem da Igreja brasileira e ainda mais, uma cooperação mútua mais intensa entre os sínodos.


P. G. Reusch cooperou teologicamente, de uma maneira muito intensa, nesta discussão, sobre a formulação da base confessional para a Federação Sinodal e no desenvolvimento posterior dela para a formação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). P. G. Reusch lutou por uma formulação mais aberta, mais abrangente, da base confessional da Igreja que integrasse tanto a tradição luterana, como também reformada, como unida. Ele mesmo viera de uma Igreja Territorial (Landeskirche) de tradição unida que se constituía de comunidades e obreiros de tradição luterana e reformada. G.R. é o representante eleito do Sínodo Riograndense para a Assembleia de constituição da Federação Sinodal e membro pleno da mesma. Na correspondência da época são mencionados um número significativo de textos, de palestras proferidas em várias oportunidades, nos quais G. R. elaborava sua contribuição para a discussão sobre a base confessional e organização constitucional da Igreja Evangélica de . 1951

Em uma de suas correspondências de 1951 G. Reusch fala de si mesmo, dizendo: “ Sie stellen sich den Siegerländer als Eiserfelder vor. Aus 26


Eiserfeld stamme ich auch. Nach dem frühen Tos meiner Eltern habe ich bis zum Beginn meiner Studienzeit, in der Bergstrasse, bei meiner Grossmutter, Witwe Kopfer, gewohnt. Das sind nun schon 30 Jahre her. Aver Platt kon ech noch besche! Ein Bruder von mir wohnt noch in Eisernb“. (Corresdpondência de G. Reusch para Steiner, em, 04/05/51

Inicia-se um novo trabalho missionário da Comunidade Evangélica de Cachoeira do Sul, em Hulha Negra. 1952 1954

P. G. Reusch e Sr. Rodolfo Muller defenderam a ideia da construção e criação do Curso Ginasial do Colégio Rio Branco. A sugestão do P. G. Reusch foi de que se iniciasse, porém, com a construção de um centro comunitário. Viagem dos pais à Alemanha, acompanhados de Gerhard Reusch, que daria continuidade ao seu estudo de teologia na Alemanha

1957

Em 21/01/1957, P. G. Reusch comunica à Diretoria da Comunidade de Cachoeira do Sul, sua decisão de transferência para a Comunidade de Novo Hamburgo, após 25 anos de ministério pastoral em Cachoeira do Sul. Em 26 de agosto de 1957, Dieter Reusch casa com Olly Hermann (falecida em 01/10/1977). Filhos/as: Ildiko Katalin O. Reusch, Peter OP. Reusch, Susana Lumar Reusch, Gigi Ires Louise Reusch. Em 04/121980 casa com Anna Maria de Amorim Sepúlveda

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G. R. é reeleito por unanimidade como “ Kreisvosteher “, juntamente com os outros membros da Diretoria da Região Sinodal de Cachoeira do Sul, 1954 Acrescenta-se ao nome da Federação Sinodal, o nome de Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, com os respectivos significados de cada termo que compõe o nome da Igreja (Concílio Geral da Federação Sinodal de 1012/12/1954, em São Leopoldo).


1960

1961

1962

1963 1965

1966

1967

Última viagem dos pais (Urlaubsaufenthalt), à Alemanha antes de sua volta definitiva à Alemanha Casamento de Gerhard Reusch com Irene Schmidt, em 04/04/1961. Filhas: Elisabeth Dorothea Reusch e Christiane Renate Reusch Casamento de Helmuth Reusch com Mirna Dumit, em 19/03/1962. Filhos : Alma Reusch e Ricardo Reusch Casamento de Martim Reusch com Karla Helena Ott, em Santa Cruz do Sul. Filhos: Marcus Reusch, Debora Reusch, Thomas Reusch, Mathias Reusch (falecido) Ana Luiza Reusch

Em outubro de 1962, adotase o nome IECLB para a 1962 Igreja, suprimindo a designação Federação Sinodal.

Retorno definitivo do P. Gustav e Luise Alma Reusch para a Alemanha. Foram acompanhados pelo filho Gustavo Theodor Reusch. Martin e Karla viajam com os pais, para um período de estudos, na Alemanha.

P. G. Reusch assume Pastorado na cidade de Witten, na Johannes – Kirchengemeinde , na Pferdebachstrasse 32, Pfarrbezirk 5.

1966 Inicia-se a discussão de um ante-projeto de reestruturação da IECLB sob uma administração central unificada.

Casamento de Günther Reusch e Erica Wulhorst. Filhos |: Monica Reusch, Rolf Reusch e Ernesto Reusch 1968 Criação da IECLB, com sua nova Constituição (2327/10/68, Concílio 28


Constituinte da IECLB, em Santo Amaro/SP). Sínodos deixam de existir, como entidades jurídicas próprias e nascem as 4 Regiões Eclesiásticas,

1969

1970

1992

1996

2003 2008

Primeiro de janeiro, falecimento trágico de Helmuth Reusch Pastor Gustav Reusch, no exercício de seu pastorado e poucos dias antes de sua aposentadoria definitiva, veio a falecer, em Witten, no dia 08/03/1970, fulminado por um ataque cardíaco, durante pregação no púlpito, na celebração do culto dominical realizado no Centro Comunitário da Comunidade, Johannes Busch Haus. Em 15/05/1992, faleceu Luise Alma Reusch, em Witten, aos 90 anos, no Feierabendhaus – Altenheim der Johannes Gemeinde Witten.

Falecimento da Tia Lotte, em Witten.

11/01/2003, falecimento do Gustavo. Teodor Reusch. 22/03/2008, falecimento de Günther Reusch

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3. Vida e atividade ministerial, de Gustav Reusch no Brasil de 1925 – 1965. Listagem e resenha de suas correspondências e de suas palestras, posicionamentos, artigos e prédicas. 3.1 Pasta: Korrespondez mit kirchlichen Stellen in Deutschland . 1935 1.

Correspondência ( Cor. ) de Bispo Heckel, do Departamento de Relações Exteriores ( KA - Kirchliches Aussenamt ) da Igreja Evangélica Alemã ( DEK - Deutsche Evangelische Kirche ), para GR ( Gustav Reusch ), 11/02/1935. Esta correspondência alcançou GR no navio, na volta ao Brasil depois da sua estada na Alemanha 1934/35 Escreve o bispo Heckel que levará em conta as proposições de GR, feitas em nome dos pastores alemães no Brasil, quanto à elaboração de uma regulamentação que assegure o retorno destes pastores à Alemanha e à Igreja na Alemanha. Tais tratativas não haviam chegado a bom termo. Alega que a atual situação na Alemanha não permite cogitar da elaboração de novos regulamentos e orientações legais, que assegurem este retorno. Agradece pela defesa que GR fizera de maneira responsável e segura, das expectativas dos pastores alemães no Brasil e afirma “o interesse” do KA na ação da Igreja no Brasil.

2.

Cor. de GR para o bispo Mararehns( Presidente da Direção Provisória da Igreja Evangélica Alemã, em Berlim ), de 13/07/1935 . Correspondência foi escrita após a Assembleia da Igreja Confessante (BK - Bekenntnis Kirche), em Augsburg, 04-06/06/1935 A partir das decisões tomadas em Augsburg (criação de um amparo legal e jurídico da Igreja Confessante e instalação da Presidência Provisória) GR solicita que a Igreja Confessante trabalhe no sentido de constituir uma representação das Igrejas no exterior. Solicita ainda um posicionamento da Igreja Confessante e de sua Presidência Provisória como também do de seu Conselho de Irmãos do Reino (Reichsbruderrates da BK), que se refira às igrejas alemãs, evangélicas, no exterior. 30


GR informa sobre sua eleição para Vice-Präses, no Concílio Sinodal de 1935. Solicita esclarecimentos sobre convite feito a ele pessoalmente, ainda antes de sua saída da Alemanha, em fev.1935, que se tornasse a pessoa de confiança da Igreja Confessante no Brasil (Vertrauensmann des Bruderrates der Kirche der Altpreussischen Union (BK), beziehungsweise der Bekenntnis Synode “). 3.

Cor. de GR para bispo Mararehns, Presidente do Sínodo da Igreja Confessante (Präses der Bekenntnisynode da DEK), em 13/03/1935. Trata-se de uma resposta a uma solicitação em que este pedia informações sobre uma série de pessoas (não pastores) no Brasil.

4.

Cor. de Schlingensiepen, Diretor do Seminário de Ilsenburg (Auslandsseminar, Ilsenburg) para GR, 13/04/1935. Informa que o Conselho da Altpreussische Union (BK), em Dahlem, assumiu a responsabilidade pelo Seminário de Ilsenburg ( Ilsenburrg era o Seminário da Igreja Evangélica da Alemanha, que formava pastores para serem enviados ao exterior , mais especialmente Brasil. GR provavelmente estudou neste seminário, enquanto este ainda funcionou em Witten).

5.

Cor. de Schlingensiepen para GR, em 20/05/1935,em resposta à cor. de GR de 02/05/1935 . (inexistente) Lamenta que não tenha podido manifestar se em tempo para o Concílio do Sínodo. Seu objetivo era que o Sínodo soubesse das novidades na Alemanha e pudesse ser motivado a tomar uma posição determinada em favor de uma identificação clara do Sínodo Riograndense com a BK.

6

Cor. de Schlingensiepen para GR, 27/06/1935. Informa sobre pressões sofridas pelos colaboradores do Semináro de Ilsenburg pelo KA (vinculado ao ao Bispo do Reino nazista, dos teutoscristãos) na sua ausência, mas que os mesmos haviam-se recusado a receber este representantes do KA.

7.

Cor. de Schlingensiepen para GR, 09/08/1935. Agradece sobre o relato recebido de GR (inexistente) e que aguarda notícias da Assembléia do Sínodo Riograndense.

8

Cor. de Schlingensiepen para GR,09/09/1935 Refere duas correspondências anteriores (compare acima 6+7) das quais não recebera resposta.

9

Cor. de Schlingensiepen para GR, 01/10/1935 31


Reage a uma correspondência de GR, de 09/09/1935 (inexistente) Informa que a Presidência Provisória da BK, está solicitando que GR seja a pessoa de confiança da Igreja Confessante no Brasil ( „Vertrauensmann füer die BKkreise, in Brasilien). Informa ainda que o KA (de identificação nazista) procedera cortes drásticos das bolsas dos estudantes de Ilsenburg, procedentes do exterior, também dos brasileiros 10. Correspondência manuscrita de Schlingensiepen para GR, 15/10/1935 11. Cor. de Bispo Marahrens para GR, 29/10/1935. Expressa sua alegria sobre as repercussões positivas, também no Brasil, do Sínodo da BK, em Augsburgo. Para ele, a BK afirmara sua intenção de constituir-se como entidade jurídica e ser a direção legítima da Igreja Evangélica Alemã ( Rechtmässige Leitung). A Direção Provisória da Igreja Confessante(BK) está reagindo positivamente à proposta de GR, de cuidar melhor da relação das Igrejas no exterior entre si e delas com a Igreja na Alemanha. Informa ainda que o KA não se posiciona claramente e evita o confronto com o Bispo do Reino, Muller. Lamenta profundamente este fato. 12. Cor. de GR para Marahrens, 25/11/1935. Refere a correspondência recebida de GR de 29/10/1935 (Compare Cor. 11 acima) GR expressa sua alegria pelas decisões que estão ocorrendo na Alemanha e pela posição firme da BK em relação ao Departam ento de Relações Exteriores da Igreja na Alemanha (KA). Igualmente manifesta sua satisfação pelo fato de que a BK quer trabalhar no sentido de estreitar as relações entre as Igrejas no exterior e destas com a Igreja alemã. Da situação do Sínodo relata: “ No nosso Sínodo uma série de pastores simpatizantes dos teuto-cristãos desligaram-se deste movimento. Não existem membros de comunidade vinculados aos teuto-cristãos. Com este fato podemos afirmar que o movimento destes aqui desmoronou. Um bom número de pastores se vinculou a Igreja Confessante na Alemanha. Um outro grupo pretende vincular-se ao movimento aqui no Brasil. Penso que é chegado o momento de criar uma ¨comunhão dos pastores da Igreja Confessante “ (BK). “Um círculo de leitura no qual lemos as principais revistas teológicas, nós já criamos aqui. Antes, porém, de partirmos para esta decisão queremos ter o parecer de vocês”. 13. Relatório de Ilsenburg, de Schlingensiepen, 08/12/1935. Relatório da situação do Seminário em Ilsenburg. A situação é dramática. Aos estudantes se cortou as bolsas. 32


Destaca a posição de Ilsenburg e da Igreja em relação a “ Associação Estudantil (Studentenbund), ao qual pertenciam o maior número de Seminários, na Alemanha. Relata sobre a doutrinação que acontece em acampamentos de instrução (“Schulungslager”), para estudantes. Desenvolve, em detalhes, com transcrição de manifestações dos orientadores destes “acampamentos”. São impressionantes estas colocações que se referem à posição do nazismo frente à Igreja, em relação à Bíblia, em relação à Revelação em Jesus Cristo, pertinentes ao povo de Israel (Judaísmo, em especial), aos pastores, à formação nas instituições eclesiais e à exaltação do “Führer”. 14. Cor. manuscrita de Schlingensiepen para GR. 15. 1936 16. Cor. de Marahrens para GR, 07/03/1936. Retoma contato e descreve brevemente a discussão sobre se a Igreja deve cooperar em coordenações, setores, do Estado ou não. 17. Cor. de Schlingensiepen para GR, 28/03/1936. Informa que a Direção Provisória da Igreja Confessante é assumida pela Igreja na Prússia. Informa que apresentou as reivindicações de GR e que pretende manter intima relação com o Brasil. Escreve ainda: “a criação de um Grupo de Trabalho Teológico no Brasil eu considero uma ideia extraordinária. “Die Gründung der Theologischen Arbeitsgemenschaft (Th. A) in Brasilien halte Ich für einen ausgezeichneten Gedanken“. 18. Cor. de Schlingensiepen para GR, 20/04/1936 “Todos na Igreja Confessante são de opinião de que o Seminário de Ilsenburg deve ser mantido “. 19. Cor. de Schlingensiepen para GR, 25/04/1936. Refere o envio de Probst Maschinski para Buenos Aires, Sínodo La Plata. Era pessoa identificada com os teuto-cristãos. 20. Cor. de Schlingensiepen para GR, 25/04/1936. O tema é Ilsenburg, que ainda funciona plenamente. Porém, escreve Schlingensiepen, „nossa atividade no Seminário está seriamente ameaçada„. A agressão das autoridades eclesiásticas à Ilsenburg visa, em verdade, a Igreja Confessante ( BK.) 33


Pede uma manifestação do Sínodo Riograndense para que não aconteça o impedimento ou até o encerramento do trabalho no Seminário de Ilsenburg. Uma palavra do Sínodo poderia ter uma reação positiva e inesperada das autoridades, para o trabalho na instituição. 21. Cópia de correspondência para Schlingensiepen, de 27/04/1936. Assunto: Esclarecimentos referente correspondência de GR, Vize-Präses do Sínodo Riograndense, no tocante a Ilsenburg. 22. Cópia de texto do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica Alemã ( KA da DEK), Páscoa 1935. Anexo à correspondência de Schlingensiepen de 08/05/1936. Contém parecer do Departamento, referente à Ilsenburg, constatando que sua formação é teológica e está vinculada a uma “ educação ampla de caráter político-popular (umfassenden volkstumspolitischen Erziehung”). Manifesta a expectativa de que o Seminário deveria ser mantido para influenciar o trabalho popular (voltado à etnia) no Brasil. (“das kirchliche Auslandsseminar sich für die kirchliche Volkstumsarbeit in Südamerika zu einer wahren Hochschule eigener Prägung entfalten muss“). 23. Correspondência de Schlingensiepen para GR. 08/05/1936. O tema novamente é Ilsenburg e as ameaças, especialmente vindas do Bispo Heckel do Departaemnto de Relações da Igreja, dominado pelos teuto-cristãos, que pairam sobre a instituição no sentido de diminuir sua ação ou até de fechá-la. Schlingensiepen desenvolve uma longa consideração a respeito de vários pontos implicados nesta questão. Solicita uma manifestação de GR, do Sínodo e de Dohms. Tem esperença de que estas manifestações sejam ouvidas, na Alemanha. 24. Cor. de Schlingensiepen para GR, 03/08/1936. Acusa o recebimento de uma declaração de GR solicitada nas correspondências anteriores e agradece pelas colocações teológicas e históricas claras e bem fundamentadas referentes ao Seminário do Ilsenburg. A questão básica do problema é a identificação de Ilsenburg com a Igreja Confessante (BK). Espera o apoio de Dohms e pede que GR e E. Schlieper possam convencer Dohms de que na questão Ilsenburg está em jogo a causa da Igreja mesma. Informa que E. Schlieper, que foi auxiliar de Schlingensiepen em Ilsenburg e fizera seu 2º Exame Teológico na Igreja Confessante, em Westfalen, recebeu a autorização do KA para retornar ao Brasil, mesmo que tenha sido inicialmente negada. 34


25. Cor. de Schlingensiepen para GR, 30/11/1936. Informa sobre o fechamento de Ilsenburg. Trata-se de um ataque das autoridades eclesiais do governo alemão, que se estendem a outras instituições (Naumburg, Eberfeld). A decisão tem razão puramente política. Schlingensiepen é convidado para abandonar a Igreja Confessante da Igreja Prussiana. Estudantes são afastados por participarem dos encontros da Igreja Confessante. 26. Correpondências manuscritas de Schlingensiepen para GR, 05/12/1936. 27. Anuncia a vinda de E. Schlieper ao Brasil. 1937 28. Correspondência da secretária de Dr. B. (Böhm) para GR, 06/01/1937. 29. Cópia da Cor. de Schlingensiepen, para Präses Dietschi, 20/01/1937. Aborda-se a questão do Seminário de Ilsenburg, que como seminário para o exterior (Auslandsseminar), colocava em disponibilidade egressos da instituição para as Igrejas da América do Sul e Brasil, de forma especial. Ilsenburg está diante da tomada de decisão do Conselho Missionário da Igreja alemã, de suspender suas atividades. 30. Cor. de GR para Schlingensiepen, 19/02/1937. GR manifesta seu repúdio à decisão de fechar Ilsenburg. Pretende levar o assunto ao Concílio do Sínodo Riograndense. Se este não tomar uma decisão de repúdio, GR se manifestará pelo Grupo de Trabalho Teológico no Brasil (ThA) sobre o assunto, junto às autoridades alemãs. GR registra de que, após as tratativas com Dohms não terem sido levadas a bom termo, criou-se formalmente o Grupo de Trabalho Teológico da Igreja Confessante no Brasil (ThA = Theologische Arbeitsgemeinschaft )no dia 15 de janeiro de 1937, com 11 membros. Duas circulares já haviam sido enviadas aos membros do Grupo de Trabalho. Em uma delas tratarase do caso Ilsenburg. 31. Cor. manuscrita de Schlingensiepen para GR, 19/03/1937. 32. Cor. de GR para Schlingensiepen, 05/04/1937. Refere-se a encaminhamentos realizados no Brasil referentes ao fechamento de Ilsenburg e informa sobre tomada de decisão do Conselho Sinodal do Sínodo Riograndense, de repúdio às decisões tomadas quanto à Ilsenburg, Dohms se manifestará junto às entidades alemãs da Igreja. Informa que o número de membros do Grupo de Trabalho subira para 15. 35


Saúda a aproximação da Igreja Confessante (BK) com o Conselho Luterano, na Alemanha. 33. Cor. de Schlingensiepen para GR, 08/04/1937. Lista nomes de concluintes de Ilsenburg disponíveis para o envio (8 nomes). Relata, em vários exemplos concretos, a intervenção do estado, via coordenação cooptada da Igreja alemã, na formação dos pastores. (Instituições de formação teológica são fechadas; primeiro exame teológico não pode ser feito mais diante de uma banca nomeada pela Igreja, retirando¸ portanto, esta tarefa da autoridade eclesial; intervenção nas instituições de formação teológicas e na eleição dos professores ; redução consequente dos pretendentes ao estudo da teologia). 34 Cópía de correspondência de Schlingensiepen para o Bispo Heckel / KA, 27/03/1037. Schlingensiepen protesta contra as dificuldades interpostas pelo Departamento de Relações Exteriores da Igreja Alemã (KA), quanto ao envio dos egressos de Ilsenburg. Escreve que está dispondo-se para um diálogo no KA. Anexo à correspondência: O posicionamento de Schlingensiepen quanto à situação e dificuldades geradas pelo KA, referente ao envio dos egressos de Ilsenburg. “Das KA, das im Innland durch seine Bindungen an das reichsbischöfliche System, als Kirchenregiment in Frage gestellt war“. 35. Cor. de Schlingensiepen para GR, 17/04/1937. Retoma aspectos ref. Ilsenburg da correspondência anterior de GR. Agradece pelo apoio e espera que este também seja claro e determinado de parte da Igreja no Brasil. Fala de suas dificuldades pessoais: Não pode ocupar a sua residência e não pode receber visitas. Reclama da falta de uma intervenção de Dohms, já antes nesta questão relacionada a Ilsenburg. Este fato, naturalmente entre os tantos outros também teria cooperado para as dificuldades atuais. 36. Cor. de GR para Schlingensiepen, 31/05/1037 GR relata sobre as decisões tomadas na Assembléia Sinodal e posterior Conferência dos Pastores, na qual a questão Ilsenburg foi amplamente discutida. Esta discussão não fora encerrada com votação na Conf. dos Pastores e sim com a proposta de que Dohms e GR encontrassem uma proposta alternativa, para solução do impasse. 37. Cor. de GR para Schlingensiepen, 13/07/1937. 36


Relato detalhado da situação ddo Grupo de Trabalho (ThA). Informa sobre o contato com E. Schlieper em Cachoeira do Sul e de que o mesmo havia recomendado, após contato com Dohms, a autodissolução do Grupo de Trabalho. GR declara-se disposto a reavaliar a forma de atuação do Grupo de Trabalho no Sínodo, mas opõe-se terminantemente a uma dissolução deste, dizendo que a atual política eclesial do Sínodo e sua direção, não tem incorporado as ideias da Igreja Confessante, nem dispõe de um órgão onde esta vinculação e presença é assegurada. A correspondência descreve argumentos e posição de parte à parte. Manifesta ainda sua estranheza quanto à posição assumida por E. Schlieper São acrescentados ainda comentários quanto à situação em Ilsenburg. 38. Cor. circular de Dohms, de 06/08/1937. Contém manifestação veemente de que todos os pastores devem ater-se unicamente ao estatuto e base confessional do Sínodo. Qualquer outra confissão ou concepção a qual “alguns seguem e representam”, para alterar as normas sinodais, não deve ser permitida. Afirma que “a ordem eclesial fica destruída quando nosso critério nas questões fundamentais, são outra confissão e ordem que não figuram na base confessional do Sínodo”. 39. Cor. de Meisner para Dr. Böhm da Igreja Evangélica Alemã, de 06/09/1937. Menciona a questão de que a situação vivida pela Igreja na Alemanha não deve ultrapassar os limites da Alemanha. Não é licito sobrecarregar as comunidades de tradição alemã no exterior e envolvê-las nesta luta. 40. Cor. de ___________________ para GR, 07/09/1937. Informa em detalhes sobre a situação na Alemanha: prisões para inquérito de dirigentes da Igreja e leigos (120 irmãos estavam condenados entre pastores e leigos, homens e mulheres ligados/as à Igreja Confessante, entre os quais está E. Wilm); diante das barbaridades ocorridas, o Conselho Luterano aproxima-se da Direção Provisória da Igrerja Confessante; o último encontro da Igreja Confessante, em Dresden (Dresdner Frauenkirche) é celebrado com a participação de mais de 5.000 pessoas. Comissários de finanças, fiéis ao sistema, foram entrementes colocados em todos os níveis de direção da Igreja; até comunidades e pastores ligados aos teuto-cristãos (Deutsche Christen) foram afastados. Coloca uma manifestação muito fraterna no final para GR: “Dass wir Vertrauen haben dürfen zur Selbstlosigkeit und Besonnenheit ihres Vorgehens, ist für uns immer ein besonderer Grund zur Dankbarkeit gewesen. ........................ Lassen Sie es sich nicht verdriessen in Geduld und Hoffnung um die zu ringen an deren Liebe zu Christus wir keinen Zweifel zu haben brauchen.“ 37


41. Cópias de manifestações de dirigentes da Igreja, vinculados aos teutocristãos, de 16/08/1937, quanto à situação de ameaça à Igreja por autoridades do nacional socialismo. Cópias estão anexas à correspondência anterior (40). a) Uma manifestação refere-se ao fechamento, em Dresden, de uma administração eclesial, realizada pela Gestapo. Lideranças da Igreja ocupam, por tempo limitado, este centro administrativo ocupado pela Gestapo, enfrentando a polícia, a Gestapo e líderes religiosos simpatizantes. b) Posicionamento das lideranças de praticamente todas as Landeskirchen, reunidas em Kassel, em 05 e 16/07/1937. São denunciadas com ampla argumentação teológica as intervenções ocorridas em Dresden e outros lugares. c) Assembleia da Igreja Confessante da União Prussiana (BK der Evangelische der Altpreussischen Union) dirige uma palavra às comunidades denunciando todas as intervenções na essência e autonomia da Igreja. 42. Cor. de Böhm para GR, 15/10/1937. Informa brevemente que o Estado desencadeou, na Alemanha, uma agressão, que atinge não só algumas partes da Igreja, mas atinge a Igreja no seu todo, enquanto ela se confessa como Igreja de Jesus Cristo. Contra isto colocam-se a Direção Provisória da Igreja Confessante na Alemanha, o Conselho Luterano, o Conselho das Igrejas Territoriais, em conjunto. 43. Cor. de _________________ para GR, de 25/10/1937. Relata, destacando alguns casos e situações concretas, nas quais a Igreja na Alemanha corre grande perigo (“die Kirche eine ungeheure Gefahr läuft”) . 44. Cor. de Schlingensiepen para GR, 02/12/1937. Schlingensiepen escreve: „ Eu sempre denovo estou admirado com que clareza o senhor vê a situação na Alemanha ”. Deduz de um relatório do Concílio do Sínodo Riograndense, que traz o relatório de Dohms, que o fato de GR ter lutado e levantado a voz, valeu a pena. 45. Cor. de GR para Schlingensiepen, de 02/12/1937. Informa sobre várias tentativas de silenciar o Grupo de Trabalho Teológico no Brasil. A reunião dos presidentes regionais (Kreisvorstehersitzung) e a conferência dos pastores não chegaram a propor um encaminhamento favorável para a questão do Grupo de Trabalho Longa reunião do Grpo 38


de Trabalho na residência de Hilbk, também não chega a conclusões. GR elabora, finalmente, uma proposição a ser discutida com Dohms. A outra questão abordada refere-se à formação teológica dos pastores para as Igrejas no exterior. GR elabora uma detalhada proposição quanto a este assunto e sugere comprometer, inclusive o Sínodo, com a “direção espiritual” de Ilsenburg. Se isto não der certo, propõe a transferência do Seminário de Ilsenburg para o Brasil. 46. Cor. de H. Brakemeier, para GR, sem data. Informa sobre remessa de material recebida sobre a Confissão de Barmen. 47. Artigo de Eberhard Köhler (Süd West África): Theologie ohne Logik. Theologia sem Lógica ) 1938 48. Cor. extensa de K. H. Becker para GR (Vizepräses), de 16/01/1938. Comenta sobre a situação da Igreja na Alemanha dizendo “Esta Igreja está tornando-se de uma Igreja confessante em uma Igreja que silencia”. Reportando-se à Igreja na Alemanha diz “Nossa Igreja tem algo a dizer hoje, e você tem razão, ela o deve fazer como Igreja aconselhadora (Seelsorgerlich)”. O tema da doutrina dos dois reinos é amplamente comentada. Menciona teses elaboradas por GR sobre “Die Kirche und die Ordnungen“. 49. Cópia de correspondência de Böhm para K. H. Becker, de 02/02/1938. Böhm da Direção Provisória da Igreja Confessante, apela para K. H. Becker para que informe GR, no Brasil, sobre a situação na Alemanha e o subsidie com material teológico, 50. Cor. de GR para Schlingensiepen, 08/02/1938. GR informa sobre a situação intereclesial, sinodal e do Grupo de Trabalho Teológico, no Brasil. Trata ainda da questão da coordenação da Comunhão de Estudos de futuros pastores a serem enviados ao exterior (“Studiengemeinschaft künftiger Aussenpfarrer“) em Göttingen. GR quer alguém da Igrerja Confessante nesta coordenação, enquanto o Sínodo e Dohms procuram o apoio do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Alemã, para esta função. “Dazu hat sich durch die wiederholten Angriffe von Dohms gegen die ThA das Verhältnis zwischen ThA und Dohms so verschärft, dass wenn die negativen Angriffe gegen die ThA weitergefürht werden, es sehr leicht zu 39


einer in der kirchlichen Öffentlichkeit deutlich werdenden Kampfsituation zwischen Dohms und der ThA kommen kann. Jedenfalls hat die ThA bei der derzeitingen Situation nicht vor, auf die gemeinsame Bezeugung des Anliegens der Kirchen-und Arbeitsgemeinschaft unserer Synode mit der BK zu verzichten“. Solicita que a Igreja Confessante (BK), ou por decisão de sua assembléia ou direção, manifeste-se oficialmente a respeito de sua visão das relações com as Igrejas de procedência alemã no exterior. Desenvolve uma série de aspectos que deveriam ser considerados nesta tomada de decisão. Manifesta profunda apreensão quanto aos últimos acontecimentos na Alemanha, especialmente quanto às decisões de Himmler de proibir a formação teológica em instituições vinculadas à Igrerja Confessante, por ter declarado o nacional-socialismo como um movimento religioso. 51. Manifesto de 29/03/1938 que se opõe à intervenção da direção da Igreja alemã (Präsident des Evangelischen Oberkirchenrates über das theologische Prüfungswesen) no processo de avaliações finais (Abschlussexamen), por julgar isto uma intervenção na vida interna da Igreja, para a qual falta à instância citada, a competência. 52. Cor. de GR para Schlingensiepen, de 03/05/1938. Relata que a situação está mudando no Brasil. GR, mais dois outros integrantes do Grupo de Trabalho (ThA) foram eleitos como “Kreisvorsteher”. Se este encaminhamento não tivesse acontecido, antevia serias tensões e abalos no Sínodo no Brasil. Informa que chegara a um consenso com Dohms em 4 pontos, considerando que o mesmo mostrara intenção positiva para tratamento destes assuntos controversos entre ambos. 1. Dohms seguirá para a Alemanha, em junho de 1938 com o propósito de estabelecer conversações com lideranças da Igreja Confessante (BK) e do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Alemã, pactuado com o governo nazista. Objetivo: formular acordos claros nas questões controversas; na ordem para a formação de pastores para o exterior; no envio, também dos egressos de Ilsenburg ao Brasil, sem restrições àqueles identificados confessionalmente com a Igreja Confessante. 2. A Assembleia Sinodal fica transferida para depois da viagem de Dohms à Alemanha. 3. Durante a estada de Dohms na Alemanha “descansam” as atividades do Grupo de Trabalho Agressões ao Grupo de Trabalho Teológico devem ser abandonadas. 4. Na ausência de Dohms, o Sínodo será dirigido pelo Altpräses Dietschi. 40


Sugere ainda nomes de pessoas da Igreja Confessante que devem fazer parte dos contatos com Dohms na Alemanha: Pastor Koch (Presidente do Conselho Nacional da Fraternidade, da Igreja Confessante (Reichsbruderrates), Dr. Böhm, um representante do Conselho de Irmãos da Igreja da Prússia, um representante de Ilsenburg E ainda Mahrarens, representante do Conselho Luterano. 53. Cor, de GR para K. H. Becker, de 05/05/1938. Resposta à correspondência anterior de K. H. Becker de 23/02/1938. Discorre sobre as recentes tratativas encaminhadas com Dohms, mencionadas na correspondência à Schlingensiepen (Ver cor. anterior nº 52). Agradece ao envio de material teológico, inclusive alguns textos da Dogmática de Barth II/ I, e tece comentários. Informa ter remetido uma lista nominal dos que pertenciam ao Grupo de Trabalho e um exemplar das “Orientações do Grupo de Trabalho“ (Richtlinien unserer ThA”). 54. Cor. de J. Böhm para GR, de 06/05/1938. Informa ter enviado correspondência ao Sínodo a ser apresentada na Assembleia Sinodal. Informa que Niemöller está preso no “KZ Oranienburg”, sem previsão de soltura. 55. Cor. de ___________________ (amigo que trabalhara no Brasil, no “Kreis” de GR) para GR, de 27/04/1938. Expressa solidariedade e apoio às manifestações e decisões tomadas por GR no Brasil, também em relação aos egressos de Ilsenburg, aos quais se interpõe decisões de consciência pela BK, para que possam obter o envio ao Brasil. 56. Cor, de K. H. Becker para GR, de 16/06/1938. Confirma o recebimento das Diretrizes do Grupo de Trabalho (Richtlinien da ThA). Informa sobre um novo confessionalismo que impera em hostes luteranas e traz detalhado relato sobre a discussão da atualidade na Alemanha, entre Igreja Reformada, Luterana e Unida, sobre a Santa Ceia (Relato com artigos, teólogos, posicionamentos). Destaca que diante das sérias dificuldades da guerra se tenha, assim mesmo, encontrado caminhos a trilhar em comum. 57. Cor. de GR para Dr. E. Köhler (África), 20/06/1938. Agradece o envio do artigo sobre “Apologetik der Tat” e solicita um artigo para as circulares do Grupo de Trabalho no Brasil. Sugere como tema: 41


Weltanschauung, Gegenwart.

Religion,

Christusglaube

im

Geisteringen

der

58. Cor. de GR para Dr. Böhm, de 20/06/1938. Informa sobre a nova situação da Igreja no Brasil, a qual já abordara nas correspondências anteriores para Schlingensiepen e K. H. Becker (ver acima cors. 52 e 53). Präses Dohms planeja viagem à Alemanha. 59. Cor. de GR para Heinz (K. Heinz Becker?), de 20/06/1938. Comenta a situação do envio dos concluintes de Ilsenburg. 60. Cópia da cor. de Edvin Wilm, de 06/07/1938. Wilm trata dos tantos aspectos implicados com seu envio ao Brasil. 61. Cor. de Wilhelm (Pommer?), da Alemanha para o Brasil, para GR, em 20/07/1938. Escrito antes de sua volta ao Brasil, em outubro de 1938. Opina que após os contatos na Alemanha, não vê mais qualquer possibilidade de encaminhar os assuntos do Grupo de Trabalho na Alemanha e recomenda que GR permaneça firme em seus propósitos. Informa que Heckel do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica Alemã, também não poderá auxiliar nisto, pois está comprometido integralmente com os teuto-cristãos. Na Alemanha está acontecendo uma cerrada campanha publicitária do nazismo, que impede a ação da Igreja. Dohms ainda não chegara para sua planejada visita. 62. Cor. de E. Köhler para GR, de 28/07/1938. E. Köhler informa que se transferiu em 1930 para a África do Sul (Südwest Africa) como pecuarista (Viehfarmer) e vinculara-se ao Conselho de Irmãos da Igreja de Nassau. Fora oficial do exército, tendo se formado após a guerra como doutor em direito. Na África existiam então 16 comunidades reunidas em um Sínodo, vinculadas à Igreja Confessante. Elabora uma longa reflexão sobre o momento da Igreja na África, sobretudo, sobre as relações com a Igreja na Alemanha, especialmente a Igreja Confessante. Faz comentário avaliativo das ”Diretrizes do Grupo de Trabalho” no Brasil. Envia artigo para possível divulgação nas circulares do Grupo de Trabalho, sob o título: Theologie ohne Logik - Teologia sem Lógica 63. Cor. de GR para K. H. Becker, de 04/08/1938. Reage à correspondência recebida em 16/06/1938 (Ver acima cor. nº 53). 42


Tematiza, mais uma vez, a discussão sobre a Santa Ceia e expressa sua alegria pelo fato de que as diferentes concepções não tolheram aqueles aspectos onde existe uma visão e concordância comum. Aborda detalhadamente o tema da revelação (Offenbarung). 64. Cor. de GR para P. Vogt, de 12/08/1938. Solicita ajuda do Ordem Auxiliadora Suíça para a Igreja Confessante na Alemanha (“Schweitzerisches Hilfswerk für die BK in Deutschland“), para remessa ao Brasil de literatura, informativos, jornais, de interesse para o Grupo de Trabalho e seus membros. Solicita especificamente o livro: Martin Niemöller und sein Bekentniss. 65. Cor. de Dr. E. Köhler para GR, de 11/09/1938. Informa sobre material variado que pretende enviar e solicita do “Hilfswerk para a BK na Suíça“, que estabeleça contato com GR e apoie a remessa de literatura e outros materiais, para o Grupo de Trabalho, no Brasil. 66. Cor. de K. H. Becker para GR, de 13/09/1938. Considera as observações de GR (Cor. de 04/08/1938) como de grande valor e importância e propõe-se a publicá-las na Alemanha (Ver acima cor. 63). Informa sobre publicações editadas na Alemanha de: Karl Heinz Becker, Chambon, Schlink (Der Mensch in der Verkündigung der Kirche), Gulbransens (2 romances), Jochen Klepper (Der Vater). Informa que uma correspondência de GR foi recolhida em uma busca domiciliar pela polícia secreta de Nürnberg. Pede que GR escreva para Nürnberg e solicite a devolução da correspondência. 67. Cor. de GR para Dr. E. Köhler, de 20/09/1938. Indica para a grande contribuição da Igreja Confessante para a Igreja Evangélica Alemã bem como para as Igrejas e comunidades no exterior. “Dass in diesem Kampf wieder drei Voraussetzungen jeder echten Kirche, als da sind schriftgebundene und bekenntnissgerichtete Verkündigung und Theologie, schriftbestimmte Kirchenleitung, und Ordnung”. Expõe várias sugestões para a criação de um Sínodo das 16 comunidades existentes na África. Dá um relato (deveras interessante) amplo, detalhado da compreensão da Igreja no Brasil e da razão da presença e atuação do Grupo de Trabalho no Sínodo Riograndense. 68. Cor. de K. H. Becker para GR, de 25/10/1938. Trata-se de longa correspondência relatando sobre seminários e encontros acontecidos na Alemanha sob a coordenação de conhecidos teólogos e poetas ligados à Igreja Confessante, como Rudolf Alexander Schröder. 43


As mesmas informações para GR são enviadas para pessoas vinculadas à Igreja Confessante em Londres (Rieger), Haifa (Berg), Japão (Hessel), Lang-Montreux (Comunidade alemã), África (Köhler). Incentiva GR para um contato pessoal com estas pessoas. 69. Cor. de ________________ para GR, de 17/12/1938. Saudações para o Natal e incentivo para ficar fiel aos princípios tão contestados. Informa que Dohms ainda não viajara para a Alemanha, como pretendia. 1939 70. Cor. de GR para K. H. Becker, em 08/02/1939. Discute-se o caso do P. Edvin Wilm que fora indicado pela coordenação da Igreja Confessante, para o pastorado no Brasil. P. Wilm era um pastor de cidadania brasileira e alemã, profundamente comprometido com a base confessional da Igreja Confessante e é ordenado no contexto dela. Chegado ao Brasil, o Sínodo Riograndense, mais especificamente Dohms, opunha-se a uma designação ao pastorado, por pressão do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Alemã. GR e o Grupo de Trabalho fizeram pressão sobre Dohms. Dohms então procurou solução em uma “ordem extraordinária”, porque não queria enquadrá-lo na ordem vigente. Desta forma o P. Wilm não seria um pastor pleno do Sínodo. A outra solução tentada por Dohms foi a de atribuir a Wilm uma “ocupação” (Beschäftigung). Isto caracterizava, porém, uma solução provisória e não de pleno direito para o pastorado de Wilm. Referindo acordo anterior com a Igreja na Alemanha, GR e os membros do Grupo de Trabalho pressionaram no sentido do direito do Sínodo convocar pastores, mesmo que não tenham sido enviados pela Igreja na Alemanha e seu Departamento. Tal esforço vingou. Dohms concordou e o Sínodo aprovou a investidura do P. Wilm para o exercício pleno do pastorado. Em função deste caso, GR ativou novamente o Grupo de Trabalho Teológico. Informa que duas circulares haviam sido enviadas aos membros da mesma. Informa que está lendo Bonhöffer: Die Nachfolge. Desenvolve, a partir deste fato, uma reflexão sobre “Billige Gnade” e “Teure Gnade”. Refere contatos havidos com Köhler e Hessel (Japão). 71. Correspondência incompleta de GR para Schlingensiepen, de 11/02/1939. Retoma e indica para mais detalhes do caso Wilm já elaborados na cor. a K. H. Becker. (Ver corresp. anterior 70). Solução do caso Wilm estendeuse por mais de meio ano. Amigos fizeram coleta para ajudar Wilm, financeiramente, neste período. 44


72. Cor. de GR para Heinz (K. H. Becker?), de 13/02/1939. GR aborda mais uma vez detalhes da discussão havida ao redor do caso Wilm. As reações de Dohms agora são favoráveis a uma solução, mas ele não quer entrar em confronto com o Departamento de Relações Exteriores da Igreja Alemã e suas determinações. Com a pressão de Gr e do Grupo de Trabalho, o Sínodo toma finalmente uma decisão favorável a Wilm, do pleno exercício do pastorado. 73. Cor. de GR para P. Vogt, de 16/02/1939. Agradece literatura e informativos recebidos. 74. Cor. de K. H. Becker para GR, como Vizepräses der Riograndense Synode, de 15/03/1939. Refere duas correspondências enviadas para GR em 13/09/38 e 25/10/38. Elabora, sobretudo, suas reflexões teológicas sobre temas de sua realidade na Alemanha, nascidos de palestras a teólogos mais jovens. O tema mais elaborado refere-se à relação Igreja e Estado: Evangelium und Anarchie (Evangelho e anarquia) – Significado da liberdade cristã em suas relações a Romanos 13. 75. Cor. de Karl Heinz Becker para GR, 29/04/1939 A correspondência extensa é o detalhamento de uma palestra de Becker, já referida em correspondência anterior e que fora apresentada em um seminário para pastores sobre o tema: Evangelium und Anarchie.( Ver correspondência acima 74) 76. Cor. de Dr. Köhler para GR, 30/05/1939 Como leigo da Igreja ele posiciona-se sobre as elaborações e reflexões teológicas de K. H. Becker. Köhler recebera cópias das correspondências entre GR e K. H. Becker e de GR uma correspondência especial relacionada ao assunto 77. Cópia das correspondências de Köhler para K. H. Becker de 29/05/1939 e 04/06/1939. Comenta detalhadamente as posições teológicas de Becker externadas em seu artigo: Evangelium und Anarchie. (Ver correspondências anteriores ) 78. Cor. de Dr. E. Köhler para GR, 10/06/1939 Uma extensa e interessante correspondência deste farmer alemão, que vive na África. Elabora de uma maneira muito interessante os acontecimentos na pequena comunidade luterana de Oruru, uma comunidade alemã. 45


Impressiona a profunda articulação teológica de Köhler, um não teólogo, e de como ele está bem informado sobre a situação na Alemanha, naquele distante país. Quer saber de GR o que está acontecendo com as comunidades de fala alemã no Brasil e quais são as suas perspectivas futuras. 79.

Cor. de K. H. Becker para GR, 20/06/1939. Agradece artigo enviado por GR: Lutherisches Bekenntnis heute (Confissão Luterana hoje). Continua com GR um diálogo teológico sobre as questões atuais da teologia no momento: a)Status Confessionis, identificado por GR com o tema Bekenntnis als Dienstanweisung. Becker: “Gott hat uns alle in ein echtes Bekennen geführt, wie es doch wohl seit der Reformatioszeit nicht mehr nötig war”. Destaca ainda a importância da confessionalidade para os membros das comunidades. b) Comenta a questão do totalitarismo do estado, da concepção de mundo do nazismo e a falta de uma palavra orientadora clara da Igreja. Refere que se levantavam vozes que afirmavam de que não cabia à Igreja de Jesus Cristo “curvar-se diante da ideologia do poderoso que reinava”. c) Desenvolve 2 manifestações ao redor do tema “fé e anarquia“, mencionado já em correspondências anteriores

80. Cor. de K. H. Becker para GR, 21/06/1939 Relata especificamente sobre a situação das Igreja na Alemanha. Constata que há uma unidade significativa entre os pastores, na questões fundamentais da fé e da organização da Igreja. Constata, ao mesmo tempo, com pesar, que há também um bom grupo de pastores que assumem um fatalismo histórico, ideológico, que aceita o atual desenvolvimento na Alemanha como um destino que se delineava já nos séculos anteriores. Afirma que o mesmo acontecia com a teologia. 81. Cor. de K. H. Becker para GR. 02/07/1939. Reage, como diz, a uma extensa carta de GR de 29/05/19339(inexistente). Continua na argumentação de seu posicionamento teológico sobre “Fé e anarquia“. Reconhece as posições expressas por GR como esclarecedoras, muito bem fundamentadas e motivadoras. 82. Cor. de K. H. Becker para GR, 03/08/1939 Detalha alguns eventos dos quais participara na Alemanha, voltados à atualização dos pastores e ao acompanhamento dos candidatos ao pastorado 46


A correspondência contém breves informações sobre a situação na Igreja Evangélica Alemã. Impera grande confusão 1940 1941 1942 1943 1944 1945 83. Cor. de GR para P. Vogt (Schweitzerisches Evangelisches Hilfswerk) , 10/12/1945. Agradece pelo envio de material e solicita outros materiais, com um artigo especial de K. Barth referindo-se à situação da Igreja após a derrota alemã. (Die Lage der Evangelischen Kirche in Deutschland nach dem Zusammenbruch des Dritten Reiches) 1946 84. Cor. De GR para Prof. Dr. E. Wolf ,09/08/1946. Destaca a atuação de Wolf no contexto da Igreja Confessante. GR menciona o fato de ser o coordenador do Grupo de Trabalho, que em suas orientações básicas expressa a sua concordância com a Confissão de Barmen e que estava em uma relação fraterna e de confiança, muito próxima, com a direção provisória da Igreja Confessante. GR busca informações sobre amigos, com os quais teve contato intenso e regular antes da guerra: Dr. Böhm, P. K. H. Becker, P. Sugenheim, P. Schlingensiepen, Coordenação da Igreja Confessante, P. Niemöller . 85. Cor. de GR para P. Paul Vogt, dirigido ao „Schweitzerische Evangelischer Entwicklungsdienst „ ,11/10/1946. Agradece pelo material enviado, com também pelo envio do artigo de K. Barth, solicitado na correspondência anterior. GR escreve :“Die BK hat nun keine kircheregimentlichen Befugnisse, aber sie scheint doch als eine für die wirkliche Erneuerung der Kirche in Verantwortung stehende Bruderschaft zu bestehen und zu wirken“. 47


1947 86. Cor. de GR para Schlingensiepen, 15/01/1947. Refere correspondência anterior de GR de 18/09/1946. GR desenvolve um longo e profundo arrazoado teológico sobre as bases teológicas da Igreja Confessante e seus significados para a Igreja Evangélica no Brasil e sua iniciativa de renovação, de um novo começo, que infelizmente está na consciência somente de alguns poucos. GR posiciona-se, com profundidade, diante das consequências da ação dos “Teuto-Cristãos (Deutsche Christen)“, analisando as razões teológicas, eclesiológicas, ideológicas e étnicas implicadas nesta ação que “sujara“ (verunreinigte) a pregação do Evangelho nestas terras e provocou tendências autocráticas severas, especialmente nos órgãos de Direção da Igreja . Conclui sua longa correspondência referindo o processo que está acontecendo no Brasil, da reunião dos Sínodos na Federação Sinodal. Constata a importância das ideias centrais e da Confissão de Barmen neste processo de aproximação dos Sínodos no Brasil, porque isto auxiliará a superar uma visão “confessionalista e restaurativa”, presente nas tratativas da criação da Federação Sinodal. 87. Cor. de GR para K. H. Becker, 21/01/1947. Esta correspondência retoma os contatos que ficaram interrompidos durante a guerra. Procura saber sobre a situação pessoal de K. H. Becker. Supõe que este tivera uma caminhada muito difícil, uma vez que já em 1939 havia previsto, com profundo temor, como as coisas se desenvolveriam. Procura, igualmente, saber da situação da Igreja e, mais especificamente da Igreja Confessante, na Alemanha. Posiciona-se teologicamente diante da questão discutida na Alemanha, da Igreja fazer sua confissão de culpa e pedido de perdão, diante de seus posicionamentos durante a guerra. Sugere que também no Brasil a Igreja Evangélica deveria posicionar-se de maneira semelhante fazendo também a sua confissão de culpa e pedido de perdão. 88. Cor. de K. H. Becker para GR, 24/02/1947.Resposta à correspondência anterior 87. Correspondência longa e interessante na qual Becker relata sobre sua vida e os acontecimentos ocorridos com ele, durante a guerra e pósguerra até 1947. Menciona dois amigos comuns Dr. Köhler e Dr. Böhm (Secretário de Direção Provisória da Igreja Confessante). 48


89. Cor. de GR para ____________, de 02/05/1947. Refere correspondência anterior recebida (porém inexistente). GR menciona que conhece o destinatário, que está na Alemanha, pelo trabalho dele desenvolvido no Rio Grande. Tematiza, como já em outras correspondências as características do movimento de renovação da Igreja no Brasil e na Alemanha. A sua preocupação acentuada é de que as ideias de Barmen fiquem de fora deste propósito de “ renovação da Igreja “, após a guerra. Manifesta a sua preocupação de que o movimento de renovação da Igreja no Brasil, acabe sendo um simples retorno ao confessionalismo luterano estreito. Tal processo naturalmente iria contradizer às ideias de Barmen, da Reforma Luterana e aos novos desafios da nova realidade pós-guerra. Comenta ainda o processo de criação da Federação Sinodal, com autonomia dos sínodos, que nele se integrariam. Em verdade GR deseja que se dê um passo mais adiante, no sentido da criação de uma “Igreja Evangélica no Brasil“. Propõe até como sede para esta Igreja o Rio de Janeiro e entende que sua direção deveria ser estruturada em dois níveis: uma direção espiritual e outra administrativa. 90. Cor de GR para Schlingensiepen, 22/05/1947 Primeiro contato com Schlingensiepen após a guerra. Schlingensiepen está como professor em Bonn. GR procura saber detalhes da vida e atuação de Schlingensiepen desde o início da guerra até aquela data. A Universidade de Bonn recebera recém a K. Barth para um semestre, de preleções. Observa que a “Igreja Confessante deve muito a este homem, K. Barth, mas que ele, muito além disto, tem importância fundamental para a renovação da Igrejas cristãs no mundo“. Esta correspondência contém uma das poucas referência de GR sobre a sua situação pessoal vivida nos últimos anos: “Persöhnlich bin ich hier über die letzten schweren neun Jahre mit den meinen glimpflich hinweggekommen. Ich konnte im Amt bleiben, was nicht bei allen der Fall war. Die Gottesdienste und Amtshandlungen mussten allerdings alle in der Landessprache geschehen. Meine theologische Bibliothek wurde ein Opfer der Verhältnisse. Wir hatten auch sonst unruhige Stunden. Aber es überwieg bei Allem das Danken, gegenüber Gott, ob gnädiger unverdienter Durchhilfe“. 91. Cor. de GR para P.Paul Vogt .28/05/1947. Vogt era o diretor do “Schweitzerisches Evangelisches Hilfswerk für die BK“, na Alemanha. Mais uma vez o tema “renovação da Igreja“ é abordado. GR menciona que este tema está sendo considerado no Brasil nos aspectos ligados à 49


pregação reta, à confissão, e à Igreja verdadeira. Além disto existe uma preocupação com a questão da responsabilidade pública e social da Igreja. Lembra que neste sentido o Grupo de Trabalho entende-se, desde o seu início, com um movimento que objetivava exatamente esta desejada renovação da Igreja. Solicita ansiosamente material e subsídios teológicos e demais informações sobre a realidade na Alemanha. Trata-se dos primeiros contatos que estão sendo feitos depois de uma longa interrupção 92. Cor. de P. Paul Vogt para GR,12/06/1947 Menciona que “os cristãos se tornaram culpados e co-responsáveis pelos acontecimentos. Nós nos afastamos muito longe de J. Cristo e colocamos na frente nossas questões particulares. Sempre quando construímos nossas torres babilônicas, Deus precisa intervir e julgar. É nesta oportunidade porém, que Ele coloca também o sinal de sua misericórdia, e da salvação para todos os que crêem“. 93. Cor. de Niemöller para GR. 24/06/1947. Destaca inicialmente a importância do Grupo de Trabalho na elaboração da nova constituição da Federação Sinodal, no Brasil. Esta colaboração do Grupo de Trabalho deve acontecer no sentido de “guiar os irmãos” para que tomem como base Barmen e compreendam que as questões constitucionais da Igreja só poderão ser encaminhadas a contento, quando houver clareza nas questões fundamentais do ser da Igreja. Um simples retorno às antigas confissões e o desenvolvimento de formas autoritárias de administração, não ajudará a curar as feridas. Recomenda contatos com Marzynski. Opina, que a tarefa do novo Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha, que agora ele dirige, com vistas ao Brasil, deverá ser cooperativa e de parceria e não como a de uma instância superior. Importante para a Igreja no Brasil seria a de criar uma parceria federativa com as outras Igrejas protestantes no Brasil. 94. Cor. de Schlingensiepen para GR, 3/06/1947. Um testemunho pungente das dificuldades pós guerra: o esforço de superar a consciência da própria culpa; a destruição total das cidades e dos templos; o esforço de pregar o Evangelho a pessoas que tem que encarar o frio, a fome e a destruição total; a incidência da tuberculose; o cansaço profundo; a fraqueza corporal; a subnutrição. Relembra o convento de Treysa, primeira reunião da Igreja Confessante após a guerra, como uma perspectiva muito esperançosa. Agradece profundamente pelo interesse de GR e por qualquer ajuda. 50


95. Cor. do Preposto Dr. H. Böhm para GR ,23/07/1947. Agradece pelo primeiro contato feito por GR depois de tantos anos. Relata os acontecimentos pessoais no tempo de guerra, em que “ nosso povo foi arremessado à profundidade “. Afirma sua continuada identificação com a Igreja Confessante. Está em Berlim, onde é “Präses der BK von Berlin “. 96. Cor. de GR para Schlingensiepen, 19/08/1947 Comunica o envio de um pacote para ele via Caritas. Informa sobre dois momentos bons que se referem a contatos pessoais e às questões organizacionais na Igreja no Brasil. a) O Concílio do Sínodo Riograndense (bem ao contrário do anterior em Santa Cruz do Sul) possibilitou a análise franca da situação vivida em anos anteriores e possibilitou a reconciliação entre os oponentes, conseguindo articular uma base comum, ainda muito inicial, para as tratativas futuras. b) A manifestação de Dohms, em seu relatório ao Concílio, negando uma ideologia da “Volkskirche“ e afirmando “ a nossa Igreja (no Brasil) é uma Igreja da Palavra e reformada por Jesus Cristo “. 97. Cor. de GR para Niemöller, 19/08/1847 Informa também Niemöller dos dois pontos mencionados na correspondência a Schlingensiepen, de 19/08/1947 (Ver correspondência acima 96) 98. Cor. de Dr. Böhm para GR, 20/08/1947. Informa que recebeu o pacote enviado via “Caritas“. Foi algo muito especial ... então ficamos admirando os nossos tesouros. ... Com uma xícara de café enviado do Brasil nos lembramos de vocês e do grupo de mulheres de Cachoeira do Sul“. Estivemos em férias recuperadoras em Tübingen, mas de todos os lados nos assalta a miséria alemã, fome, debilidade, desesperança “. 99. Cor. de Niemöller para GR, 30/08/1947. Expressa seu desejo de que as Igrejas de fala alemã, no exterior estabeleçam uma fraternidade (Brüderschaft) com as outras Igrejas. Espera que esta comunhão de Igrejas signifique uma aproximação ecumênica e de que elas juntas cheguem a um serviço comum em favor das pessoas que são alcançadas com a sua mensagem. Agradece o envio dos pacotes e envia nomes de pessoas que, se possível, possam ser contempladas. 100. Cor. de GR para Niemöller,11/10/1947. 51


Informa que o Concílio Sinodal (Synodalversammlung) postergou a decisão de aprovação da nova constituição sinodal, afim de que questões fundamentais a respeito do ser Igreja, nas quais está implicada também a visão da Igreja Confessante, possam ser consideradas com mais tempo e com mais profundidade. GR refere que elaborou 18 teses sobre o tema abordado por ele, em um seminário teológico: Rechte Verkündigung. Comenta ainda artigo de Asmussen abordando o artigo de Barth sobre a renovação da Igreja. Solicita que o Departamento de Relações Exteriores considere a possibilidade de criar um “serviço de comunicação ecumênico da Igreja Evangélica na Alemanha“, para as Igrejas irmãs no exterior. São trocadas informações sobre o envio dos pacotes de Cachoeira do Sul, via Socorro Europa Faminta. 101. Cor. do Prof. D. E. Wolf para GR ,03/11/1947. Informa sobre o envio de material diversificado. Refere período de férias passado com K. Barth na Suíça. Agradece muito pelos pacotes recebidos. Informa que a Igreja na Alemanha está realizando, infelizmente, um “impulso à direita“ e que uma manifestação sobre responsabilidade política da Igreja, está causando problemas. 102. Cor. de GHR para Schlingensiepen. Informa que tem se colocado a par da discussão teológica na Igreja da Alemanha por artigos de Schlingensiepen mesmo (Allversöhnungslehre), e K. Barth (Die Kirche, die lebendige Gemeinde des lebendigen Herren Christus e, Die Botschaft von der freien Gnade Gottes). Menciona que será necessário travar no Brasil, ainda uma “luta fraterna“, até que se encontre um consenso para a tomada de decisões.

1948 103. Cor. de Bartelt (KA) para GR ,19/02/1948. Extensa correspondência que aborda aspectos variados mencionados por GR em correspondência anterior de 11/12/1947 (Inexistente) Aspectos mencionados e comentados na correspondência: a) Concordância e apoio à decisão de reunir os Sínodos na Federação Sinodal. Tal criação de um “ corpo “ eclesial no Brasil não diminuirá as relações fraternas com a Igreja na Alemanha. Estas relações poderão ser inclusive, incentivadas

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b) Comenta que duas linhas estão em discussão na Alemanha no processo de nova estruturação da Igreja: proceder uma organização mais denominacional ou geográfica (regional) c) Posiciona-se favoravelmente às alterações sugeridas por GR para a constituição sinodal. d) Enfatiza neste contexto que é importante, pela experiência da Igreja Confessante, que se anime a participação leiga. ”Leigos em posição de liderança, sempre de novo, foram aqueles que tiveram sua atenção voltada às questões fundamentais. Queremos pedir a Deus que ele presenteie sua Igreja com leigos assim “. e) Propõe um serviço de Informação da Igreja Evangélica da Alemanha (EKD), para contato e compartilhamento de informações com a Igreja (pastores, lideranças comunitárias e sinodais) no Brasil. 104. Cor. incompleta de GR para Niemöller, 30/04/1948. Informa ter recebido informações sobre o apoio da Igreja Evangélica na Alemanha para o processo de união dos Sínodos na Federação Sinodal. Diz saber do convite ao Präses Dohms para viajar à Alemanha para contato com o Departamento de Relações Exteriores da Igreja. Relata sobre o desenvolvimento da discussão ao redor da constituição da Federação Sinodal, desde o Concílio de Ijuí. Informa ainda que está enviando um “memorial“, do Grupo de Trabalho, quanto à situação no Brasil, tomando posição nas questões confessionais implicadas nos assuntos relativos à ordem da Igreja, pregação e à confissão e ordem. 105. Cor. de GR para P. Bartelt, 11/06/1948. Na correspondência reivindica, mais uma vez, que se considere na discussão sobre o processo de organização da Federação Sinodal, as ideias fundamentais da Igreja Confessante. Elabora detalhadamente suas ideias quanto à constituição da Federação Sinodal, combatendo um acentuado centralismo e personalismo nos órgãos diretivos e sugerindo uma definição clara das responsabilidades legislativas (Assembleia), executivas (direção central) e judicial (ordenamento jurídico) na estrutura organizacional da Federação. 106. Cor. de Niemöller para GR, 06/07/1948 Anuncia a sua viagem ao Brasil em 1949 e não, como previsto, em 1948. Informa que a situação alemã é dramática e que a situação econômica alcançou seu grau mais baixo. Tudo, naturalmente, com sérios reflexos para a vida e atuação da Igreja. Informa ainda que Dohms é esperado na Alemanha para contato com o Departamento de Relações Exteriores da Igreja, em Genebra. 53


107. Cor. de GR para Schlingensiepen, 07/10/1948 Comenta o envio dos pacotes para a Alemanha. Refere informações recebidas sobre a situação na Alemanha, com, p.ex., que na reunião em Eisenach a Igreja Evangélica na Alemanha constituiuse como uma aliança (Bund) de Igrejas Territoriais e não como uma Igreja. Refere como já em tantas oportunidades anteriores, que lhe é importante não perder a herança da Igreja Confessante no novo momento histórico que vivem as Igrejas na Alemanha e no Brasil. 108. Circular do KA, 12/11/1948. Congratulações para o Natal. 109. Cor. de GR para Asmussen, 10/06/1048. A correspondência é uma retomada de contato após a guerra. No ano de 1945 já tivera primeiras notícias dele e de seus familiares. Escreve ter lido, que após a guerra, também os seguidores da Igreja Confessante, estavam-se afastando uns dos outros, em vez de olharem para tudo aquilo que os unira. Está cético quanto à possibilidade de desenvolver um movimento de renovação da Igreja no Brasil, uma vez, que inclusive os pastores não tem consciência do novo momento nem da tradição da Igreja Confessante” (Wir sind noch ganz in de Anfängen dieser Bewegung, aber kleine Auflockerungen des steinigen Bodens sind auch hier geschehen.) Menciona que só a partir de 1945 recebeu as primeiras notícias dos seus familiares na Alemanha.

1949 110. Cor. de GR para P. M.Niemöller, 13/03/1949. Refere-se à visita de Dohms à Alemanha, onde o mesmo apresentou uma proposta (sem consulta prévia às coordenações sinodais no Brasil) sobre a constituição básica da Federação Sinodal. GR sugere alterações neste estatuto, mas informa que a proposta foi aprovada no Brasil, tomando em consideração a declaração e a Confissão de Barmen. Pondera que é necessário desenvolver um esforço especial para promover um avivamento das comunidades e suas lideranças. Menciona que o Grupo de Trabalho deveria dedicar-se agora mais a esta tarefa, reunindo e chamando à participação também lideranças leigas e coordenações comunitárias. Cita alguns artigos que elaborou: Theologische Erklärung von Barmen e Gabe und Aufgabe der reformatorischen Kirchen in der Ökumene ( apresentado no Concílio Regional – Kreissynode, no ano 1948) . 54


111. Cor. de GR para P. Hermann Dieme, 22/03/1949 Informa sobre as tratativas relativas à constituição da Federação e envia um trabalho seu: “Entwurf einer Ordnung des Bundes der vier mit der EKD in Glaubensgemeinschaft verbundenen Synoden in Brasilien“. Destaca, mais uma vez a inclusão das ideias de Barmen nas suas proposições de alteração. Comenta, porém, que somente se chegará a uma verdadeira comunhão sinodal quando depois da Federação Sinodal se chegue à criação da Igreja Evangélica no Brasil. Reafirma seu especial interesse pela ação cooperativa e ecumênica com as outras igrejas protestantes no Brasil, em especial com a Igreja Presbiteriana, a Igreja Metodista, a Igreja Episcopal. 112. Cor. incompleta de GR para P. D. Niesel, Moderador da Aliança Reformada da Alemanha, 08/04/1949. Informa que é membro da Aliança Reformada já a mais tempo e apresenta-se: “Eine kurze Vorstellung wird notwendig sein. Einer reformierten Gemeinde des Siegerlandes entstammend ging ich im Jahre 25 in ein Pfarramt der Riograndenser Synode. Im Jahre 1934 war ich Drüben im Urlaub. Dort lernte ich das innere Anliegen de BK im Kirchenkampf verstehen und bejahen . Auf Bitten von Bruder Lücking wirkte ich dann hier, nach meiner Rückkehr als Vertrauensmann der BK. Wir gründeten im Jahre 1936, im Rahmen unserer Kirche eine Theologische Arbeitsgemainschaft (ThA), die sich zu Barmen bekennt. Als dann auch hier ein lutherischer Konfessionalismus stark restaurativ zu wirken begann schloss ich mich, als Reformierter, dem Reformierten Bund an. ....Dann kam der Krieg mit all seiner Tragik für die Theologen und für die Gemeinde Jesu, und mit all seinen furchtbaren Folgeerscheinungen wie sie vor allem in Deutschland und Europa durchlitten wurden“. 113. Cor. de GR para P. Herbert Machalsky, Diretor Administrativo do Conselho de Irmãos (Bruderrat) da BK, 05/04/1949. Comenta ter observado no material enviado pelo “Bruderrat“ a reorientação da Igreja Confessante no sentido de ser um movimento de avivamento eclesial, com responsabilidade especial pela unidade da Igreja de Jesus Cristo. Espera que esta reorientação não aconteça num “ confessionalismo que olha e se orienta para trás”. Entende que nesta direção também valeria retomar o Grupo de Trabalho, no Brasil. Informa sobre a realização de uma atualização teológica coordenada pela Comissão teológica do Sínodo Riograndense, da qual fazia parte, sob o tema: Igreja verdadeira, ou a Igreja tornando-se verdadeira Igreja 55


(Kirchwerdung der Kirche). Nesta atualização apresentou palestra sobre: A declaração teológica de Barmen. 114. Cor. de P. D. Wilhelm Niesel, Moderador da Aliança Reformada para GR, 24/06/1949. Lembra que o objetivo da BK na nova situação é impedir a “luteranização“ de Igreja e sim o de colocar as comunidades sob a Palavra. Menciona contatos feitos com Lic. Schlingensiepen, ex-diretor do Seminário de Ilsenburg. Informa sobre a ida ao Brasil do pastor da Igreja Reformada, P.Karl Bernsmüller, provindo de Eberfeld. 115. Cor. de GR para P. Herbert Machalsky, 10/11/1949. Informa sobre a caminhada do Grupo de Trabalho desde 1936 e dos contatos diretos com a coordenação da Igreja Confessante na Alemanha , na pessoa do Dr. Böhm, Secretário para Assuntos do Exterior, em Berlim. Lamenta a perda de contato em 1939 e informa que desde 1946, está retomando os antigos contatos com a Igreja Confessante. Destaca ainda que a Igreja Confessante tem sua importância na nova realidade, por sua “ecumenicidade”. Espera que o contato inicial possa frutificar no sentido de uma retomada de contato permanente dele com a mesma. 116. Cor. de P. Dr. Martin Niemöller, 20/12/1949. Informa sobre seu objetivo de visitar o Brasil, em maio de 1950 e sobre seu propósito de participar do 1º Concílio da Federação Sinodal. Destaca o interesse de “ encontrá-lo pessoalmente , querido irmão Reusch „. Solicita um posicionamento de GR sobre a realidade, os desafios e as tarefas mais urgentes para a Igreja Evangélica no Brasil, no mundo. 1950 117. Cor. incompleta de GR para P. Dr. Martin Niemöller, 05/04/1950. GR reage a uma solicitação de Niemöller para que ele e integrantes do Grupo de Trabalho, manifestem-se sobre a situação atual e sobre os desafios futuros da Igreja Evangélica no Brasil. Sua opinião é de que no Brasil poderá, de fato, haver um novo início para a Igreja Evangélica e que este deveria acontecer a partir de Barmen, não como uma nova confissão, mas “como testemunho de uma nova verdade, de que o Absoluto que a Igreja quer integrar, só pode ser procurado na Palavra. ...... Barmen será, ao mesmo tempo, um chamado das igrejas do mundo para a unidade e comunhão (Gemeinsamkeit) sob esta uma Palavra, que é Jesus Cristo”. 56


Escreve ainda que a inclusão de Barmen na constituição básica da Federação, significa que a tarefa do Grupo de Trabalho deverá ser continuada, pela Comissão Teológica do Sínodo Riograndense. 118. Cor. de GR para P. Dr. Martin Niemöller, 06/04/1950. Correspondência no mesmo teor da anterior (correspondência 117), porém um pouco ampliada. 119. Cor. de GR para P. Dr. Martin Niemöller, 08/04/1950. A correspondência retoma o teor das duas correspondências anteriores. Somente enfatiza que além de buscar a unidade da Igreja na Alemanha e das igrejas na Europa, dever-se-ia trabalhar também na direção de uma interrelação das igrejas na América do Sul. Complementarmente elabora ainda três aspectos fundamentais que diz pertencerem ao novo momento da Igreja Evangélica no Brasil: Pregação correta (Rechte Verkündigung); A confissão correta (Rechte Bekenntnis); Ser Igreja verdadeira (Rechtes Kirchsein). 1) Pregação correta: “Ser fraterno, considerando a realidade hoje e articulando uma linguagem atual, para comunicar às pessoas a mensagem auxiliadora do Evangelho”. 2) Confissão correta: “Não confessionalismo ....... e sim confissão que gira ao redor do absoluto, que não é outro senão Jesus Cristo, palavra de Deus”. 3) Ser Igreja: “Verdadeira Igreja se revelará (sich bewähren) quando com as outras Igrejas no mundo apresentaremos aquela legítima dialética da unidade na diversidade da Igreja de Jesus Cristo no mundo. Ao ser Igreja pertence também a inclusão dos membros das comunidades para o avivamento da Igreja como uma comunhão de serviço e responsável, na qual cada um assume suas tarefas conforme os seus dons”. “Ser Igreja significa respeitar as características da realidade na qual as igrejas estão inseridas. Não podemos transferir para o Brasil, simplesmente procedimentos e orientações de trabalho provindos da Alemanha”. Na correspondência são ainda arroladas diferenças da realidade no Brasil e na Alemanha: a relação Igreja e estado; no Brasil somos uma “Igreja de Comunidades“ (Gemeindekirche); somos minoria em um contexto predominantemente católico. Advoga ainda da necessidade da cooperação ecumênica mais intensa com as Igrejas Evangélicas brasileiras. Propõem a criação de um grupo de trabalho ecumênico das igrejas. Solicita a ajuda de Niemöller, em sua visita ao Brasil, na criação de um Conselho de Igrejas para o Brasil, 57


respectivamente América do Sul, que poderia, inclusive, vincular-se ao Conselho Mundial de Igrejas. Comenta a importância da vinculação, ou não, da Igreja Evangélica no Brasil à Federação Luterana Mundial. Todas estas importantes considerações constituem-se em subsídios preparatórios para a vista de Niemöller ao Brasil. 120. Cor. de Johannes Bartelt para GR, 14/10/1950. Agradece acolhida no Brasil. 1951 121. Cor. incompleta de GR dirigida ao Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha, sem data e escrita na época da constituição da Federação Sinodal. “Estamos diante de um novo começo. Nós nos manifestamos claramente a favor de Barmen“. Escreve a respeito de seus planos de dar continuidade ao Grupo de Trabalho, agora como uma iniciativa para despertar nas Regiões Eclesiásticas forças motivadas para a renovação da Igreja (“erneuerungswillige Kräfte der Kirchenkreise”), para que estes se coloquem a serviço de uma verdadeira renovação. Considera importante a Federação pertencer à Confederação Evangélica no Brasil, pois isto significaria que as Igrejas da Reforma se integrariam ao círculo das igrejas protestantes no Brasil. Cita ainda uma palestra proferida no Concílio do Kirchenkreis sobre: Gabe und Aufgabe der Kirche in der Reformation und in der Ökumene. 122. Cor. de GR para P. Dr. Schlingensiepen, 17/04/1951 Reclama de uma visão muito “confessionalista“ na criação da Federação Sinodal e da ocupação muito centrada e unilateral com questões organizacionais. Fala da efetiva possibilidade de convivência entre luteranos e reformados e procura garantir a presença destes, com sua contribuição especial. Prevê uma tendência de “luteranização“ (Lutheranisierung) da Igreja no Brasil. 123. Cor. de GR. para Prof. Dr. Wilhelm Niesel, 26/04/1951. Aborda a questão da “confessionalidade aberta”, nas considerações fundamentais que emergem da criação da Federação Sinodal. 124. Cor. de GR para Steiner, coordenador do Jornal da Igreja Reformada ( Reformierte Kirchenzeitung ),04/05/1951. Retoma as questões das correspondências anteriores, especialmente de Nº 122 e 123. 58


Traz importante referencia pessoal: “Ich bin überzeugt, dass wir nur so weiterkommen, dass wir das Hören auf das Zeugniss der Väter, verbinden mit dem Hören auf das Zeugniss der Brüder, von der einen Wahrheit des Gotteswortes, dass Christus heisst, und dass wir in einem solchen Hören dann um das gemeinsame Zeugnis heute uns bemühen als gemeinsame Antwort auf das gemeinsam Gehörte“ . Acrescenta ainda uma nota pessoal : Após o falecimento muito cedo de meus pais, eu vivi até o inicio de meu estudo, na Bergstrasse, com minha avó, viúva Kopfer. Mas isto já faz mais de trinta anos. Awer Platt kan ech noch besche. Um irmão meu vive na Alemanha 125. Cor. de GR para P. J. Bartelt, 19/05/1951. Comenta que constatou, na leitura de revista e jornais da Igreja da Alemanha que o movimento de renovação da Igreja na Alemanha está a passo lento e que se corre o perigo, como também no Brasil, de ser levado a um movimento de “restauração” da Igreja nos moldes anteriores. Vê no confessionalismo legalista e histórico e também na falta de ecumenicidade, aspectos retardantes do processo de renovação, também no Brasil. 126. Cor. do Vice-Presidente do Departamento de Relações Exteriores para GR, 02/06/1951. Comenta-se a questão da convocação e o envio de um teólogo identificado com a Igreja Confessante (BK) para a Escola de Teologia em São Leopoldo. O autor da carta faz interessantes observações sobre a situação atual da Igreja na Alemanha e do país. 127. Cor. do Preposto Marczynski para GR, 11/10/1951. Comenta a possibilidade de férias na Alemanha para pastores ativos na Argentina e no Brasil. 1952 128. Cor. de GR para Niemöller, 10/03/1952 Cumprimenta Niemöller pelos seus 60 anos. Elabora algumas reflexões criticas acerca do “confessionalismo luterano”, que na Alemanha se constitui como fundamento da unidade da Igreja e da relação da Igreja alemã com as igrejas no exterior, em detrimento do único fundamento possível: Jesus Cristo e Sua Palavra. 129. Cor. de GR para Dr. P. H. Harms, Frankfurt, 26/07/1952. 59


Informa sobre a transferência de sua viagem para a Alemanha para março de 1953. 130. Cor. de Harms para GR, 06/10/1952. Envio relatórios da Assembleia da Federação Luterana Mundial em Lund. 131. Cor. de GR para P. Dr. Wilhelm Niesel, 08/11/1952. Constata que a discussão sobre a Igreja no Brasil concentra-se em um “confessionalismo exclusivo”, unilateral, de aspecto legal. A partir de uma manifestação do Präses Schlünzen, GR envia uma reação sua, um posicionamento teológico seu, sobre esta discussão da base confessional da Federação Sinodal no Brasil. 132. Cor. de GR para Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha (KA), 08/11/1952. Informa sobre a remessa de seu posicionamento teológico referido na correspondência anterior (cor. nº 131) e solicita diretrizes da Igreja na Alemanha para as Constituições das igrejas no exterior, ligadas à Igreja na Alemanha. 133. Cor. incompleta de GR para Direção da Igreja Reformada, .............................. Refere que a ênfase que do Grupo de Trabalho deveria ser a de trabalhar em favor de uma consolidação de suas ideias nas comunidades. Menciona posicionamento seu na Comissão Teológica sobre a “Theologische Erklärung von Barmen”. Procura vínculos mais estreitos com a Igreja Reformada. (A pasta contém 133 correspondências com 266 páginas). Abreviações: Cor. : Correspondência . GR : Gustav Reusch KA : Kirchliches Aussenamt - Departamento de Relações Exteriores DEK : Deutsche Evangelische Kirche - Igreja Evangélica Alemã - na época no nacional-socialismo EKD : Evangelische Kirche in Deutschland – Igreja Evangélica na Alemanha BK : Bekennende Kirche – Igreja Confessante VLK : Vorläufige Kirchenleitung der BK - Direção Provisória da Igreja Confessante

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3.2 Pasta: Sínodo – Região (Kreis). I. Um pouco do contexto das correspondências.  Do arquivo foram selecionados 46 documentos, que referem-se mais a aspectos da vida pessoal do P. Gustavo Reusch, de sua atuação no pastorado de Cachoeira do Sul, na então “Região Sinodal de Cachoeira do Sul (Kreis Cachoeira do Sul ) e na Diretoria Sinodal do Sínodo Riograndense.  O P. Gustavo Reusch (GR) foi pastor da Comunidade de Cachoeira do Sul, de 1931 até 1957.  Em1938 GR é eleito como “Presidente da Região Eclesiástica de Cachoeira do Sul” (Kreisvorsteher)  Já em 1935 G. R é eleito Vice-Presidente do Sínodo Riograndense  Na sua atuação no “Kreis“ Cachoeira do Sul foram prevalentes as questões ligadas ao provimento das comunidades vacantes com obreiros pastores , as decisões e encaminhamentos a serem tomados quanto à gradativa regulamentação da subsistência dos pastores e a preocupação em manter a escola evangélica em Cachoeira do Sul como também as escolas evangélicas no estado, juntamente com sua política educacional (Este último assunto foi tema do 48º Concílio Sinodal de 1951, em Cachoeira do Sul). Neste período e no acúmulo destas atividades, GR foi extraordinariamente solicitado, considerando-se, ainda mais, as dificuldades de comunicação e locomoção da época. Foi ativo em seu fazer teológico preparando palestras em muitos momentos decisivos da reestruturação do Sínodo após a guerra. O arquivo contém, da época imediatamente após o final da guerra, um relatório dramático sobre a situação em que se encontrava a Alemanha e seu povo remanescente.  No período imediatamente depois do término da guerra, a Comunidade de Cachoeira do Sul desenvolveu ações em favor do programa “Europa Faminta“ (Correspondência de 21/10/46 informa sobre 3 remessas dentro deste programa (Kollektivsendungen ) para a Alemanha .  As conferências dos pastores são encontros de mais duração (dia e meio a dois dias) marcadas por intensivo trabalho de reflexão bíblica e teológica e pela confraternização.  As correspondências referem o conflito existente na Região Sinodal (Kreis) entre Comunidade do Sínodo Riograndense (exemplo Candelária) com a 62


Igreja Missouri, que procurava impor sua autoridade nas Comunidades Livres (Freigemeinden). Existem sugestões de iniciativas para enfrentar a situação.  Neste período, além das tarefas pastorais e de coordenação, mencionadas, é referida também a participação de GR na Comissão Teológica do Sínodo Riograndense (03/01/47) E. Schlieper convoca uma primeira reunião da Comissão, programada para 18/02/47 )  Ainda neste ano 1947 comenta-se a nova publicação da Folha Dominical do Sínodo Riograndense, cuja edição havia sido cancelada no período da guerra.  Nesta correspondência estão referidos igualmente, os primeiros estudos para a criação de “uma Igreja“ dos 4 Sínodos existentes e a primeira reunião “da Federação Sinodal“ (Bund der Synoden), em São Leopoldo, em 1416/05/50.  O Concílio do Sínodo Riograndense, realizado em Cachoeira do Sul, em 06 – 08/07/1951, decide sobre a criação da “Pensionsordnung “ (Ordem para aposentadoria dos pastores).  Várias correspondências abordam uma discussão ao redor de 18 teses que foram publicadas pelo P. Nöllenburg, das quais uma volta-se de forma difamatória contra GR. Os pastores da Região Sinodal de Cachoeira do Sul e outros, solidarizam-se com GR. Na Conferência dos Pastores das Regiões Sinodais do Sínodo Riograndense, e em reunião da Diretoria Sinodal, com o Präses P. Dohms presente, se revoga a tese referida e se manifesta solidariedade a GR. Esta decisão seria comunicada aos pastores do Sínodo. GR dá o caso como encerrado (Correspondência de 15/01/47).

II.

Listagem e breve resenha das correspondências/documentos selecionadas/os constantes nos arquivos B1 e B2:

1945 1. Relatório da situação pós-guerra de Mecklenburg/Alemanha. Sem identificação do autor. Reunimos, em resumo, somente algumas informações deste relatório.

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“As pessoas se refugiavam nas estações, nos prédios semi-destruídos, ficando muitos ao relento ou em barracas improvisadas. A situação do suprimento de alimentos era extremamente precária. Ou era insuficiente para esta multidão de fugitivos ou simplesmente não existia. Num dia chegam à estação ferroviária até 2.500 fugitivos (Schwerin). Dali eram transportados para vários lugares até muitos voltarem novamente ao mesmo lugar. Numa destas oportunidades se constatou que durante 3 dias não haviam recebido alimentos, nem tomado algo quente. Na área das estações ferroviárias eram avassaladores os gritos, a mendicância, o desespero. Havia muitos doentes e o índice de mortalidade era muito alto. Tifo e difteria grassavam entre os fugitivos que se procurava isolar em uma grande barraca hospitalar. Havia muitas crianças, órfãos, cujas mães haviam morrido na fuga. Falta absoluta de medicamentos adequados, falta de espaço para abrigar os doentes. Não existe pessoal que possa atender a todos. Há necessidade de prover alimentos e especialmente roupa para o tempo que virá. Os soldados exploram os fugitivos e lhes roubam furtivamente os pertences. As mães de bebês não têm fraldas, cobertores, travesseiros, comida. Cozinham batatas, as mastigam e as colocam, então, na boca dos bebês. As pessoas só possuem o que tem no corpo. A população havia sido pilhada na época das ações de guerra. (Autor do relato identificado com R..... S)“ Há ainda outro relato citado em resumo: “A população está traumatizada e sem iniciativa, paralisada. Espera-se permanentemente por ajuda. A debilidade física impede aos pastores, a realização dos ofícios e o cuidado pelas pessoas. Pelo menos a metade da cidade está destruída (Ebenwald). Nas comunidades de B, foi exitosa a tradição da “cesta de pão da misericórdia (Ideia de Bodelschwing). Aqueles que receberam algumas fatias de pão, uma minguada ração de um dia, colocavam na celebração algo disto em uma cesta. Este pão era distribuído posteriormente aos necessitados. Uma pessoa relata sobre a refeição de um dia: por pessoa: 3 batatas, alguns pedacinhos de carne de cavalo com um pingo de molho. O autor do relato fala das fases que passam aqueles que morrem de fome: a. A pessoa fatigada só pensa em uma saída. Nada mais tem sentido. b. Desaparece a vontade de trabalhar. c. A gente vai para a cama e tem que ser tirada à força para fazer algo. d. A gente não pode mais levantar-se, e adormece “. Este relato vem assinado por: I....... M........ e não está datado. Mas está arquivado entre os documentos de GR do ano de 1945.

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1946 2. Correspondências de GR para Ernst (Schlieper?), enviada de Cachoeira do Sul, 15/07/46. Aborda inicialmente algumas questões ligadas à substituição de pastores e provimento de vagas no “Kreis” Cachoeira. Informa que uma primeira coleta em Cachoeira do Sul, para o Socorro da Europa Faminta, com destino para a Alemanha, teve como resultado a coleta de 150 sacos de arroz e 20 “contos”, em dinheiro. Uma próxima coleta está prevista, agora, porém, a partir de um grupo base da comunidade. – Idem 18/09/46, correspondência de G. R. para Ernest Schlieper, de POA, em 15/09/46, relativa ao assunto 3. Correspondência de Ernest Schlieper para Gustav Reusch, de Porto Alegre, em 15/09/46. Menciona o fato de que os batistas de origem alemã contestam o enunciado constante no Livro de Doutrina do Sínodo, listando-os, p. ex., ao lado dos mórmons, como seitas. O Sínodo se propusera a corrigir isto em uma nova edição do Livro de Doutrina. A manifestação dos Batistas continha outras questões que motivaram o P. E. Schlieper a considerar a necessidade da convocação da Comissão Teológica do Sínodo. Ernesto Schlieper solicita a Gustav Reusch que formule um parecer sobre esta manifestação dos batistas. Ernesto Schlieper escreve: „Heute morgen war deine Frau mit dem grossen Buben (Dieter?) hier in der Kirche. Am Nachmittag fuhren sie alle zum Stift. Morgen wird sie nochmal zum Arzt gehen, wo es sich entscheiden wird, ob sie operiert wird oder nicht“. E. Schlieper convida para uma reunião da comissão teológica em outubro. 4. Circular da Diretoria da Comunidade de Cachoeira do Sul (sem data) informando sobre o programa Socorro à Europa Faminta, sediado em Estocolmo, com sede brasileira em Porto Alegre, e com um sub-comitê em Cachoeira do Sul. A iniciativa no Brasil é do Sínodo Riograndense. A circular apela para doações em “víveres de alto teor alimentício”, roupas e calçados, e em dinheiro. O grupo que anima de forma especial a coleta em Cachoeira do Sul é a OASE (Ordem Auxiliadora de Senhoras). Em anexo está a lista detalhada das doações que serão enviadas à Alemanha no mês de setembro. 65


5. Correspondência de Gustav Reusch para P. Wahlhäuser, em 26/09/46. Contém breve observação sobre o resultado decepcionante do Concílio Sinodal em Santa Cruz do Sul (1946?). “Santa Cruz war ein Tiefpunkt. Aber vielleicht kommen wir doch mit der Zeit, mit ein wenig Geduld, über den toten Punkt hinweg in unserer gesamtsynodalen Arbeit“. Gustav Reusch compartilha com o colega uma nota pessoal: „Augenblicklich ist meine Frau in Porto Alegre. Sie hat sich einer Operation unterzogen, ist aber schon wieder auf dem Wege der Besserung und hofft nächste Woche zurück zu kommen.“ 6. Correspondência de Gustav Reusch para Hans (!?) (na Alemanha), em 10/10/46 Sobre a situação na Alemanha, ele escreve: “Wenn nur der kommende Winter mal wieder vorüber wäre, vielleicht bahnt sich dann doch langsam eine Besserung an fürs deutsche Volk, das aus diesem Krieg wie ein Brand aus dem Feuer gerettet ist und Unvorstellbares durchzumachen hat „. No verso desta correspondência, Gustav Reusch anotou algumas teses (3) que pertencem a um posicionamento maior. O posicionamento é uma manifestação crítica (de G. Reusch) à um “posicionamento” de Ernesto Schlieper. O tema é a confissão de culpa tratada no Concílio. Sabemos que Gustav Reusch se empenhou seriamente no Concílio Sinodal de Santa Cruz, por uma “Confissão de Culpa”, da Igreja no Brasil, com a qual se deveriam comprometer-se sua direção, pastores e comunidades. Este propósito foi contestado, aparentemente, porque Gustav Reusch exigira uma palavra clara de confissão de culpa, da direção sinodal, considerando os tempos do nacional-socialismo e da simpatia da Direção Sinodal com o mesmo e o fato do Sínodo não ter assumido a posição crítica em relação ao nacionalsocialismo, articulada pela Igreja Confessante ainda antes da guerra. Na compreensão de G. Reusch (isto está mais especificamente nas teses anotadas) a confissão de culpa implicava, antes de tudo, numa confissão de culpa da “autoridade eclesiástica” da direção do Sínodo. Podemos imaginar que isto não foi fácil articular poucos meses depois do fim da guerra. O mais difícil foi justamente mudar a mentalidade e as concepções arraigadas no período da guerra.

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7. Correspondência de Gustav Reusch, Cachoeira do Sul, 10/10/1946, ao Präses Dohms, tratando das questões administrativas ligadas ao “Kreis”. Interessante é que no verso desta carta ele solicita à caixa de auxílio do Sínodo o ressarcimento das despesas havidas com a operação de Luiza Reusch. Pede que os recursos sejam passados ao P. Schlieper, porque ele adiantara para a mãe os recursos necessários para a operação e compra de medicamentos. 8. Correspondência de Gustav Reusch para Hans Cachoeira do Sul, 21/10/1946.

....... (na Alemanha).

Logo após a guerra, Gustav Reusch envolve-se teologicamente e estrategicamente na reflexão sobre a “renovação da Igreja no Brasil “ e no esforço de conceber uma nova constituição para a Igreja no Brasil, pela aproximação e integração dos respectivos sínodos. Em ambos os casos, Gustav Reusch queria ver assegurado todo o conteúdo teológico profundo e confessional, não confessionalista, experimentado na sua ocupação com as ideias e a prática da Igreja Confessante. Na correspondência solicita o envio de uma obra de Hermann Diem, com o título “Restauration oder Neuanfang in der Evangelischen Kirche”. Refere remessa de víveres e roupas enviadas de Cachoeira do Sul. Comentando a realiade no Brasil escreve: „Hier ist sonst alles beim alten. Dass die neue Konstituinte mit Proklamierung menschlicher Grundrechte weiterhin eine Normalisierung gebracht hat, schrieb ich wohl schon. Nur ist das soziale Problem auch hier viel dringender geworden als es zu Deiner war. Die grossen Weltprobleme werfen eben doch ihre Reflexerscheinigung in alle Zonen und Gegenden der Erde, weshalb man auch, vielmehr als das der Fall zu sein scheint, zu einer Verständigung und Zusammenarbeit untereinander kommen müsste“. 9. Manifestação do P. Bergmann (12/11/46) enviada, em nome da Conferência de Pastores, ao Conselho Sinodal do Sínodo Riograndense. P. Bergmann escreve como vice-presidente da Região (Kreis). Os pastores manifestam o seu veemente repúdio ao ponto 17 de um documento de 18 pontos, conhecido como “Programa Nöllenburg”, pastor em São Leopoldo). Pedem uma manifestação contrária decidida do Conselho Sinodal ao ponto 17, por se tratar de uma acusação sem sentido contra a pessoa e o trabalho do colega Reusch (“unsachlicher Angriff gegen die Person und die Arbeiten des Amtsbruders Reusch“). Chama o Conselho Sinodal à consciência de que tais métodos não servem nem promovem o amor fraterno 67


nem cooperam a dar à Igreja um fundamneto mais sólido. Nós esperamos que o teor da tese 17 seja rechaçado, de forma adequada, pelo Conselho Sinodal.“ 10. Ata da Conferência dos Pastores do „Kreis“ Cachoeira do Sul, acontecida em Cachoeira do Sul no dia 12/11/46. Na Conferência Gustav Reusch fez duas exposições: 1. Die Erneuerung unserer Kirche in ihrem Verhältnis zu dem Projekt einer neuen Kirchenferfassung”. 2. „Die Erneuerung unserer Kirche und die zur Durchführung derselben notwendigen Entscheidungen in ihrem Verhältnis zum Bekenntnis und zur Verfassung der Synode und zum Ereignis und der Aufgabe kirchlichen Bekennens in der Gegenwart“. Na conferência trocou-se também informações sobre a situação de Igreja na Alemanha. Na Conferência foi lido o documento de 18 pontos, de GR, relativos à ideia de uma nova Constituição do Sínodo Riograndense e decidido o protesto unânime da Conferência ao ponto 17, de outro documento, que contém “agressões pessoais” a Gustav Reusch. 11. Correspondência do P. Bergmann (São Miguel), de 05/12-46 para Gustav Reusch. Bergmann escreve que a resposta do Präses Dohms teria sido “lamentável“ e avalia que a resposta busca transferir o assunto para outro nível, tendo evitado em abordar especificamente o assunto relativo à manifestação do Manifesto de Nöllenburg, que tivera o aparente apoio do Conselho Sinodal. P. Bergmann escreve ainda que a resposta do Präses dá a entender que ele “nos considera „ sequases cegos, cuja opinião não é simplesmente considerada pelos dirigentes do Sínodo, pois de outra forma sua manifestação teria sido dirigida a quem havia se manifestado „ na correspondência. Há uma crítica áspera e satírica ao modo como a Coordenação Sinodal faz uso deste “Manifesto“, sobre o qual a conferência tinha plena informação e que não deixava dúvidas quanto à sua procedência e autenticidade. 12. Correspondência do P. Bergmann (São Miguel), ao Präses Dohms, em 05/12/1946. Informa o que (Em uma cópia dos três primeiros pontos e do 17º) o documento “Manifesto Nöllenburg“, passado por terceiros a Gustav Reusch, é do conhecimento dos pastores e que tinha sido lido com muita atenção na conferência dos obreiros, porque “se referiam à pessoa e ao trabalho do 68


nosso P. Regional (Kreisvorsteher).” Quanto à dúvida levantada em relação a este texto, Gustav Reusch se manifestaria, informando de quem recebera o documento e complementando com algumas considerações. Estranha ele ainda o fato de que a resposta ao manifesto da conferência dos obreiros tenha sido enviada diretamente a Gustav Reusch, uma vez que a manifestação da conferência dos obreiros, procurara não o mencionar pessoalmente, para salvaguardá-lo de uma eventual discussão, que deveria ocorrer de forma objetiva. Gustav Reusch mesmo considerara inadequado que ele se manifestasse agora em causa própria, porque ele não queria “dar motivo para o crescimento de uma controvérsia de caráter mais pessoal ”. Se não fossem informados oficialmente de um outro teor do ponto 17 como o haviam recebido, a Conferência dos Pastores reafirmava sua manifestação de protesto e repúdio manifestado anteriormente. 13. Correspondência de Gustav Reusch para Sr. Staggemeier (presbítero de Santa Maria) em 16/12/46, dispondo-se, na dificuldade de encontrar um pastor disponível a ir a Santa Maria e celebrar cultos nas comunidades, nos dias 25 e 26/12/46. 14. Correspondência de Gustav Reusch para o colega Wilhelm (?!), em 19/12/46, que está na Alemanha, e quer vir ao Brasil. Informa sobre a notícia de jornais no Brasil sobre a visita de Niemöller aos Estados Unidos e sua eleição como Vice-Presidente do Conselho Mundial de Igrejas. Diz que está na expectativa de uma visita de Niemöller ao Brasil. Para o momento da Igreja no Brasil, no qual se discute a Renovação da Igreja ou de um novo começo, uma visita de Niemöller, seria de grande valia. Gustav Reusch solicita ao P. Wilhelm, que este, por um amigo que reside nos Estados Unidos, busque o endereço de um amigo seu de Witten, com o qual perdera o contato em 1937. Nome deste amigo e seu endereço eram: P. Hans Sidon, 2653 Liddell Street, Cincinati, Ohio, USA. 1947 15. Correspondência de Ernesto Schlieper de 03/01/1947, convocando para uma reunião da Comissão Teológica (Gustav Reusch, Scheele, Strathmann, Warnke)

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16. Correspondência de Gustav Reusch de 14/01/1947, dirigida aos pastores da Região de Cachoeira do Sul, convidando para a Conferência anual, geral, da Região Eclesiástica de Cachoeira do Sul (Kreistagung), do ano, em Paraíso do Sul. O convite contém toda a ordem do dia da reunião: Primeiro dia à noite: Conferência dos pastores. Segundo dia: reunião de todos os membros da “Kreistagung”. Terceiro dia: encerramento com culto e celebração da Santa Ceia. Gustav Reusch apresentou na „ Kreistagung „ o tema: Die bekenntnismässigen und ordnungsmässigen Voraussetzungen des Zusammenschlusses der vier Evg. Synoden in Brasilien“. 17. Correspondência de Gustav Reusch, de 15/01/1947, para seu colega P. Stief. Entre outros, ele informa que a Diretoria Sinodal (da qual participou o P. Bergmann, em substituição a ele) tratou do assunto das 18 teses do P. Nollenburg. A questão foi resolvida com a retirada e eliminação do ponto 17. Informa ainda que neste momento é dirigido um forte e injusto ataque ao P. Saenger, que recentemente o visitara. 18. Correspondência circular de Ernesto Schlieper, agosto de 1947, dirigida aos pastores do Sínodo Riograndense. Expressa inicialmente sua alegria e gratidão pelos resultados do Concílio de Ijuí (Das ist Grund unserer Freude und Dankbarkeit, dass uns in Ijuí geschenkt wurde, etwas von der Wirklichkeit der Kirche unter uns zu spüren) Em seguida ele formula, de forma muito insistente e fraterna: “ Deixem que sejamos irmãos “. (Wenn alle in Ijuí gelobten , fortan einander Brüder sein zu wollen, wenn kein einziger sich davon auschloss., so glauben wir, dass dies Gelöbnis nicht der menschlichen Erkentnis entsprang, dass so Christus selber uns diese Erkenntnis und diesen Willen schenkte ............) Constata então que: “ com isto estamos todos em uma nova situação: Nós estamos comprometidos com a palavra que lá expressamos... que sejamos irmãos uns dos outros”. Acentua finalmente o que significa esta nova situação: “dass wir alle Verschiedenheiten die da sind und sich in der Verschiedenheit der Meinungen äussern werden, uns nicht mehr hindern dürfen, einander die Hand zu geben,dass wir einander nicht Böses, sondern Gutes zutrauen .......; dass wir den anderen nicht verurteilen, sondern ihm zutrauen, dass er in der selben Liebe zur Sache, d. h., zu Christus stehet; ...........; dass es uns allen einzig darum geht, dass Christus gross werde ...... wissend, dass es nun wirklich erledigt ist, keine trennende Kraft mehr hat. Christus ist stärker. Er hat uns zu Brüder gemacht. Dann sollen wir einander Brüder sein“ ..... 70


19. Correspondência do P. Raspe para Gustav Reusch, em 05/09/1947. Confirma com agradecimento o recebimento de uma correspondência conjunta de Gustav Reusch e Ernst Schlieper. Diz –se alegre e comovido. Manifesta a sua esperança de que agora todos os colegas pastores cheguem a um novo relacionamento, uns com os outros. No mais, a correspondência contém detalhes para a reunião sinodal da OASE (a primeira reunião depois da última realizada em 1938), a acontecer em Cachoeira do Sul, 04-06/10/1947. 20. Parecer de Niemöller (Presidente do KA da EKD) referente à criação da Federação Sinodal. P. Niemöller refere correspondência de 22/11/1947. Recomenda que seja levada a termo a criação da Federação Sinodal, como Igreja Evangélica autônoma (auf diese Weise soll in Brasilien eine selbständige evangelische Kirche, deutscher Herkunft und soweit gänging deutscher Sprache, entstehen, die sich ihre eigne Ordnung gibt) Criada esta Federação abrem-se os caminhos para relação ecumênica com outras igrejas. Nada impede que a Federação permaneça em um acordo a ser definido, com a Igreja Evangélica na Alemanha (EKD). A EKD dispõe-se a auxiliar a “Igreja brasileira”, com o envio de pastores. No que se refere aos pastores enviados pela EKD, esta se dispõe a oportunizar períodos de férias na Alemanha e receber pastores em seu retorno à Alemanha, a cooperar na educação dos filhos dos pastores e a garantir sustento para os pastores eméritos. A EKD cooperará doravante também com o apoio financeiro. Niemöller constata finalmente que está se iniciando um novo período nas relações entre a EKD com os Sínodos e Comunidades no Brasil. 1949 21. Ata da reunião dos pastores da Região Sinodal, em Santa Maria, 1820/12/1949. ( Estavam presentes os pastores Reusch (Cachoeira do Sul), Bergmann (São Miguel), Stief (Sobradinho), Sille (Candelária), Diakon Weissenstein (Cerro Largo), Wilm (Santa Maria), Brakemeier (Nova Boêmia), Braun (Agudo), Schluckebier (Marupiara), Grassatis (São Pedro).

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Gustav Reusch apresenta palestra sobre o tema : Dádiva e compromisso da Igreja da Reforma na Ökumene. (Gabe und Aufgabe der reformatorischen Kirchen in der Ökumene.) O tema desdobrava-se nos seguintes capítulos: a) Kirche auf dem Wege zur Ökumene. b) Die reformatorischen Kirchen auf dem Wege zur Ökumene. c) Die ökumenische Gabe der Kirche in Deutschland: Die Kirchwerdung der Kirche. d) Die ökumenische Aufgabe der Evangelischen Kirche in Deutschland in der Ökumene. e) Unsere Teilnahme an der ökumenischen Gabe und Aufgabe der Ökumene. f) Die aus dieser Teilnahme an der Gabe und Aufgabe ergebenden Folgerungen. Palestra sobre o tema não está anexada apesar de menção, “Referat liegt dem Protokoll bei! A Conferência ainda se ocupou com a leitura do anteprojeto do regulamento estabelecido pelos quatro sínodos, reunidos na Federação Sinodal, com a EKD. Além disto, foi lida uma palestra de Karl Barth: “Die Unordnung der Welt und Gottes Heilsplan”. 1950 22. Correspondência de Dohms, 19/04/1950 para G. Reusch. Convida Gustav Reusch para participar da primeira reunião da Federação Sinodal (Gustav Reusch foi eleito para esta reunião pelo Concílio Sinodal, Caí, Maio 1949), como representante do Sínodo e membro pleno da reunião da Federação. A reunião aconteceu em São Leopoldo, de 14-16/05/1950. 23. Correspondência de Gustav Reusch, 26/05/1950, aos colegas pastores, convidando para uma reunião conjunta das Regiões Sinodais (Kreis) Cachoeira do Sul e Santa Cruz do Sul, com o P. Bartelt, doDepartamento de Relações Exteriores Na agenda da reunião estão os temas: a) As expectativas dos pastores atuantes no Brasil em relação à parceria dos Sínodos e da Federação com a Igreja Evangélica na Alemanha - EKD ); b) Visão da EKD e de seu Departamento de Relações Exteriores, em relação à continuidade das relações da “Igreja Mãe ” com a Igreja Evangélica no Brasil, em seu processo de renovação.

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Em breve menção, Gustav Reusch agradece pelos cumprimentos e votos de todos pela passagem de seu jubileu de 25 anos de seu ministério pastoral. 24. Uma observação anexa (assinada pelo Professor Willy Fuchs e por Gustav Reusch) à ata da primeira Conferência da Federação Sinodal (17 de maio de 1950). „ Anmerkung zum Protokoll der ersten KV des Bundes der Synoden Pfarrer G. Reusch ergaenzt die protokollarischen Bemerkungen zu seinen Ausfuehrungen wie folgt: Als von der reformierten Praegung der Reformation Herkommender habe er die Freiheit, die Verkuendigung des Evangeliums durch die Confessio Augustana und den Lutherischen Katechismus hindurch auszurichten . Die Zustimmung der lutherischen Brueder zu Art. I und II der Grundordnung des Synodalbundes hoffe er in dem Sinne verstehen zu koennen, dass sie in ihrer inneren Haltung die Abgrenzungsbewegung der Konkordienformel gegen die reformierte Praegung der Reformation nicht mehr mitzumachen in der Lage seien. (assinado por W. Fuchs e Reusch) 17.Mai 1950, São Leopoldo “. 25. Regulamentação provisória da relação entre a „Federação Sinodal” e a EKD. Tal regulamentação provisória é uma revisão do acordo celebrado em setembro de 1948, em Frankfurt (Alemanha) e vigorará até a elaboração definitiva de um novo acordo. Destaca-se, inicialmente, que o convênio com a EKD deverá expressar, de uma maneira mais formal, o desejo de celebrar doravante uma comunhão (Gemeinschaft) entre a EKD e a Federação Sinodal como Igreja autônoma (Gemeinschaft zwischen der EKD und dem Bund der Synoden als autonome Kirche, in geordneter Weise, zu pflegen). O convênio provisório trata dos seguintes assuntos que deverão ser afirmados posteriormente em caráter final no convênio definitivo: a colocação dos pastores; a situação legal dos pastores; a remuneração e adicionais aos pastores alemães no Brasil; uma “caixa de aposentadoria” para os pastores; prazos de permanência no Brasil e disposições para eventual continuidade após estes prazos (10anos); a possibilidade de pastores alemães no Brasil transferirem-se para outras Igrejas membro da Igreja Evangélica na Alemanha. O Sínodo Riograndense (através do Probst Marcynski) e os Sínodos Brasil Central e Santa Catarina e Paraná (através do Prases Schlünzen) continuam até a formulação e aprovação final do convênio com sua representação legal junto à EKD. O 73


Sínodo Riograndense coordenará as relações administrativas e financeiras e a colocação de pastores. 26. Um exemplar da “Ordnung des kirchlichen Lebens in den Gemeinden der deutschen evangelischen Kirche von Rio Grande do Sul (Riograndenser Synode), aprovada em Santa Cruz do Sul, em 22/05/1937). 27. Relatório de Gustav Reusch: „Über das kirchliche und schulische Leben im Synodalkreis Cachoeira für das Jahr 1950 “. Relatório feito como „Kreispfarrer“ para a Assembleia da Região Sinodal de Cachoeira do Sul, acontecida em Sobradinho, em 1951 (No ano de 1950 acontecia a primeira Assembleia da Federação Sinodal, em São Leopoldo, com a participação de Gustav Reusch. 1951 28. Correspondência de P. Dohms para os Pastores Presidentes das Regiões Sinodais do Sínodo Riograndense, de 19/02/1951. Trata-se de uma carta circular que aborda, do ponto de vista do Sínodo, vários assuntos a serem tratados nas assembléias das Regiões Sinodais. Assuntos abordados: Prática do batismo de crianças nas comunidades; formação de catequistas para a comunidade e a impossibilidade de deslanchar com um curso de formação de um ano; a situação das escolas comunitárias (Cresce o número de escolas comunitárias); representantes professores nas coordenações comunitárias, paroquiais, regionais e sinodais; questões financeiras; contribuição sinodal; elaboração de um anteprojeto de uma Ordem para a aposentadoria (Ruhestands- und Hinterbliebenenversorgungsordnung); incentivo ao trabalho com os homens. 29. Convite (27/02/1951) para a “Kreissynode” da Região Sinodal de Cachoeira do Sul, realizada em 30/03 a 02/04/1951, em Sobradinho (Arroio do Tigre). À noite do dia 31/03, realizou-se a conferência dos pastores. Nesta oportunidade Gustav Reusch apresenta o tema: Beziehung von Schrift und Bekenntnis zur Einheit der Kirche . 30. Amplo relato, anexado, de comentários e outros documentos, enviados pelo Prof. Willy Fuchs, do Departamento de Educação do Sínodo Riograndense, como material preparatório para a discussão do assunto no Concílio Sinodal (30/03 - 02/04/1951), em Sobradinho (Arroio do Tigre). O assunto central desta 74


circular e respectivos anexos é a discussão ao redor do ensino particular (privado) e no sistema estadual de ensino. São acrescentados comentários do Prof. Fuchs ao assunto, Além disto consta nos anexos, cópia da ata da reunião da Assembléia Constituinte do Estado, em que o assunto é discutido, entre outros, pelos deputados Carlos da B. Velho, Leonel Brizola, Unício Machado, Brochado da Rocha, Daniel Krieger. 31. Ata da sessão da Diretoria da Comunidade Evangélica de Cachoeira do Sul, no dia 12/05/1951 e sessão do dia 20/06/1951. Trataram-se entre outros, sobre: aquisição de um relógio para a igreja e a possibilidade de realizar o Concilio Sinodal em Cachoeira do Sul em 0608/07/1951. Há concordância em convidar para a realização do Concílio Sinodal do Sínodo Riograndense, em Cachoeira do Sul, após consulta à OASE, pedindo a sua cooperação para a “realização do congresso”. 32. Artigo ref. realização do 48. Concílio do Sínodo Riograndense, em Cachoeira do Sul, de 06-08/07/1951. O Concílio é presidido pelo P. H. Dohms, Presidente do Sínodo. (citação no doc. 31). 33. Correspondência de Dohms, 17/10/1951 para Gustav Reusch, mencionando entre outros assuntos, que o pedido de Gustav Reusch para uma viagem de férias havia sido encaminhado para o KA, na Alemanha. Menciona também a solicitação para estudo de teologia do filho Gerhard, assunto que, porém, abordaria em correspondência futura. 34. Correspondência de Gustav Reusch 6/11/1951 para o colega P. Atkinson. Gustav Reusch escreve: Entschuldigen Sie, dass die Zeichnung, die Sie erbaten nun so spaet bei Ihnen angelangt. Ich hatte den Tischler hier gebeten, der die letzten Baenke gemacht hatte, Ihnen die Zeichnung zuzuschicken. Als Ihr zweiter Brief kam erinnerte ich ihn noch einmal. Nun aber erfuhr ich , dass die Zeichnung immer noch nicht abgeschick war. Daraufhin bat ich unseren Dieter, der einige Tage hier war, eine Zeichnung in verkleinertem Massstab für Sie zu machen. Sie geht in diesem Brief mit. 35. Correspondência de P. Dohms aos candidatos a uma viagem de férias à Alemanha. Esta correspondência cita alguns critérios ( os que a mais tempo 75


não estiveram na Alemanha; os que por razões de doença deverão viajar e aqueles em que fica assegurada a respectiva substituição) 36 Uma folha solta (a pg. 10 de um documento maior, sem data colocada nesta pasta pessoal de Gustav Reusch no contexto da correspondência de 1951) com observações, provavelmente de Gustav Reusch. Estas observações são de caráter teológico e elaboram o significado político das ações do estado, que deve buscar uma ordem comum (rechte Zusammenordnung) e uma livre responsabilidade (freie Verantwortlichkeit) e preocupar-se com solidariedade de uns com os outros. 37. Comentários acerca de acertos feitos entre o Departamento de Relações Exteriores d Igreja na Alemanha e a Federação Sinodal. Assuntos tratados: 1. Ruhestands und Hinterbliebenenversorgung; 2. Rückkehr von Geistlichen in die EKD; .... 3.den in den dreissiger Jahren nach Brasilien ausgesandten Geistlichen ein Heimaturlaub im regelmässigen Turnus in Aussicht zu stellen ..... . 1952 38 Ata da Assembleia da Região Sinodal de Cachoeira do Sul, em Pinhal, nos dias 21-23/03/1952. Das atividades desta assembléia cabe destacar: Esta ata refere-se inicialmente ao relatório apresentado por Gustav Reusch como Pastor da Região Sinodal em que ele tece algumas considerações de caráter fundamental sobre a necessidade de antes de nos tornarmos “ Comunidade que serve “, deveremos tornar-nos “Comunidade que ouve”. Comunidade que ouve a Palavra de Deus, se reúne ao redor dela e pertence a ela. .... Comunidade se tornará visível quando se reúne ao redor da Palavra de Deus. A renovação da Igreja ocorre no ouvir a Palavra. Assim consta na ata: “ Im vorigen Jahr standen die Kreissynoden unter dem Thema ”Dienende Gemeinden”. Wenn es aber zur dienenden Gemeinde kommen soll, muss sie erst hörende Gemeinde werden. Auf das Wort Gottes hörende, um dasselbe versammelte, ihm gehörende Gemeinde, sein. Und das weiss sie nicht von sich selbst, sondern aus dem Worte Gottes (Micha 6,8). Es ist dir gesagt Mensch, was gut ist und was der Herr von dir fordert, nämlich Gottes Wort halten..... . Gemeinde wird dort sichtbar in den Versammlungen um das Wort Gottes. ...................Ferner zeigte Herr Kreivorsteher, nachdem alle menschlichen Stützen durch die letzen Ereignisse zerbrochen sind eine Gesellschaft ohne Gott aufzurichten, dass es heute hin und her wieder eine auf das Wort hörende Gemeinden gibt. Z.b. Bericht von W. Niemöller, 76


Ostdeutschland, W Braderwand, Ungarn, Kirchentag Berlin 1951. ........................ Die Erneuerung des kirchlichen Lebens, kommt aus dem hören auf das Wort“ . Esta ata refere, ainda mais, que Gustav Reusch e a diretoria da Região Sinodal foram reeleitos por unanimidade e que Gustav Reusch apresentou ainda, durante a Assembléia, o tema: Das Evangelium erweckt die Gemeinde zu Dienst und Zeugnis, Zur Grundelegung des Studienmaterials des Lutherischen Weltbundes. (Em anexo está a ata da Conferência dos Pastores de 22/03/1952. 39. Correspondência circular do P. Ernesto Schlieper aos Presidentes das Regiões Eclesiásticas (Kreisvorsteher) do Sínodo Riograndense, 08/04/1952. Comunica que o P. Dohms adoeceu gravemente e que está internado no Hospital Moinhos de Vento e que ele assumiu o cargo em substituição ao Präses Dohms. Como P. Schlieper é pastor em Comunidade (Porto Alegre), ele estará em dois dias por semana em São Leopoldo, sempre às tardes. Solicita a cooperação dos Presidentes das Regiões Sinodais para que “representem a direção sinodal” em suas Regiões e resolvam, mais do que até este momento, os assuntos que forem ocorrendo e os encaminhem, dentro do possível, localmente. 40. Correspondência do Probst Martin Marczynski, Buenos Aires. 20/11/1952, para Gustav Reusch Comunica o envio do estatuto do Sínodo La Plata, a ser aprovado em 1953. Promete uma manifestação sobre o posicionamento de Gustav Reusch sobre um artigo de Präses Schlünzen. 1953 41. Circular do P. Dohms, 07/01/1953, com orientações para as Assembleias da Regiões Sinodais (Kreise) a acontecerem no ano. Recomenda para a reunião dos pastores, o tema: Orientações para a educação evangélica, a Ordem para a vida da Igreja e um diálogo fundamental e levantamento sobre a “práxis” do Ensino Confirmatório. Para a Assembleia, sugere o tema: A Ordem para a vida eclesiástica (item II e III), que aborda os aspectos referentes à Comunidade, à diretoria paroquial, à família e ao aconselhamento (Seelsorge).

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42. Correspondência do P. Dohms aos Presidentes das Regiões Sinodais, de 21/01/1953. Contém mais orientações para as Assembleias das Regiões Sinodais ref. estatuto do Sínodo a ser registrado e o novo nome dado ao Sínodo como “Sínodo Riograndense” em lugar de “Igreja Evangélica Alemã no Rio Grande do Sul “. 43. Nova circular do P. Dohms, 30/01/1953, completando orientações do Sínodo para as Assembleias das Regiões Sinodais do Sínodo Riograndense. Envia exemplar do estatuto do Sínodo que fora revisto e será encaminhado para registro. Trata ainda das contribuições sinodais e do tema “ a prática do Ensino Confirmatório”, a ser tratado nas assembleias regionais e alerta para a necessidade de eleição dos representantes para o 50º Concílio Sinodal a ser convocado para 1954 (ou ainda em 1953). Em anexo, projeto de uma “Pfarrbezirksordnung” (Ordem para as paróquias). 44. P. Friedrich, diretor da Faculdade de Teologia, envia correspondência (abril 1953) para Gustav Reusch, solicitando exemplares da “Glaubenslehre“, de Schleiermacher, para a realização de um seminário na Fac. de Teologia. 45. P. Dohms comunica em correspondência de 31/08/1953, para Gustav Reusch que concorda que Gerhard Reusch realize a partir do início de 1954, seu estudo de teologia na Alemanha. 46 Correspondência do P. Karl Gottschald, de 15/10/1953, para Gustav Reusch, recomendando a antecipação da viagem para a Alemanha já para dezembro de 1953, tentando garantir as questões de substituição com a ajuda do P. Lübke e P. Bergmann. Observação: A este arquivo da “Correspondência na Região Eclesiástica de Cachoeira do Sul, de 1945 a 1954“ (Arquivos B 1 e B 2) pertencem 390 documentos, perfazendo um total de 530 páginas. Em grande parte, estas correspondências tratam de questões administrativas, de provimento de vagas, da substituição de pastores e das tantas questões administrativas 78


ligadas à atividade de Presidente da Região Sinodal. Destacamos 46 correspondências em que se aborda questões mais pessoais e familiares e aquelas em que se constata a contribuição teológica de Gustav Reusch, nos momentos importantes da vida da Igreja, na época.

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3.3 Pasta: Briefwechsel über kirchliche Erneuerungsfragen. 1.

2.

3.

Ata da Conferência dos Pastores, em Rio Pardinho, em 18/02/1938, escrita por Gustav Reusch (GR). Depois de uma lista de presenças, registra-se que a Conferência se ocupou com o tema: Nosso Ensino Confirmatório. Palestra do P. Schultze sobre o tema é detalhada em 8 teses. Ata da Assembleia da Região Eclesiástica. (19/02/38), escrita pelo P. Grassatis. G. Reusch apresenta um relatório da Região Eclesiástica (Kreis). Acentua a necessidade da Igreja, ter em todos os seus níveis, uma orientação clara pela qual se orientarão todos os educadores e o ensino ”nesta nossa situação tão movimentada”. E que esta orientação é unicamente a Escritura. “Die eine Regel und Richtschnur, nach der alle Lehrer und Lehre gerichtet und beurteil werden können, ist allein die Heilige Schrift“. Tema central da conferência, apresentada pelo P. Kolfhaus, trata da „Importância do Ensino Religioso, como premissa para o Ensino Confirmatório“. Correspondência de GR para Präses Dohms, de 04/03/1938. G.R. informa que na expectativa de novas eleições no Sínodo, o assunto fora tematizado e debatido amplamente na Conferência de Picada do Rio (Ver item 1 e 2 acima). Os Pastores Schuetze e Schultze teriam se manifestado, que na opinião deles não seria mais possível qualquer cooperação entre Reusch e Dohms. G. R. refere que a alternativa proposta por Schütze para a eleição era a de ou Dohms ou Reusch, mas não de ambos. G.R. entende que esta discussão poderia transformar-se em um ponto tenso, como uma “disputa riograndense da Igreja“ (Riograndenser Kirchenstreit), para o qual ele não havia cooperado. G.R. só opinaria se Dohms, pessoalmente, manifestasse sua opinião neste assunto. GR reclama ainda de visões equivocadas a respeito do Grupo de Trabalho da Igreja Confessante, que ele coordenava. Define na sequência com clareza qual era a razão da existência do Grupo de Trabalho. “Wir haben die Anschaung vertreten, dass die Gründung der ThA ihren Ursprung in einem echten Riograndenser kirchlichen Problem hat, dass ihr Ursprung liegt in der einseitigen Lösung der Ausbildungsfrage der Aussenpfarrer, einer Lösung, der die Bekentnis Kirche (B.K.) nicht zustimmen konnte, in der Ablehnung der Aussendung der ausgebildeten Ilsenburger, nur weil sie sich Drüben für die BK erklärt haben, an der in diesen Massnahmen zum Ausdruck kommenden Tatsache, dass die B. K., die ihren Mitarbeitswillen bekundet hat, noch nicht als gleich und 80


mitarbeitsberechtigt in unserer Synode gilt neben der offiziellen Kirche. Sie sieht ihre Aufgabe in teologischer Grundhaltung und in kirchlicher Arbeit hier in der Synode ............................ auch Ihnen (Dohms) gegenüber muss betont werden, dass es der ThA darum gehe in kirchlicher Weise und mit kirchlichen Mitteln Kirche Jesu Christi zu bauen“. Seguem informações sobre „Kreissynode“, de Picada do Rio (Item 1+ 2 acima). 4. Correspondência de G. R. para Ernst Schlieper, de 05/07/1944. Posiciona-se a favor da permanência do P. Sänger na direção do Colégio Sinodal. Admira-se que o assunto não tenha sido encerrado imediatamente e que o mesmo não tenha sido tratado separadamente da situação de crise (Krisenzustand) na qual se encontrava a Diretoria Sinodal. Esta situação se criara porque Dohms manifestara o seu protesto contra membro da antiga e atual Diretoria Sinodal, colocando o seu cargo à disposição. G.R menciona que ficara a impressão, após a reunião, de que se estava diante de uma considerável e tensa problemática, que requeria, por sua vez, rápidas resoluções. Diante do problema que se colocara, G.R. já levara para a reunião da Diretoria algumas sugestões , por escrito . Nestas sugestões propusera: Ampliar a cooperação dos membros do Conselho Sinodal (Rat der Synode) na abordagem dos diversos temas apresentados e nas decisões a serem tomadas; Rever aspectos ligados à estrutura atual de direção no que se refere as respectivas competências. ( Meine Vorschläge gingen auf eine positive Lösung der Krise und auf die Verwirklichung einer wirklich kollegialen , vom Zentrum der Kirche her , zusammengehaltenen Leitung hinaus . Voraussetzung einer solchen positiven Lösung wäre gewesen , eine klare vom guten Willen getragene, sachliche Aussprache .... „ ) 5.

Correspondência de G. R. para Ernst Schlieper, de 22/04/45. Afirma que, naturalmente, se sabe incluído e comprometido, na questão da confissão de culpa. Manifesta a sua discordância da afirmativa de Schlieper “ de que a questão da confissão de culpa não fere tanto Dohms mas aqueles que, conscientemente, hoje se entendiam como sendo da oposição. G.R.afirma que esta questão se refere “ a todos nós “, que sabíamos, que pactuar com esta linha da Igreja nos colocaria no caminho de uma “Não Igreja e de uma catástrofe. (Unkirche und der Katastrophe ...) Sabe-se co-responsável por não ter oferecido mais resistência diante dos acontecimentos. Sabe-se responsável por não ter advertido, ainda mais os colegas. Sabe-se responsável por não ter denunciado, este 81


descaminho, para a opinião pública da Igreja. Será necessário repensar o conceito de uma “teologia natural” e o modelo personalizado de direção. (“ Führergedanke - Alleinverantwortlichkeit der persönlichen Leitungspitze “.) Se quisermos ficar livres dessa nossa culpa, devemos nos livrar destes conceitos. Julga que “der historisch gesehen, konsequenteste Vertreter , sowohl der Volkstumstheologie als auch des hierarchischen Leitungsprinzip ,bis in die letzte Zeit hinein ,ist Dohms, meines Erachtens“. Confirma a veracidade desta sua compreensão, lembrando vários aspectos que revelam a vinculação de Dohms à „Igreja oficial“: a decisão de Dohms sobre pastores egressos da Ilsenburg; sua sugestão de não deixar o colega Wilm pregar na região de Cachoeira do Sul; a contradição à confissão de culpa ; por suas observações de como na Região da Cachoeira existe uma situação de crise e problema de direção e a reação de Dohms à “ sugestão de Gustav Reusch, em instituir uma “direção provisória” até a aprovação da nova Constituição. Tudo isto, decerto, impede Dohms de se identificar com a ideia de “confissão de culpa”. Gustav Reusch pondera que se Dohms, com vistas à próxima eleição, tomasse uma definição clara e superasse a sua atual mentalidade, ele o apoiaria na próxima eleição. Esperaria de Dohms uma atitude assim, considerando que ele, Gustav Reusch, também desistiria, à pedido de Dohms, de assumir a presidência do Sínodo como vice-presidente que era , como lhe cabia, para que Dietschi assumisse, durante a estada de Dohms na Alemanha. Sugere a instalação de uma “direção provisória” até a apresentação e aprovação de uma nova constituição, liderada por Ernesto Schlieper e tendo ele, Dohms, como vice e como responsável pelos assuntos financeiros. 6.

Correspondência de Gustav Reusch para Präses Dohms de 30/07/1945. Gustav Reusch detalha sua proposição para uma conferência “com a finalidade de que falemos em um círculo menor, em caráter mais definitivo, com abertura total de pessoa para pessoa, em definições sobre os princípios básicos no pensar e no atuar da nossa Igreja e sobre o seu trabalho no futuro”. Segue uma elaboração detalhada de pontos a serem considerados nesta conferência. (temas, forma de preparação da conferência, números e datas das conferências. A sugestão de temática é desdobrada em 4 temas: 1. Revisão dos conceitos teológicos sobre a nossa Igreja. 2. O problema da direção do Sínodo (Princípio básico, 82


dificuldades atuais, ampliação os órgãos dirigentes). 3. A significado da Teologia como função da Igreja. 4. O problema financeiro em seus diferentes aspectos e possibilidades. 7.

Correspondência de Gustav Reusch para Präses Dohms, dia 29/08/45. No contexto de “situação de crise” vivida pelo Sínodo, Gustav Reusch propõe a Dohms uma temática, para uma conferência (Besprechung) do Conselho Sinodal, com uma temática pertinente “ à situação”. Trata-se de 4 unidades temáticas (teor não é citado). Dohms considerara que não via com clareza o significado dos temas propostos e de como se relacionam. Reusch sugere um diálogo anterior ao encontro do Conselho Sinodal, para clarear o tema e pensar e encaminhamento de soluções com os participantes da Conferência. Gustav Reusch apresentou algumas reflexões para cooperar, como diz, nestas “difíceis tratativas”. Nestas suas reflexões sugere, inclusive, algumas alterações estruturais como, p. ex., a de instituir um grupo de membros do Conselho, indicados pelo Presidente do Sínodo, que se reuniriam, p. ex., sempre nas decisões mais importantes do Sínodo, e que poderia levar questões “a deliberação do Conselho Sinodal. G. R. interroga a respeito da continuidade no Sínodo nesta situação de crise (Krisensituation) e de como Dohms se coloca neste momento, diante de seu pedido de demissão que formulara na reunião da Diretoria. Dispõe-se a cooperar na busca por um entendimento sob a condição de um diálogo claro, sustentado por boa vontade, objetivo, e de respeito pelas concepções diferentes. Se não puder ser assim, mostra-se desinteressado em continuar participando de uma busca por soluções para o momento vivido pelo Sínodo.

8.

Correspondência de Gustav Reusch para Präses Dohms, de 26/11/1945. G.R. repassa a Dohms o texto de duas palestras. 1. Notwendigkeit einer Erneuerung .... . 2. Kirche vor der Entscheidung. Comenta ainda assunto abordado na reunião da Diretoria sobre “ o roblema das finanças no Sínodo (Finanzproblem der Kirche). Recomenda, entre outros, que se atribua a um leigo a secretaria de finanças e se repense a administração financeira como tem sido desenvolvida até agora . (Damit die Arbeirt in Grosszügigkeit und Unabhänglichkeit geschehen kann bedarf es unbesoldeter und wirtschaftlich unabhängiger Kräfte, die Verbindungen haben, aber auch Verständnis aufbringen für die kirchliche Arbeit und die wirtschaftliche Sicherung derselben. Ich denke an einen kirchlich denkenden Mann aus Porto Alegre oder São Leopoldo ....) 83


9.

Correspondência de Gustav Reusch para Ernst Schlieper, de 04/12/45. Acentua inicialmente, a centralidade de Jesus Cristo para o ser da Igreja. A grave situação que vive a Igreja se deve “a sua infidelidade em permanecer em Jesus Cristo, no anúncio e denúncia do Evangelho e do Espírito de Deus. ” Refuta a tentativa de querer conciliar o Ser da Igreja com linguagem empírica de Ideologias ou Hipostasias. Esta tentativa revelou-se como a grande queda (Sündenfall) da Igreja, na qual se inclui como participante e responsável, de qualquer maneira. Afirma que o primeiro passo a dar, como Igreja, seria o da “concreta” confissão de culpa. Para acompanhar seriamente este processo seria necessário a criação de uma secretaria (Kirchenamt). Tal secretaria trataria, em caráter fundamental, desta questão básica junto aos pastores, lideranças leigas das comunidades, e educação teológica dos jovens pastores.

10. Ano Novo 1945/46. Cópia de longa correspondência do P. Otto Hoffmann, de Arroio da Seca, para Präses Dohms. Não atendido em suas reivindicações e abatido pelas dificuldades da Comunidade, além das difíceis questões pessoais vividas no isolamento e o desgastante trabalho comunitário, Hoffman dirige-se a Dohms, (depois de um longo arrazoado e relatório sobre a situação comunitária) com oito reivindicações concretas, para que possa continuar sua tarefa pastoral. Repercute na correspondência também uma acentuada frustração de Hoffmann pela falta de atenção do Sínodo aos pastores “que estaria causando a uma desnecessária e precipitada ruina“ (unötige frühzeitige Zugrunderichtung) dos seus pastores (A correspondência é especialmente interessante pelo relato claro, real, doído, da situação da Comunidade e do trabalho pastoral, da situação pessoal do pastor e família, na época). O centro de reivindicação de Hoffmannn gira em torno de um pedido deste pela ajuda do Sínodo pela perda total de seus bens, ocorrida em situação não descrita, enquanto servia como pastor em Santa Maria/RS. Pedidos reiterados não foram aparentemente atendidos. Sugere, em determinado momento de que tenha sido preterido em seu pedido, porque se identificava com outra concepção teológica, do que a da coordenação sinodal.

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11. Cópia de correspondência de janeiro de 1946, do P. Hoffmann, que reitera com ênfase, o pedido anterior reclamando da falta de uma atenção para a sua situação (rücksichtslose Behandlung). (Doc. 10 acima) 12 a. Correspondência de Gustav Reusch, para Wilhelm Hilbk, referindo 8 pontos, que pretendia propor em janeiro de 1946, na Conferência dos Pastores, representantes das regiões (Kreisvorsteherkonferenz) (Ver doc. 13 e seguintes). A tratativa destes pontos deveria servir ao esclarecimento da situação ainda bastante confusa .( weitere Klärung unser doch immer noch sehr verworrenen Lage ) . Informa ainda que está preparando um artigo sobre o tema : Notwendigkeit einer stärkeren Beteiligung der Leitung in der Gesamtkirche.“ b.

Gustav Reusch persegue o objetivo de que os 8 pontos que elaborou tornem-se um posicionamento, uma palavra, da Diretoria Sinodal e da „ Kreisvorsteherkonferenz“ (Ver item 12). Ponto 1: Para a “ legalização” dos órgãos diretivos do Sínodo, não podemos partir da realidade onde nos situamos a anos atrás. Ponto 2: A tentativa de “ ordenar” a situação da Igreja por fatores externos, problematizou a situação ainda mais. Só a Igreja mesma poderá tentar resolver a atual problemática da Igreja, a partir de uma reflexão sobre seu fundamento, objetivo (Ausrichtung), organização (Gestaltung) e ordem (Ordnung). Ponto 3: Só se poderia tentar superar a problemática da Igreja a partir do que nela permaneceu como ”ser puro” (reines Sein) da Igreja em Cristo, que em qualquer situação realidade experimenta a graça de Deus. Ponto 4: O esforço por uma nova ordem da Igreja está no início e precisaria de uma continuidade sistemática e envolvente da Igreja toda. Ponto 5: Além disto, a Igreja deveria assumir a sua tarefa de formação e acompanhamento dos “servidores na Palavra” (Diener am Wort). Ponto 6: Temos consciência clara da necessidade da participação das comunidades e seus membros no “serviço” de direção da Igreja toda.

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Ponto 7: Para que se possa dar andamento a esta tarefa, se faz necessário uma “legalização” (Legalisierung) dos órgãos diretivos da Igreja. Ponto 8: Esta legalização acontecerá na forma da constituição da Igreja em vigor, fazendo-se porém necessário, ao iniciar a elaboração de uma nova ordem, que se coloque ao lado (zur Seite) da Diretoria Sinodal um “grêmio teológico” e uma “comissão de finanças”. Tal iniciativa seria provisória até a apresentação da “ nova constituição”. 13. Correspondência de P. O. Hoffman (Arroio da Seca) de 28/01/46 para G. Reusch. Refere envio de uma cópia da correspondência dirigida ao Präses Dohms (Item 10 + 11 acima). 14. Correspondência de Gustav Reusch para Wilhelm Hilbk, de 22/01/1946. Após a reunião da Diretoria Sinodal e da Conferência dos coordenadores regionais (Kreis), Gustav Reusch refere que teve longo diálogo sobre a situação e a problemática da direção sinodal, motivo de seus oito pontos, com Ernesto Schlieper. Destaca que a atual problemática deveria ser abordada numa tríplice perspectiva: A situação interna da Igreja em relação a sua presença na realidade pública; a relação eclesial com a Ecumene e a relação eclesial da Ecumene com a Igreja Evangélica na Alemanha. Cita texto (em francês) de Chesterton, ”Ortodoxie“ que expressa, na sua opinião, a ideia básica das questões de pessoal implicadas na Direção da Igreja. Ao final, cita um texto de K. Jaspers (Die geistige Situation der Zeit) pg. 91: „Verwirklichung im Scheitern kann so wirklich sein wie ein Erfolg . Was vor der Transzendenz den Vorrang hat kann niemand wissen„. 15. Cópia de uma longa correspondência do P. Hoffmann, Arroio do Tigre, de 28/03/1946, dirigida a todos os pastores do Sínodo, com breves anotações de Gustav Reusch, à margem. Hoffmann lembra inicialmente da situação dele e dos outros pastores que trabalharam fielmente durante a guerra, “auf einsamen Posten”. Lamenta profundamente que a influência da Igreja Alemã tenha motivado uma “infiltração” (eine Einströmung), que levara ao exercício de um regime eclesial “oligárquico”. Mesmo argumentando que esta sua carta não era o lugar para referir “a extrema, indizível necessidade e o sofrimento de irmãos.” (Unsagbare Not und Bruderleid), lamenta que penetrara na Igreja a perda das verdades mais elementares da Igreja. 86


Cita situações que conhecera na Alemanha de perseguição aos cristãos, leigos e pastores, pelo nacional-socialismo na Alemanha (Impacto nas questões de consciência; retirada dos crucifixos nas igrejas, que deveriam ser substituídos por quadros com imagem de Hitler; novos livros de conteúdo nacional-socialista; discriminação de crianças que participavam do Culto Infantil e dos membros que visitavam as celebrações da Comunidade). “Diese Jahre gehören zu den dunkelsten Zeiten der Kirchengeschichte nach dem reformatorischen Zeitalter”. Lamenta “ que a Direção Sinodal não havia dado um testemunho claro, como também o seu “Präses”, sobre esta nova e distorcida visão da Igreja que penetrara a Igreja da Alemanha”. Que esta “tempestade” não teve resultados ainda piores, isto devemos, conforme o colega Reusch corretamente observou, “não às pessoas, mas sim, à misericórdia de Deus”. Comenta longamente as consequências da falta de uma “confissão” clara, em todos os níveis, frente ao serviço à germanidade como anúncio, a substituição dos conteúdos das celebrações do Natal; a falta de amor na busca e visitação daqueles que aderiram à nova visão da Igreja a falta de testemunho pessoal. A carta contém detida reflexão teológica e bíblica e conclui, reiterando que faltara, na época da guerra, uma confissão clara a Cristo, diante da realidade (So werden weitere Lasten auf die Pfarrer gelegt, besonders in Ausübung des Amtes und der Wortverkündigung, auf die es gerade heute, in unserer Zeit, viel ankommt). 16. Correspondência de Wilhelm Hilbk para Gustav Reusch, de 17/04/1946. Informa sobre o resultado das eleições para Präses do Sínodo. O Kreis São Leopoldo apresentara como candidato alternativo a Dohms, o P. Sänger. A atitude do “Kreis” ao indicar Sänger, aconteceu por sua posição coerente e responsável de crítica a atual coordenação do Sínodo. O resultado da eleição, considerando o número de 46 membros votantes no Concílio, foi de 24 votos para Dohms, de 19 votos para Sänger e 3 abstenções. Schlieper teria sido sondado como candidato alternativo a Dohms, mas desistira. Hilbk apresentara uma moção com o objetivo de que se chegasse a uma “direção colegiada” do Sínodo (Kollegiale Leitung), o que poderia levar a uma “reforma” na direção geral da Igreja. 87


Anexo a esta moção, colocara uma outra, devidamente fundamentada, de que o Concílio Sinodal convocasse o P. Reusch para que, com tempo integral, se transferisse a São Leopoldo, para atuar como professor de teologia e para ser presidente da comissão de finanças do Sínodo. A moção foi aprovada com abstenções, legítimas como ele opina, (pflichtschuldige Enthaltungen) manifestadas pelos colegas professores da Faculdade de Teologia. Nenhum voto contrário. Hilbk acentua que fizera esta moção sem o conhecimento de Reusch. Promete todo o empenho do grupo em apoiar esta decisão e coloca-se ao lado de Reusch para apoiá-lo nesta tarefa e para motivar as comunidades a manifestarem a sua aprovação e apoio. Também o Kreis Caí apresentara uma moção de convidar Reusch para a direção da Escola de Teologia. Knäpper também incentivara Hilbk a apresentar a sua reivindicação convocando Reusch para a direção da Escola de Teologia. Por recomendação de Gottschald decidira-se pela formulação da moção original, apresentada por Hilbk. Lamenta que Dohms não compareceu à Conferência Pastoral, que aconteceu logo depois da tomada destas decisões. Não entenderam esta “fuga”. P. Dietschi comparecera a esta reunião com a “desculpa” de que colegas haviam recomendado a Dohms de não comparecer “a reunião por causa do clima que pairava pela oposição de alguns pastores “. Propõe a, numa próxima oportunidade, conversar (verhandeln) com Dohms a respeito da moção que apresentara. Informa ainda que o P. Pommer e ele mesmo estavam iniciando uma ação em favor do “ Colégio” (Sinodal, decerto). 17. Correspondência de Gustav Reusch para o P. Otto Hoffmann (Arroio do Tigre), de 16 de abril de 1946. (Resposta à correspondência de 28/03/1946 - Item 15 acima). Sugere inicialmente uma outra estratégia para o envio da carta circular, aos pastores, preparada por Hoffmann, propondo que ele promova inicialmente uma discussão do assunto na base, com os pastores e lideranças em seu Kreis, para que depois o assunto seja levado à Coordenação Sinodal. Dispensa uma manifestação de solidariedade para com G.R. e recomenda “ dar tempo ao tempo para que os colegas pastores” reconheçam e vejam a necessidade de uma nova ordem (Neuordnung), considerando a responsabilidade que cada um tem de permanecer firme 88


e inabalável ao centro deste propósito e de sentir-se firmes na sua fiel confissão diante dos outros. O que seguirá deveremos entregar ao Espírito de Deus “. Tece ainda uma série de considerações ao conteúdo da carta circular de Hoffmann. Destaca, mais uma vez, que qualquer movimento de renovação na Igreja terá que acontecer na vinculação à Escritura e à confissão que dela deriva (“Bindung an die Schrift, und das von daher entstandene Bekenntnis in allen Entscheidigungen“). Em relação à problemática do momento que vive a Igreja, cita tema que apresentou nos concílios regionais (Kreissynoden) “Kirche in der Entscheidung”. Lembra que a questão pessoal na Direção da Igreja se torna aguda pela iminente nova eleição para “Präses”. A Região (Kreis) Cachoeira sugerira, como tema: “Geistige Lage no Sínodo”. Acrescenta algumas informações pessoais a respeito dos familiares que estavam na Alemanha durante a guerra: “Von unseren Lieben hoerten wir Gestern ausfürlich über die Schweiz. Mein Bruder gehört zu den vielen von denen man nichts mehr weiss. Meine Schwiegermutter hat beide Häuser in der Ruhrstrasse in Witten durch Bombenangriffe verloren, ist selbst aber mit Lotte, der Schwester meiner Frau, gesund. Was für ein unsagbares Leid ist doch über unsere Lieben und unser Volk dahingegangen. Gott möge ihnen und uns alles Schwere zum Segen werden lassen. 18. Correspondência manuscrita de Ernesto Schlieper para Gustav Reusch, de 17 de abril de 1946. 19. Correspondência de Gustav Reusch para Wilhelm Hilbk, de 21/04/1946. Refere correspondência recebida (doc. 16 acima). “ Ihr habt deutlich gemacht, dass der Präsesmythos ausgeträumt ist bei vielen Kollegen,und das ist gut. Wir erwarten hier nichts mehr aus irgend einer „heiligen“ Höhe menschlich autoritären Gestalt“. Referente à moção do „Kreis“ São Leopoldo que sugerira que Gustav Reusch fosse convidado como professor da Escola de Teologia e coordenador da comissão de finanças, Gustav Reusch não se mostra muito inclinado, especialmente quanto à presidência da comissão de finanças. 89


Para Gustav Reusch deveria-se fazer, ainda antes, do próximo Concílio de votação, um contato entre as partes e procurar eventualmente uma “solução de compromisso” (Kompromissversuch). Diz ainda que não estava inclinado a candidatar-se para o setor de finanças, se Dohms fosse eleito. Da mesma forma não se sentiria inclinado, nem teria alegria, a deixar-se chamar para ser professor de teologia, antes que a questão da direção da mesma não estivesse resolvida. Se Dohms for eleito, G.R. sugere que o processo de “reforma”, devesse acontecer a partir das comunidades, pelo menos das comunidades de base (Kerngemeinden) e de pastores engajados com este propósito. G.R. desenvolve uma proposta bem concreta para resolver a questão pessoal da Direção do Sínodo. Sugere uma solução provisória, para a qual se deveria ter a anuência do Concílio. Uma solução provisória que funcionaria a partir do Concílio, até que se tivesse uma proposta concreta e a aprovação de uma nova “ ordem administrativa”, (Kirchenordnung) que tenha fixado exatamente quais seriam os órgãos diretivos e suas funções. O órgão diretivo provisório deveria ter 3 comissões diretivas: A comissão teológica (3 teólogos e 3 leigos), uma comissão administrativa e uma comissão financeira. O Präses presidiria a comissão teológica com a tarefa de elaborar a nova “Constituição”, juntamente com membros das diretorias das comunidades, os pastores e representantes dos “Kreise”. Além disto, ele assumiria a representação da Igreja para fora. O “Vice Präses” assumiria as tarefas com as comissões, as tarefas administrativas e a direção dos assuntos internos da Igreja. Um Pastor ou leigo assumiria a presidência da comissão de finanças. Gustav Reusch pessoalmente recomendaria Ernesto Schlieper a candidatar-se como Präses. Quanto a Escola de Teologia é de opinião que se escolha imediatamente um Diretor com tempo integral, em substituição a Dohms, o qual inclusive continuaria vinculado a ela, como professor. Somente depois da aprovação da nova constituição se procederia a nova eleição para a Coordenação Sinodal. Gustav Reusch pensa que chegando a um compromisso razoável nestes pontos, se teria uma base boa para intentar a tão esperada “ reforma”. 20. Correspondência de Wilhelm (Carazinho) para G.R., de 01/05/1946. A correspondência aborda questões pessoais do P. Wilhelm, relacionadas ao trabalho na Comunidade e seu intento de voltar, por razões pessoais, para a Alemanha.

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No final de sua carta menciona a sua identidade com o novo momento da Igreja na Alemanha e sua confiança completa na direção de Niemöller na Igreja Evangélica na Alemanha. Destaca a necessidade urgente de uma “reforma” na Igreja no Brasil e lamenta que muitos colegas não estão identificados com esta proposta. Desafia G. R. a iniciar e se engajar em movimento de conscientização pela renovação da Igreja no Brasil. 21. Correspondência do P. Otto Hoffman para Gustav Reusch, em 09/06/1946. Vindo de uma reunião sinodal (Concílio em Santa Cruz do Sul) vê chegando o momento de uma ação mais definitiva na linha de uma “renovação da Igreja”. Tece duras críticas ao P. Dohms e sua “Verstockung e Ehrsucht”. Atribui a ele alguns adjetivos duros. Para ele, os pastores são como um “rebanho de carneiros“, sem direção. (Leeres Herz und ein trauriges Herz). Almeja para o Sínodo um novo momento, centrado numa dinâmica conjunta dos protagonistas (Gruppenbewegung) e um novo despertar da fé fundamentada no Cristo do Evangelho. 22. Correspondência de Otto Hoffman (Arroio da Seca) para G.R., de 29/06/1946. Menciona a participação no Concílio em Santa Cruz do Sul, lamentando seu desenvolvimento e conclusões (Es ist Alarmmzeit, dass unsere lieben Kollegen immer noch so schlafen) Descreve, entre outros, o que parece ser o cerne da questão que ocupou o Concílio e aparentemente gerou tantos problemas também em relação à Direção e à Coordenação do mesmo: “Was wir in Sta. Cruz erreichen wollten die Erlangung der Plattform durch Bussbereitschaft und Ausprache, von der aus ein Neuanfang in der kirchlichen Arbeit hätte erfolgen können, ging durch des Präses Intrigenspiel fehl“. Detém-se ainda sobre a situação do programa „ Comitê de Socorro à Europa Faminta “, para o qual a Comunidade tem enviado doações. 23. Correspondência de G.R. para Otto Hoffmann, de 01/07/1946. Refere correspondência de Hoffman datada em 09/06/1946. Comenta que os próximos caminhos a trilhar, depois da reunião em Santa Cruz do Sul, as circunstâncias e as manifestações “de cima” vão mostrar.

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Importa que se fique fiel aos propósitos que até agora orientaram a reflexão sobre a “renovação da Igreja “. (Worauf es ankommt ...., dass wir der Sache des Erneuerungsanligens treu bleiben und dass wir uns einig zu werden versuchen über das inhaltliche Was (Erneuerung des Bekennens) und das formale Wie (neue Kirchenordnung) der Erneuerung. Refere artigo, enviado à direção do Sínodo sob o título: „Randbemerkungen zur verlauf der diesjährige Synodaltagung in Santa Cruz do Sul in Hinsicht auf unser Erneuerungsanliegen. 24. Correspondência de G. Reusch para Otto Hoffmann, de 12/07/1946 Refere a uma correspondência anterior de Hoffmann, datada em 09/06/1946. Destaca que se alegra pela identidade que ambos têm em relação à ação da Igreja nos seguintes pontos: “na responsabilidade de que o “Cristo somente” seja pregado ; na confissão de nossa culpa ; na conscientização do verdadeiro arrependimento e na disposição para abrir de um novo espaço” Alegra-se com a possibilidade do colega poder intermediar contatos com a Igreja e lideranças chaves da Igreja na Alemanha. Como novo diretor do Departamento de Relações Exteriores assumira, em lugar de Niemöller, Dr. Assmussen. Este, G.R. conhecera pessoalmente, em sua viagem de férias à Alemanha, em 1934. G.R. tem uma expectativa, que pela intermediação do colega, possa também retomar contato com lideranças da Igreja Confessante. Cita o nome do Dr. Boehn, que era relator de assuntos externos (Aussenreferent) da Igreja Confessante com o qual mantivera regular contato até 1939. G.R. julga importante esta possibilidade da retomada do contato com a Igreja Confessante para saber das ideias que orientam o movimento de renovação na Igreja da Alemanha e para enriquecer os estudos e a reflexão sobre o próprio processo de renovação da Igreja no Brasil. 25. Correspondência do P. Kube, Maratá/ Linha P. Machado para G. R., de 24/07/46. Kube apóia integralmente as ideias do artigo por G. R. sob o título: Randbemerkungen zum Verlauf der diesjährigen Synode, inclusive com as respectivas consequências colocadas ao final.

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Opina que os trabalhos do Concílio transcorreram em um espírito de “difamação das opiniões divergentes e com uma genial desconsideração às propostas feitas com seriedade”. A Conferência Pastoral da Região de Caí (Kreis Caí) dirigira-se à Diretoria do Sínodo, interrogando porque as eleições foram realizadas em aberta contradição ao que estabelecia o parágrafo 22 dos estatutos. Kube se manifesta contrário à “confissão de culpa”, que declararia, publicamente, a sua culpa pelos acontecimentos na época da guerra. A Igreja deverá declarar sua culpa só “internamente”. Intui que G. R., nas suas “Randbemerkungen” compreende que a confissão de culpa deveria também integrar uma confissão de culpa da Igreja pelos acontecimentos dramáticos da guerra. Kube assinala que tal confissão não cabe “a Igreja”. Não é uma tarefa da Igreja a de julgar a “Völkerwelt”. 26. Correspondência incompleta de remetente desconhecido, para G. R., de 25/06/1946. (Provável autor E. Schlieper) Depois de uma série de assuntos relativos “à provimento de pastores e aos envios de doação para programa “ Europa faminta”, Schlieper se detém numa avaliação do artigo. Randbemerkungen..... (Ver acima). Escreve Schlieper: Deine Randbemmerkungen haben mich nicht froh gemacht. Darum geht es natürlich nicht, aber ich habe den Eindruck als trautest Du uns, die du Mehrheit nennst,eine recht grosse Ferne von der Sache zu. Das beste was wir nun machen können wäre unser Amt niederzulegen und eine neue Synodalversammlung einberufen. So sind meine Bedenken zu deinen Randbemerkungen etwas scharf ausgefallen. Aber ich möchte dass Du dich überzeugst, dass ich wirklich nicht nur aus „ Byzantinismus“ und Borniertheit zur sogenannten „Mehrheit“ in Santa Cruz gehörte“. 27. Correspondência de G.R. para P. Kube (!) de 02/08/1946. Refere carta e assunto da carta de Kube escrita em 24/07/1946 (Item 25). Menciona que “a questão da confissão de culpa e necessidade do arrependimento refere-se bem concretamente à nossa culpa no âmbito da nossa Igreja. Opõe-se ao entendimento de Schlieper que seria da opinião, externada em um posicionamento dele, de que a nossa confissão de culpa já estaria integrada “a confissão de culpa da Igreja na Alemanha”. A confissão de culpa só poderia referir-se a culpa da nossa Igreja porque uma tal confissão sempre terá que ter sua concretitude. (Konkretisierung der Schuld). Agradece pela iniciativa que seu artigo e de que as suas “Randbemerkungen” serão levadas para a discussão na Conferência Pastoral. 93


28. Correspondência de G. R. para P. Otto Hoffmann, de 05/08/1946. Comenta o recebimento do posicionamento de E. Schlieper e julga que este tenha entrado em uma linha “ oficial”, em suas colocações. Julga que com este posicionamento está aberta a discussão, esperando que muitos outros colegas, identificados com a ideia da renovação da Igreja, se manifestem publicamente. 29. Correspondência do P. Scheele (Lajeado) para G.R., de 12/08/1946. P. Scheele manifesta a sua opinião referente às “Randbemerkungen “ de G.R. (ver várias correspondências logo acima). 1. Reconhece que é necessário repensar a vida e tarefa da Igreja sempre de novo. O Sínodo fez sua confissão quando da celebração no início do culto. Este é o lugar da confissão. Mas rejeita a ideia de que a Igreja teria se desviado de tal maneira que só uma confissão de culpa a pudesse reabilitar novamente. Afirma que a Igreja no Brasil tem tomado decisões importantes na base de sua confissão. Uma delas tem sido a permanência de G. R. na diretoria sinodal, apesar de sua aberta e declarada pertença à Igreja Confessante. 2. A proposta das três comissões diretivas não podia ser discutida no Concílio. O assunto é muito complexo. O assunto é discutível, especialmente porque distingue, separa, entre uma “ direção espiritual e uma direção administrativa”. Tal separação trará permanentemente dificuldades e tensões. Nem tempo havia, em Santa Cruz, para discutir este assunto ainda mais que nem fora encaminhado via Sínodo. 3. G. R. criticara em suas “Randbemerkungen” a modalidade da condução das eleições no Concílio. (Ver acima item 25!) P. Scheele argumenta, porém, que G. R. participara dos diálogos preliminares e que havia silenciado. Entende que a sistemática da eleição aprovada por 8 Regiões (Kreise) de 10, fora legitimamente e democraticamente aprovada pelo Conselho Sinodal. Assim mesmo G.R. ficara insistindo em sua proposta! 4. P. Schelle pergunta se os encaminhamentos no Concílio não foram prejudicados exatamente por GR mesmo com o seu “discurso para provocar agitação e moções de surpresa com propostas de caráter parlamentarista”.

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30.

Correspondência do P. Kube, Presidente da Região Sinodal de Caí (Kreis Caí), de 13/08/46 para G.R. Refere carta recebida de G.R. datada em 02/08/46 (item 27) Informa sobre o recebimento de uma resposta de Dohms às interrogações levantadas em sua correspondência (doc. 27 acima). Dohms reconhece que se afastara do procedimento eleitoral previsto no artigo 22. Justifica esta atitude com vários argumentos: de que isto já era usual; de que o resultado da eleição levara a este procedimento; pela não existência de outras propostas de candidatos para a eleição; pela competência do Concílio em definir o processo de eleição; pela decisão tomada pelo Conselho Sinodal e apresentada ao Concílio e finalmente pelo fato de que o artigo 22 não pertencia ao estatuto registrado do Sínodo. Expressa seu apoio ao artigo “Randbemerkungen…”. Ao tecer comentários sobre uma nova ordem para o Sínodo (Estatuto e demais ordens) acentua que a questão básica é: “ Como construiremos nossa Igreja aqui no Rio Grande do Sul.” Sugere que G.R. trabalhe em uma nova proposta de estatuto que compreenda Direção (Leitung), Constituição (Verfassung) e Administração (Verwaltung).

31.

Correspondência de P. Wilhelm Küster (Carazinho) para G.R. de 13/08/46 Confirma o recebimento das “Randbemerkungen…”. Referindo-se às mesmas, opina que o “clima em nossa Igreja não lhe agrada mais”. Informa ainda sobre situação de seus familiares, dos quais recebeu a primeira carta, depois de 1942. Familiares residem em Witten e Bövinghausen. Manteve contato com K. Barth, que lhe enviou dois cadernos seus sobre a situação da Igreja na Alemanha. Uma carta que escrevera a Barth, no início da guerra, ficou sem resposta. Niemöller “VicePresidente do Conselho de Igreja na Alemanha “, também não respondera à carta que enviara para a Suíça. Wurm seria para os luteranos um luterano com tendências unionistas. Meiser é aquele que encontra muita simpatia entre os luteranos e nele se coloca muita esperança. Karl Barth é reconhecido como “ o teólogo mais inteligente da Europa, é um verdadeiro reformado e unionista. O mundo a escuta”.

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32.

Correspondência de Otto Hoffman (Arroio da Seca) para G. R., de 02/09/1946. Informa sobre a situação de seus familiares na Alemanha e sobre a difícil situação eclesiástica na Alemanha, especialmente pela posição da Baviera contra Niemöller. Baviera desejava uma Igreja Luterana (Lutherische Reichskirche) com um Bispo. Comenta como Barth e seus simpatizantes ganhavam espaço de ação. O presidente da Igreja Evangéliva na Alemanha o convidara para colaborar no Dia da Igreja e na ação geral da Igreja. Alerta G.R., que diante das circunstâncias decorrentes da reunião em Santa Cruz, colocar a esperança no seu projeto era algo sem sentido. Lamenta o posicionamento de Schlieper após a reunião de Santa Cruz e acusa-o, também pelas acusações lançadas contra ele. Está surpreso pelo fato de Schlieper estar se afastando do grupo ao redor de G.R. e daqueles que se posicionaram diferentemente em Santa Cruz, inclusive o combate agora. Refere-se “a eleição de Dohms ocorrida em Santa Cruz, e é da opinião que o processo de eleição ocorrera com subterfúgio e com astúcia, mesmo que isto tenha sido contestado (Veja acima doc. 29 da carta de P. Schlieper a G. R.)

33.

Correspondência de G.R. para Ernesto Schlieper, de 18/09/46. G.R. lamenta o posicionamento de Ernesto Schlieper em seu posicionamento “Stellungnahme”, após a reunião de Santa Cruz, por conter alusões polêmicas de caráter pessoal em relação a G.R.. G. R. esperava um outro posicionamento que pudesse animar o início de novo diálogo e quebrar as diferenças (Verkrampfungen), que se acentuaram, mais uma vez, na reunião de Santa Cruz. Opina ainda sobre o modo de proceder da Comissão Teológica. Ao final, lamenta mais uma vez o posicionamento de Schlieper (Ein Jammer, dass Du in diese Konstelation hineingeraten bist). Lembra também das tensões nascidas de um posicionamento crítico de Schlieper frente ao Grupo de Trabalho identificado com a Igreja Confessante.

34.

Ata da Conferência dos Pastores da Região (Kreis) em Santa Cruz do Sul, de 08/09/1946. P. Arthur Becker redigiu a ata. P. Becker informa na conferência sobre o artigo de G. R. a respeito do tema a “Erneuerung der Kirche”. A Conferência dos Pastores se manifesta favoravelmente “as posições de G. Reusch, com a rejeição 96


da “Volkstumstheologie”, que penetrou no Sínodo desde 1933. (Volkstum kann nicht als zweite Offenbarungsquelle angesehen werden). Seguem algumas observações relativas à reunião em Santa Cruz: Pastores não comparecem com talar para o culto de abertura (Algemeines Bedauern hervorgerufen); necessidade de ampliar o tempo da Assembleia, especialmente neste momento, depois de tantos anos sem uma reunião; colocar a realização da Assembleia no tempo de férias escolares; enviar os relatórios antecipadamente; dar tempo nas conferências pastorais da Assembleia para diálogos e troca de ideias (combatendo assim a ideia de que não se quer que os pastores se manifestem); dar tempo na Assembleia para tratar da realidade dos pastores e de seu ministério. É apresentada uma proposta de realização de uma Conferência de Pastores a nível sinodal, que funcionaria como um órgão de representação dos pastores “ na construção da vida sinodal”. 35.

Um esboço de correspondência do Presidente da Região Caí (MaratáLinha Pinheiro Machado) dirigida à Diretoria Sinodal, de set. 1946. Trata de assuntos internos da Comunidade de Nova Petrópolis, e reivindica que a Região (Kreis) sempre seja consultada em assuntos de ordem pessoal e legal , ainda ,mais quando estiverem implicadas questões regimentais do Sínodo ou da Comunidade.

36.

Posicionamento de G. R. a uma manifestação da Associação Batista do Rio Grande do Sul, que contesta o que consta no Livro de Doutrina pg. 138 e 139 sobre os batistas .

37.

Correspondência de Wilhelm Küster (Carazinho) para G. R., em 19/09/1946. Manifesta seu integral apoio às “Randbemerkungen” de G. R., referindo a discussão havida sobre “ confissão de culpa”, na Assembleia de Santa Cruz. “Es gibt keinen anderen Ausweg als die Schuld offen zu bekennen - Man könnte dem aber entgegen halten in Rio Grande liegt die Lage anders – Hier hatte man nicht die Kourage miteinzustimmen. Auch unser Schuldbekenntnis muss heraus, wenn es um einen neuen Gottgesegneten Anfang kommen soll“. No mais desenvolve assuntos pertinentes a uma candidatura por um novo campo de trabalho. 97


38.

Correspondência de Otto Hofmann para G.R. (Arroio da Seca), de 08/09/1946. Manifesta mais uma vez sua forte e agressiva discordância pelo encaminhamento dos assuntos eletivos em Santa Cruz do Sul e quer motivar G. R. a dar um passo decisivo em manifestar, mais publicamente, sua posição contrária e a buscar o apoio dos pastores para uma posição de contestação do Sínodo e seu Präses. (Bekenne Dich, lieber Gustav, endlich zu diesem Schritt, der alle Konsequenzen einschliest).

39.

Correspondência de G.R. para Otto Hoffmann, de 23/09/1946. “Sou da opinião de que apesar de toda a nossa vinculação teológica e espiritual com a Igreja Confessante na Alemanha, nós teremos que tomar nossas decisões a partir daqui e não de outros lugares”. “ Não tenho ambições de assumir uma tarefa diretiva, e sim o que nos deve animar a todos nós é que Cristo vença e nos dirija e que leve os mudos entre nós a proclamar e testemunhar. “Nossa tarefa é, em primeiro lugar, é a de advertir, para que não ocorra uma nova catástrofe, e em segudo lugar, a de, mais uma vez, abrir as possibilidades de diálogo, em base bem ampla”.

40.

Correspondência de G. R. para Wilhelm Küster, de 24/09/1946. Expressa sua profunda identidade com um texto de Niemöller (Not und Aufgabe der Kirche in Deutschland), que ele recebera do amigo Küster. G. R. destaca deste texto de Niemöller a sentença que o impressionara deveras „in dieses Wort der Wahrheit der Sünde, Schuld, und Gnade in diesem Herr-und Helferwerden Christi über ein Menschen Leben ist der Bann gebrochen der heute über so manche Kirche zu liegen scheint ”. G. R. escreve „ Não consegui me desligar do texto, ele me deixou muito pensativo, devo confessar de que nada me impressionou desta maneira, nos últimos tempos”. Envia ao colega um texto seu sobre a questão da culpa e do movimento de renovação da Igreja, que é motivada pelo posicionamento de Ernesto Schlieper, que não lhe agradou.

41.

Correspondência de Wilhelm Küster (Carazinho) para G.R., de 01/10/1946. 98


Refere um posicionamento de maior importância da Igreja Evangélica na Alemanha sobre a “Stuttgarter Kundgebung”. Trata-se de um posicionamento subscrito por 12 pessoas, entre elas Wurm, Dibelius, Assmusen, Niemöller e outros. Observa que faltam as assinatureas de Meiser e Mahrarens da área luterana. Cita algumas passagens deste documento como: „Wir haben gesündigt, wir sind schuldig an der Welt. Gott sei uns Sündern gnädig”. Küster aborda longamente ainda questões de sua eventual transferência de Carazinho para Santa Maria. 42.

Cópia de uma longa (4 páginas) correspondência de Otto Hoffmann, dirigida à Diretoria Sinodal, aos cuidados de Dohms. Trata-se de uma longa correspondência que elabora teologicamente uma série de aspectos da realidade eclesial e pastoral de sua condição de pastor do Sínodo Riograndense. Reclama que não tenha sido possível tratar na plenária da Assembléia de Santa Cruz, das proposições de G.R. e de suas moções. O Sínodo presta assim um desserviço ao movimento legítimo de “ renovação da Igreja”, estabelecendo barreiras para que este movimento de renovação não possa fluir no âmbito da Igreja.

43.

Cópia da correspondência de Otto Hoffman para P. Seiter, de 10/10/1946. Comenta a situação de absoluta necessidade do povo da Igreja na Alemanha, razão pela qual cogita voltar à Alemanha, para poder auxiliar aquelas pessoas que “ perderam seu fundamento, tem suas mentes vazias, vendo somente um vácuo, que perderam tudo que possuíam e encaravam tudo com uma profunda dúvida”.

44.

Correspondência de Otto Hoffmann para G. R., de 12/10/1946. Relata que se dirigiu a Dohms, contestando, mais uma vez, a condução “legalista” das eleições em Santa Cruz. Por outra, comenta as discussões havidas sobre real arrependimento (reale Busse), lembrando posições de lideranças da Igreja na Alemanha. O posicionamento de G.R., ele define como um posicionamento corajoso e com base uma base histórica (ein mutiges Wort und eine geschichtliche Grundlage), para contestar as eleições em Santa Cruz. 99


45.

Correspondência de Otto Hoffman (Arroio da Seca) para G.R., de 13/10/1946. Esclarece um desentendimento havido entre ele e G.R. a respeito de uma reivindicação de Hoffmann de que o Sínodo o auxiliasse financeiramente, pela “perda considerável de seus bens”, que ocorrera enquanto estava na Comunidade de Santa Maria. Enfatiza a importância de G.R. para o momento do Sínodo e o movimento de renovação da Igreja (Auf keinem vom Synodalvorstand, selbst auf den Synodalpräses nicht, liegt so viel Veranwortung in Bezug unserer kirchlichen Erneuerungsanliegen wie auf Ihnen).

46.

Correspondência de P. Kube (Presidente da Região Sinodal (Kreis) Caí, para G. R., de 14/10/1946. Kube refere ter recebido o artigo de G.R. (Grundsätliche Randbemerkungen) e os artigos de Niemöller, „Von einer neuen Aufspaltung .... Not uind Aufgabe der Kirche in Deutschland „. Escreve que percebe claramente no artigo de G.R. que este não pretende sabotar a Diretoria do Sínodo, mas objetiva construir a base para uma cooperação positiva no assunto da renovação da Igreja. Comenta detidamente situação comunitária (N. Petrópolis), que envolvia o Pastor e provocara, contra a sua vontade e sua autoridade como Pres. da Região, a intervenção da Diretoria Sinodal. Com amplas considerações teológicas diverge da posição que inclui a “Una” e “santa” Igreja na declaração de culpa que se articula no Sínodo. (Die Kirche als Una Sancta ist im Himmel, und aus der Schuld herausgenommen. Wir, als Menschen stehen unter der Schuld, aber durch Gottes Gnade sind wir frei von der Schuld).

47.

Correspondência de G.R. para P. Kube, de 16/10/ 46, referindo correspondência do mesmo, de 14/10/46 (Ver acima doc. 46). G.R. critica a intervenção do Sínodo na questão comunitária citada (ver acima) e atribui ao Sínodo, por minar a autoridade do Pres. da Região, um caráter de “papalismo e caudilhismo”, citados por Kube. Questiona a opinião de Kube quanto à manifestação de Niemöller (citada acima várias vezes) e a própria posição de Kube quanto à “confissão de culpa”. Desenvolve detalhadamente sua posição e reflexões que o levam a se engajar neste propósito como o fez na 100


Assembleia em Santa Cruz do Sul e em várias manifestações por ecrito. ( Wir unterstehen in allen unseren Lebens und Gemeinschaftsbeziehungen dem Regnum Christi und Ihm allein dienen und zu gehorchen haben.............. Die Transzendenz wird hier nicht zur Immanenz aber die Transzezdenz der Gnade und der Offenbarung würde hier nicht ohne konkrete Wirkungen bleiben in die Immanenz hinein. 48.

Correspondência de Otto Hoffmann (Arroio da Seca) para G. R., de 24/10/1946. Volta a comentar o artigo de Niemöller sobre o tema “ confissão de culpa”, e manifesta a sua irritação com colegas patores que ainda estão acomodados “ nas suas concepções nacionalistas” , para criticar o propósito de Niemöller e da Igreja na Alemanha, de confessar a sua culpa. Solicita uma opinião de G.R. sobre a sua ideia de constituir uma “ central de distribuição de material impresso, por intermédio do qual se enviaria regularmente material esclarecedor aos pastores.” Aborda ainda questões pessoais que dizem respeito ao provimento de vagas para as quais também se candidatara.

49.

Correspondência de G. R. para P. Wilhelm Küster, de 24/10/1946. G.R. informa o amigo de que recebera a informação de que o Kreisvorsteher, P. Nöllenburg, estava “sabotando os propósitos de inovação da Igreja”, ao publicar um programa de 18 pontos, que ele diz ser “o resultado de uma conferência“ (das Ergebnis einer Besprechung), que ele pretendia divulgar para colher as assinaturas dos pastores e apresentar na Conferência de Pastores das Regiões (Kreisvorsteherkonferenz). O documento que nascera em uma outra Região Eclesiástica (Kirchenkreis) estaria abordando questões como: regime constitucional interno, a criação de uma direção espiritual (Geistliche Leitung), ordem disciplinar, relatos para assuntos do Hospital, Casa Matriz e OASE. Não conhecia o teor do documento no seu todo, mas sim somente o Art. 17 do mesmo, que dizia : “ Considerando as atuais publicações do colega GR, os pastores desta Região Eclesiástica ( Kreis ) consideram não ser adequada a convocação do mesmo como Professor da Escola de Teologia e muito menos como professor de religião no Instittuto Pré-Teológico e Casa Matriz „. (Auf Grund der bisherigen Veroffentlichungen des Kollegen Reusch halten es die Pfarrer dieses 101


Kreises für nicht angebracht, den selben als Lehrer an die Theologische Schule zu berufen, noch weniger als Religionslehrer für das Proseminar oder das Mutterhaus“). Pondera que o assunto não tem pertinência, uma vez que ele negara esta convocação, logo quando fora convidado por E. Schlieper após a Assembleia Sinodal em Santa Cruz do Sul, porque não via condições para um bom e construtivo trabalho. Agora aparecera, assim mesmo, esta manifestação sobre um assunto que já estava encerrado, com ataques pessoais que revelavam, que Nöllenburg estaria se candidatando a ser “o general da inquisição do tribunal disciplinar(“Inquisitionsgeneral des Diziplinargerichtes”). Constata com que, pelo fato destes 18 pontos terem sido o resultado de uma “conferência“, estaria implícito que seus amigos Küster e Seiter, que haviam recebido a carta e eram do mesmo “Kreis“, teriam concordado com tal artigo. Solicita, pois, que o colega informe: Quais os pastores da região haviam apoiado e até assinado esta manifestação. (O diálogo aconteceu em São Leopoldo ou na Conferência dos Pastores na Região Alto Jacuí.) A quem os 18 pontos foram enviados! Solicita que o colega, tendo-se colocado a par, informe sobre isto todos que receberam a manifestação, acrescentando a isto um posicionamento seu. 50.

Correspondência de W. Küster para G.R., de 30/10/1946. Informa que não sabe nada da manifestação a que G.R. se referira na carta de 24/10/46 e que está muito revoltado. Os colegas da Região Alto Jacuí já se posicionaram contra manifestação arbitrária de Nöllenburg. Os pastores Seiter, Seibel, Volkmann também não apóiam, nem assinaram, nem assinarão posicionamento semelhante. Diz-se que Nöllenburg teria tido a simpatia e o apoio de Atkinson e de Simon e Jost (todos da mesma Região) e devem ter “tramado“ o assunto em São Leopoldo. Quem teria sido o mentor e porque exatamente neste momento? Já Th. Dietschi manifestara que ambos os colegas de Ijuí, encarregados da coleta de doação para a Escola de Teologia, estavam misturando sua ação de coleta, com questões políticas. Expressa sua surpresa pelo fato de que os colegas citados se opunham tenazmente à visita de Niemöller, como também de outros da “direção 102


espiritual”. Considera a visita de Niemöller um “ presente de Deus” e espera desta visita um impulso que animará o “movimento de renovação da Igreja”. 51.

Correspondência de G.R. para P. Otto Hofmann, de 30/10/1946. Afirma que é chegado o momento de tomar uma iniciativa mais forte, de levantar a voz em favor da “Renovação da Igreja“ e que se fazia necessária agora uma manifestação comum forte de todos aqueles que estavam comprometidos com esta causa, também quanto aos problemas intereclesiais. Lamentava muito que com este art. 17 da manifestação de Nöllenburg, se iniciaria “processo herético com coletânea de assinaturas” (Ketzerprozess mit Stimmensammlung). Compartilha com o colega sua indignação sobre o enunciado no Art. 17 da manifestação, mesmo constatando que o assunto já estava encerrado desde a reunião sinodal em Santa Cruz do Sul. Quanto aos seus artigos e palestras G.R. opina: „É algo bem diferente se no entanto alguém tiver a dizer algo crítico sobre as minhas publicações. Que o faça tranquilamente “. ( Etwas anderes ist es, wenn man zu meinen Veroffentlichungen etwas Kritishes zu sagen hat. Man soll das getrost tun ...)

52.

Correspondência do P. Kube (Presidente Regional Sinodal de Cai), para G.R., de 01/11/46. Manifesta a sua solidariedade a G.R. e informa que em uma próxima visita à São Leopoldo entregará seu próprio posicionamento sobre a questão, a Dohms. Julga que o intento da manifestação com seus 18 pontos é o de “calar a oposição” (Opposition mundtot). Interroga ainda porque Dohms havia cancelado, neste momento, a Conferência com os Presidentes das Regiões (Kreisvorsteherkonferenz).

53.

Cópia da correspondência do P. Küster (Carazinho) para o P. Nöllenburg, de 09/11/1940. (Receberam ainda cópias, P. Simon e Präses Dohms). Faz veemente crítica à manifestação de 18 pontos e afirma que esta proposta retorna às propostas de 1933-1935. Os colegas da Região Alto Jacuí não tiveram conhecimento daquela manifestação dos 18 pontos, não foram consultados e não assinaram a mesma. Interroga o P. Nöllenburg à respeito de quais as publicações de G.R. que o fariam incapaz de assumir os cargos para os quais havia sido 103


convidado. Quer saber se talvez se tratasse das cartas circulares que G.R. divulgou aos colegas simpatizantes da Igreja Confessante. E afirma finalmente: “ As publicações de G.R. são os pensamentos de uma pessoa e de um pastor experiente preocupado legitimamente pelo bem da Igreja. As publicações de G.R. revelam que a tarefa para a qual ele fora convocado, deveria ser atribuída justamente a ele porque “nenhum outro em nosso Sínodo tem a capacidade e a vocação para tal“. Conforme Küster os 18 artigos foram redigidos “no espírito de intolerância da Idade Média“. G.R. está tão somente interessado na “renovação da Igreja”. Exige finalmente a revogação do Artigo 17, porque, pelo menos, fere o princípio do coleguismo e porque não confere com a verdade. 54.

Cópia de correspondência do Sínodo (P. Gottschald) de 14/11/1946, dirigida ao P. Sänger contendo o pedido por uma prestação de contas “pormenorizada“ do Colégio e a retirada de uma correspondência afrontosa enviada à Diretoria Sinodal. Pertencem na época à Diretoria Sinodal, P. Dohms, E. Schlieper, H. Trein, W. Fuchs, Gustavo Schreiber, K. Gottschald.

55.

Correspondência de G. R. para P. Nöllenburg, de 18/11/1946. Trata-se da primeira correspondência de G.R., dirigida aquele que seria o autor do manifesto com os 18 pontos. G. R. afirma que não se manifestaria sobre os 18 pontos se não tivesse sido citado nominalmente no ponto 17. Mas o manifesto revelara-lhe, com toda clareza, de que antes de tratar das questões organizacionais e estruturais do Sínodo seria absolutamente necessário tratar das condições e questões fundamentais da renovação da nossa Igreja, nos seus aspectos fundamentais e essenciais“. A respeito da reivindicação contida nos 18 pontos, sugerindo a instalação de “um dirigente espiritual”, G.R. constata que se está voltando aos tempos de 1933 (Führemodell), como se não tivessem aprendido nada nestes últimos anos. Em relação ao ponto 17, que se refere a ele pessoalmente, G.R. comenta:  Que com esta “difamação” se está contribuindo ainda mais com a “paralisação e endurecimento” das frentes, que se apresentaram na Assembleia Sinodal de Santa Cruz do Sul (Eleições e confissão de culpa). 104


 Que solicitara na reunião da Comissão Teológica, que se o ponto 17 não for revogado na forma cabível, ele levaria o assunto para a próxima Assembleia Sinodal, para interrogar também se uma tal difamação seria algo possível no contexto da visão da Igreja.  Um diálogo realizado com Nöllenburg revelara que o manifesto fora publicado sob a responsabilidade dos colegas Simon, Jost, Atkinson e Nöllenburg. Nöllenburg declarara ser autor dos pontos 1-4 e de que não havia participado na elaboração dos outros. G.R. então teria feito para ele a leitura do ponto 17.  A difamação se configurara porque a possibilidade de convocação para um cargo sinodal, está aberta legitimamente a qualquer pastor. O que acontecera era que se colocara um “estigma“ do nome de G.R., ainda mais que o manifesto também fora submetido a uma coleta de assinaturas entre pastores.  G.R. já sofrera uma acusação anteriormente, em 1937, quando uma fonte brasileira se posicionara junto a órgãos da Igreja na Alemanha, acusando-o por sua teologia (não por uma eventual dificuldade de entendimento de seus artigos) identificada com a Igreja Confessante, pela qual estaria se afastando da confissão do Sínodo e de seus fundamentos. Constata uma relação com a manifestação difamatória de então com esta agora dos 18 pontos. O fato é que aquela manifestação difamatória havia sido retirada em todos os níveis pela “ autoridade responsável ” que a formulara originalmente. G. R. afirma finalmente:  A troca de ideias de pessoas ou grupos deve acontecer com liberdade e responsabilidade, ao tratar dos assuntos da Igreja, visando a “renovação da Igreja”, mesmo em público.  A discussão objetiva não deve ser freada, ao contrário, ela é bemvinda, ainda mais neste momento da história da Igreja no Brasil.  Não há nada contra o fato de que, quanto às eleições, se celebre um compromisso ou se tenha posição contrária.  De ninguém deve ser retirado o direito de concorrer a um cargo eclesiástico. A atitude de difamar um colega, na forma como foi realizada (artigo 17 dos 18 Artigos) pelos seus signatários, não deve encontrar guarida no âmbito da Igreja (“...durch diese Methode würde es zu einer durch Diktatur gemässigten Anarchie oder zu einer Willkür ......in dieser Kirche ...kommen “)  O ponto 17 da manifestação deve ser retirado formalmente e desta retirada formal devem ser informados todos os pastores, devendo ainda este assunto, para um posicionamento devido, ser encaminhado à próxima Assembleia Sinodal 105


(Cópia da carta foi enviada a Dohms, aos Presidentes das Regiões (Kreis-Vorsteher) e alguns amigos). 56.

Correspondência de Dohms para G.R., em 23/11/46. Informa que P. Bergmann dirigira-se à Diretoria Sinodal solicitando veementemente, em nome da Conferência dos Pastores da Região Cachoeira do Sul, a revogação do ponto 17 da manifestação de 18 pontos. Informa ter recebido cópia do manifesto de 18 pontos. Esta cópia não estaria identificada como “Documento Nöllenburg” e que não constituía agressão à pessoa de G.R. Informa ter recebido outras cópias, porém sem alusão à pessoa de G.R.. Recomenda que se busque antes de tudo o teor do documento citado por P. Bergmann. Solicitara também a Nollenburg teor da manifestação que este enviara aos pastores.

57.

Cópia de correspondência de W. Küster (Carazinho) para P. Nöllenburg. Solicita uma resposta a sua correspondência que ainda não fora respondida. E se as afirmações constantes no Manifesto de 18 pontos e que “ desacreditavam e difamavam” um colega (eines verdienten Kollegen), ainda não tivessem sido retiradas, isto deveria ser feito imediatamente. Este é também o pensamento dos colegas do “Kreis”.

58.

Correspondência de Dohms para G. R. de 26/11/1946. Escreve longa correspondência reagindo à correspondência de G.R., enviada para Nöllenburg e da qual recebera cópia. Diante da colocação de que os 18 pontos do Manifesto Nöllenburg haviam sido divulgados após uma reunião da Diretoria, em São Leopoldo, permitia-se fazer algumas observações. 1. As colocações do manifesto devem ser respondidas por quem as formulou. 2. Contesta com veemência a insinuação de G.R. em suas “Randbeberkungen zur Synode in Santa Cruz do Sul”, de que o relatório do Präses teria tido um forte “ tom de justificativa”, em vez de uma “clara confissão de nossa culpa“. Segue citação do relatório de Dohms à Assembleia no qual assegura que a ideia da confissão de culpa estava presente no relatório, bem ao contrário das considerações de G.R. 106


3. Afirma que não é o responsável por todas as propostas e sugestões que não correspondem com a opinião e preocupações de G.R. O presidente do Sínodo está, neste momento, vivendo tensões difíceis que de outra parte recomendam que seja intransigente com a “falta de disciplina” e manifestações que querem “quebrar a ordem eclesiástica”. 4. Rechaça a acusação de uma atitude “ditatorial”. Diante da atitude de G. R. em propor uma Assembleia Sinodal postergando as eleições. Ele defendera a posição de que se devesse deixar a Assembleia assumir as competências, que lhe cabem, conforme o Estatuto e realizar as eleições. O fato de que o Presidente da Assembleia dera a aprovação para a realização das votações, não se constituíra em “atitude ditatorial”, nem nega à Assembleia a sua autoridade e competência. 5. Rechaça igualmente as afirmações de G. R. que interpretara a movimentação política ao redor das eleições, na Assembleia, como consequência de um “sistema de direção caudilhista“. Interroga se as manifestações de G.R. que usa esta linguagem contra Dohms, não são expressão justamente de um propósito autoritário de G.R. 6. Dohms contesta, com vigor, as conclusões de G.R. de que a sua posição se assemelhava daquilo que escrevera sob o título “Volk und Kirche”, apresentado já em 1934, em uma reunião da Diretoria Sinodal. Por isso, passa a contestar as manifestações de G. R. afirmando: - Que nunca ensinara que o povo (Volk) deveria ser entendido como uma “ ordem da criação”. (Schöpfungsordnung); - Que não igualara (gleichgeordnet) povo (Volk) e Igreja; - Que entendia que “Volkstumspflege sicher nicht das Amt der Kirche ist” ; - Que nunca elevara o povo (Volk) para uma dignidade e essência metafísica, como G.R. sugerira; - Que estaria sendo criticado por afirmações que havia negado já antes. 7. “Helfen Sie mit, dass nicht einer dem anderen die Busse erst zuschiebt und dann abspricht und dass nicht zu eilig ‘ Falschlehrer’ gemacht werden .... .“ 59.

Em longa correspondência de G.R. ao seu amigo P. Otto Hoffmann e a seu pedido, faz um apanhado de sua trajetória de luta pela “ renovação da Igreja”, desde o ano de 1934. A correspondência está datada em 27/11/1946.

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Apresentamos a seguir tradução deste depoimento de G. Reusch, considerando sua importância. Trata-se de uma manifestação pessoal do protagonista deste Volume 2 e de sua própria trajetória desde o ano de 1934. Publicamos esta tradução com as notas motivadoras e esclarecedoras do tradutor. Cachoeira do Sul, 27 de novembro de 1946. Ao Sr. Pastor Otto Hoffmann Arroio da Seca [Tradução do alemão por Walter O. Schlupp em outubro de 2012] Caro Otto! Você me pediu que apresentasse um relato resumido sobre nossa luta pela implementação da renovação que propusemos para a nossa igreja. Isto somente conseguirei fazer restringindo-me àqueles períodos de luta dos quais participei pessoalmente. Isto também indica os limites da descrição aqui apresentada, uma vez que o período parcial [que aqui reproduzo jamais poderá representar o todo que aconteceu. Em compensação, o fato de se ter tratado de experiência pessoal proporcionará à descrição um colorido especial, refletindo todas as tensões do momento. Em 1934 saí de férias1 para a Alemanha. No sínodo falava-se muito de renovação. Esperava-se essa renovação do kairós daquela época, das suas potencialidades como elas nos invadiam em avassaladoras ondas de influência. Chegamos [na Alemanha] em 1° de maio de 1934. Em 15 de maio já tive oportunidade de ouvir o bispo do Reich [Ludwig] Müller, em Essen. Você não consegue imaginar a minha decepção. Seu pronunciamento deixou claro para mim que o movimento teuto-cristão [Deutsche Christen], do qual ele era um expoente, não era um movimento legítimo de renovação da igreja, e sim uma invasão de poderes políticos do momento [kairós] no espaço da igreja. Essa primeira impressão confirmou-se e fortaleceu-se nas semanas e meses seguintes, quando tive oportunidade de contatos mais intensos com pessoas ligadas à igreja. Essas pessoas, em seu denodado empenho por uma renovação da igreja realmente enraizada na escritura e na confissão [de fé], se uniram cada vez mais num movimento de resistência contra o despautério doutrinário teuto-cristão, principalmente depois de estabelecerem as premissas teológicas e eclesiásticas para seu empenho por renovação em maio de 1934 em Barmen; depois, em Dahlem, fixaram as bases eclesiais para sua atuação confessional conjunta. Já em agosto de 1934 ficou claro para mim que 1

Nota do tradutor: Os pastores alemães enviados para atuar no Brasil tinham direito, a cada seis anos, a viagem e estadia de meio ano na Alemanha, país de origem autor, com os respectivos custos cobertos pela igreja alemã; o servidor público alemão assim recebia, além de férias, uma oportunidade para visitar os familiares, frequentar cursos de atualização etc.

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somente o movimento de renovação da Igreja Professante2 é que conseguiria implementar o verdadeiro reordenamento [Neuordnung] da igreja. Em consequência, quando fui convidado para [oferecer] aconselhamento pastoral nas clínicas universitárias em Münster em outubro de 1934, procurei manter contatos com as pessoas da Igreja Professante. Já em agosto de 1934 eu tinha proposto a meus amigos no sínodo que sempre procurássemos nos distanciar claramente de toda e qualquer conexão com grupos teutocristãos ligados à política do momento.3 Minha proposta foi rejeitada; porém para mim mesmo tirei as consequências da situação como eu a via. Em fins de 1934 fui convidado a representar o Sínodo [Riograndense] na auto-instalação do bispo do Reich [Ludwig] Müller; não aceitei o convite, declarando que essa instalação do bispo seria um ato público visando a promoção do teuto-cristianismo; por isso eu não me considerava autorizado, no caso, a assumir algo como representante do Sínodo Riograndense. Em fins de 1934 tive contatos pessoais com os pastores Niemoeller, Asmussen, o presidente D. Koch e o pastor Luecking. Pouco antes da minha volta ao Brasil em fevereiro de 1935, o pastor Luecking me procurou para uma conversa e me revelou que as pessoas ligadas à Igreja Professante faziam questão de manter os contatos com os irmãos no ministério, para trocar ideias com aqueles que se identificavam com os objetivos da Igreja Professante. [Perguntou-me] se eu não gostaria de atuar como pessoa de contato para essas relações. Respondi que primeiramente eu precisaria voltar ao contato com os colegas e que eu esperava que o sínodo em seu todo concordaria com algum tipo de ligação com a Igreja Professante. Em todos os casos, eu somente tomaria uma posição depois de me enfronhar totalmente na situação do sínodo após minha volta. Voltamos em fevereiro de 35. Pouco antes de viajar, o Dr. Weisler me perguntou a respeito de cinco colegas pastores no Brasil, que pessoalmente tinham procurado contato com a Igreja Professante. Ainda no navio consegui responder essa questão. Chegando em Rio Grande em março de 35, entrei em contato com o então presidente Dietschi e com o pastor Dohms, diretor do Instituto Pré-Teológico, e também com outros amigos. Meu intento era de inicialmente livrar a nossa igreja, sua direção e seus titulares das influências dos poderes políticos do momento [kairós] e das suas influências sobre o âmbito da nossa igreja, para motivá-los a tomar decisões independentes para a nossa igreja e perante as propostas que se nos apresentavam de fora. Nesse intento, acabei me convencendo de que, entre nós, provavelmente seria longo o caminho até conseguirmos nos distanciar desses poderes extra-eclesiásticos do momento [kairós] e de suas esferas de influência para dentro da igreja, até chegarmos a uma atuação eclesial independente. Em maio de 1935, reuniu-se a assembleia sinodal em Cachoeira. Quando fiquei sabendo que pretendiam lançar-me candidato para a diretoria do sínodo, tentei me encontrar com o pastor Dohms, cuja candidatura como presidente do sínodo estava prevista; com ele eu queria formular as bases e objetivos que permitissem futuras decisões de responsabilidade conjunta. Entretanto esse encontro não foi possível antes da eleição, portanto também não a combinação prévia que eu pretendia. Uma vez realizada a eleição, fui indagado se aceitaria seu resultado; eu disse estar assumindo um risco ao aceitar uma função na diretoria dentro das condições vigentes, mas que estava disposto a colaborar. Por ocasião da instalação da diretoria recém-eleita do sínodo, aconteceu a novidade formal de o novo presidente deixar-se instalar, para então, somente depois de feito isso, ser instalada a diretoria Sinodal. Isto me pareceu indício de que o presidente estaria fazendo Bekennende Kirche, também conhecida, em português, por Igreja Confessante. “Professante”, a meu ver, reproduz com maior clareza o sentido visado no nome alemão. Nota do tradutor. 3 kairós. Trata-se, neste caso, da influência do nacional-socialismo sobre a igreja. Nota do tradutor. 2

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uma distinção entre a função do presidente e as funções da diretoria, sendo que para ele, provavelmente, a função de presidente estaria investida com maior dignidade e responsabilidade do que a dos demais integrantes da diretoria do sínodo. Já naquela época eu temia que, nas decisões importantes do trabalho prático, isto poderia implicar que o presidente se considerasse autorizado a tomar as decisões sozinho e poderia considerar os demais integrantes da diretoria sinodal como mero órgão deliberativo. Lembro-me também que se levantou a necessidade de mudar os estatutos no sentido de implementar na prática o princípio do Führer4 nos órgãos de direção da igreja e que então o presidente declarou que, para a aplicação desse princípio, o estatuto em sua forma vigente já permitia isso. De forma análoga, antes disso já fora manifestada a opinião, numa assembleia sinodal, de que os pastores distritais [Kreisvorsteher] de forma alguma estariam comprometidos com os planos do seu distrito, e sim poderiam tomar uma decisão independente, uma vez que a noção de Führer também ali seria aplicável. Portanto o problema da direção estava presente de modo latente desde a instalação da nova diretoria. Inicialmente o problema era apenas latente, porque nos primeiros anos era fácil o presidente conseguir uma maioria para suas decisões. Entretanto esse problema ficou crítico e patente no momento em que o presidente teve dificuldade em garantir para si uma maioria da diretoria sinodal. Quando essa maioria começou a balançar, amigos do presidente que não faziam parte da diretoria defenderam a seguinte tese durante uma reunião da mesma: o presidente manda e os outros devem obedecer – com o que o problema da liderança ficou cruciante em janeiro de 1944. Nessa situação, abordei esse problema no seguinte artigo: "O problema de liderança da igreja" – só que não mais foi tratado entre nós, aguardando até hoje por uma solução. Independentemente disso, o problema da igreja nos ocupou bastante cedo com toda a sua gravidade: o problema da igreja como busca por uma renovação autêntica da igreja. Acima já mencionei que, já em início de 33 e 34, muito se falava de renovação, porém de um tipo de renovação que buscava a adoção de uma crença muito moderna na imanência, marcada pelo momento [kairós] político, a qual, portanto, implicava não uma renovação verdadeira da igreja, mas a adoção de elementos estranhos [Überfremdung]. Todos nós, crédulos como somos, incorremos em grau maior ou menor em confusões sobre onde estão os limites, acompanhando a evolução da igreja nas últimas décadas, tanto no ano de 33 quanto em boa parte do ano de 34. Ao longo do ano de 1934 as exigências políticas do momento se fizeram sentir cada vez mais fortes no âmbito da igreja-mãe5, revelando-se como ameaça à substância da igreja. Isto se concretizou no movimento dos Deutsche Christen [“teuto-alemães”] e sua direção, condicionados por esse kairós político. Por outro lado, esse movimento que ameaçava a substância da igreja foi enfrentado por um movimento legítimo de resistência eclesial, o qual proclamou na Declaração de Barmen o domínio exclusivo de Cristo na igreja, estabelecendo em Dahlem o princípio de que, em questões de doutrina e estrutura, proclamação e forma, somente a igreja tem competência para decisões, isto, sob o domínio de Cristo em sua igreja. Nesse momento, então, também para nós só podia ficar ainda mais palpitante a questão do tipo de renovação que queríamos, quando proclamamos sua necessidade com ideias mais ou menos claras nos anos de 33 e 34. Isto significa que estávamos diante da decisão se, no caminho para a renovação da igreja, queríamos abrir as portas para a nova crença na imanência condicionada pelo kairós político, não para renovar a igreja, na verdade, mas para revestila de elementos completamente estranhos; ou se haveríamos de abraçar aquele movimento autêntico de renovação e resistência eclesial que, baseado na redescoberta do domínio de Cristo sobre a igreja, pretendia trilhar o novo caminho da obediência na fé e do professar 4 5

Nota do tradutor: Führerprinzip tem certa correlação com os termos “fascismo” e “autocracia”. Isto é, da Igreja Evangélica na Alemanha. Nota do trad.

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obediente. Essa questão, que aqui formulamos de forma muito incisiva, na prática dos últimos 13 anos não se apresentou com essa mesma severidade; pode-se dizer, sim, que ela pelo menos interferiu em questões práticas da nossa igreja e na relação com a Alemanha. Vejamos onde esse problema causou interferências. Em maio de 1935, na conferência pastoral por ocasião de uma assembleia sinodal, apresentei uma reflexão sobre o tema "A noção de igreja étnica no debate teológico da igreja na Alemanha." Nesse pronunciamento salientei que no conflito eclesial alemão o que estava em jogo não eram aspectos secundários, mas a questão do que seja igreja falsa ou verdadeira; tratava-se de decidir o que teologicamente seria igreja verdadeira, igreja da palavra única de Deus, que se chama Cristo, que é sua única fonte de revelação6; ou, por outro lado, [a questão era decidir se a igreja verdadeira é] a igreja que procura abrir-se para o jeito de ocasião da crença na imanência, por enxergar aí uma segunda fonte da sua revelação, ou pelo menos julga ter descoberto ali uma segunda fonte de efetiva formação da sua eclesialidade. Destaquei que, como entendo as coisas, não se chegaria a um acordo entre as duas concepções conflitantes, e sim: ou se imporia a concepção fundamental legítima da igreja, ou o resultado seria duas igrejas paralelas. No final, conclamei a uma decisão por essa concepção fundamental, mas praticamente não obtive repercussão alguma. [Os ouvintes] preferiram não acreditar que os embates eclesiais [na Alemanha] tivessem a ver com aspectos substanciais, dizendo que estavam antes condicionados pela situação. Além disso, faltava o órgão [perceptivo] para o novo reconhecimento surgido na Igreja Professante, do Cristo como palavra única do domínio misericordioso de Deus sobre a igreja7; isto porque nossa teologia étnica, que aqui cultivávamos e que tínhamos introduzido entre nós como segunda fonte de revelação, havia muito tempo, antes mesmo de existirem os Deutsche Christen, tinha certa afinidade com formas mais amenas de uma teologia combinatória, que buscava uma mescla das verdades da escritura com formas modernas de crença8 na imanência. Em 19359 passou para o segundo plano a ideia da renovação da igreja, que em 33 e 34 tinha sido tão importante. Os conflitos eclesiais na Alemanha passaram a ser vistos como condicionados pela situação; a indecisão frente aos conflitos no além-mar revelou-se um postulado da efetiva atitude sinodal em nossa igreja. Correlato disso era a posição do Departamento do Exterior [da igreja na Alemanha, KA], que procurava manter as igrejas [filiadas] no exterior fora dos conflitos na igreja da Alemanha. Bem por isso, esse departamento necessariamente interpretava e descrevia as lutas na igreja alemã como basicamente condicionadas pela situação, tentando criar a aparência de que também lideranças da Igreja Professante aprovavam essa concepção e atitude do Departamento do Exterior. Quem, em nosso sínodo, no ano de 35, continuasse sustentando que o conflito eclesial alemão Kirchenkampf tivesse a ver com a substância [da igreja] e por isso defendia 6

Nota privada do tradutor ao amigo Martim: essa formulação, assim como toda a emaranhada sintaxe do autor, podem ser consideradas correlato direto das publicações análogas em estilo e pensamento, de Karl Barth, considerado o maior teólogo protestante do séc. XX, hoje pouco lembrado. 7 Mais um comentário, Martim: Identifico-me bastante com a formulação de que falta, em certas senão muitíssimas pessoas, um “órgão” para essa revelação “única”, como que um sexto sentido mediante o qual o Espírito Santo pudesse acessar e inspirar as pessoas. Traduzi vários artigos de Barth, publicados em “Dádiva e Louvor”, Ed. Sinodal; mesmo assim até hoje não o entendo – como também não entendo o autodesignado apóstolo Paulo. Falta, pois, o dito “órgão”. Walter. 8

Gläubigkeit. Outro comentário, Martim: Não deixa de ser curiosa a inversão epistemológica de se afirmar que a imanência (o mundo que está aí) nos apresenta dados que exigiriam nossa “crença”, ao passo que o que está “revelado” desperta em nós a autêntica “fé”. Onde estão as conquistas dessa religião da “fé” a corroborarem sua verdade? Em contraste, como andam as conquistas da ciência, baseada, por princípio, estritamente em “crenças” na imanência ? 9 Martim, o original deste parágrafo apresenta dificuldades de clareza. – Walter.

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[que o nosso sínodo no Brasil] tomasse o lado da Igreja Professante, era um homem relativamente solitário, acusado de, em suas decisões eclesiais, não saber distinguir entre o lugar que cabe à igreja10 aqui e o lugar que cabe à igreja lá; trata-se de uma distinção que forneceria a chave para todo o problema do conflito eclesial. Aliada a isto estava uma nova valorização da nossa teologia e atitude eclesial até ali vigente11: essa teologia tomaria exatamente a posição intermediária entre os extremos da Igreja Professante e o movimento teuto-cristão a se entregar demasiadamente aos poderes políticos do momento, [propondo que] se trilhe o único caminho legítimo, que é o caminho do professar. Acreditava-se que esse caminho de forma alguma ainda teria abalado a teologia étnica própria. Assim sendo, as vagas tendências de renovação dos anos 33 e 34 deram meia volta em 35 em direção a uma restauração no âmbito do sínodo e à indecisão em relação ao que acontecia na Alemanha. Não tomar uma posição quanto à situação na Alemanha parecia viável na nossa igreja no Brasil enquanto essa indecisão não tivesse efeito contra a Igreja Professante nem contra a atuação da mesma sobre o âmbito da nossa igreja. A indecisão ficaria viável enquanto a Igreja Professante pudesse atuar sobre a nossa igreja por meio do Departamento do Exterior ou diretamente via sínodo. Essa colaboração, aliás, já tinha sido oferecida pela própria Igreja Professante numa mensagem da sua direção, de março de 1936. Essa premissa, porém, de que estava assegurada a cooperação da Igreja Professante enquanto o sínodo não tomasse uma decisão em relação ao objetivo daquela, mostrou estar errada em 1936. O Departamento do Exterior procurava manter as igrejas [filiadas] fora da Alemanha distantes do conflito eclesial nesse país. Isto somente seria possível, se os dois campos em conflito tivessem utilizado o Departamento do Exterior como órgão de contato com a igreja no exterior. Entretanto, o Departamento do Exterior revelou-se cada vez mais como corpo subalterno da igreja oficial, que obedecia a uma orientação incompatível com a natureza de igreja. Na área da formação de novos colaboradores para a nossa igreja, e do envio de pastores para a mesma, o Departamento do Exterior adotou medidas voltadas contra a Igreja Processante, procurando reprimir o envolvimento desta em nossa igreja. Logo no início de 1936 e ao longo de todo o ano, ficou cada vez mais claro que a indecisão teórica no tocante ao conflito eclesial na Alemanha implicava uma decisão contra a Igreja Professante, por causa das nossas conexões com o Departamento do Exterior posicionado contra ela. Como você deve se lembrar, alguns poucos procuraram impedir isso, por considerarem muito lamentável12 a perda da colaboração com a Igreja Professante. No sínodo em São Leopoldo pareceu haver um êxito parcial, quando o sínodo solicitou à Alemanha que a reestruturação da formação ocorresse em colaboração com a Igreja Professante, no contexto da pacificação da igreja. Em 36, porém, o trabalho no [seminário de] Ilsenburg foi sumariamente encerrado, ou seja, como que numa flagrante medida de repressão13. Em meados de 36 ainda redigi um memorando sobre a reestruturação da formação dos pastores destinados ao exterior [da Alemanha]. Enviei esse memorando ao Departamento do Exterior e à direção da Igreja Professante, porém a ação de combate contra Ilsenburg não foi revogada, sendo que o Departamento do Exterior acabou criando outra instituição de formação. A isto ainda se juntou, em meados e final de 1936, a questão do envio dos egressos de 10

Standort der Kirche Martim, não consigo entender, no original, a quem o autor se refere como proponentes dessa posição. 12 ein Unglück. 13 Kampfesmassnahme.

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Ilsenburg. Também aí se mostrou que o Departamento do Exterior simplesmente não queria enviá-los [para o exterior], porque integravam a Igreja Professante e por isso, no parecer do Departamento do Exterior, não se prestariam para o trabalho no estrangeiro. Ou seja, também nesse ponto ficou claro o combate contra a Igreja Professante, ameaçando eliminar totalmente a participação da mesma na nossa igreja. Diante disso, nós formamos no nosso sínodo o Grupo de Trabalho Teológico: nós, isto é, todos aqueles que tínhamos reconhecido que a luta da Igreja Professante tinha a ver com a substância [da igreja]; ou seja, aqueles que sabiam que essa luta tinha importância modelar para todas as igrejas e por isso não queriam abrir mão da sua conexão com a Igreja Professante, seja pessoalmente, seja em termos de serviço na igreja. Como você deve se lembrar, já que você esteve entre os doze fundadores, a data de fundação do Grupo de Trabalho Teológico foi 15 de janeiro de 1937. Na formulação do fundamento e do objetivo do grupo de trabalho teológico, declaramos nossa concordância com a Declaração de Barmen como sendo nossa confirmação daquilo que nossa igreja professa face às heresias do nosso tempo. Declaramos ser nossa tarefa colaborar na renovação da proclamação e teologia evangélicas como premissa da atuação da igreja. Era um começo tímido, uma tentativa de abrir espaço em nossa igreja para a preocupação com o professar e com a renovação. Hoje sabemos que naquela época a receptividade não foi muito ampla. Deveríamos ter envolvido as comunidades nessa preocupação pela renovação e pelo professar, ou seja, na decisão e na responsabilidade pela questão do professar. Nós dois de saída deveríamos ter-nos apresentado mais como movimento de renovação do que como mero movimento de resistência contra a restauração, melhor dizendo, reação que queria nos afastar da Igreja Professante. Naquela época, acreditávamos que nossa fundação [do Grupo de Trabalho Teológico] já era uma conquista considerável. Na assembleia sinodal em Santa Cruz parecia que [os dirigentes do sínodo] fariam concessões [no sentido por nós proposto]. O pastor Dohms e eu fomos encarregados de negociar com os órgãos competentes com o objetivo de que todos os egressos de Ilsenburg dispostos a viajar para o exterior fossem oficialmente enviados, contanto que isto não implicasse conflitos de consciência. 14 Entretanto, logo após a conferência, o pastor presidente Dohms desencadeou violenta polêmica contra o Grupo de Trabalho Teológico. Ela culminou numa carta de acusação do presidente Dohms contra o Grupo de Trabalho Teológico, dirigida ao presidente D. Koch, da Igreja Professante, na qual ele acusa o grupo de apoiar a Declaração de Barmen, portanto abandonando o ordenamento do sínodo, assim também destruindo os fundamentos do mesmo juntamente com aquilo que essa professa. Nessa carta, ele também afirma a respeito do dirigente [do grupo] e, ou seja, a meu respeito, que teriam fracassadas todas as tentativas de me convencer de que a posição de Dohms nessa questão seria a correta. Dohms então pediu que a Alemanha dissolvesse o Grupo de Trabalho Teológico. O Dr. Boehm, que na época era o Secretário do Exterior na Igreja Professante, fora solicitado a se manifestar a respeito dessa questão. Ele me informou sobre a tentativa de liquidar o Grupo de Trabalho Teológico a partir da Alemanha. Além disso, o pastor Hillert publicava um relatório sobre a situação da igreja na Alemanha, no qual ele polemizou contra o Grupo de Trabalho Teológico como sucursal da Igreja Professante no âmbito da nossa igreja. No ano de 38 aconteceu o ápice do combate ao Grupo de Trabalho Teológico. Logo no início [desse ano] os pastores Schuetze e Schultze protestaram num sínodo distrital em 14

Martim, o contexto não me permite reconhecer que tipo de conflitos de consciência seriam esses. Caso você consiga essa identificação e pretenda publicar isto, talvez seja o caso de incluir aqui uma nota do editor.

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Cachoeira contra minha reeleição como pastor distrital [Kreisvorsteher], porque eu integrava a Igreja Professante e dirigia um grupo de trabalho intimamente ligado à mesma15. Numa carta dirigida aos pastores distritais, o presidente Dohms tinha declarado não aceitar que pastores do sínodo fundamentassem sua teologia e sua atuação sobre declarações de formulações que não fossem [escritos] confessionais do sínodo riograndense. A isso respondi que também segundo a confissão da nossa igreja, pela qual a escritura sagrada seria a única regra e norma segundo a qual todas as confissões, doutrinas e mestres deveriam ser julgados, tinham o direito de ser defendidas no seio da nossa igreja todas essas confissões e doutrinas que estivessem em sintonia com a sagrada escritura. Em abril de 38 houve nova reunião com Dohms. Ele constatou que teria havido uma cisão entre os pastores, com o que concordei. Continuou dizendo que na próxima assembleia sinodal, em maio de 38, essa cisão viria à tona. Por isso ele sugeria que cancelássemos a assembleia sinodal de 38; durante o ano de 38 ele viajaria para a Alemanha, para ali entabular negociações visando um acordo. Pediu que eu concordasse com que durante a sua ausência a direção do sínodo fosse assumida não por mim, que era o vice-presidente, mas pelo ex-presidente Dietschi. Concordei com essas propostas e redigi um memorando dirigido à Igreja Professante, referente às negociações previstas. Entretanto a viagem do presidente para negociações na Alemanha não veio a acontecer. Questões de Estado no Brasil confrontaram nossa igreja com exigências que a ocuparam intensivamente, representando um fardo considerável para a direção. No ano de 39, a vinda do pastor Wilm, enviado pela Igreja Professante para a sua igreja de origem [ou seja, no Brasil], trouxe novas dificuldades. O [pastor-] presidente inicialmente queria experimentar uma solução fora do sínodo para o problema criado pela Igreja Professante com a vinda do pastor Wilm, ou seja, para o problema de uma colaboração eclesial com a Igreja Professante; [para tanto ele previa] fazer com que Wilm fosse convidado por uma comunidade livre, que não integrasse o sínodo. Wilm não aceitou esse tipo de integração fora do sínodo e foram necessários vários meses de negociações até se encontrar uma solução para esse problema na igreja. Essas negociações assumiram caráter dramático pelo fato de nossa diretoria da comunidade [Gemeindevorstand] sofrer pressões no sentido de que não o deixassem pregar na nossa igreja. Esse intento foi repudiado pela diretoria da comunidade com o argumento de que Wilm era pastor ordenado e que nossa comunidade jamais teria proibido um pastor ordenado de pregar em nossa igreja; e que também neste caso a diretoria da comunidade não pretendia fazê-lo. Os anos 40 e 41 nos trouxeram impactos circunstanciais da política brasileira do momento [kairós] que implicaram em sérias restrições do nosso modo de trabalhar até então. Inicialmente acreditou-se que a melhor forma de se fazer frente a esses impactos seria transferindo para a diretoria do sínodo as competências de direção da igreja inerentes aos diversos órgãos de direção; e que, por outro lado, se deveria incrementar a dignidade do [pastor-] presidente e sua autoridade eclesiástica perante a os órgãos estatais conferindo a ele a dignidade de bispo. Numa carta dirigida ao pastor Knaepper, manifestei-me sobre a questão da fundamentação teológica, ou melhor, da não-fundamentação teológica do bispado e recomendei que essa questão precipitada da criação de um bispo respectivamente da sua não-criação fosse protelada para uma época mais tranquila.

15

No original consta Th. A., normalmente usado como abreviatura para Theologische Arbeitsgruppe, Grupo de Trabalho Teológico; a julgar pelo contexto, a intenção certamente era escrever BK, Bekennende Kirche, Igreja Professante. Nota do tradutor..

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Em 41 deram-nos a entender que estaríamos prestando um serviço ao sínodo, se nesse período anômalo entregássemos [nossos cargos] a titulares de nacionalidade brasileira; imediatamente me dispus a fazê-lo. De 42 até fins de 44 ficamos sob o forte impacto do momento político, ainda mais crítico em função da guerra, com a intervenção do Estado na Igreja. Principalmente o ano de 42 nos trouxe não só a rigorosa imposição referente à língua, mas também afastou temporariamente do seu âmbito de trabalho muitos irmãos no ministério, sem falar dos ataques pelas vias de fato contra nossas igrejas e comunidades. Esse período também nos induziu a atos em nossa prática eclesial que, em nossas reflexões conjuntas, tínhamos repudiado como inconvenientes sob ponto de vista da nossa concepção de igreja. Tudo isso agravou a problemática do nosso trabalho e efetivamente nos obrigou a realizar uma revisão radical do nosso pensar e agir na igreja, revisão essa baseada estritamente na escritura, assim implementando um esclarecimento existencial da nossa situação a partir de bases teológicas. Ao longo dessa revisão dei-me conta, pela primeira vez e de modo contundente, da combinação que vínhamos praticando o tempo todo: combinação entre a concepção que valorizava a etnia [Volksgedanke] entendida em termos metafísicos, e a nossa noção de igreja, tal como ela acabara se definindo em nosso fazer teológico das últimas décadas. 16 Para mim ficou claro que teologicamente essa combinação é ilícita. Justamente ao combinarmos a noção de igreja na revelação com a noção de etnia marcada pela filosofia da imanência do idealismo e do romantismo, que entendíamos como revelação provisória da revelação na escritura, estávamos apoiando justamente o ilegítimo movimento dos DC [Deutsche Christen, “Cristãos Alemães”], e de todos os teólogos combinatórios atuais e dos séculos XVIII e XIX, [movimento ilegítimo esse] que consistia em conjugar a verdade da revelação com o pensamento imanentista e com intuições obtidas com base na crença imanentista; a coroação suprema desse intento era agora essa tentativa empreendida pelos pobres DC, de combinar elementos completamente heterogêneos. Essa percepção crítica deixou claro para mim que precisávamos apresentar à nossa igreja uma eclesiologia totalmente nova, com base na fonte única de revelação do Cristo que nos renova e enche de vida por meio do seu espírito e de sua palavra. O resultado dessa minha reflexão crítica visando uma revisão da eclesiologia eu tentei apresentar em dois artigospalestra: "A necessidade de renovação no pensamento e na atuação da igreja" e "Igreja diante da decisão." Um terceiro artigo-palestra que faz parte desse contexto tira, então, as consequências das conclusões obtidas, demonstrando que nossa teologia étnica [Volkstumstheologie] em última análise era simplesmente a nossa forma própria de participar da teologia combinatória praticada na igreja evangélica ao longo de todo o século XIX, através da qual entravam na igreja as diferentes formas de crença moderna na imanência. Esse terceiro artigo-palestra também conclama a que nossa igreja acompanhe o movimento confessional da Igreja Professante, para professar o domínio exclusivo de Cristo sobre a igreja conforme atestado na Declaração de Barmen; e que esse seria o testemunho e o professar exigidos hoje frente à atual crença na imanência. Depois do período de "quebra-quebra" e agressões nos anos 42, o que mais nos preocupava na igreja era a questão da direção, ou melhor, de como era exercida a direção na nossa igreja. Nos anos de 43 e 44 a igreja precisou envolver-se mais diretamente com a esfera pública do que normalmente era o caso. Surgiu a necessidade de o presidente ter que tomar decisões urgentes sem poder consultar um grupo maior de pessoas. No 16

Sobre esta questão, Martim, apresento um comentário mais extenso no e-mail, .Nota do tradutor.

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momento em que se reconhece uma emergência com todas as limitações da mesma17, não adianta perder muitas palavras sobre isso. Diante de uma efetiva situação de emergência e de perigo fora do comum, fica excessiva a responsabilidade sobre os ombros de uma única pessoa. Sendo assim, cabe lembrar que a igreja precisa estar organizada de tal maneira que justamente nos momentos de emergência a igreja proceda como igreja comunitária. Acontece que, entre nós, a ideia de Führer tinha desempenhado certo papel; além disso, quando procurei orientar o presidente em determinado momento de emergência, ele me tinha dito que ele arcaria com a responsabilidade em nome da igreja. Uma declaração dessas pode perfeitamente ser interpretada como proclamação da responsabilidade exclusiva [do presidente] pela igreja, interpretação essa que o presidente contestou perante outros, dizendo que isso não fechava com suas ideias. Acontece que o problema da liderança despontava exatamente aí. Acusava-se o presidente de estar liderando a igreja de modo autocrático, sem preparar realmente decisões conjuntas com a diretoria. O presidente acusou um membro da antiga diretoria e outro da nova, de estar fazendo governo paralelo, o que levaria à anarquia. Ofereceu entregar seu cargo, mas indicou que continuaria presidente até que ficasse resolvido como é que a liderança seria exercida entre nós. A esse respeito redigi a matéria acima mencionada sobre "O problema da liderança na igreja". Ali eu defendia que a liderança da igreja fosse colegial, com decisões conjuntas, com responsabilidade igualmente conjunta. Semelhante liderança de uma igreja comunitária necessariamente se comporia de titulares e membros da comunidade. Esse problema de liderança foi efetivamente levantado, porém não houve diálogo a respeito, muito menos tratativas que levassem a uma resolução do mesmo. Durante a primeira conferência de pastores distritais [Kreisvorsteher] houve uma troca de ideias, ou melhor, uma sugestão no sentido de associar os Sínodos Evangélicos numa igreja. Nesse contexto, levantei a questão do problema geral da renovação da nossa igreja, em seus aspectos formais e de conteúdo. Tomou-se a resolução de discutir a necessidade de renovação da nossa igreja em termos de conteúdo e em termos formais em reuniões ampliadas da diretoria em fins de 45, para apresentar os resultados numa conferência posterior de pastores distritais. Fui incumbido de apresentar uma palestra sobre essa questão. Em fins de novembro de 45 houve uma reunião da antiga e da nova diretoria, ampliada pela presença dos colegas Gottschald (pai) e Hilbk. Durante a mesma, apresentei as duas palestras acima mencionadas sobre a renovação da igreja, além de outras duas sobre "O magistério teológico da igreja" e "O problema da liderança e da constituição na nossa igreja." Não foi possível discutir as palestras na primeira reunião. Ficou combinado que haveria nova reunião, com os mesmos participantes exceto o palestrante, para discutir principalmente a primeira palestra sobre a necessidade de renovação. Os resultados dessa discussão então seriam a mim comunicados. Entretanto esse grêmio não voltou a se reunir. O que houve foi que o presidente Dohms discutiu a palestra com seus professores de teologia e mandou elaborar uma ata sobre o resultado dessa discussão, a qual me foi apresentada uma vez oralmente, mas de cujo texto não disponho. Quanto me lembro, consta na ata que algumas coisas na palestra estariam corretas, mas que as consequências apresentadas seriam exageradas. O pastor Gottschald (filho) me entregou então um posicionamento pessoal sobre a palestra, o qual tenho por escrito. Nesse posicionamento, ele se atreve a dizer que a direção da igreja e a maioria dos pastores aqui sempre teria estado no caminho certo, inclusive no que se refere ao conflito eclesial na Alemanha. Trata17

in ihrer Begrenzung. Talvez o autor queira dizer que situações de emergência representem para o dirigente individual desafios que excedem as limitações dele. Nota do tradutor.

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se de uma opinião que eu acreditava já superada nas fileiras mais estritas a lidarem com [esses] problemas, porque todos tinham concordado com a necessidade de renovação. Em inícios de 46 realizou-se a segunda conferência de pastores distritais. Objetivo dessa conferência era preparar os sínodos18 distritais. Para tanto o presidente apresentou as teses "Sobre o fundamento da igreja" e "A organização do sínodo". Nas teses "Sobre o fundamento da igreja" ele concorda com a necessidade de renovação da igreja, sem entrar em detalhes sobre o que isso implicaria; já nas teses sobre a organização do sínodo ele concorda com a nomeação de uma "comissão teológica". Toma-se também a decisão de apresentar nas conferências de pastores distritais minha palestra "Nossa igreja diante da decisão". Realizaram-se os sínodos distritais. Entre outras questões gerais da igreja, cabe apresentar ali também sugestões de candidatos à presidência. [A comunidade de] Cachoeira propõe P. Schlieper como candidato. A assembleia sinodal em Santa Cruz é realizada no mês de junho. Ela é precedida pela reunião da diretoria sinodal, onde apresento sugestões visando maior flexibilidade do nosso sistema de liderança e tentando criar uma base conjunta sobre a qual possa continuar o diálogo sobre a renovação da nossa igreja. Mas para minha surpresa constato que não existe mais disposição para conversar sobre essas coisas. Verifico que o diálogo havido na reunião anterior, sobre a necessidade de renovação da nossa igreja, parece ter sido esquecido. Percebo que o único interesse é conseguir um resultado favorável para a proposta da diretoria em termos de candidatura a presidente e eleição da nova diretoria; isto que antes se declarou conveniente que cerca de 90% dos pastores não fizessem uso do direito passivo de votar.19 Considerou-se desnecessário enfatizar que a escolha dos candidatos deveria ser feita pelo critério da proposta de renovação da igreja. Na conferência pastoral [P.K.], que somente passados oito anos voltou a ser realizada em Santa Cruz, fomos ocupados por muito tempo, como você pode lembrar, com a questão da caixa de auxílio, que poderia ter sido resolvida em três sentenças. Depois ouvimos os relatos realmente consternadores sobre a extrema miséria reinante na Alemanha. Já sobre a questão da renovação, palpitante entre nossos colegas, que ansiavam e esperavam um esclarecimento20 por parte da central para dentro da nossa situação, não houve qualquer manifestação oficial. Graças a você, falou-se dos desafios cheios de graça de Deus para a nossa igreja em nossa situação aflitiva, falou-se de graça e arrependimento que necessariamente são o pão espiritual diário da igreja que ousa trilhar o caminho da renovação. A assembleia sinodal que começou após o culto dominical transcorreu no empedernido espírito da reunião da diretoria Sinodal no sábado, revelando em muitos pormenores formais os meticulosos preparativos para garantir os resultados de votação desejados pela situação na eleição em vista. Nessa assembleia não se prestigiou a palavra da séria graça e bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento, ao perdão e, assim, à fraternidade entre nós. O resultado foi que a assembleia, na forma como ela transcorreu, jogou ainda mais para trás a nossa preocupação com a renovação, mais ainda do que parecia ser o caso nas 18

Sínodo, neste caso, significa assembléia. Nota do tradutor O sentido específico dessa frase não está claro no original. Nota do tradutor 20 Existenzerhellung 19

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reuniões preparatórias para a assembleia. Não seria dessa maneira que poderia começar a caminhada da renovação. Como essa foi minha impressão muito forte e como eu ouvia que esse tipo de atitude estava preparando uma terceira catástrofe para nós, remeti junto com meu artigo-palestra sobre "A renovação da igreja... em sua relação com a confissão...", cujo envio estava acordado, enviei aos pastores distritais também [uma matéria intitulada] "Observações sobre a assembleia sinodal deste ano", na intenção de dar um alerta de que no feitio que mais uma vez presenciamos em Santa Cruz, não teríamos como escapar de uma nova catástrofe, cedo ou tarde. Nosso "candidato a presidente" Schlieper então me respondeu numa "tomada de posição" que estava (mal-)entendendo minhas observações como ataque contra a nova diretoria sinodal e que, na qualidade de integrante da mesma, ele se sentia agredido. Nas "Observações fundamentais sobre a necessidade de renovação" eu então saliento mais uma vez que para mim o importante é que nós todos, em função da própria culpa e necessidade de arrependimento que nós reconhecemos e que estão baseadas na séria bondade de Deus, precisamos deixar o empedernimento e dureza entre nós para chegar a um bom caminho, no qual precisamos nos colocar à disposição do domínio de Cristo sobre a nossa igreja mediante disposição para o diálogo, para que sirvamos de instrumento seu para testemunhar o domínio exclusivo de Cristo sobre o mundo, mundo este que somente a partir de Cristo pode ser salvo da ameaça de anarquia por um lado, e da escravização por outro. A essa altura dos acontecimentos você também deve ter tomado conhecimento dos 18 pontos apresentados por Noellenburg e seus amigos. Ali o item 17 procura me colocar numa situação excepcional em função das minhas "publicações feitas"; alega-se ali que não seria correto, no meu caso, e à diferença de todos os demais [pastores], convocar-me para o magistério da igreja, função essa que por princípio está aberta para todos os demais irmãos no ministério. Como você vê, ao empedernimento na causa tratada em Santa Cruz acrescenta-se o mais baixo nível da luta no âmago da igreja: a difamação pessoal das pessoas que se empenham pela renovação. Esta é a situação atual. É uma situação triste. Mas não devemos permitir que fiquemos cansados por causa dela. Não devemos, por isso, deixar de ser leais para com a causa da renovação. Não devemos perder a paciência por causa dessa situação. Isto porque [aqui o texto está ilegível] certo apesar de tudo. Tradução: Walter Schlupp Tradutor Público e Intérprete Comercial - JUCERGS matr. 335 Tradução Simultânea - Idiomas ALEMÃO e INGLÊS 51- 3589 40 39 9176 7115 Trav. Imigrante 15 93037-115 São Leopoldo, RS

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60.

Correspondência dirigida a Dohms, mas de origem desconhecida, datada em 19/12/1946. Lamenta a divulgação do Manifesto Nöllenburg e o fato de que a discussão da renovação da Igreja, que deveria ser desenvolvida de maneira objetiva, tenha baixado para a “difamação pessoal”, com por exemplo, no artigo 17 do Manifesto.

1947 61.

G.R. responde a Dohms (correspondência referida de 26/11/1946 – documento 58 acima), em uma longa correspondência (7 longas páginas datilografadas), em 07/01/1946, em longas e tensas considerações. 1. Inicialmente G.R. lamenta que Dohms tenha reafirmado sua posição (an Ihrer Auffassung festhalten) expressa em seu posicionamento no artigo: Volk und Kirche. G.R. constata que tal reafirmação de Dohms distancia ainda mais a ambos, mas espera que assim mesmo, nas futuras tratativas, que decerto ocorreriam entre eles, tal distanciamento pudesse ser minorado. 2. G.R. afirma que não pode e não quer se manter agarrado a sua anterior opinião, manifesta em um artigo seu, ainda antes de 1934, ainda antes de sua viagem à Alemanha. Manifestara em seu artigo ter compreendido que a missão não derivaria de uma nova ideologia (Weltanschauung) e sim do Evangelho. Seu erro se encontrava em outro nível. Ele se relacionara, ao refletir sobre a concretização da tarefa da ética da Igreja, à lei divina com a “ordem do povo” (Volksnomos). Nesta visão entendera que a lei de Deus no Evangelho, se concretizava na “ordem do povo” (Volksordnung). Lembra que as manifestações de Dohms, em seu citado artigo, confirmava a sua visão de que “Volkstum” e “Igreja” se pertenciam e condicionavam reciprocamente ao ponto da “lei do povo“ (Volksordnung) ser compreendida como “lei de Deus“ (Gottesordnung). 3. G.R. surpreende-se que Dohms não levara em conta, em sua correspondência, todo o período de 35 a 44, época em que G.R. manifestara a sua opinião em vários artigos e manifestações, como também ultimamente, em uma manifestação que publicara após o Concílio de Santa Cruz de Sul. Afirma que acontecera uma mudança, sim, em sua reflexão teológica, com todas a implicações para o agir da Igreja. Esta mudança ocorrera numa ocupação intensiva com as questões fundamentais da Igreja Confessante, na Igreja da Alemanha. 119


Percebera que a vida da Igreja na Alemanha partia de dois aspectos: A teologia e seus significados e o acontecimento histórico de 30/01/1933. A compreensão era de que a vida da Igreja, seus objetivos e fundamentos, deveriam estar determinados por estes dois aspectos referenciais. Neste contexto a Igreja Confessante tinha um outro ponto referencial que deveria determinar a vida da Igreja em todos os aspectos implicados, e este era “Jesus Cristo, a única Palavra de Deus, em quem, na vida e na morte, devemos confiar e a quem devemos obedecer. Diante dos enormes desafios, verdades, poder e poderosos que se manifestaram na guerra, só foi possível à Igreja salvar-se, ao afirmar a vencedora regência única e Senhorio de Cristo”. 4. Passara a entender que o ponto fundamental da Igreja, fonte para a sua pregação, fundamento de toda a ordem “ eclesial “, só poderia ser o Jesus Cristo, o Senhor vivo, abscôndito na realidade da Igreja, mas revelado e revelador do seu reino na fé e obediência. Abrira-se, assim para ele, afirma G.R., um novo entendimento que se tornara, desde então, em sua substância, orientação para a sua vida pessoal e para a vida da Igreja. O marco neste processo da Igreja seria a Confissão de Barmen, especialmente em seu artigo primeiro. Tal visão tornava impossível qualquer “teologia combinatória” da fé e Germanidade. 5. Na sua opinião esta “Teologia combinatória” que queria associar uma “teologia natural” com uma “teologia da revelação”, ideia da qual fora se afastando gradativamente, deveria, definitivamente, dar lugar (ainda mais depois das experiências trágicas da realidade da guerra) ao único ainda firme fundamento (Ansatzpunkt) do bondoso e único Senhorio de Jesus Cristo (gnadenvolle alleinige Herrschaft Jesu Christi). G.R. escreve “ Eu me identificava com esta visão (Confissão de Barmen), ao ponto de em artigos meus, aos quais acrescento um artigo de Schlieper e meu, eu me confrontava com a mudança que aconteceu para mim em relação ao anterior entendimento que tinha”. Refuta a ideia de que insinuara em sua carta de que Dohms seria um “Falschlehrer” como este argumentara. Tal compreensão também se aplicaria a ele mesmo, uma vez que também ele mesmo se distanciara de uma visão anterior. Desenvolvera esta reflexão de maneira comprometida assimilando uma visão da Igreja que tenha este único fundamento “ Cristo, a única Palavra, a qual devemos ouvir, na vida e na morte confiar e obedecer.” 6. G.R. revela a sua intenção básica de “ levar ao conhecimento dos colegas, da Igreja e da direção da Igreja, a relação substancial da situação da Igreja Confessante com a realidade da Igreja no Brasil. 120


Sonhara em estabelecer um “Grupo de Trabalho (Arbeitsgemeinschaft)” da Igreja no Brasil com a Igreja Confessante. Reconhece que “ neste propósito se sentira como um homem solitário”, que com poucos companheiros iniciara o Grupo de Trabalho (“Thelogische Arbeitsgemeinschaft-ThA), que se identificava com Barmen. Tal grupo se formara como um movimento de protesto contra um desenvolvimento e postura que visava impedir a unidade confessional e de cooperação teológica com a Igreja Confessante. Ocupara-se intensivamente com este propósito até 1939. Confessa sua culpa por não ter se empenhado mais e com mais êxito por esta relação com a Igreja Confessante. Teve que experimentar, por sua vinculação com Barmen, ser acusado de prejudicar a unidade da Igreja no Brasil. O ano de 1942 revelara então que esta teologia, que afirmava a relação de “Igreja e povo” era “inadequada”. Acentuava-se por isso ainda mais a absoluta necessidade de uma renovação da pregação, do pensar e fazer da Igreja no Brasil. 7. G. R. acentua que tinha alguma esperança de um novo momento para o Sínodo. Levando em conta as posições de Dohms no seu artigo, “Fundamento da Igreja”, e contando com passos positivos na Direção em favor de uma renovação da Igreja, dirigira-se ao Encontro Sinodal em Santa Cruz do Sul, em 1946. Contara com a possibilidade de que neste encontro haveria lugar para, mais decisivamente, tratar do “movimento de renovação”, que abriria espaço para um compromisso das partes e que se que abordaria , inclusive, a questão da organização da Direção do Sínodo. Sugerira, por isso, a desistência de Dohms (não por qualquer razão pessoal) em favor da candidatura de Schlieper. Com Schlieper se incluiria a experiência vivida dele com a Igreja Confessante na Alemanha e se poderia contar com a abertura para uma renovação da Igreja e um modelo de direção não centralizada, mas cooperativa. Esta abertura, porém, não ocorreu na reunião em Santa Cruz e GR se diz “diminuído em sua esperança da renovação da Igreja“. 8. Dohms reclamara que G.R. entendera que o relatório do Präses apresentado à Assembleia Sinodal em Santa Cruz do Sul, teria uma ac entuada ênfase de auto-justificativa. Esperava antes uma palavra profética para o momento vivido pela Igreja, no sentido: a) da renovação da Igreja; b) de uma confissão da omissão e da culpa da Igreja; c) de uma afirmação insofismável quanto ao testemunho do Senhorio de Jesus Cristo, para a Igreja. 9. Ás afirmações de um “sistema de direção caudilhista“ que usara em sua correspondência enviada a Dohms e de “ditadura” que usara em uma resposta à difamação de Nollenburg (Ponto 17), G. R. comenta que o fizera na preocupação de assegurar “uma responsabilidade livre de 121


todos para com sua Igreja e o Senhor da Igreja“. Entendia que a ideia de direção da Igreja deveria ser cooperativa, superando a distância entre os que “reinavam” e os outros que obedeciam. Refere-se a uma reunião da Diretoria do Sínodo em que se defendera a opinião “de que o Presidente ordena e os outros obedecem“. Sua ideia pessoal era a de uma direção colegiada. O assunto não fora encaminhado na reunião e G.R. não queria concordar com esta forma de direção “monocrática”. Pede encarecidamente que Dohms reveja a sua posição, aliás já abordada em sua manifestação contra G. R., em 1937, e passe a levar em conta a Confissão de Barmen, especialmente em sua afirmação do Senhorio único de Jesus Cristo para toda a vida. Sua luta não era uma luta de caráter pessoal contra Dohms e sim na busca determinada com ele, para que ninguém perdesse o caminho certo, o caminho de Cristo. 62.

Correspondência de G.R. para os presidentes das Regiões Eclesiásticas do Sínodo Riograndense, em 07 de janeiro de 1947. Correspondência enviada aos presidentes das Regiões antes da conferência destes, a qual G.R. não compareceria. G.R. informa que, não tendo sido revogado o ponto 17 da “manifestação Nöllenburg” nem contestado o mesmo ponto pela Diretoria Sinodal, criara-se um clima espiritual, a partir do qual não vê mais condições para a tomada do diálogo sobre a renovação da Igreja no Sínodo. Só uma tomada de posição formal da Conferência dos Presidentes das Regiões, de condenação ao ponto 17, poderia abrir as condições para um diálogo profícuo no futuro. Lembra que condicionara também a sua participação na Comissão Teológica a esta condenação formal do ponto 17. Se isto acontecesse, desistiria do propósito de levar o assunto à Assembleia Sinodal. Na sua opinião a questão agora deveria ser abordada e encaminhada pelos colegas e a Diretoria do Sínodo. A eles caberia o devido encaminhamento desta questão. Algumas Regiões teriam se manifestado solicitando a imediata supressão do Ponto 17 e sua condenação. Não tendo até agora uma manifestação, nem de Nöllenburg, nem de Dohms, nem da Diretoria do Sínodo, que também conhecia este manifesto, não se julgava em condições de participar da reunião prevista, dos Presidentes das Regiões.

122


Somente diante do fato de não ter recebido qualquer manifestação dos acima citados e considerando a repercussão da difamação no Sínodo, para a boa ordem diretiva do mesmo, e para assegurar as boas relações entre pastores, ele se manifestara publicamente. A máxima da boa ordem eclesiástica estava, conforme G.R., dando lugar à máxima da anarquia, que ameaçava seriamente a vida da Igreja. G.R. esperava que a Conferência dos Presidentes das Regiões, abordaria a questão e se posicionaria, cooperando assim para uma retomada, com a participação dele, “aberta e objetiva” da questão fundamental da renovação da Igreja. 63.

Correspondência do P. Kube (Presidente da Região Sinodal Cai) para G.R., em 24/02/1947. Traz breve relato da reunião dos Presidentes das Regiões Sinodais. Não teria havido um posicionamento ref. ponto 17 tão contestado. Dohms teria se adiantado em “ desculpar” Nöllenburg. Na opinião de Kube, a atitude de Nöllenburg e seus amigos teria a intenção de “castigar e constranger” G. R., por sua oposição à Diretoria Sinodal. Desejava-se ter o caminho livre para tomar futuras decisões no contexto da Igreja. Iniciativas semelhantes, com o mesmo objetivo, estariam sendo tomadas contra P. Knäper e Sänger. Não acontecera na citada reunião nenhuma proposta com vistas à “renovação da Igreja”. Kube mesmo sugeria encaminhar este processo via Comissão Teológica, a qual G.R. pertencia. Ali se poderia refletir sobre os fundamentos orientadores desta “ renovação “. Os resultados da Comissão poderiam ser divulgados amplamente para colher sugestões. A Comissão Teológica recolheria estas sugestões e formularia uma proposta a ser enviada então às Conferências das Regiões Sinodais, O encaminhamento via Comissão Teológica garantiria a participação de G.R. neste processo, podendo G.R. até receber a tarefa de coordenar este processo. Se esta ideia não for aceita, Kube sugere a constituição de um Grupo de Trabalho de pastores identificados com a ideia da “renovação da Igreja”. Este grupo se ocuparia com as questões fundamentais do assunto e formularia algumas questões básicas a serem então entregues à Diretoria Sinodal.

64.

Correspondência de 07/03/1947.

G.R.

para destinatário

123

desconhecido,

em


Fala de seu interesse em receber Niemöller, em sua planejada visita ao Brasil. Menciona que conhece Niemöller da Alemanha e que desempenha a coordenação de um “Grupo de Trabalho Teológico” (Theologisch Arbeitsgemeinschaft – ThA) desde 1937, em próxima relação com a Igreja Confessante na Alemanha. O destinatário refere ter recebido do Conselho Mundial da Igreja e da Comissão Ecumênica para os refugiados, de Genebra, o pedido de formar núcleos que possam intermediar o recebimento e acolhimento de refugiados da guerra. 65.

Correspondência de um colega, pastor Schlieman - de Florianópolis que recém entregara o cargo de Präses em Santa Catarina - para G.R., em 12/07/1947. Destaca sua ênfase nos dois aspectos missionários no Sínodo: Despertamento das Comunidades e propósito missionário em relação “a realidade (wir müssen den Strom des Glaubens und der Liebe leiten, dass es fruchtbar das Land wässert...) Reconhece o esforço de G.R. em destacar a pregação, o anúncio acima de qualquer “burocratismo da Igreja”. Lembra que a Igreja na Alemanha (EKD) estava diante do iminente perigo de uma ruptura confessional (die Lutheraner wollten eigene Wege gehen). Diverge de G.R. afirmando que é importante manter as relações com a “Igreja Mãe”, mas que em verdade (os 4 Sínodos) deveriam tomar as suas decisões autonomamente e com liberdade.

66.

Correspondência de Otto Hoffmann (Arroio da Seca) para G. R., em 16/07/1947. Leva ao conhecimento de G. R. uma “ carta aberta” dirigida aos pastores do Sínodo que tem como anexos um artigo de Niemöller e artigo de G. R. (Randbemerkungen). Afirma a sua identidade teológica para com o colega G.R. e lamente que não mais pastores se engajem nas questões da “renovação da Igreja”.

67.

Correspondência de G. R. para P. Otto Hoffmann, de 05/08/1947. G.R. Informa o colega sobre o “novo clima” que imperara no encontro da Assembléia Sinodal (Synodalversammlung), em Ijuí. Ele já percebera 124


antes, na reunião da Comissão Teológica, esta mudança. Todos mostravam-se mais dispostos ao diálogo (O ponto de conflito entre Dohms e Sänger, respectivamente Diretoria Sinodal e Ginásio também já fora dirimido anteriormente). Na Conferência dos Pastores que acontecera durante a “Synodalverammlung”, inicialmente foi apresentada uma palestra por E. Schlieper. Na mesma oportunidade, também se pronunciara Dohms, até abordando o tema da “Confissão de culpa”. Dohms dissera que estava disposto a fazer esta confissão, considerando que ela decerto seria incompleta. Mas sua vontade e capacidade de perdoar era grande e sem limites. Diante desta afirmação G. R. interviera, dizendo que para um “novo início” legítimo, deveria haver a unidade entre todos, na visão de que “Cristo era tudo”. As opiniões de concretização deste estar em Cristo de todos, poderiam ser diferentes, porém, no fundamental, deveriam estar coincidentes. Assim se encontraria um caminho comum “. Como se aproximara a hora de encerramento da reunião, Dohms tomara a palavra e sugerira que não se prosseguisse nos debates e sim, que se perdoasse mutuamente. Solicitara que todos se levantassem de seus lugares e se manifestassem juntos que todos se perdoavam-se uns aos outros e que o “velho” deveria ser afastado (abgetan). E assim se fez. G.R percebera ainda como eminentemente promissor que Dohms, em seu relatório sinodal, se identificara claramente com o único fundamento da Igreja, Jesus Cristo, e definira as Igrejas como parte da igreja reformada de Jesus Cristo. G. R. afirma: “pela graça de Deus damos um passo importante para todos nós”. Deus nos havia guiado, apesar de nossa iniqüidade, pelo seu Espírito Santo podemos prosseguir um bom pedaço, o que parecia inalcançável antes”. P. Höhn comentara, após a Conferência: não era justamente isto que você fundamentalmente queria? G.R. afirma que, diante desta nova realidade, não deveriam ele e seus amigos, querer se destacar como grupo e se diferenciar dos outros. A tarefa, agora, era a de buscar todas as possibilidades de cooperação como Igreja num espírito de fraternidade entre os colegas. “Nun gilt es erst recht, dass der Geist Gottes und Christi es sein muss, der die Erneuerung seiner Kirche schafft. Wir wollen bitten „veni creator spiritus“ , und wollen offen bleiben für sein Wirken und Wollen unter uns„. 125


68.

Correspondência de Werner Kube para G. R., de 15/04/1947. Entre outros, informa que está trabalhando na elaboração de um projeto de estatutos para o Sínodo Riograndense. Informa ainda ter recebido a carta de Reusch e Schlieper e de que todos estão aliviados de que se chegara em Ijuí, a um alívio das tensões, o que criava as condições para um trabalho de cooperação no futuro.

69.

Correspondência de Werner Kube (Maratá) para G.R., de 27/09/1947. Informa G.R. de seu trabalho na elaboração dos estatutos para o Sínodo. Acentua que a constituição deve ser reflexo dos fundamentos da Igreja, isto é, a viva fé é que sustenta a Constituição. “Nós nunca entendemos o que é a Igreja de Cristo na sua constituição, mas poderemos, a partir da fé, “ordenar”, dar uma ordem constitucional, à comunhão dos que crêem. ” Quanto à organização concreta da Igreja, Kube sugere: A instância maior no Sínodo é a Assembléia Sinodal. A Assembléia elege o Conselho Sinodal que será responsável pela administração. O presidente do Conselho exerce a direção espiritual e os diversos setores administrativos estão sujeitos a ele. O presidente e mais um membro do ministério exercem sua atividade em tempo integral. Os membros do Conselho Sinodal são membros da Assembléia, a Conferência dos Presidentes das Regiões Sinodais é um órgão assessor do Conselho.

70.

Correspondência de G.R. para Dr. Fülling de 22/10/1947. G. R. comenta palestra apresentada pelo Dr. Fülling. Destaca, porém, que antes de se refletir sobre os campos específicos da sociedade, do estado, da economia, da estrutura social, se deveria clarear inicialmente a questões mais fundamentais da responsabilidade cristã no mundo e seus campos específicos. Seria uma oportunidade para elaborar uma visão orientada na “fidelidade da Igreja frente a sua tarefa da proclamação”. Recomenda que este assunto ligado à “responsabilidade da Igreja frente ao mundo” seja levado à Comissão Teológica. Poderia se aproveitar, uma de suas primeiras reuniões, sob o tema: “O que significa o Evangelho do bondoso Senhorio de Cristo, sobre a Igreja e o mundo, para a pregação, a responsabilidade e tarefa da Igreja para o mundo”.

126


71.

Correspondência de Otto Hoffmann para G. R., de 28/10/1947. Comenta a decisão da Assembléia de Ijuí, de realizar uma intercessão especial pelo Präses, alusiva aos seus 60 anos, nos cultos comunitários do Sínodo e para o qual recebera uma formulação pronta. Sugere não personalizar esta intercessão e inclui-la na oração de intercessão final do Culto. Para Hoffmann a oração sugerida pela Assembléia parece enfatizar e “Führergedanke”. Sugere que os pastores mesmos formulem as suas orações.

72.

Correspondência do P. Schliemann (Florianópolis – exerceu o cargo de Presidente do Sínodo Catarinense) para G. R., de 25/11/1947. Apóia, reagindo a uma correspondência de G.R., com o ingresso do Sínodo na Confederação Evangélica do Brasil. Mesmo tendo outra confissão a Confederação está aberta para a confissão luterana e tem uma vontade missionária e necessidade de crescimento do qual podese aprender. Agradece o envio por G.R. de artigo de Karl Barth que aborda com ênfase a ideia da participação da Comunidade. 1948

73.

Cópia da correspondência de O. Hoffmann ao P. Scheele, de 02/04/1948. Trata de um litígio entre ambos que girava ao redor de posicionamentos pessoais difamatórios, suspeitas relativas à prestação de contas de coletas de comunidade e de diferenças teológicas (Hoffmann era identificado com o movimento e as ideias básicas da Igreja Confessante)

74.

Cópia da correspondência de O. Hoffmann (Arroio da Seca) ao P. Schlieper, de 05/04/1948. Desabafa junto a Schlieper de uma injusta atitude do P. Scheel secundado pelo P. Ziebarth, de quererem proibi-lo de pregação e por terem distribuido um panfleto denegrindo sua pessoa. Sugere que se apoie, a nível de Sínodo, a criação de “Comunidades de base” vivas. (Kerngemeinden) com o propósito fundamental para a Igreja da missão e evangelização.

127


Pede que seja designado (Volksmissionen) no Sínodo. 75.

para

um

ministério

da

missão

Correspondência de G. R. para P. Otto Hoffmann, de 18/04/1948. G. R. escreve acerca do propósito que acalentava, quando da realização da Assembléia Sinodal em Ijuí. “Considerando a disposição para a confissão e para o perdão, eu buscava uma base que, mantendo longe as polêmicas pessoais e assumindo a orientação no Senhorio de Jesus Cristo e de sua bondade, se pudesse abrir a oportunidade para um novo diálogo objetivo, o respeito da renovação da Igreja no qual o maior número de pessoas deveria participar”. Apóia a ideia da “comunidade de base” externada por Hoffmann, no contexto de uma comunidade organizada, que na entrega total a Jesus Cristo se coloque em seu seguimento, realize o Culto a Deus na vida e na ação em fidelidade ao culto da Palavra de Deus. Afirma colocar-se ao lado do colega, especialmente na campanha difamatória que está sofrendo de dois colegas, referindo o seu trabalho pastoral. A continuar esta campanha se colocará ao lado do colega, para o bem da comunhão da Igreja que a partir de Ijuí se visualiza.

76.

Correspondência de Werner Kube (Maratá) para G. R., de 04/05/1948. Informa G.R. que elaborou uma nova “ Ordem Constitucional” para a Igreja. Relata, com alguns detalhes sobre aspectos relevantes de seu projeto (Atribuição da Assembleia das Regiões Sinodais e da Assembléia Geral da Igreja, a constituição de um “bispo” e Conselho da Igreja (Kirchenrat) e suas relações, a tarefa e representação dos Presidentes das Regiões nos órgãos diretivos). O projeto (apesar de ser em um sentido uma cópia do estatuto da antiga União da Igrerja Prussiana (Alt Preussische Union) procura evitar que uma personalidade queira se destacar, procurando oprimir os outros. Refere um material que recebeu de Niemöller, como Presidente da Igrerja Evangélica na Alemanha (Evangelische Kirche in Deutschland – EKD). O mesmo, solicita relatos dos pastores alemães em atividade no Brasil. Diz que fará constar em seu relatório: a) Que deve prosseguir na afirmação de uma Igreja brasileira autônoma, ligada à Igreja na Alemanha, via contrato que garanta todos os níveis de cooperação anteriores. 128


b) Dê uma clara definição ao status dos pastores enviados da Alemanha. c) Para que uma tendência da direção da Igreja, já manifestada na Assembléia de Santa Cruz do Sul, de enfatizar a nomeação de brasileiros para o pastorado, não redunde na marginalização dos pastores alemães, para comunidades do interior. Solicitando que G.R. não divulgue seu projeto para a nova constituição pede que este faça a sua avaliação crítica do mesmo. Aguarda com interesse a realização dos “Seminários pastorais”, sugestão apresentada por G. R. e que trata mais da “nova situação que vive a Igreja”. 77.

Correspondência de P. Otto Hoffmann (Arroio da Seca) para G.R., de 04/05/1948. Constata que a relação entre ambos está seriamente abalada. “A última vez que te visitei (escreve Hoffman) parecias cansado em nossa “frente oposicionista” na Igreja ................. cultivando o desejo de conseguir um “ modus vivendi” com a Direção do Sínodo. Depois de Ijuí ouvi de um leigo que participara do encontro em Ijuí, que tu (G.R.) proferiste palavras sábias, com as quais procuravas uma mudança sinodal vivida pelo Espírito Santo”. Hoffman manifesta então sua suposição crítica de que G.R. encaminhara a solução do confronto em uma reunião com Dohms e Schlieper, na Assembléia em Ijuí. O “boletim“ Reusch/Schlieper, enviado depois de Ijuí, confirmara as suas suposições. Por tudo isto Hoffman considerava, já que G.R. estava isolado, todos estariam se voltando contra ele agora e que ele mesmo também teria sido abandonado por G.R., companheiro das ideias inspiradas pela Igreja Confessante. Não entendia que Reusch se encontrara em secreto com Dohms e Schlieper, sem considerar os colegas identificados com ele. Dohms conseguira assim isolar sempre mais pessoas, também a G.R., do grupo daqueles que se colocavam na oposição. Acusa G.R. ser um ótimo teólogo sistemático, mas um mau organizador do movimento. Dohms conseguira o que queria, uma oposição minguada. Esta posição de G.R. havia prejudicado a causa pela qual batalhara e não a ajudando. A atual proximidade a pastores que estavam em posição antagônica antes, o deixava muito em dúvida. Sugere que talvez a vida favorável de G.R. e família em uma boa e forte Comunidade como Cachoeira do Sul, tenha enfraquecido a sua posição destemida de antes. 129


Lamenta que G.R. não buscara com mais frequência o contato pessoal e o diálogo com ele, sobre todas estas questões e também as dificuldades que Hoffmann encontrara no trabalho comunitário, no qual tinha sido, inclusive, difamado por colegas seus. Encerra com orientações detalhadas para tratamento das feridas e dores agudas resultantes das varizes de Luise Reusch. 78.

Correspondência de G.R. para P. Kube, de 15/09/1948. Ao reagir à proposta de Kube para uma nova Constituição na Igreja, G.R. acentua que também para ele seria importante que se chegasse logo a uma reunião dos diversos Sínodos (Zusammenschluss) em uma só Igreja. Entre as duas alternativas, de criação da Federação dos 4 Sínodos e a da estruturação de “Conferências Gerais” dos sínodos, G.R. expressa sua opinião, dizendo: “Eu pessoalmente aprovaria a reunião dos diversos Sínodos em uma só Igreja no Brasil (Ich persönlich würde nach wie vor den Zusammenschluss zu einer Kirche begrüssen). G.R. assinala ainda que gostaria de ver registrado em um novo estatuto da Igreja, o fato de que „nos reconhecemos como membros de uma santa, apostólica, universal Igreja de Jesus Cristo”. Quer ver mencionado especificamente ainda o fato de que “ reconhecemos para a nossa Igreja as decisões da Assembléia de Barmen e as queremos deixar frutificar em nosso ‘fazer ‘ ”. Sugere a substituição da designação de “bispo pela designação de Presidente de Igreja”. Os presidentes das Regiões Sinodais serão mantidos com suas atribuições.

79.

Correspondência de G.R. para “irmão” Becker (Alemanha), de 01/11/1948. G. R. constata, com alegria, a criação da Igreja Evangélica na Alemanha, mesmo que ela se tenha constituído como “uma aliança da Igrejas“ (Kirchenbund). Lamenta que não se decidiram pela comunhão plena sacramental e de pregação (entre luteranos, reformados, unidos). Barmen, se bem que era citado, parecia não se constituir em um referencial orientador para o futuro. Percebia a criação da VELKD, como um passo para trás, de Barmen. Na opinião de G.R., a Igreja Evangélica na Alemanha deveria se comprometer - levando em consideração Barmen - a buscar uma unidade plena da Igreja entre luteranos, reformados e unidos. Desta forma, a Igreja na Alemanha poderia aproveitar o “ talento” de Barmen, 130


em seus contatos na Ecumene. Dohms e preposto Markzinski participaram de uma Conferência em Amsterdam, onde também encontrariam M, Niemöller, para diálogo sobre os planos de uma nova Constituição para a Igreja no Brasil. G. R. informa que participara em um seminário teológico em São Leopoldo, que tinha o tema: A confissão correta (Rechtes Bekennen), desdobrado nos sub-temas: Confessar na Sagrada Escritura, A Confissão dos Reformadores, a Declaração Teológica de Barmen, Nossa Confissão Hoje. G.R. realiza a palestra sobre o tema: Confissão de Barmen. 80.

Correspondência de G. R. para Otto Hoffmann, de 22/10/1948. G.R. constata, com satisfação, que a relação entre ambos estava se reconstituindo passo a passo. É de opinião que nas questões de renovação da Igreja no Brasil, ainda se está nas preliminares (Präliminarien). Lembra dos acontecimentos na Assembléia de Ijuí e julga que com as decisões lá tomadas se instalou um clima positivo e promissor para a encaminhamento das questões essenciais do ser Igreja de Jesus Cristo e para a discussão subseqüente sobre a “Renovação da Igreja“. Lamenta que em Ijuí não se tenha chegado a um acordo mútuo sobre o que de novo, na continuidade da discussão sobre a renovação da Igreja, deveria ser observado, também nas questões atinentes às pessoas envolvidas na Direção. A sistemática de direção não havia se alterado e “as forças dispostas à renovação” não foram chamadas. 1950

81.

Correspondência de ______________, para G. R. de abril de 1950. O autor relembra que, infelizmente, a disposição pela renovação diminuiu ou, “pior, está entrando nos trilhos de todas as questões antigas”. Cita que conforme Emil Brunner, “a Igreja ainda não despertara para a seriedade do momento”.

1951. 82.

Correspondência de G.R. para P. Otto Hoffmann, de 24/05/1951

131


G.R. lembra que ambos haviam se encontrado já há 5 anos atrás, quando ocorrera a primeira proclamação deles da “Renovação da Igreja, na qual se pretendia a criação de algo novo a ser proclamado também nas comunidades”. Reconhece que o eco a este chamado, a esta proclamação, tinha sido muito pequena. Comenta que este fato despertara nele a consciência de que a verdadeira renovação da Igreja só poderia acontecer a partir daquele que dissera: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap. 21.5). “A única condição para a renovação estava no sofrimento, na morte vicária e na relevação do Cristo, que detém todo o poder no céu e na terra e esta em intima comunhão com Deus, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem e exercia o seu Senhorio pela Palavra e na presença do Espírito Santo”. Alertava ainda que, se o seu processo pela busca pela renovação da Igreja ficasse estagnado , deveria se proceder a criação de uma “comunhão para a renovação da Igreja “, como Hoffman sugerira. Com certeza, a Igreja no Brasil estaria desafiada no futuro a superar novas barreiras.

1952. 83.

Correspondência de G.R. para Ernesto Schlieper, de 26/09/1952. Trata-se de uma longa correspondência (16 páginas) que gira ao redor das definições da base confessional da Federação Sinodal. Präses Schlünzen, em artigo sobre “A Igreja Luterana no Brasil“ (Lutherische Kirche in Brasilien), havia referido que no Sínodo Riograndense e nos outros Sínodos não existiam comunidades reformadas e que somente o Catecismo de Lutero estava em uso nas comunidades. G.R. pondera: 1) Já na constituição do Sínodo Riograndense de 1886 (apesar da introdução da Hannoversche Agende, por Rotermund), não se fazia uma discriminação das diferentes tradições confessionais trazidas pelos imigrantes, mas se acentuara o que as unia, a saber, o Evangelho. Por esta razão se abdicara de designar as comunidades de comunidades luteranas, reformadas, unidas, e sim, simplesmente, como comunidades evangélicas. 2)Havia comunidades que viviam tradições confessionais determinadas pelas suas Igrejas/Comunidades de origem na Alemanha. Mas o fato de que diferentes tradições confessionais viveram em conjunto nos vários núcleos de imigração, trouxe consigo uma atitude de tolerância para com as diferenças e uma acentuação do comum. 132


3)Deve-se considerar que houve uma “quebra de tradição, naqueles anos todos entre a chegada dos imigrantes em 1824 e a criação do Sínodo Riograndense, em 1886”. Foi a época em que se criara, como que uma “nova tradição eclesial” no Brasil, que nivelara as tradições confessionais de origem. Como as comunidades não contavam com o acompanhamento espiritual organizado, instalara-se uma relativização, um desinteresse e desorganização total na vida eclesial, comunitária, no período. A Igreja na época estava, conforme G.R., diante de duas alternativas: “A da restauração e da nova ordem”. Restauração significaria voltar atrás da quebra de tradições, ao ponto de partida de realidade das diferentes tradições confessionais. A nova ordem (Neuordnung) se sente comprometida com a afirmação de um novo início e da construção de uma nova Igreja da Reforma, que estava acontecendo no Brasil, construída sobre o Evangelho de Jesus Cristo e na observância daquilo que era herança comum dos pais da Reforma. “Os fundadores do Sínodo decidiram-se pelo caminho da “nova ordem”, a saber, da criação e da construção (Ausbau) de uma Igreja Evangélica da Reforma com as características especiais determinadas pela realidade deste país”. Não se pretendia uma reformulação da Igreja para uma Igreja luterana, e sim, dar um passo adiante na unidade da Igreja, no contexto das diferenças confessionais relativas existentes. Além destas considerações todas G.R. lembram ainda para corroborar a sua visão, como ponto essencial, que a situação das duas guerras levara a uma profunda reflexão sobre fundamentos, objetivos e orientações da ação da Igreja. Destaca, neste sentido, a importância decisiva da Declaração de Barmen que afirmava “Jesus Christus allein, als das eine Wort Gottes in seiner lebendigen Gegenwart und in der Aktualität seines rettenden Wirkens, der alleinige Seins- Einheits-und Erkenntnisgrund seiner Kirche ist”. „ Na comunidade não se confessa uma só confissão. A confissão não é conteúdo do confessar da Comunidade. A confissão é a atualização da Palavra de Deus, que marcada pela nossa reflexão humana limitada, é expressão para a verdade de que Jesus é a única fonte da mensagem, julgadora e redentora da bondade do Deus triuno para conosco”. “Tendo Jesus Cristo como fundamento da verdade, a unidade, a universalidade e a ecumenicidade da Igreja não será prejudicada, mesmo considerando as expressões confessionais diferenciadas, em seu meio. Barmen aprofundara esta reflexão acentuando que diante desta afirmação do fundamento da Igreja em Jesus Cristo somente, a 133


característica sociológica das comunidades, não poderia ser a fonte para as nossas afirmações sobre o que é a Igreja. A comunidade é o “lugar “ da proclamação, que nos chama ao testemunho a Deus em Jesus Cristo. Por isso a característica sociológica da Comunidade (como, p. ex., sua germanidade) não pode ser absolutizada. Precisamos saber que vivemos como comunidades, com características especiais, num contexto maior da sociedade brasileira com suas expressões de língua, história e cultura”. Na opinião de G. R. estas considerações fundamentais não podem, não devem, levar a Igreja a um processo de “restauração“, nem “luteranização”. Uma união dos Sínodos não poderá acontecer em um processo “restaurativo “, nem num “ideal construtivista da Igreja”, e sim, somente, “na afirmação de que no seu centro está Jesus Cristo e sua Palavra“. Isto está claro nos artigos 1º e 2º da Constituição da Federação Sinodal. Isto vale ainda mais, quando se pretende a reunião em uma Igreja no Brasil e afirmar a autonomia desta mesma Igreja. Conforme G. R., o estatuto base da Federação distancia-se de um “confessionalismo“ e de um “confessionalismo luterano”, nos termos da Fórmula Concórdia, de 1580. Confessionalismo é excludente e aprofunda as diferenças das tradições confessionais que marcaram a caminhada do Sínodo. Nesta sua visão do ser e da missão da Igreja, G. R. se distancia conscientemente da posição expressa pelo Präses Schlünzen, em seu artigo sobre a “Lutherische Kirche in Brasilien”, quando afirma, que todos devem comprometer-se (bindend) com os escritos confessionais da Reforma Luterana. Como representante dos colegas “reformados”, já expressara na primeira Assembleia da Federação Sinodal (1415/05/1962, em São Leopoldo) que se tenha nos Sínodos a liberdade de proclamação em Palavra e Sacramento, o Pequeno Catecismo, como confissão da Reforma. Mas ele não poderia concordar com qualquer movimento de limitação contra os “reformados”. O Presidente da Federação afirmara que este era o espírito em que se conduziria a Federação. A prática de integrar totalmente membros das tradições reformadas, unidas e luteranas na comunidade, deveria permanecer. Da mesma forma reivindicava a parceria com as Igrejas Luteranas, Reformadas e Unidas, vinculadas à Igreja na Alemanha. Não lhe parece recomendável a parceria com a VELKD. Espera que a Igreja continue com a proposta iniciada em Barmen, de “prosseguir no caminho conjunto como igrejas confessionalmente diferenciadas”. Aprovara a filiação da Federação, já na sua primeira Assembléia, à Federação Luterana Mundial e ao Conselho Mundial de Igrejas. Não vê 134


problema no relacionamento com a Federação Luterana Mundial, uma vez que a mesma respeita a autonomia das Igrejas filiadas. G.R. destaca finalmente, ainda, a presença e a atuação dos pastores provindos das Igrejas Reformada e Unida da Alemanha e sua importância na vida e ser da Igreja no Sínodo Riograndense e nos outros Sínodos. 84.

Correspondência de G. R. para Preposto Marchinzki, de 23/10/1952. Comenta reunião da “ Conferência de Pastores do Exterior (Auslandspfarrer Konferenz) e dos assuntos lá elaborados, como o novo estatuto que orientará as atividades dos pastores alemães no exterior. 1953

85.

Correspondência de G. R. para Walter (?), de 26/08/1953. Envia ao colega seu posicionamento ao artigo de Präses Schlünzen sobre “Lutherische Kirche in Brasilien”, e tece comentários.

86.

Correspondência de Dohms para G. R., de 31/08/1953. Dohms expressa sua concordância para que Gerhard Reusch inicie seus estudos de Teologia na Alemanha, no início de 1954.

87.

Correspondência de Karl Gottschald para G.R., de 15/10/1953. Refere-se à substituição de G. R., para o período de viagem à Alemanha. 1954 1955

88.

Correspondência de P. Grassatis (Lomba Grande) para G.R., de 02/06/1955. Informa que solicitou de um colega o envio de um “Jornal Eclesiástico Reformado”, em que se comenta a “ luteranização” das Comunidades no Brasil. P. Knäpper se encarregou da distribuição. Igualmente informa ter enviado cópias da correspondência para um colega na Alemanha (P. Halaski) e ao Moderador da Igreja Reformada na Alemanha, P. D. Niesel.

89.

Cópia da correspondência do P. Grassatis para seu colega Halaski (Alemanha) de 02/06/1955. 135


“Estou enviando cópia da correspondência para G.R., porque sou grato a ele por me ter auxiliado na compreensão da fé reformada”. Informa que está estudando e possui as obras de Calvino. 90.

Cópia da correspondência do P. Grassatis para o Moderador P. D. Niesel, da Igreja Reformada, de 02/06/1955. Entre outros assuntos refere-se a G. R. como sendo, sempre ainda, o líder (Häuptling) dos reformados no Sínodo. Lembra que seu primeiro contato com a Igreja Reformada acontecera em 1925 (Pastor Heubült em Emden). Pede pelo envio de material da Igreja Reformada a ser distribuído entre os pastores no Brasil.

91.

Correspondência de G. R. para P. Grassatis, de 13/06/1955. Informa estar em contato, via correspondência, com o moderador da Igreja Reformada, P. D. Niesel e que este se pôs “à disposição para auxiliar no encaminhamento das difíceis questões na Igreja no Brasil”. Manifesta sua esperança de que se encontrará um caminho entre “ um objetivismo confessionalista e um subjetivismo sem identidade confessional”. ... “O que une deve estar acima do que nos distingue, também confessionalmente. No momento que vive a Igreja no Brasil se faz necessário voltar às questões essenciais da Igreja e para tal, a Declaração de Barmen seria um bom ponto de partida“, escreve G.R. 1956

92.

Correspondência incompleta de G. R. para P. Bartelt, do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha (Kirchliches Aussenamt der E.K.D.), de 22/06/1956 G.R. menciona que, diante da visita de Bartelt e do P. Schlingensiepen (Presidente da Igreja Evangélica Unida (Evangelische Kirche der Union – EKU) fora levantada a questão que, ”quando da inserção dos pastores das Igrejas Reformada e Unida, estes deveriam reconhecer, ainda antes de virem ao Brasil, a confissão luterana e a constituição da Igreja no Brasil“. Na oportunidade da visita de ambos, G. R. manifestara a sua opinião de que uma “tal solicitação especial aos pastores reformados e unidos, nunca havia sido considerada e que eles, portanto, deveriam ser integrados sem qualquer solicitação especial, plenamente e integralmente na comunhão eclesial da Igreja no Brasil“. 136


O Prof. P. Schlingensiepen estava diretamente envolvido na criação de um Centro de Formação da Igreja Evangélica Unida (E.K.U) para pastores a serem enviados ao exterior. O Professor Schlingensiepen solicitara, que na atual discussão sobre o ser e a missão do Sínodo e da Igreja, deveria-se definir uma base, que possibilitasse também o envio futuro de “pastores vinculados à Igreja Reformada da região de Siegenr”, egressos desta instituição, ao Brasil. 93.

Diversos que estavam anexados ao arquivo. 1. Uma lista de textos bíblicos ao tema: A correta proclamação em Palavra e Sacramento. (Sem identificação do autor). 2. Artigo do jornal “ Nachrichtendienst der Pressestelle der Evangelischen Kirche der Rheinprovinz”, sobre “ Gedanken zur Ordnung der E.K.D.”. 3. Cópia de uma circular sob o título “ Wort an die Pfarrer”. (Autor desconhecido), Em anexo, manifestações de M. Niemöller: 1) Quanto à união das igrejas territoriais luteranas em uma Igreja Evangélica na Alemanha, concordando também que Comunidades/Igrejas Reformadas e Unidas dêem-se uma organização própria. 2) Quanto à criação da VELKD, desejando que ela não se transforme em uma seita e contribua para uma nova separação. 4. Carta aberta, de 18 páginas datilografadas, para a Diretoria Sinodal do Sínodo Riograndense, de autoria Otto Hoffmann. Pontos tratados: 1. Introdução. 2. A Conferência Sinodal 1946- eleições e espírito. 3. Um posicionamento daquilo que até agora experimentamos sobre a renovação da Igreja. (Comenta neste capítulo que os membros do Grupo de Trabalho da Igreja Confessante no Brasil foram isolados.Tratava-se de uma tática para que tudo pareça em ordem na Igreja e no Brasil, mesmo que tenham sido denunciados na Alemanha, porque colocavam em perigo a ordem sinodal, uma vez que apoiavam a vinculação do Sínodo à Igreja Confessante. Neste contexto menciona que alguns “irritados” solicitaram inclusive a extinção do Grupo de Trabalho no Brasil). 4. A igreja missionária. 5. A orientação na continuidade do nosso grupo eclesial. ( O autor cita G.R. neste capítulo: “Angesichts der heute von uns geforderten Entscheidungen, die als die Heute und hier notwendige Antwort der Kirche auf das gehörte Wort Gottes gegenüber den Falschlehren und Dämonen unser Zeit in dem Ja zu Christus als dem einen Wort Gottes und dem klaren Nein zu jeder Art von Immanenzgläubigkeit bestehen müssen, können wir uns für das aller Akzenttuierung Heute nodwendige Bekennen nicht auf bestimte, die natürliche Theologie ablehnende Formulierungen des alten Bekenntnisses berufen.“ 6. 137


Nosso chamado à “confissão de culpa”. 7 Chamado (Aufruf). 8. Conclusão. Cita ainda artigo de G.R. : “ Die Erneuerung unser Kirche und die zur Durchführung der selben notwendigen Entscheidungen, in ihrem Verhälltnis zum Bekenntnis, zur Verfassung der Synode und zum Ereignis und der Aufgabe kirchlichen Bekennens in der Gegenwart“. 5. Algumas folhas do Boletim Informativo do Sínodo Riograndense, de 1958. Neste Boletim está registrada a interpretação da Comissão teológica do Sínodo Riograndense, referente à designação “ Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil”, a ser acrescentada ao nome da Federação Sinodal. “No sentido da ordem que rege a Federação Sinodal formulamos a seguinte interpretação do acréscimo (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil) ao nome da Federação Sinodal. 1) O conceito “Igreja Evangélica” revela como primeira afirmação, o propósito de que diante das diferenças internas da tradição reformatória (Innerreformatorische Differenzen) se deve priorizar

(vorordnen) o comum,

com o objetivo de crescermos na unidade da Igreja de Jesus Cristo, no Brasil. 2) é

Neste contexto a afirmação “ de Confissão Luterana” interpretada

Federação

pelo

Sinodal,

teor

constante

quando

se

na

refere

Estatuto às

da

confissões

reformatórias. 3)

Concordamos com a citação da Confessio Ausgustana,

de 1530, constante no Estatuto da Federação Luterana Mundial,

no

sentido

de

que

estamos

situados

na

continuidade dos pais da Igreja. ” (Fizeram parte da Comissão Teológica: P. H. Friederich, P. H. Tappenbeck, P. G. Reusch, P. B. Weber, P. H. Wendt, P. H. Dressel, P. K. Giese.

138


6. Carta circular (7 páginas datilografadas) aos Pastores do Sínodo Riograndense. (Não há indicação de autoria. Autor provável, Otto Hoffmann.) 7. Correspondência manuscrita de G.R. para Wilhelm Küster, de 11/04/1937, à qual está anexo um artigo de Küster, sobre o título: “ Unsere Stellung zur Bekentnis Kirche. (24 páginas manuscritas, às quais estão anexados impressos sobre o nacional socialismo, na Alemanha.

139


3.4 Pasta: Schriftswechsel mit Stellen der E.K.i.D. und Stellen des B.d.S. zum Kirchenproblem. 1936 - 1956 1936 1.

Correspondência circular do Conselho da União da Igreja Evangélica da Prússia (Landeskirchenausschuss für die Evangelische Kirche der Altpreussischen Union), de 21/03/1936. Informa que o “ Landeskirchenausschuss “ aprova o retorno de pastores alemães vinculados à Igreja da Altpreussiche Union, ativos no Brasil pelo período mínimo de 12 anos, à Alemanha e à atividade na Igreja. Pastores que retornariam deveriam ter condições espirituais e de saúde e realizar um colóquio e comprovar estado de saúde por intermédio de um atestado médico. 1938

2.

Correspondência de P. Dr. J. Rieger, Londres, para G.R., de 11/02/1938. P. Rieger, após visita que realizara em Berlim, traz informações sobre a situação dos pastorese e coordenações na Comunidade em Berlim. - Os irmãos em Berlim encontram-se em uma situação miserável. - Membros da Coordenação Eclesial foram proibidos de ausentar-se de Berlim Os que querem seguir para Berlim, estão igualmente proibidos de entrar. - A situação financeira é grave. Sugere uma coleta em favor da Igreja em Berlim nas comunidades do exterior. - A questão da formação teológica é extremamente crítica. A constituição de um vicariato de emergência (Sammelvikare) é precária, mas mesmo assim importante porque a formação dos mesmos pode ser realizada no silêncio e em espaços resguardados. - Aguarda com grande ansiedade a possibilidade de realizar uma Conferência Ecumênica na Alemanha

3.

Correspondência de G.R. para P. Rieger (Londres) de 23/06/1938. Confirmando correspondência anterior de Rieger, G.R. informa que está em demoradas tratativas com Dohms para uma possível cooperação entre o Sínodo e a Igreja Confessante, na Alemanha.

140


G.R. elaborou um artigo “ Denkschrift” que seria um documento básico para o contato de Dohms com líderes da Igreja Confessante, na sua visita à Alemanha. Informa que o acolhimento de membros evangélicos, especialmente intelectuais, banidos da Alemanha por questões raciais e vivendo na Inglaterra, solicitado por Rieger, se torna bem difícil pelas regulamentações brasileiras. 1945 4.

Cópia de correspondência do P. Hilbk, para Präses Dohms, de 10/12/1945. Informa ao P. Dohms sua desistência de integrar a Comissão que levantaria recursos para a Escola de Teologia, uma vez que sua sugestão de integrar lideranças leigas da Comunidade de São Leopoldo, na comissão, não ter sido aceita. Solicita que não seja mais convidado para reuniões sinodais, uma vez que sua sugestão de que a palestra, proferida por G.R. fosse enviada a todos os pastores do Sínodo, fora rejeitada. Na opinião de Hilbk, G.R. se detivera “na elaboração do conceito básico de Igreja e somente referira como se usara este conceito no Sínodo, nos últimos anos”. Enfim, as palestras haviam sido proferidas a convite oficial do Sínodo e tratadas em uma reunião oficial da Direção Sinodal. Todos os participantes foram de opinião de que as palestras apresentadas por G.R., haviam sido de objetividade exemplar, tanto na sua formulação, como na sua apresentação. Expressa seu reconhecimento de que Dohms, pelo menos, não interrompera o diálogo após a Conferência e ordenara a sua distribuição na reunião. 1947

5.

Correspondência de P. Rudolf Sänger para G.R., de 17/01/1947. Informa que a “ colocação para Dieter (certamente na escola) está assegurada... . Podemos contar com certeza para ele com um ordenado de Cr$400,00 Aumentos possíveis em breve se orientarão nos resultados do trabalho. No que se refere ao inglês e alemão, ele fez boa impressão, alguns conhecimentos em datilografar a correspondência, seriam desejáveis. O trabalho certamente não 141


ficará restrito ao escritório. Falei com um ex-aluno nosso que um funcionário na empresa dele, recebe Cr$1.500,00, mesmo sem conhecimentos especiais. Informa ainda que está na expectativa escola e no Sínodo.

da solução dos problemas na

6.

Correspondência de Martin Niemöller para G.R., referindo correspondência anterior de G. R., de 22/11/1947. Niemöller afirma a sua opinião favoravel à criação da Federação Sinodal no Brasil unindo os 4 Sínodos existentes .A Igreja Evangélica na Alemanha acompanharia a Igreja no Brasil, também com suas orações, na afirmação de sua autonomia. „Ich halte für notwendig dass die deutschenevangelischen Synoden in Brasilien die vier deutschenevangelischen Synoden in Brasilien zu einem eigenen Kirchenkörper zusammenschliessen wollen. Auf diese Weise soll in Brasilien eine selbständige evangelische Kirche deutscher Herkunft esntstehen, die sich Ihre eigene Ordnung gibt. Dabei geht mein Wunsch daraufhin, dass die Heimatkirche betend diese Entwicklung weiter hin begleiten sollte, ohne das daruch die Freiheit und Selbstverantwortlichkeit der Geimenden und Synoden irgendwie beeinträhtigt wird“. Niemöller afirma ainda que desta forma a Igreja no Brasil poderá estabelecer com a Igreja Evangélica na Alemanha um novo convênio de parceria , no qual esta se comprometeria a : continuar enviando pastores ao Brasil; designar recursos para pastores e estudantes que queiram estudar na Alemanha; garantir um período de férias mais prolongado aos pastores na Alemanha ; garantir neste período o estudo dos filhos; a cuidar na Alemanha do devido provimento dos eméritos em sua aposentadoria; apoiar financeiramente, dentro das possibilidades, as comunidade e pastores no Brasil.

7.

Correspondência de M. Niemöller para G.R., de 30/10/1947. Expressa a sua surpresa sobre o fato de que os problemas da Igreja na Alemanha se manifestem similarmente nas Igrejas parceiras no exterior. Também na Alemanha foi necessário desenvolver um forte esforço, para que a questão relativa ao fundamento da Igreja em Jesus Cristo e a correta proclamação. Dele na pregação do Evangelho, se colocasse como prioridade e se tornasse tema para uma “renovação da Igreja”. Na opinião de Niemöller será este o caminho para que a Igreja se torne uma “comunhão de serviço” (Dienstgemeinschaft) que não só proclama o Evangelho para dentro da realidade presente, mas também vive esta 142


mensagem, avançando para além do círculo menor da comunidade e da sociedade, para a realidade do mundo todo. Informa que sua viagem à América do Sul, fora postergada. 8.

Cópia de correspondência de Martin Niemöller para P. Friedrich Karle (Santiago do Chile), de 04/11/1947. Aborda o propósito da Igreja no Chile vincular-se com a Federação Luterana Mundial e de cuidados que tal propósito encerra, especialmente pelo predomínio dos luteranos americanos em todos os postos de direção. Comenta igualmente a questão da importância da confissão destacando que se deve sair da concepção de entender a confissão como uma “Posição” e sim como um “Caminho” ((Bekentnisstand (de 1580) e Bekenntnisweg (Ver o “caminho“ da Igreja com suas diversas confissões: Símbolos antigos da Igreja, confissões reformatórias, confissões da atualidade como p.ex., Barmen e Stuttgart).

9.

Correspondência de P. Mochalski ( Bundesrat der Evangelischen Kirche in Deutschland) para G.R., de 28/10/1947. Reage à correspondência de G.R. na qual este retoma contato interrompido desde o início da guerra. P. Mochalski faz um longo relato da situação interna da Igreja na Alemanha. Inicialmente destaca que o “Conselho Nacional (Bundesrat)” se reunirá ainda em 1945, após a derrota do nacional-socialismo, com a presença de Niemöller e K. Barth. Além de afirmarem, naquela oportunidade, sua existencial e absoluta identidade com a nova visão de Igreja, assimilada em Barmen e pela Igreja Confessante, confirmaram igualmente seu compromisso com o futuro, que decerto traria novas descobertas. Após este encontro realizara-se então a primeira Assembléia da Igreja (Kirchenversammlung) em Treysa (1945). Ninguém foi excluído, todos estavam desafiados a progredir no caminho indicado da renovação da Igreja. Em Treysa foi formulado um documento com as proposições da reunião que são reflexos da visão da Igreja Confessante (Doc. de Treysa está em anexo). 143


Claro estava que o caminho da renovação da Igreja não poderia progredir sem um diálogo aberto com as comunidades, abordando os caminhos em que a Igreja havia se perdido, no período da guerra e nos quais a Igreja se tornara culpada. O caminho da renovação deveria passar pela confissão de culpa. Na consequência disto, em outubro de 1945, em Stuttgart se chegara a uma declaração de confissão de culpa. Tal confissão de culpa fechara o coração de muitas pessoas. As pessoas ansiavam por um reino de misericórdia e de paz e não que o caminho da renovação da Igreja deveria passar pela confissão de culpa e do arrependimento (Busse). Interrogava-se se a Igreja tinha tido êxito em tocar no coração do povo com esta sua visão para a renovação da Igreja. Na sequência destas decisões da assembléia também o “Bundesrat”, no empenho de concretizar as decisões tomadas emitiu uma declaração sobre “o caminho político de nosso povo“, que gerou grande debate. Enfim a declaração desafiava as pessoas a reavaliar seu passado e suas convicções políticas recentes para intentar um caminho novo. Neste contexto e ainda em Treysa, as Igrejas Territoriais reunidas no Conselho Luterano (Lutherischer Rat) tentaram a criação de uma “Lutherische Kirche Deutschlands”. A atuação do Bispo Wurm e do P. Bodelschwing evitaram esta separação confessional, chegando-se à constituição da Igreja Evangélica na Alemanha “Evangelische Kirche in Deutschland”. Porém logo após a Treysar, as Igrejas Territoriais ligadas ao Conselho Luterano, começaram a se articular pela criação de uma “Igreja Evangélica Luterana Unida na Alemanha (Vereinigte Evangelische Lutherische Kirche - VELKD. Em maio de 1947, sem contato com algumas Igrejas membro da Igreja Evangélica na Alemanha, foi apresentado um anteprojeto para a VELKD. Para aquelas igrejas identificadas com a Igreja Confessante, tal decisão constituía frustração e inquietação. A necessidade de manter o significado comprometedor de Barmen, da comunhão na Ceia e da necessidade de evitar a criação de blocos, na Igreja na Alemanha, se tornou assunto de controvérsia, pois não fora considerado no anteprojeto da VELKD. Estas questões ocuparam o panorama da Igreja nos próximos 2 anos, após Treysar 1945. A pergunta que fica: Foi bom nos determos tão intensamente na questão confessional? Há grande preocupação pelo fato de que durante dois anos se tenha ficado na discussão sobre a reta pregação e negligenciando a integração espiritual dos 11 milhões de fugitivos do Oeste. Uma nova assembleia em Treysa, em 1947, se iniciou um caminho favorável, nesta grave questão da discussão eclesial, que motivou 144


finalmente a elaboração da constituição da Igreja Evaangélica na Alemanha (EKD), aprovada no final de novembro de 1947 pelos seus membros. Em anexo, os dois documentos: Die Kirchenversamlung in Treysar na die Pfarrer. – Der Reichsbundesrat hat bei seiner Tagung von 22 bis 24 August 1945, folgender Beschluss gefasst. 1948 10.

Cópia da correspondência de M. Niemöller dirigida ao Propst Marczynski (Buenos Aires), de 15/01/1948. Correspondência de mesmo teor da correspondência de M. Niemöller para G.R., de 22/11/47 (Doc 6 acima)

11.

Cópia da correspondência de M. Niemöller para P. Karle (Chile), de 10/02/1948. Correspondência refere-se à decisões a serem tomadas pela Igreja do Chile, em relação à sua futura definição confessional e estruturação. Niemöller escreve: “Deswegen werde Ich mich gegen alle die Bestrebungen die den Bekenntnisstand für das wichtigste halten und seine Ausweitung betreiben“.

12.

Correspondência do Presidente da secretaria da Igreja Evangélica na Alemanha EKD Hans Asmussen (redigida pelo filho de Asmussen) para G.R., de 16/08/1948. Faz um relatório sobre a situação da Igreja na Alemanha. 1. A Igreja Evangélica na Alemanha aceitara uma constituição, que pelo menos constituira uma Igreja coesa, uma “einheitliche Kirche“, na Alemanha. Barmen queria uma Igreja na qual estivessem integrados os luteranos (80% EKD) reformados e unidos. Mas isto não se realizara desde o final da guerra. A “culpa” para que isto não acontecesse pertencia especialmente a Barth, por duas razões 1. Barth atribuía aos Luteranos e a Luther a culpa pelo desenvolvimento do alemão puro (“rein”) e do nacionalsocialismo (Doutrina dos dois reinos de Lutero). Por isso os luteranos se tornaram no terceiro Reich em cidadãos fiéis ao regime que se mantinham fiéis e em silêncio, inclusive alguns bispos. (Wurm e Meiser). 2. Barth assumira posições políticas nas quais Igreja e democracia deveriam caminhar de um forma próxima e inteligada. “Kirche und Demokratie sehr eng einander und ineinander gehen werden”. Além disto, Barth revelara, o que ele negava simpatias com o Marxismo no 145


Leste. (Visita a amigos no comitê de ação comunista). 3. Barth negava o batismo de crianças. Tal atitude de Barth revoltara de forma especial os luteranos. Esta situação causara uma séria ruptura de Barth com As munssen e de Niemöller com Asmunssen. 13.

Correspondência do Oberkonsistorialrat Propst Dr. Böhm (Berlim), para G.R., de 08/11/48. É da opinião, ao contrário de Diem, que a nova constituição da Igreja Evangélica na Alemanha, abre espaço para que a Igreja Confessante continue lutando pelos objetivos que definira na época do nacionalsocialismo. Constata que muitos líderes, nos diversos órgãos das Igrejas Territoriais, eram provenientes da Igreja Confessante e podiam lá atuar. “ Die Bekenende Kirche ist heute unter uns kirchengestaltend”. 1949

14.

Cópia da Ata da Conferência dos Pastores na Assembléia da Região Cachoeira do Sul, em Santa Maria, de 18-20/02/1949. Refere especialmente palestra apresentada por G.R. sobre o tema : a) Gabe und Aufgabe der reformatorischen Kirchen in der Ökumene Subtítulos a) Kirche auf den Weg zur Ökumene, b) Die reformatorischen Kirchen auf den Weg zur Okumene¨, c) Die ökumenische Gabe der Kirche in Deutschland: die Kirchewerdung der Kirche. d) Unsere Teilnahme an der ökumenischen Gabe und Aufgabe der Ökumenne, e) Die aus dieser Teilnahme an Gabe und Aufgabe sich ergebenden Folgerungen Nesta conferência G.R. ficou também encarregado de elaborar, entre outros, uma breve colocação sobre o tema: “Die Erneuerung der Lehre von Hl.Geist in der heutigen Theologie “.

15.

Correspondência de P. Hermann Diem para G.R., de 14/04/1949. Comenta a proposta de Constituição da Fed. Sinodal, que G.R lhe enviara. Reconhece a importância da pertença de G.R. à Igreja Confessante, mas julga muito mais importante agora, que G.R. se empenhe na divulgação destas ideias, como, p. ex., do envolvimento dos leigos nas comunidades no Brasil. A cooperação com a Igreja Confessante na Alemanha decerto seria muito difícil pois ela encontrava-se em uma séria crise, e sem órgãos representativos com possibilidade de atuar efetivamente. 146


1950 16.

Correspondência de P. Robert Steiner, da „Schriftleitung der Reformierten Kirchenzeitung (Wupertal/Barmen„, de 06/02/1950. Informa sobre o envio do “Jornal da Igreja Reformada “Reformierte Kirchenzeaitung“. Solicita informações sobre a grande conferência dos evangélicos, que aconteceu no ano anterior com a presença dos P. Makie (Princeton) e Dr. Mark Boegner (Paris). 1951

17. Correspondência de P. D. Wilhelm Niesel, Moderador do Conselho da Igreja Reformada (Reformierter Bund), para G.R., de 24/06/1951. Agradece pelo relatório de G.R. sobre a situação da Igreja no Brasil. Lamenta o desenvolvimento para uma concentração confessional das questões eclesiais no Brasil, ainda mais que muitos dos imigrantes da Alemanha eram provindos de comunidades reformadas e unidas, e que os pregadores vindos ao Brasil provieram da “Altpreussiche Union”, assim como o diretor do Seminário de Ilsenburg, Dr. Schingensiepen, era um teólogo unido de procedência da Renania. Destaca ainda que a linha luterana, da Federação Luterana Mundial, era predominante, fortemente influenciada pelos “americanos”. Refere Dr. Kolfhaus e P.K. Bernmüller são dois pastores, que além de G.R., mantém contato com o Conselho de Igreja Reformada na Alemanha. 18.

Uma circular do Grupo de Trabalho da Igreja Alemanha, de 15/06/1951.

Confessante na

Comenta as questões preparatórias para as duas Conferências daeste dwe Trabalho, a acontecerem em Bad Boll. Em anexo está documento da “Kreissynode der Hessen-Nassauischen Synode zur Frage der Entmythologisierung „. (1952) 19.

Correspondência de M. Niemöller (Presidente do Deparrtamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha para G.R., de 10/04/1952. Escreve de sua expectativa em receber G. R. em Frankfurt, e na Conferência em Lund, quando da viagem deste à Alemanha. 147


20.

Correspondência do Prof. Dr. Hermannus Oberdiek (Wuppertal-Barmen) para G.R., de 18/04/1952. Alegra-se com o fato de que a visita do P. Pradervand, Secretário Geral da Federação Mundial Reformada, tenha sido tão apreciada e tenha feito tão bem a G.R. Na discussão atual na Igreja na Alemanha, lamenta que se tenha discutido sobre a “Igreja” (para muitos uma realidade imaginária) e esquecido a comunidade (que se reúne na Palavra e nos Sacramentos).

21.

Correspondência de G.R. para Ernesto Schlieper (Presidente em exercício da Diretoria Sinodal), de 08/05/1952. Responde a uma consulta da Diretoria Sinodal a pastores alemães com planos de realizar uma viagem de férias (Urlaubsreise) à Alemanha. As orientações sobre este assunto emitidas pelo Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha foram enviadas aos pastores interessados, para auscultar deles se persistem na sua ideia de viajar, diante das novas normas da Igreja na Alemanha.

22.

Correspondência de P. Johanes Bartelt, Departamento de Relações Exteriores, Frankfurt, para G.R., de 18/06/1952. Comenta e detalha informações e orientações da Igreja Evangélica na Alemanha sobre “período de férias na Alemanha”, abordadas por G.R. em sua correspondência de 08/05/1952 para E. Schlieper, e da qual Bartelt havia recebedo cópia.

23.

Correspondência de G.R. para Probst Marczynski (Buenos Aires), de 29/07/1952. G.R. envia suas sugestões a respeito do período de féries na Alemanha que enviara para a Alemanha, também a Marczynski. Solicita cópia do projeto de orientações legais preparado pela Igreja na Alemanha, sobre as relações ecumênicas da Igreja na Alemanha com outras Igrejas e instituições.

24.

Correspondência de G.R. para P.Dr. Marcel Praderwand, Secretário Geral da Federação Mundial Reformada, de 01/08/ 1952. Refere agradecido ainda a visita de Pradewand ao Brasil. G.R. buscará contato com líderes das Igrejas Refomadas e Presbiterianas em São Paulo e Rio de Janeiro, em viagem próxima marcada para aquelas cidades. 148


25.

Correspondência de P. Pradervand para G.R., de 29/08/1952. Informa que tratou do assunto da última correspondência de G.R. para ele (acima doc. 24) com Niesel e Obendiek. Ambos se interessaram muito pela ideia de instituir na Escola de Teologia, em São leopoldo, uma disciplina sobre Teologia Reformada. Todos prometem seu empenho em conseguir o maior número possível das obras de Calvino, para a Escola de Teologia. 1953

26.

Correspondência de Gerhard Strotenwerth do Departamento de Relações Exteriores da Igreja na Alemanha para Gustav Reusch, de 12/01/1953 Acusa o recebimento da manifestação de G.R. sobre o artigo de Präses Schlünzen, Sta. Catarina. Destaca a afirmação de G.R. de que “ a comunidade não confessa uma confissão“ (Die Gemeinde bekennt sich nicht zum Bekenntnis) e de que o pequeno catecismo de Lutero não deve ser coomprendido como um incentivo à “luteranização” da Igreja. Lamenta profundamente que a discussão sobre a confissão e os escritos confessionais da Reforma tenha levado, também na Alemanha, a um “Confessionalismo separador”, que perde de vista a unidade dos princípios da Reforma. A pergunta mais fundamental deveria ser, o que a Reforma realmente pretendia para que a Igreja seja a Igreja de Jesus Cristo.

27.

Correspondência de G.R. para Präses Ferdinand Schlünzen de que no Brasil não se pode falar de “Comunidades Unidas”, G.R. cita ata da Comunidade de Agudo (pertencente à Região de Cachoeira do Sul). A comunidade de Agudo, em seu estatuto, declara-se vinculada “à fé da Igreja Evangélica Unida. Em doutrina, culto, disciplina identifica-se com a ordem e a liturgia da Igreja Evangélica da Prússia”.

28.

Correspondência de G. Stratenwert (KA) para G.R., de 18/05/1953. Comunica o envio de artigo do Bispo Meissner sobre a “ autocompreensão “ da Federação Luterana Mundial.

29.

Correspondência de G.R. para Präses Dr. Held, de 10/07/1953. 149


G.R. opina que a Igreja na Alemanha (e igualmente a Igreja Unida na Alemanha), necessariamente passaria pelo desafio de, evitando os dois males da “ objetivação confessional” e do “subjetivismo sem definição confessional “, chegar a uma confissão comum dos luteranos, reformados e unidos. Manifesta que gostaria, também, em vista da situação no Brasil, de aprofundar os contatos na comunidade e na reflexão teológica com a Igreja Unida e seu departamento de relações exteriores. G.R. comunica o envio de um posicionamento seu sobre “ os problemas que estão ocorrendo no trabalho de relações exteriores da Igreja”. (Aussenarbeit). 30.

Correspondência de G.R. para P. Stratenwerth , de 11/08/1953. Constata com satisfação que na Igreja da Alemanha, à semelhança no Brasil, existem teólogos que estão em busca pela verdade, que está em e se chama Cristo.

31

Lamenta que o artigo de Meiser sobre a “autocomprensão da Fed. Luterana“ (ver acima doc 28), teria um tom “exclusivista”, não abordando, p. ex., a abertura da FLM (Federação Luterana Mundial) para uma união eclesial com outras Igrejas reformatórias. Lamenta a ênfase “confessionalista” do doc. de Meissner e gostaria de identificar, com toda a clareza, uma afirmação da FLM, a respeito “da Igreja de Jesus Cristo em meio às diferenças confessionais das Igrejas Reformadas“. Reclama por material de informação e formação, que poderia ser enviado aos pastores no Brasil, Correspondência de G.R. para Präses Held, de 27/11/1953. Constata que a Assembléia Geral da União da Igreja da Prússia, a realizar-se em dez. 1953, será de importância para a Igreja no Brasil, porque pretende abordar relatório da Comissão sobre assuntos ligados à relação com as Igrejas no exterior”. Tal posicionamento decerto influenciaria os convênios futuros com a Igreja Evangélica na Alemanha. Conta com estas contribuições da “União“ na caminhada da Igreja no Brasil “a caminho de uma Igreja de característica reformatória com comunidades que tenham confissões diferenciadas” (“auf dem Weg einer werdende Kirche reformatorischen Prägung bekenntnisverschiedener Gemeinden”).

150


Avalia como muito positiva a possibilidade da continuidade da cooperação da “União“ na formação dos pastores brasileiros e no envio de pastores da Alemanha ao Brasil. Anuncia sua visita à Alemanha para o ano de 1954. 32.

Saudação do Departamento de Relações Exteriores, aos pastores, na véspera do Natal, Dez. 1953. 1954

33.

Correspondência do Vice-Presidente da Igreja Evangélica na Westfália, o P. D. Lükung, para G.R., de 24/04/1954. Diz de sua satisfação em receber G.R. em Westfalen, quando da sua visita à Alemanha e informa datas para o encontro com ele e Presidente P. D. Wilm.

34.

Correspondência de. J. Bartelt para G.R. (que está em Witten, Alemanha), de 05/05/1954. Convida G.R. para um encontro com P. D. Frick (Instituição Diaconal de Kaiserswerth), na sede do Departamento de Relações Exteriores. Solicita que G.R. contribua nesta reunião com um relatório sobre: 1. Qual é a situação atual da Igreja no Brasil; 2. Quais são as necessidades e dificuldades que se apresentam. 3. Que solicitações são dirigidas à Igreja Evangélica na Alemanha, para a superação destas dificuldades.

35.

Ata da reunião no K. A. (Frankfurt) (Ver Doc 34), realizada em 1415/05/54, com a presença de J. Bartelt, Dr. Kruger Wittmak, Sr. Johansen e Sr. Weigle, do P. Frick e dos pastores Soboll e Reusch, do Brasil. P. Soboll e P. Reusch apresentam seus relatórios. G.R. refere em seu relatório: 1. Considerações sobre a as características da Igreja no Brasil e sua base confessional expressa na Confessio Augustana. A exigência dos sínodos brasileiros, ao criar a Federação Sinodal, de vincular-se à Federação Mundial Luterana, fora aceita para garantir a “desejada cooperação de todos os sínodos”. 2. Algumas observações quanto à implantação da língua portuguesa (a este desenvolvimento ninguém se havia oposto); 3. A respeito da questão do envio de pastores da Alemanha ao Brasil, no futuro. 4. A intensificação da formação especial de pastores que queiram atuar no exterior; 5. A ênfase forte e central na 151


formação de pastores brasileiros. 6. A necessidade da ajuda financeira para pastores em necessidade, provenientes da Alemanha e o apoio financeiro para as viagens de férias, à Alemanha. 36.

Ata da reunião no K.A., com presença do Presidente do K.A., P.D. Niemöller, de 14/05/54. Entre diversas colocações dos participantes da reunião, as declarações de G.R. giravam ao redor dos seguintes assuntos: 1. Visita de Niemöller ao Brasil e a necessária manifestação dos pastores alemães no Brasil, se pretendem voltar à Alemanha ou permanecer doravante no Brasil. 3. Um relato sobre a 2ª. Assembléia da Federação Sinodal e os assuntos de ordem espiritual da atualidade. 4. Ter um representante permanente da Igreja Evangélica na Alemanha no Brasil. 5. As questões financeiras ligadas às planejadas viagens de férias à Alemanha. 6. Falta literatura teológica brasileira e a necessidade de um intercâmbio teológico no Brasil e com instituições de formação teológica na Alemanha.

37.

Correspondência de Helmut Barth, da Faculdade de Teologia da Universidade de Göttingen, para G.R., de 01/06/1951. Por iniciativa dos Professores E. Wolf e Käsemann da Faculdade de Teologia convida G.R. para realizar palestra no Conselho da Faculdade (Nos dias 20/06 ou 21/06) sobre o tema: Die deutsche evangelische Kirche in Brasilien”.

38.

Correspondência de P. Walter Schlupp (Teófilo Otoni, M.G.), para G.R., de 23/06/1954. A correspondência trata do eventual plano de criar uma associação de pastores no Brasil.

39.

Correspondência de G.R. (em Witten), para J. Bartelt (KA), de 18/06/1954. G.R. confirma ter recebido ata de uma reunião no K.A. (Ver doc. 35 e 36).

40.

Correspondência de Lic. P. Schlier, da Obra Gustavo Adolfo na Alemanha, Kassel, para G.R. (em Witten/Alemanha), de 05/08/1954. Transmite informações sobre “máquina de lavar roupa” encomendada por G.R. ( DM 450,00 + DM 160,00 , com equipamento para enxaguar)

152


41. 42.

Pede que envie lista de literatura teológica que fora solicitada. Máquina de lavar e literatura seriam enviadas à Hamburgo. Correspondência de G.R. (em Cachoeira do Sul) para moderator D. Niesel, de 19/11/54. Menciona que a viagem à Alemanha tinha sido um grande acontecimento, depois de tantos anos longe. O ponto alto da visita à Alemanha teria sido a participação no Dia da Igreja (Kirchentag), em Leipzig. Boas lembranças estavam guardadas do diálogo com Schlingensiepen e Obendiek, em Eberfeld e as visitas ao Dr. Held, Lücking e Boehm. Estava na expectativa do “Kirchentag” da Federação Sinodal (1112/11/1954). Esperava deste encontro uma manifestação sobre o “autoentendimento da Federação Sinodal” e de sua relação com a Igreja na Alemanha, a Federação Luterana Mundial e com o Ecumene.

43.

Correspondência de Niesel da Igreja Reformada, para G. R., de 29/11/1954. Solicita que a Federação Sinodal dê sua aprovação para o projeto de formar pastores para o Brasil no Seminário da “Reinische Mission“. Diante da informação de que os Sínodos no Brasil se haviam reunido em uma Federação Sinodal que deveria responsabilizar-se pela formação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Niesel levanta algumas considerações que compartilhara também com Dohms: - Membros de outras tradições reformadas poderiam se sentir excluídos da comunhão eclesial pela designação de Igreja de Confissão Luterana, junto ao nome Federação Sinodal. - Ao afirmar a Confissão de Augsburg como base confessional e o Pequeno Catecismo de Lutero, a Igreja no Brasil estaria sinalizando que queria ser evangélica e não “preponderantemente” luterana. Esta compreensão deveria expressar-se também, no nome da Igreja, no qual a designação de “confissão luterana“ deveria ser evitada. 1955

44.

Correspondência de W. Schlupp (Teófilo Otoni) para G.R., de 03/01/1955. 153


Alegra-se pela retomada de um contato iniciado em 1928 e interrompido por muito tempo. G.R. era um dos poucos pastores que se manifestara a respeito de sua proposta (Ver doc. 38 acima) de criar uma associação de pastores no Brasil e promover a edição de um boletim dos pastores. Não vê possibilidades de animar estas iniciativas e solicita uma opinião de G.R. 45.

Correspondência de G.R. para P. Niesel, de 03/01/1955. G.R. relata sobre as decisões tomadas na 2ª Assembléia Sinodal (1954), em São leopoldo. Concentra-se essencialmente na discussão e decisão da Assembléia em acrescentar, por sugestão da Diretoria da Federação Sinodal, ao nome Federação Sinodal, ainda a designação “Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil”. G.R. se opôs a este acréscimo, sugerindo que se mantenha só a designação de Federação Sinodal. Entendia que tal designação ignorava a história da Igreja no Brasil que acolheu em sua origem, evangélicos de várias tradições confessionais. Além desta tal designação significava um imperdoável fechamento “confessionalista” que não assimilava as proposições de Barmen, tão decisivas para a Igreja e seu futuro e vividas e aprendidas na época difícil da guerra. G.R. apresentara seu protesto na Assembléia, ainda antes da votação da ampliação do nome da Federação, recomendando omití-la. Justificara seu protesto afirmando que antes desta nova designação era necessário acontecer um diálogo, uma reflexão, sobre o sentido, a importância e alcance desta definição confessional que a designação “de confissão luterana” traria. Contestara, com alguns poucos amigos, a autoridade de Assembléia em decidir sobre este assunto, pois esta decisão caberia, antes de tudo, aos Sínodos e suas instâncias, uma vez que a Federação era uma comunhão de sínodos autônomos. Só então deveria-se deliberar sobre o assunto na Assembléia da Federação. Votar agora significava atropelar a responsabilidade dos Sínodos no assunto, sendo que os delegados dos Sínodos só poderiam votar nesta questão se tivessem a legitimação explícita, neste assunto de seus Sínodos. O Presidente da Federação encaminhou assim mesmo, depois de alguma relutância, a votação que significou a aprovação de 34 participantes, com 6 abstenções. G.R. se absteve porque não considerava legítima esta votação.

154


Considera, na conseqüência, de que deveria se engajar em oferecer resistência e provocar a discussão do assunto, nos Sínodos. Solicita uma opinião de Niesel sobre esta sua pretendida posição. Observa ainda que na sua origem e em seu estatuto, o Sínodo conservara esta atitude inclusiva em relação às diferentes tradições confessionais da Reforma.Também a Federação Sinodal evitara fixar-se em um “particularismo confessional”. “Wenn mir heute eines wichtig ist, dann dies, dass wir als Kirche der Reformation, inmitten unserer verschiedenen historischen Bekenntnisverschiedenheiten, unter dem Wort zu der einen Kirche Jesu Christi gerufen sind die Jesus Christus selbst bekennt, als Wahrheits – Erkenntnis – und Wirklichkeitsgrund seiner Kirche“. 46.

Correspondência de G.R. para P. Walter Schlupp, de

12/01/1955.

Expressa o seu apoio ao propósito do P. Schlupp de editar, com alguma regularidade, uma “ Carta para o Trabalho Comunitário (“Brief für die Gemeindearbeit) e sugere a adição de dois boletins: 1. Um Boletim para o trabalho da Comunidade (voltado às lideranças e colaboradores em Comunidade) e 2. Um Boletim para os pastores. G.R. se dispõe a cooperar na elaboração e incentiva Schlupp a assumir a coordenação deste projeto, para o qual tem o apoio do Präses Stör. Recomenda como temática para as primeiras edições, a preocupação pelo autoentendimento da Federação Sinodal, e de nossos Sínodos. Seria importante integrar todas as diferentes tradições confessionais (luteranos, reformados, unidos) nesta reflexão. 47.

Correspondência de G.R. para Dr. Boehm (Berlim), de 13 de janeiro de 1955. Na carta, G.R. retoma os assuntos já postos na correspondência para o Dr. Niesel. Lamenta que só agora a “Igreja Unida”, começa a se interessar pela situação e discussões da Igreja no Brasil.

48.

Correspondência de P. W. Schlupp, para G.R., de 27/01/1955. Comunica sua desistência do projeto de editar um Boletim para os pastores, a nível nacional. O eco positivo, de apoio a este projeto, tem sido mínimo. Dialoga com G.R. sobre crítica forte deste, à pretensa “luteranização”, da Igreja e seu conseqüente fechamento confessional. Considera que 155


esta discussão, infelizmente, é levantada com, pelo menos, cinco anos de atraso. 49.

Correspondência de Dr. Niesel (Aliança Mundial Reformada). Informa que as tratativas entre Neuendettelsau e Bremen, relativos a uma possível cooperação de ambos na formação de “pregadores” para o Brasil, não tiveram êxito. De Dohms, recebeu uma correspondência de que a Igreja no Brasil acolhera pastores de Barmen, afirmando que não se pretendia no Brasil, o citado “confessionalismo”. Dohms recomendava a realização das tratativas para tratar do assunto. Neuendettelsau negou esta possibilidade, informa Niesel. Promete levar o assunto ao Conselho da Igreja Evangélica na Alemanha, mas não prevê sucesso nesse encaminhamento. Diz que restara a G.R., “ assumir mais uma vez a sua posição e lutar para que nas próximas Assembléias não se permita um “estreitamento confessionalista” das comunidades.

50.

Correspondência de G.R. para Niesel, de 19/02/55., referindo a correspondência que recebera deste, datada em 08/02/1955. (Ver do. 49 acima). A negativa de Neuendettelsau em compartilhar com Barmen o interesse pela formação de pregadores para o Brasil e as comunidades no exterior, significava para G.R. uma “luteranização”, que aliás, teria também uma forte base no Brasil. Com o acréscimo, “Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil” aprovado na Assembléia da Federação Sinodal, G.R. pretende animar um diálogo a nível sinodal, por exemplo, na Assembléia do Sínodo, sobre o “Autoentendimento” (Selbstverständnis) do Sínodo“. G.R. quer que neste diálogo se reconheça a igualdade (Gleichberechtigung) das diversas posições confessionais existentes nas comunidades e entre pastores. Se tiver êxito neste diálogo, G.R. julga ter dado um passo positivo na direção de evitar “um confessionalismo estreitante”.

51.

Assim mesmo, uma manifestação do Departamento de Relações Exteriores, como também da Igreja Unida e da Conferência das Igrejas da Alemanha, seria bem-vinda, considerando que a decisão final nesta questão cabe à Igreja no Brasil, como Igreja agora autônoma. Correspondência de G.R. para Gerhard Reusch, de 20/02/55. 156


Agradece correspondência de Gerhard e o presente “Glauben und Verstehen”, primeiro volume, de Rudolf Bultmann. Refere a importância de Bultmann em sua tese de “ demitologização” e seu intento, nas palavras de Bultmann, “ de integrar a doutrina da justificação dos Reformadores, no conhecimento e reflexão teológica “ G.R. informa estar lendo no momento Bonnhoefer, mais especificamente, seu livro sobre “Wiederstand und Ergebung” (Resistência e submissão). G.R. concorda com Bonnhoefer em sua proposta teológica de promover “ uma interpretação não religiosa do conhecimento teológico” (eine nicht religiöse Interpretierung Theologischer Erkenntnisse) e dos enunciados bíblicos (Biblische Begriffe). Tal esforço aproximaria o mundo emancipado ao Evangelho de Jesus Cristo. G.R. supõe que Gerhard esteja a par da situação no Brasil, pela cópia que enviara da correpondência a Niesel falando do perigo que estava ocorrendo na Igreja no Brasil, ao destacar um “confessionalismo restaurativo”. Tal confessionalismo entendia que a base da Igreja se encontra “na formulação de uma confissão comum, elaborada em algumas sentenças doutrinais”. Na opinião de G.R. “ a base da Igreja não se constitui pela confissão em suas formulações doutrinais, que sempre são relativas e parciais, mas se constitui na confissão a Jesus Cristo, Palavra de Deus encarnada, único fundamento verdadeiro, uno, criador de comunhão na Comunidade. G.R informa que em Cachoeira está tudo bem. “A mãe, Luise, encontra-se em Picada do Rio, com o casal amigo “ P. von Dobbeler”, para recuperar-se dos ferimentos nas pernas. Gustavo Teodoro estava com ela, andando de cavalo e aranha. Em casa, em Cachoeira do Sul, G.R. estava cuidando ele mesmo de sua alimentação. Günther estivera nas férias deste ano em Cachoeira, onde permaneceu até 3 semanas. No dia seguinte G.R. partiria para uma reunião em São Leopoldo, pretendendo encontrar-se com Dieter e Helmuth, em Porto Alegre. Alegra-se com o encaminhamento positivo das questões do estudo teológico de Gerhard. A permanência dele para estudo, previsto para 3 anos, é sudado por G.R., como uma grande oportunidade para o Gerhard. G.R. escreve para Gerhard: “Du hast die nicht so wiederholbare Möglichkeit, dich in die theologisch – wissentschaftlich Arbeit an den Quellen theologischer Forschung hineinzustürtzen um ein Wunder der 157


Offenbarung Gottes in Jesus Christus, das wir uns immer wieder neu schenken lassen dürfen, nahe zu kommen. Was für ein herliches Studium ist doch das Studium der Theologie, der Offenbarungssache und Wahrheit der Gnade Gottes in Jesus Christus“. Lembra finalmente das experiências e contatos havidos na recente viagem à Alemanha. 52.

Correspondência de G.R. para P. Dr. Lückiing, Presidente em exercício do Conselho da Igreja Evangélica da União – Bielefeld Westfalen, de 24/02/1955.G.R. informa D. Lücking sobre a situação da Igreja no Brasil, retomando informações e afirmações contidas nas correspondências a Niesel (doc. 45) e Probst Böhm (Berlim) (doc. 47).

53.

Correspondência de G.R. para P. Herman Stör – Presidente do Sínodo Santa Catarina) (Rio do Sul, SC) de 28/02/1955. G.R. refere-se a uma notícia que recebeu do colega P. Hilbk, de que Stör afirmara que a maioria dos pastores do Sínodo de Santa Catarina, teriam-se manifestado contrariamente ao acréscimo ao nome da Federação Sinodal, da designação Confissão Luterana no Brasil. Que a 2ª Assembléia da Federação Sinodal chegara a tal decisão, revela uma tendência clara, também na coordenação da Federação, de construir um “particularismo luterano”. Contra este propósito referira-se com freqüência. Percebera este desenvolvimento também na Alemanha. Na questão da formação dos “pregadores” para o Brasil na Alemanha, a ser desenvolvido pela Missão Barmen (em sua Escola Superior de Teologia em Eberfeld) e Neuendettelsau. Esta última reivindicara para si, exclusivamente, esta tarefa. G.R. recebera correspondência que informava que Neuendettelsau solicitara a Barmen de não atuar na formação de pastores para o Brasil, porque não era recomendável enviar pastores provindos de duas instituições diferentes, pois isto travaria o desenvolvimento (ao luteranismo) no Brasil”. Como passos concretos para a ação recomendava a Stör: - Atuar junto ao Conselho da Federação, do qual fazia parte, para que se suspenda este propósito. Além disto pondera que a Federação assuma a discussão da formação como as entidades na Alemanha, não cabendo à Neuendettelsau qualquer decisão sobre isto. Para 158


G.R. a transferência desta formação para a Universidade seria reomendável. - Solicitar que a Igreja na Alemanha definisse claramente sua política de relações exteriores, que regeria o trabalho do Departamento de Relações Exteriores. - G.R. de sua parte, procuraria sensibilizar a Assembléia Sinodal do ano em curso, para esta ideia da “ universalidade da Igreja”, que tem em Jesus Cristo o seu único fundamento.

54.

Correspondência de Niesel para G.R., de 15/03/1955. Niesel informa G.R. de que a Assembléia da Igreja Evangélica na Alemanha havia se reunido. Porém na questão da designação Igreja Evangélica de Confissão Luterana, em acréscimo ao nome Federação Sinodal, interpretado por G.R. como expressão de um “ confessionalismo limitador” das outras tradições confessionais existentes na Igreja no Brasil, a Assembléia não se manifestara Gottschald, que participara da Assembléia, informou que em princípio não concordara que a questão fosse votada na Assembléia Sinodal, também pelo fato de G.R. ter alegado, na oportunidade, questões de consciência para sugerir a transferência de votação. Na questão da formação de pastores a serem enviados ao Brasil, a Assembléia manifestara que esta seria uma questão da própria Igreja no Brasil. Não caberia à Igreja na Alemanha interferir na decisão de uma Igreja irmã autônoma. Recomendava, porém, que além da Neuendettelsau, também outras Igrejas filiadas, promovessem esta formação. Lembra que também Dohms manifestou sua expectativa de que negociações com Barmen, no que se refere à formação de pastores, chegue a bom termo.

55.

Correspondência de Präses Stör para G.R., de 15/03/1955. Expressa sua solidariedade a G.R., posicionando-se como pessoa proveniente da Igreja Unida, contra um Luteranismo que estaria sendo articulado na Federação Sinodal e posicionando-se como pessoa proveniente do pietismo, contra uma acentuação de um “confessionalismo”. Expressa sua satisfação pelo fato de que a maioria dos pastores de Santa Catarina concordarem com sua posição. Lamenta que o Sínodo Riograndense não estivesse mais articulado ao redor destas ideias, uma vez que a aprovação do acréscimo ao nome 159


Federação Sinodal, havia sido aprovado com grande maioria (somente 6 abstenções). Diante dos fatos o que fazer? Stör conta coma atuação de G.R. para mobilizar os pastores e comunidades do Sínodo Riograndense. No assunto formação de pregadores para o Brasil, Stör propõe, no contato com uma Escola Superior, criar um “Seminário” para o exterior. Esta questão se torna relevante pela falta de pastores e pela previsão de aposentadoria e retorno à Alemanha dos pastores provenientes da Alemanha. 56.

Correspondência de Dr. Pradewand, Secretário Geral da Federação Reformada Mundial, Genebra, para G.R., de 03/04/55. Informa que intermediou a participação de Gerhard Reusch, em um seminário no Instituto Ecumênico de Bossey (agosto 1955). Informa ainda que as tratativas para que Gerhard Reusch, possa estudar por um semestre em Basel, estão positivamente encaminhadas por intermédio do ”Hilfswerk” das Igreja Evangélicas na Suiça, na Suíça. Informa ainda que está em contato com o Secretário Geral da Igreja Presbiteriana no Brasil e Secretário da Conferência da Igreja Presbiteriana da América Latina, recomendando que G.R. seja convidado para a Conferência Latinoamericana, no Rio de Janeiro.

57.

Correspondência de G.R. para Präses Stör, de 14/04/1955. Refere correspondência de 15/03/1955 (dc. 55 acima). Comenta inicialmente a concordância que ambos têm em relação ao tema “confessionalismo” e “luteranização” da Federação Sinodal. Recomenda que o Sínodo Santa Catarina, faça a sua interpretação do significado do acréscimo “Igreja Evangélica de Confissão Luterana“, considerando a autonomia que os sínodos têm na Federação. Lamenta que será difícil mobilizar os pastores no Sínodo Riograndense, uma vez porque muitos estão sob influência da atuação de Dohms. Por outra, existe, no Sínodo Riograndense vários egressos de Neuendettelsau. Além disto existem pastores brasileiros jovens que estão fixos em uma determinada posição confessional. Ao lado de tudo isto, estão os indiferentes aos quais não importa esta ou aquela definição confessional. 160


G.R. se propõe a um diálogo com Dohms, visando uma interpretação do acréscimo Igreja Evangélica de Confissão Luterana, mais inclusiva para todas as tradições confessionais presentes na Igreja no Brasil. 58.

Correspondência de G.R. para P. Niesel (Moderador da Federação da Igreja Reformada), de 18/04/1955. Expressa sua alegria pelo fato de que o posicionamento da Assembléia da Igreja Reformada auxiliara nas definições de que não pertencerá a Neuendettelsau o monopólio da formação de pastores para o Brasil. Espera que na próxima reunião da Diretoria Sinodal, possa dialogar com Dohms, talvez em um círculo mais reduzido, sobre a interpretação do acréscimo (Igreja Evangélica de Confissão Luterana) ao nome da Federação Sinodal, que acentue um “universalismo evangélico antes de acentuar as diferenças confessionais”.

59.

Correspondência de G.R. para P. Walter Schlupp, de 19/04/1955. Retoma o diálogo sobre o pretenso desenvolvimento agilizado na Federação Sinodal, de dar a ela uma designação que caracterizava um fechamento confessionista. Lembra que nos anos em que se começou a pensar a ideia da criação da Federação, cooperara na Comissão Teológica do Sínodo, na elaboração de um posicionamento sobre esta ampla questão, que, porém, na Assembléia da criação da Federação, não fora considerada, pela agenda intensamente ocupada. G.R. informa que pretende fazer o possível para que se busque uma “interpretação” do acréscimo ao nome Federação (Igreja Evangélica de Confissão Luterana), aprovado apesar de seu protesto.

60.

Circular do Círculo de Trabalho Teológico na Alemanha ,com boletim anexo: „Kirchlicher Arbeitskreis für Fragen der politischen Verantwortung„ , de 19/04/1955.

61.

Correspondência de G.R. para D. Marcel Pradervand (Secretário Geral da “ Aliança Reformada Mundial ”. Genebra, de 20/04/1955 Constata que a questão do “Confessionalismo”, recrudesce novamente na Igreja no Brasil, em consequência da decisão da 2ª Assembléia da Federação Sinodal, ter decidido, por ampla maioria, acrescentar ao seu nome a designação: Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil”. 161


Tal acréscimo escurece o fato de que somos uma Igreja Evangélica, na qual as diferentes tradições da reforma (luteranos, reformados, unidos) se colocam lado a lado, com os mesmos direitos, como fora até agora. Constata ainda que deverá engajar-se pessoalmente num grande esforço por uma “interpretação deste nome”, junto ao Sínodo, sua coordenação, instâncias sinodais e pastores, na perspectiva inclusiva, integradora das diversas tradições confessionais que pertencem à história das comunidades nos Sínodos. Para encarar este desafio levanta a possibilidade de constituir uma “Comunhão de Serviço luterana, reformada e unida, de pastores e membros de Comunidade“, contrária a esta ideia da “restauração do confessionalismo“. Se não tiver êxito numa interpretação inclusiva do conceito luterano, deveria, talvez, considerar a possibilidade de uma volta à sua comunhão eclesial na Alemanha, com a qual G.R. sabe-se identificada, por sua visão da unidade da Igreja de Jesus Cristo, como única Palavra e por sua orientação evangélica universal. Reivindica para Gerhard a participação e ajuda financeira em seminários ecumênicos em Basel, onde poderia ser ouvinte de Karl Barth. Solicita a intermediação de Pradewand para que poss participar na 1ª Conferência Reformada da América Latina, a realizar-se em Campinas. 62.

Correspondência do P. W. Schlupp para G.R., de 03/05/1955. Compartilha, em um desabafo, com G.R., assuntos de seu momento, como: O desinteresse do Departamento de Relações Exteriores da Alemanha pelas comunidades e pelos pastores provindos do Seminário de Witten - Stetten – Ilsenburg; a falta de qualquer compreensão e informação teológica dos membros das comunidades; o questionamento aos pastores sem conhecimento de causa; sua indignação quanto à “falta de amor pela causa; a demagogia; o rebaixamento barato dos “opositores” ; o autoconceito exagerado e a direção de diletantes”.

63.

Cópia do relatório apresentado pelo “Departamento de Comunidades no Exterior”, na Assembléia da Igreja Evangélica da União, Berlim, maio de 1955. 1. Tratativas ao redor das definições e tarefas do Departamentio de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha. Refere-se a tensões e acusações, aparentemente movidas pela VELKD, ao Departamento, contra as quais a Igreja Unida se voltara. 162


2. Situação das comunidades de fala alemã na Inglaterra. As comunidades estavam separadas, porque algumas delas com seus pastores não aderiram a uma comunhão nacional de enfase unilateral luterana. Sugere-se que os fundamentos de caráter eclesial da Igreja na Alemanha sejam a base para uma unidão das comunidades evangélicas de fala alemã na Inglaterra. 3. Quanto à responsabilidade da Igreja Unida (EKU) junto às comunidades da fala alemã no Brasil. Segue inicialmente um apanhado das relações da Igreja Unida (Alt Preussische Union) com a Igreja no Brasil. Constata que os três Sínodos (Riograndense, Sta. Catarina e Paraná, Brasil Central) têm sua origem no trabalho com comunidades do exterior, da Igreja Unida, uma vez também que se constituira de imigrantes vindos de Pommern, Hunsrück, Tecklenburg. Além destes três havia mais um Sínodo Luterano. A Federação Sinodal, constituída por estes 4 Sínodos, tinha na época 180 pastores e aproximadamente 500.000 membros. A base confessional da Federação é similar a das comunidades da Igreja Evangélica na Alemanha que tem o Catecismo de Lutero. Na presidência da da Federação está P. Dohms, que é ao mesmo tempo, Presidente do Sínodo Riograndense. Pastores enviados ao Brasil permaneceriam por 12 anos em atividade no Brasil. A guerra significou para muitos destes pastores, a prorrogação de tempo de atividade para até 20 anos. Refere a presença da Igreja no contexto do Brasil e do continente sulamericano constatando que “no momento desenvolve-se uma luta espiritual entre catolicismo, paganismo, seitas e a fé luterana. As Igrejas de procedência dos Estados Unidos, constituem-se como o maior desafio missionário para a Igreja no Brasil. As Igrejas da União são convocadas pela Assembléia a prestar todo o seu auxílio possível, às comunidades no Brasil“. Uma das tarefas importantes para a cooperação com a Igreja no Brasil é a da formação de pastores para o Brasil (Formação acadêmica, seminarística e diaconal). No passado, esta instituição de formação de pastores era Ilsenburg. A criação de um novo seminário, em cooperação com Rheinische Mission, se faz absolutamente necessária. Sugere-se para tal contato com outras Igrejas e a Obra Gustavo Adolfo. Recomenda-se ainda que se agilize um intenso contato entre as Igrejas no Brasil e na Alemanha. 163


A Assembléia decide-se em afirmar responsabilidade da Igreja Evangélica na Alemanha pela proclamação do Evangelho no Brasil e pela cooperação na formação teológica de pastores para o Brasil. 64.

Correspondência do P. Niesel para G.R., de 12/05/1955. Niesel informa G.R. sobre as decisões da Assembléia da Igreja Unida (c. 63 acima). Compartilha, que na leitura de um boletim da Igreja Reformada, de 1912, ele lera as seguintes informações: A Missão Evangélica de Barmen para os alemães protestantes na América”, enviara ao Brasil, nos 75 anos de sua existência, 155 pastores, 52 professores e professoras. Estava previsto que no ano de 1912 enviariam mais 5 pastores e 3 professores.

65.

Cópia de correspondência da Centro de Imprensa ( Karl Halaski) para P. Grassatis (Lomba Grande), de 26/05/1955. Solicita a cooperação do P. Grassatis na edição do Boletim da Igreja Reformada.

66.

Correspondência de G.R. para P. W. Hilbk, de 03/06/1955. Retornando de uma reunião da Diretoria Sinodal, G.R. expressa ao amigo P. Hilbk, a absoluta necessidade de se organizarem em uma frente para garantir a atenção às suas propostas também no futuro. Faz o esboço de um documento, que expressará a opinião comum, desta frente, que seria levado à próxima Assembléia Sinodal (710/07/1955). O documento subdividia-se em dois blocos, com a sugestão de identificá-lo estrategicamente com o título: “Igreja Evangélica”. 1.

O fundamento para o trabalho em conjunto e cooperação futura no Sínodo, seria o de assegurar a continuidade evangélica reformatória de todo o nosso agir eclesial que acentuasse o comum sobre as diferenças.(„Die Kontinuität der evangelisch reformatorischen Linie bei all unserem Kirchlichen Handeln, die überall das evangelisch reformatorische gemeinsame über das Unterschiedliche stellt. Von dieser Grundlage her bejahen wir eine intensive Mitwirkung im Bund“).

164


2.

Para a nova eleição da Diretoria do Sínodo Riograndense estabeleceriam-se algumas exigências mínimas: 2.1 A constituição de uma comissão de eleições e a indicação de dois candidatos de “nossa frente”. 2.2 A criação de departamentos para as diversas ações do Sínodo, que estariam sob a coordenação de um pastor membro da Diretoria Sinodal. Dohms decidiria se além da previdência ainda assumiria a coordenação de um destes departamentos. 2.3 Seriam nomeados outros colaboradores, não de tempo integral, em cada departamento, podendo-se criar subcomissões temáticas. 2.4 Se os membros titulares não pudessem assumir esta tarefa com dedicação especial, eventualmente seus substitutos poderiam ser designados para tal. G. R. se dispõe a candidatar-se somente se Hilbk for nomeado como pessoa de confiança da “frente”. Naumann e mais um leigo a ser inicado, figurariam como candidatos leigos da “ frente”. Estas condições seriam propostas à “comissão de eleições” que apresentaria então a nomimata dos respectivos candidatos à Assembléia. Se estas solicitações não forem aceitas, não se participaria das eleições e consideraria ainda outras consequências. Mesmo que faltasse o apoio dos membros da Assembléia, não se deveria deixar de tentar esta ação. Solicita que se faça contato com P. Pommer e outros amigos.

67.

Correspondência de G.R. para P. Dr. Böhm, de 04/06/1955. Expressa sua alegria pela decisão da Assembléia da Igreja Evangélica na Alemanha em apoiar o trabalho eclesiástico e a formação de pastores, da Igreja no Brasil. Quer levar esta decisão para a Assembléia Sinodal (10/07/1955), mas solicita que ela seja encaminhada via oficial.

68.

Correspondência de G.R. para P. D. Niesel, de 04/06/1955. Refere correspondência de Niesel de 12/05/1955 (Ver doc. 64) e se propõe a levar as decisões da Assembléia da Igreja Unida (Ver doc. 63) para a próxima Assembléia Sinodal. – Comenta que a Igreja Evangélica na Alemanha deve ficar em sua posição mais ampla e abrangente. 165


69.

Correspondência de G.R. para Dr. Niemöller, de 06/06/1955. Lamenta ter recebido a informação do ataque da VELKD ao Departamento de Relações Exteriores e da desistência de Niemöller de cooperar no Conselho da Igreja, até que a VELKD revogue estas acusações. Solicita também a Niesel que providencie que a decisão da Assembléia da Igreja na Alemanha (apoio ao trabalho da Igreja no Brasil) e a formação de pastores a serem enviados ao Brasil) seja comunicado oficialmente à Federação Sinodal. Manifesta sua opinião de que a Igreja Evangélica na Alemanha deva continuar a ser a parceira da Igreja no Brasil.

70.

Correspondência de P. Amantino Vassão para G.R., de 07/06/1955. Convite para participação da Conferência Presbiteriana LatinoAmericana, em São Paulo, de 23-31/06/1955.

71.

Correspondência de Dr. Niemöller para G.R., de 22/06/1955. Refere correspondência de G.R. de 06/06 (doc 69) e constata que as frentes contrárias na Igreja na Alemanha estão se solidificando e que não se sabe onde esta tensão acabará, na constituição de uma Igreja Evangélica na Alemanha ou em uma Federação só de Igrejas Territoriais autônomas. Para a Igreja da União é bom ir reconhecendo que não são reconhecidas como Igreja, apesar de que este reconhecimento consta no estatuto base da Igreja Evangélica na Alemanha, reconhecido por todos na Assembléia em Eisenach.

72.

Correspondência do Sínodo Santa Catarina e Paraná, para G. R., de 31/06/1955. Correspondência do Sínodo Santa Catarina e Paraná, para G.R., de 31/06/1955. Informa sobre a decisão tomada no Sínodo cujo teor diz: “ Nosso Sínodo Evangélico de Santa Catarina e Paraná, como membro da Federação Sinodal, não negará sua compreensão unida da confissão, com base na sua estrutura confessional unificada e de sua história. Em conseqüência disto se sabe livre para estabelecer relações com outras Igrejas e Sínodos que nasceram da Reforma.

73.

Anexo. 166


Ata da Conferência Pastoral, da 51ª Assembléia Sinodal do Sínodo Riograndense, em Lajeado, 08/07/1955. Reunião realizada sob a presidência de P. Dohms. Entre uma variedade de assuntos foram tratados: 1. Dohms sugere as candidaturas de Gottschald e Schlieper, como membros pastores, a serem reeleitos para a Diretoria Sinodal. Schlieper é solicitado a desempenhar suas tarefas na Coordenação Sinodal, com tempo integral ou, pelo menos, pelo período de dois ou três dias da semana. . 2. Os pastores solicitaram a ampliação da Diretoria Sinodal, para aliviar Dohms das múltiplas tarefas sinodais. A proposta será avaliada antes de ser apresentada em uma Assembléia. 3. P. Dreher solicita uma informação sobre se o adendo ao nome da Federação Sinodal expressa a compreensão do fundamento do ser Igreja no Brasil. G.R. se manifesta informando que a reflexão mais fundamental sobre a auto-compreensão da Federação Sinodal e sobre o ser e a missão da Igreja no Brasil, ainda estava em aberto e incompleta. Houve manifestações de que se superasse diferenças confessionais e, nas eleições, as diferenças entre a cidade e a área rural. 74.

Correspondência de G.R. para a Secretaria Executiva da Igreja Presbiteriana no Brasil, de 18/07/1955. Informa estar impossibilitado de participar na Conferência Presbiteriana Latinoamericana, neste mês, em São Paulo, Campinas.

75.

Correspondência de G.R. para P. Methner, de 18/07/55. Comunica ao P. Methner que o está sugerindo, para que em sua substituição, participe na Conferência Presbiteriana Latino Americana. ( doc. 74)

76.

Correspondência da G.R. para Dr. Niesel, de 20/07/1955. Informa que o problema de caráter confessional teria sido tratado na Conferência Pastoral da Assembléia Sinodal (ver doc. 73) e que a Assembléia havia transferido esta discussão fundamental sobre o ser da Igreja no Brasil para depois da Assembléia. Incumbira os representantes pastores da Diretoria Sinodal a encaminhar este “ diálogo teológico” no 167


qual ele, G.R., poderia participar, pois fora reeleito como membro da Diretoria Sinodal. Sugere incluir-se neste diálogo os docentes da Escola de Teologia. 77.

Correspondência de Dr. Niesel para G.R., de 27/07/1955. Informa que os primeiros contatos da Igreja Unida com a “Missão da Renânia“ (a Rheinische Mission) relativos à formação dos pastores para o Brasil, mas que ainda não existem definições. Informa que o Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha se encontra em séria crise, motivada pela intervenção da Assembléia da VELKD, de que o Departamento não correspondia à tarefa eclesial, espiritual e de aconselhamento que lhe fora atribuída. Indiretamente (não nominalmente) a posição de G.R. fora mencionada, na crítica da VELKD, que a Igreja da União e a Igreja Reformada levantavam esta questão a partir da voz de uma só pessoa no Brasil.

78.

Correspondência de G.R. para Präses Stör, do Sínodo Sta. Catarina e Paraná, de 21/07/55. Cumprimentando pela clara manifestação da Assembléia sobre sua “posição unida” quanto à confissão. Pede que Stör manifeste esta posição no Conselho da Federação Sinodal, ao qual ele pertence. Informa que com Dohms se chegara à proposta de levar a discussão fundamental sobre ser e missão da Federação Sinodal, para um grupo de trabalho constituído pelos membros pastores da Diretoria Sinodal e docentes da Escola de Teologia.

79.

Correspondência de G.R. para P. Wahlhäuser, de 02/08/1955. Solicita que Wahlhäuser, no seu retorno à Alemanha, não deixe de divulgar a proposição que defendeu no Brasil, de uma Igreja que se sabe livre de “particularismos confessionalistas, sobretudo luteranos“.

80.

Correspondência da chancelaria da Igreja Evangélica da União (Evangelische Kirche der Union – Berlim), de 05/08/1955. Informa sobre as razões do envio tardio do pronunciamento da Igreja Unida, para a Assembléia da Federação Sinodal e confirma o encaminhamento feito agora.

81.

Correpondência de G.R. para P. D. Marcel Praderwand, Secretário geral da Federação Mundial Reformada, Genebra, de 08/08/1955. 168


Informa que recebera notícias de Gerhard Reusch, que visitara a sede do Conselho Mundial de Igrejas e o Dr. Praderwand em Genebra. Agradece pelo encaminhamento favorável para Gerhard Reusch participar do Seminário Ecumênico em Bossey e pelo apoio ao estudo de um ano em Basel, onde poderá estar nas preleções de Barth. Para o filho Gerhard espera os melhores frutos também no futuro por esta estada em Basel. Informa que apesar de seu protesto contra acréscimo de “ Igreja Evangélica de Confissão Luterana”, no nome da Federação Sinodal, fora eleito, mais uma vez, para a Diretoria do Sínodo Riograndense. Revela esperança pela possibilidade de continuar contribuindo na discussão mais essencial sobre ser e missão da Federação, e dos Sínodos, em um grupo de trabalho, proposto pela Assembléia da Federação. 82.

Correspondência de G.R. para Präses Held (Düsseldorf), de 08/08/1955. G.R. solicita que a Igreja na Renânia (Rheinische Landeskirche) acolha Gerhard Reusch e lhe conceda a possibilidade de lá prestar primeiro e eventualmente também o seu segundo exame teológico. Descreve um currículo de Gerhard: Nascido em 24/05/1934, na Alemanha, em Witten. Realizou seu estudo fundamental na escola comunitária de Cachoeira do Sul. Ingressou no Instituto PréTeológico que concluiu em 1951. Em 1952 foi o ano de ingresso na Escola de Teologia, São Leopoldo. Em 1954 seguiu com seus pais para a Alemanha, afim de estudar Teologia. Realizou um semestre em Göttingen como ouvinte. Após realizar seu exame de suficiência para o maturum ele, no inverno de 1954, matriculou-se regularmente na Faculdade de Teologia, em Göttingen. Recebeu do decano da Faculdde a comunicação que dois semestres do seu estudo em São Leopoldo, haviam sido válidos e que deveria completar ainda 6 (seis) semestres até a realização do primeiro exame teológico. Realizou ainda um semestre em Göttingen para prosseguir seu estudo por um ano, desde agora, na Universidade de Basel, onde terá a possibilidade de participar das preleções de Barth. De Basel planeja se transferir para Bonn.

169


Comenta com Held que em sua recente viagem, tomara contato com o movimento da Igreja Confessante em seu Dia da Igreja, em Leipzig. Encontrara na Igreja na Alemanha, infelizmente também, um forte movimento na direção de um “confessionalismo unilateral”. Lamenta ter constatado este movimento na Alemanha como também no Brasil, onde inclusive acontecera uma hipervalorização de um confessionalismo unilateral priorizado sobre uma visão comum bíblica, evangélica, da Reforma. G.R. está preocupado com a crise no Departamento de Relações Exteriores e o superdimensionalismo da questão confessional. 83.

Correspondência do P. Methner (Campinas) para G.R., de 16/08/1955. Methner faz um relatório de sua participação na Conferência Presbiteriana Latinoamericana, em Campinas, onde participara pela indicação de G.R.

84.

Correspondência de G.R. para Prof. D. Schlingensiepen, Wuppertal – Barmen, de 22/08/1955. Solicita informações sobre o andamento das tratativas de realizar no Seminário de Barmen, a formação de pastores para o Brasil, apoiada pela Igreja na Alemanha. O plano era o de iniciar a formação geral em Barmen e no final oportunizar um período de estudo, possivelmente em Hamburgo, no qual se daria ênfase à familiarização com a realidade e o idioma do futuro campo de trabalho. O plano de Schlingensiepen era o de realizar esta formação focada, desde o seu início, na familiarização com a realidade e a língua do futuro campo de trabalho. G.R. não se conforma com a proposta de concentrar a formação somente em Neuendethelsau. Por outra, considera de importância semelhante ou até maior ainda, a formação de pastores no Brasil. Julga impotantíssimo que esta formação seja “buscada pela presença e atuação de professores qualificados da Alemanha, que poderiam aproximar aos estudantes no Brasil a “correta profundidade e amplitude do testemunho da Reforma para o nosso tempo, com vistas ao futuro trabalho dos pastores”. Esta contribuição para a formação deveria acontecer “numa abertura testemunhal para o empoderamento da indivisível Igreja de Jesus Cristo na diversidade das tradições reformatórias”. “Para conseguir isto, Barmen teria que enviar docentes que atuassem no Brasil e depois atuassem na formação de pastores na Alemanha”. 170


G.R julga importante que ao organizar o Curso de Formação em Basel, pessoas diretamente envolvidas deveriam visitar o Brasil e conhecer aqui a realidade e com lideranças daqui começar a conceber este projeto de formação. Como desafios para a Igreja na Alemanha, G.R considera: A urgente reestruturação do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha; a afirmação de sua competência na orientação de todo o trabalho com as Igrejas no exterior e no Brasil; a necessidade dos Sínodos e da Federação Sinodal repensarem o seu ser e missão em seu contexto. 85.

Correspondência de G.R. para D. Martin Niemöller, de 22/08/1055. Informa que o assunto da nova interpretação da base e dos objetivos da Federação Sinodal, necessária pelo acréscimo de Igreja Evangélica de Confissão Luterana, será estudada por Comissão integrada pelos membros pastores da Diretoria Sinodal e docentes da Escola de Teologia, conforme sugestão da Assembléia da Federação.

86.

Correspondência do Obenkirchenrat Schlingensiepen, Secretaria Geral da Evangelische Kirche i, Rheinland, de 24/08/1955. Informa que a Igreja da Renânia (Rheinische Landeskirche) acolhe Gerhard Reusch e o coloca na lista dos estudantes de Teologia desta Igreja.

87.

Correspondência de G.R. para Ernesto Schlieper, de 01/09/1955. Cumprimenta E. Schlieper pela distinção do “Dr. Honoris Causae da Universidade de Heidelberg“, que Martim lhe comunicara. Esta distinção fora entregue pelo Dr. Hahn em São Leopoldo. Recebeu de Martim a informação de que o P. Dr. Hahn, apresentara palestra na Escola de Teologia sobre a Federação Luterana Mundial e sobre o tema: Einheit durch Freiheit. Solicita que lhe enviem as palestras.

88.

Correspondência de G.R. para P. Wilhelm Hilbk, de 03/09/1955. Cumprimenta o amigo e na extensão também o amigo Pommer, pela distinção que o Consulado Alemão conferira a ambos.

89.

Correspondência de W. Hilbk para G.R., de 06/09/1955. 171


Trata de assuntos pessoais com o Departamento de Relações Exteriores, relativos ao tempo do exercício do pastorado e data para aposentação. 90.

Correspondência de Präses Held, da Evangelische Kirche im Rheinland, Düsseldorf, para G.R., de 08/09/1955. Confirma as informações sobre o estudo de teologia e o acolhimento de Gerhard Reusch como estudante na „Evangelische Kirche im Rheinland“, já informado por Schlingensiepen (doc. 86). Held escreve: “A intransigência confessionalista na nossa Igreja na Alemanha, após a guerra, é algo lamentável”.

91.

Correspondência de G.R. para Erich ......................, de 16/04/1955. Agradece pela remessa de: Glauben und Verstehen, de Rudolf Bultman ; Häresis, Schisma und Bekenntnis, de Loewenich e Conclusões da Assembléia da Igreja realizada em Spandau.

92.

Correspondência de Schlingensiepen para G.R. , de 16/04/1955. Sobre a questão “formação de pastores para o Brasil”, Schlingensiepen escreve que os planos não estão direcionados a construir um novo seminário. A ideia é aproveitar o Seminário de Wuppertal e sua estrutura acadêmica, para realizar a formação. Além disto, naturalmente, deveriase incentivar jovens pastores, que mesmo que tivessem feito seus estudos de teologia em outras instituições, a assumirem, por livre decisão, um trabalho no Brasil. Claro que “profundidade e abrangência teológica” deveriam ser o objetivo da formação teológica que se começa a planejar. Pela reação de Dohms, de que Barmen não precisaria preocupar-se com a formação dos pastores para o Brasil, naturalmente os planejamentos na Alemanha se desenvolveriam com mais lentidão. Informa sobre o envio do P. Tappenbeck, como docente na Escola de Teologia, em São Leopoldo.

93.

Correspondência de G.R. para Wilhelm Hilbk (não datada). Refere correspondência recebida de Hilbk, de 06/09/1955. (doc. 89) e comenta a necessidade de se organizarem outros pastores mais, 172


provindos da “ Igreja da União”, para responder, em documento, aos problemas levantados na correspondência de Hilbk. Refere séria doença que teria acometido Dohms 94.

Correspondência de G.R. para P. Schliemann (Sínodo Santa Catarina e Paraná) Levanta preocupação quanto à possibilidade do encaminhamento para o trabalho regular e da vinculação comunitária de um amigo comum.

95.

Correspondência de G.R. para P. Hermann Schlingensiepen, Sec. Geral da Igreja Evangélica na Renânia, de 26/10/1055. Solicita a intermediação de Schlingensiepen, para que o colega P. Stief, que deseja voltar, após 18 anos de serviço no Brasil, para a Igreja na Alemanha, seja acolhido, em seu retorno, pela Igreja na Renânia. Pede que consulte seu irmão, “ Oberkirchenrat Schlingensiepen “, sobre esta possibilidade.

96.

Correspondência de G.R. para D. Schlingensiepen, Ephorus da Escola Superior da Igreja em Wuppertal, de 27/10/1955. Saúda o comprometimento da Igreja Evangélica na Alemanha em colaborar com a formação de pastores no Brasil, porque assim se quebra também o “monopólio“ de Neuendettelsau. Advoga dois princípios para o “processo de formação: 1) Superar uma teologia de caráter étnico seguindo os princípios de Barmen, e 2) A inserção livre na realidade do trabalho da Igreja no Brasil. Dá seu testemunho de que no Brasil a Igreja deixa de ser uma “Igreja no exterior“ (Aussenkirche) para tornar-se uma Igreja autônoma. Implicações para este desenvolvimento são: A direção espiritual antes exercida de fora, transferiu-se para o Brasil; A responsabilidade pelas decisões eclesiais agora se exerce no Brasil; o centro de formação dos futuros pastores se concentra agora no Brasil; as relações eclesiais se tranformam em relações de parceria e mais ecumênicas; a necessidade de ter um conhecimento profundo da situação nestas terras. A expectativa de G.R. é de que na Igreja no Brasil “se possa caminhar no verdadeiro caminho da Refoma, sendo uma Igreja da Reforma, que com todas as suas implicações vai permeando a sua vida, inclusive o processo de formação dos futuros guias espirituais”.

97.

Correspondência de G.R. para Prof. Dr. H. Schlingensiepen, Ephorus da Kirchliche Hochschule Wuppertal, de 28/10/1955. 173


Solicita a intermediação de Schlingensiepen para o encaminhamento favorável do pedido do P. Stief, que deseja transferir-se para a “ Rheinische Landeskirche”. Pede que faça igualmente contato, a respeito deste assunto, com seu irmão, Oberkirchenrat, na Secretaria Geral da Rheinische Landeskirche. 98.

Correspondência de Erich (Knäpper), São Leopoldo, para G.R., de 31/10/1955. Informa sobre contatos com Präses Stör, Wiemer, Wüstner, comentando brevemente suas posições referentes ao assunto da “ base confessional da Federação Sinodal”.

99.

Correspondência de G.R. para Präses Held (Evangelische Kirche, Rheinland), de 14/11/1955. Inicialmente agradece pela acolhida de Gerhard Reusch como estudante de teologia da Rheinische Landeskirche, onde poderá também realizar seu primeiro e segundo exame teológico. Gerhard está em Basel, assistindo a preleção de Barth sobre “A Doutrina da Reconciliação”. Gerhard alegra-se pela apresentação viva e profunda de Barth sobre um tema tão fundamental da fé cristã. Informa que na próxima reunião da Diretoria Sinodal estarão tratando da proposta de ampliar a atual direção do Sínodo, por coordenações e departamentos que com boa autonomia, cooperem para que se alcance no Sínodo uma boa organização e coordenação do “serviço de direção”. A doença de Dohms não tem permitido continuar na discussão sobre a Igreja, sua missão e serviço.

100. Correspondência de G.R. para Vice-Presidente (Evangelische Kirche in Westphalen), de 15/11/1955.

D.

Lücking

Por estarem trabalhando em uma proposta para uma nova organização da Direção do Sínodo, G.R. solicita que o D. Lücking envie informações sobre “ organização e subdivisão da Secretaria Geral (Kirchenamt) da Igreja Evangélica na Westfália. Envia saudações para Präses Wilm. 101. Correspondência de G.R. para Dohms, de 16/11/1955.

174


G.R. procur estabelecer contato com Dohms para que se inicie, depois da longa enfermidade deste, novamente o diálogo e a reflexão sobre “autoentendimento do Sínodo” (Selbstverständnis) e da tarefa da Federação Sinodal. Sugere um encontro para tal diálogo, numa manhâ antes da reunião da Diretoria Sinodal. 102. Correspondência de G.R. para Präses Stör, de 17/11/1955. Solicita que Stör encaminhe para a próxima reunião da Diretoria da Federação Sinodal, três assuntos de relevância para a Federação neste momento. 1. A necessidade de uma manifestação concreta para a Direção da Igreja Unida, de que se aceita sua oferta de contribuir na formação de pastores a serem enviados para o Brasil. 2. Reiniciar o diálogo sobre ser e missão da Federação Sinodal no Brasil. 3. Reavaliar o procedimento do Conselho da Federação e de sua Assembléia na tomada de decisão em questões de importância fundamental. É necessário que em todas as decisões importantes se consulte previamente os Sínodos, considerando que a Federação é uma comunhão de sínodos autônomos. 103. Correspondência de G.R. para Erich (Knäpper), de 18/11/1955. G.R. expõe ao amigo Erich, os três assuntos com os quais o Conselho da Federação, em sua reunião de 27/12, deveria ocupar-se necessariamente. (Ver doc. 102 acima) Pede que trate destes assuntos com Wiemer e Stör que também estarão na reunião do Conselho.

104. Carta Circular da EKU (Berlim), de 21/11/1935. Destaca a liderança da Igreja, especialmente da Igreja Evangélica da União (EKU, por ter se colocado na vanguarda no processo de reunificação (Wiedervereinigung) da Igreja Evangélica na Alemanha. Fora realizado um esforço na realização de visitas para que pudesse acontecer, como afirmara Präses Wilm, “uma união silenciosa“ (stille Wiedervereinigung). Informa sobre manifesto do Bispo Dibelius, dirigido aos ministros do exterior dos quatro poderes de ocupação na Alemanha, antes da conferência destes, em Genebra, referindo a urgência da unificação 175


3.5 Pasta: Diversos. ARQUIVO E 1.

Correspondência de G. Reusch, dirigida à Diretoria do Sínodo Riograndense, em mãos do Präses K.Gottschald, de 12/06/61, solicitando que se iniciassem os contatos com o Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha, para seu retorno definitivo para a Alemanha Manifesta inicialmente a sua alegria pelo fato de que o Sínodo consagrara como confissão, em seu estatuto, a Confessio Augustana, no sentido de que se trata de uma confissão reformatória, que na sua visão de Igreja de Jesus Cristo, integra também o seu sim a Barmen. Lamenta que esta ideia orientadora não tenha se manifestado também na composição da Direção do Sínodo, assegurando, por exemplo, a participação nela de pessoas vinculadas a outras orientações confessionais, presentes na origem e história do Sínodo Riograndense. Lamenta que a “comunhão dialogal“ com membros e pastores das duas confissões (reformada e unida) ficara assim muito prejudicada. Diante deste fato, acentuava G. Reusch, mais uma vez, acontecera a predominância das “diferenças confessionais“ frente aos aspectos da “unidade nos princípios reformatórios“, pelos quais lutara por todos estes anos.

2

Correspondência de E. Krischke, Igreja Episcopal Brasileira, POA, para G. Reusch, de 03/05/1963, indicando dois representantes da Igreja Episcopal para a Comissão Regional de Estudos Ecumênicos, que G. Reusch presidia.

3.

Correspondência de E. Schlieper (Kirchenpräsident), de 03/05/1963, para G.Reusch, comunicando a eleição de G.Reusch, como membro da Comissão Jurídico-Doutrinária.

4.

Corresp. de E. Schlieper para G.Reusch , de 03/05/1963, comunicando a eleição de G.Reusch para a Comissão Ecumênica. (Faziam parte da comissão Ecumênica: G. Reusch, B. Weber, R. Dübbers, W. Kreutlein, S. Wanke).

5.

Corresp. de D. Dr. Wilhelm Niesel, para G. Reusch, de 14/06/1963. Trata da reinvindicação da Comunidade Novo Hamburgo por um auxílio para a aquisição de um veículo. Refere ainda o envio de pastores do Seminário da “ Rheinische Mission “, para o Sínodo La Plata e de que intervirá junto ao Departamento de Relações Exteriores, para que não interrompa o envio de Pastores deste Seminário também ao Brasil. 176


6. 7.

Corresp. do Departamento de Relações Exteriores para G.Reusch, de 29/05/1963, referente pedido de auxílio para a aquisição de um veículo para a Comunidade de Novo Hamburgo. Cópia de correspondência de Schlieper para o Departamento de Relações Exteriores, de 06.05.1963, referindo pedido de auxílio para a aquisição de um veículo para a Comunidade de Novo Hamburgo.

8.

Correspondência de Pastor Kretschmer (Alemanha) para G.Reusch, de 17/12/1963. Agradece correspondência recebida e expressa sua saudade e agradecimento pelo trabalho realizado no pastorado em Novo Hamburgo.

9.

Corresp. da Aliança Reformada (Do Moderador D. Dr. W. Niesel), de 09/12/1963. Menciona próxima visita do Präses Wilm, da Igreja na Westfália, ao Brasil. Manifesta sua expectativa de que G. Reusch possa participar na Assembléia do “Aliança Reformada“ (03-13/08/1964), quando de sua vinda à Alemanha.

10.

Corresp. de Schlieper para G. Reusch, de 19/05/1964, informando-o de sua nomeação para membro da comissão avaliadora para o 2º exame teológico dos aspirantes ao pastorado.

11.

Corresp. da Comunidade de Porto Alegre para G.Reusch, de 20/05/1964, convidando-o a escrever artigo sobre o tema: “Os esforços ecumênicos (CEI) no Brasil e no mundo atualmente”. Este artigo estava destinado à publicação na Revista da JE, nº 5.

12.

Corresp. de Dr. W. Niesel para G. Reusch, de 16/06/1964. Comunica o recebimento do Relatório do “Präses” e parabeniza G. R. pela ordenação do filho, Gerhard Reusch.

13.

Circular do “Comitê para a América Latina da FLM“ , Bogotá, de janeiro de 1964, comunicando a agenda da Consulta Luterana, a ser realizada em São Leopoldo.

14.

Corresp. de Dr. Reinhard Freese, Bielefeld, para G. Reusch, de 19/01/1964. Informa sobre o bom resultado do exame teológico de Gerhard Reusch e de sua ida a Bövinghausen. 177


Presta ainda uma breve informação sobre a situação teológica na Alemanha. (Die theologische Forschung ist zur Zeit auf Alttestamentliches und Neutestamentliches Gebiet konzentriert, nicht ohne bemerkenswerte Ergebnisse). 15.

Corresp. de G.Reusch para Karl Meisner, Eiserfeld-Siegen, de 01/08/1964. Lamenta não poder estar no jubileu dos 50 anos de confirmação, dos confirmandos de 1914, celebrado em Eiserfeld. G. Reusch relata brevemente sobre o trabalho pastoral que está realizando em Novo Hamburgo, destacando o trabalho de mordomia cristã, que está envolvendo mais de 72 visitadores/as.

16.

Corresp. de Schlieper para G.Reusch, comunicando sua nomeação para a comissão de avaliação do 2º Exame Teológico ao Pastorado.

17.

Circular da Legião Evangélica, de janeiro de 1965, assinada pelo Presidente Dr. Paul Franzek e o Secretário P. Bantel.

18.

Corresp. do Pastor Sille ( Candelária) para G. Reusch. Pede informações para encaminhamento de sua aposentadoria.

19.

Várias correspondências do P. Milton Olson, referente programa de Mordomia Cristã, que estava sendo realizado em Novo Hamburgo e que ele assessorava diretamente.

20.

Várias correspondências e outros materiais relativos à Confederação Evangélica do Brasil 1964-1965 (Estatuto da Confederação Evangélica do Brasil, Relatórios de Assembleias, Projeto de Reestruturação da CEB, Listagem dos membros da CEB, convites para assembleias).

21.

Material impresso e mimeografado constante nesta pasta: - Estatuto da Comunidade Evangélica de Novo Hamburgo, outubro de 1943 - Regulamento Interno da Comunidade Evangélica de Novo Hamburgo ,1962. - Jesus Cristo e sua Igreja no NT, de Pythagoras Daron da Silva. - Comunidade Evangélica Novo Hamburgo. - Antwort: Festschrift zum 70. Geburtstag von Karl Barth, 10/05/1956. 178


- Mensagem de Natal do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Evangélica na Alemanha, 1964. - Bericht des Synodalpräses für die 57. Synodalversammluing der Evangelischen Kirche in Rio Grande do Sul (Ibirubá 10/05/56) - Orgão Oficial da IECLB – Fevereiro de 1964 - Amtliche Mitteilungen, Fevereiro 1965 - Erstes Kolloquium Deutschbrasilianischer Studien. - Nachklang, von F. E. Braun .

179


3.6 Pasta: Theologische Arbeitsgemeinschaft. Material do Grupo de Trabalho Confessante no R.G.S.

da

Igreja

ARQUIVO F

Observações iniciais: .

O material constante nesta pasta do Grupo de Trabalho Teológico, vinculado à Igreja Confessante, coordenado por G. Reusch, nos foi cedido pelo Prof. Dr. Martin Dreher, que detém os originais. Trata-se de um material enviado pelo P. W. Küster ao P. Dreher, em 1975 O material inclui um relato pessoal do P. W. Küster, manuscrito, de 08/05/1975, sobre a situação do Sínodo Riograndense na época da guerra, e sobre as circunstâncias e os protagonistas do movimento da “Igreja Confessante“, que passou a ser liderado por G. Reusch, no Brasil, na época de 1936-1937. Trata-se de material de grande interesse, pois, além da correspondência pessoal dos dois amigos e parceiros no movimento da Igreja Confessante no Sínodo Riograndense, contém as orientações básicas que nortearam o Grupo de Trabalho (sigla em alermão ThA) e vários exemplares das circulares deste Grupo, que foram distribuídas entre os pastores identificados com a ideia do Grupo de Trabalho, na época. Ao todo são 9 circulares, (“Rundbriefe der Theologischen Arbeitsgemeinschaft“). Existiram alguns exemplares a mais. Nestas circulares constavam materiais e artigos diversos, com os quais G. Reusch contribuía também pessoalmente. Todos os artigos referiam-se a temas teológicos importantes e atuais para a época que estava sendo vivida pela Igreja no Brasil. G. Reusch compilava este material, o datilografava em sua máquina de escrever e distribuía as cópias entre o grupo dos pastores que se orientavam teologicamente e pastoralmente nos princípios da Igreja Confessante. Muito da atuação do Grupo de Trabalho e de seus protagonistas está reflexo nas outras correspondências que estão listadas e, em grande parte, resenhadas neste Volume II 180


1.

Cópia da cópia da corresp. de W. Küster para o Dr. M. Dreher , de 08/05/1975, relatando de sua perspectiva e memória, os acontecimentos que marcaram a história do Sínodo Riograndense na época de 19361937. Trata-se de relato pessoal, muito interessante, manuscrito, sobre as circunstâncias, os principais protagonistas, ideias e concepções teológicas e políticas que brotavam e aconteciam especialmente na tensão entre os pastores identificados com as ideias da Igreja Confessante e aqueles mais identificados com os teuto-cristãos (“Deutsche Christen”). Relata a experiência da relação tensa vivida com Präses Dohms, que recomendara ao P. Küster a não atuar na perspectiva da Igreja Confessante, porque “O Sínodo Riograndense seria uma Igreja intacta, na qual grupos político-eclesiásticos, não teriam vez”. Refere, por exemplo, a interferência de lideranças comunitárias, com atribuições específicas do partido nazista, na divulgação e formação das ideias e no controle dos dissidentes, entre os quais aqueles identificados com a Igreja Confessante. Trata-se de um interessante relato que cita, inclusive nominalmente, os protagonistas deste momento histórico vivido no Sínodo Riograndense.

2.

Richtlinien der Theologischen Arbeitsgemeinschaft in Rio Grande do Sul.

3.

Circulares do Grupo de Trabalho (Theologische Arbeitsgemeinschaft ThA). Trata-se de circulares datilografadas e compiladas por G. Reusch, com contribuições teológicas, entre outros, dele mesmo. Eram circulares distribuídas entre os pastores identificados com a Igreja Confessante.

3.1

Cópia da circular nº 3, de abril de 1937. Tema principal: Grundsätzliche Stelungsnamme der Bekenenden Kirche zu den Kirchenneuwahlen, provavelmente de autoria de GR. Seguem ao final, algumas comunicações de novos pastores que se associaram ao Grupo de Trabalho (ThA). Nestas informações finais GR acentua mais uma vez, que o propósito da Igreja Confessante não é o de uma luta de poder entre grupos partidários da Igreja e, sim, que se tratava de uma “luta existencial da Igreja da Reforma”. Informa que se associaram ao grupo de trabalho Pastores Sengle, Küster (Carazinho), Mehtner (São Paulo), Hans Müller (Campinas). Ainda outros colegas teriam feito contato.

3.2

Circular Nº 4, de 19 de abril de 1937. Temas principais: a) Die Bekenende Kirche und die Riograndenser Synode, de autoria de G. Reusch; b) Rede des Ministers Kerrl, gehalten 181


am Sonnabend, 13/02/1937, 11 horas, vor den Vorzitsenden der Länder und Provinzialkirchenausschüsse; c) Ofener Brief an den Herren Reichsminister Kerrl, Berlin, Ende Februar 1937; d) Stellungnahme des Rates der Evangelischen Lutherischen Kirche Deutschlands zur Theologischen Erklärung der Bekenntnissynode Barmen. Informa ainda sobre uma reunião especial do Grupo de Trabalho nos dias 23 a 27 de maio. 3.3

Cópia da Circular Nº 5, de 13/05/1937. Temas principais: a) A criação de nosso Grupo de Trabalho (Die Gründung unserer Theologischen Arbeitsgemeinschaft - Texto de G.Reusch); b) (Continuação do tema “Die Bekennende Kirche und die Riograndenser Synode - Texto de G.R.; c) Bemerkungen zur Synodalversammlung. – texto de G. Reusch Pastor Büchli, Sarandi, inscreve-se como membro do Grupo de Trabalho.

3.4

Cópia da Circular Nº 6, de junho de 1937. Temas principais: a) A tarefa de nosso Grupo de Trabalho (Die Aufgabe unserer Theologische Arbeitsgemeinschaft - Texto de GR; b) Die Bekenndende Kirche und die Riograndenser Synode - Final do tema, texto de G). Comunicações: Brakemeier é eleito, juntamente com Schlieper, para a direção do Grupo de Trabalho. Entrementes 25 Pastores integram o Grupo de Trabalho.

3.5

Cópia da Circular Nº 7, de julho de 1937. Temas: a) Die Kirchliche Lage der B.K. innerhalb der Deutschen Evangelischen Kirche; b) Texto de Karl Barth: Eine Frage und eine Atwort (Textos do Centro de Informações da atual direção da Igreja Evangélica Alemã).

3.6

Cópia da Circular Nº 8, de agosto de 1937. Temas: a) Die Kirchliche Lage der B. K. innerhalb der Deutschen Evangelischen Kirche; b) Kirche, Volk und Staat ( Bericht des Ökumenischen Ausschusses der vorläufigen Leitung der DEK).

3.7

Cópia da Circular Nº 9, de outubro de 1937. Temas: a) Die Kirchliche Lage der BK; b) Abschrift: Wort an die Gemeinden, da Direção da Igreja Evangélica Alemã e de seu Conselho Diretor. São listados os nomes dos que associaram ao Grupo de Trabalho: Pastores O. Atkinson (Lagoa Três Cantos), H. Brakemeier (Bom Retiro), Hermann Büchli (Sarandi), Eugen Eberhard (Serro Branco), Egon Koch (São Leopoldo), Werner Gothe (Bela Vista), Otto Hofmann (Rio Pequeno), Ernst Jost (Ponte de Pelotas), Daniel Kolfhaus (São Miguel), 182


Wilhelm Küster (Carazinho), Georg Lecke (São Pedro), Müller (Campinas/São Paulo), Methner (São Paulo), G. Reusch (Cachoeira do Sul), Ernst Seiter (15 de Novembro), Alfred Sengle (Porto Alegre/Navegantes), Ernst Schlieper (São Leopoldo), Karl Scheible ( Sapiranga), Werner Wahlhäuser (Jacuí), Richard Schwabe (Linha Nova), Karl Troche (Santa Maria), Walter Weber (Rolante), Volkmann (Três Passos). Fizeram ainda contato os Pastores Leistner (Porto Feliz) e Heinrich Möchle (Arroio do Padre). 3.8

Cópia da Circular Nº 10, (Não datada). Tema: a) Die Versammelte Bekentnis Synode der Evangelischen Kirche der Altpreussischen Union richtet folgendes Wort an die Gemeinden, b) Ein Wort der Bayrischen Pfarrerbruderschafft zur Barmer Theologischen Erklärung, c) Grupo de Trabalho da Igreja Confessante no Rio Grande do Sul e no Sínodo Riograndense (Theologische Arbeitsgemeinschaft in Rio Grande do Sul und Riograndenser Synode). Contém uma resposta do Grupo de Trabalho, redigida por G.Reusch, contestando crítica do P. Hillert/Vila Tereza, à Igreja Confessante, depois de seu retorno da Alemanha.

3.9

Cópia da circular Nº 11, de dezembro de 1937. Temas: a) Ein kurzes Wort von Dr. Böhme (Alemanha), zur kirchlichen Lage In Deutschland; b) Richtsätze für Theologische Arbeitsgemeinschaften der BK, in Deutschland; c) Ein Wort von Dr. Schliegensiepen über die Theologische Arbeitsgemeindschaft. Convoca novo encontro dos membros do Grupo de Trabalho para os dias 20 a 23/04/38, em Cachoeira do Sul.

4.

Correspondências pessoais entre os parceiros identificados com o movimento da Igreja Confessante e outros.

4.1

Correspondência de W. Küster para o List, de 15/02/1937. List era membro do Partido Nazista da Alemanha (NSDAP) e tinha no Brasil atribuições especiais deste. Trata-se especialmente do interesse de ter na Igreja um colaborador, por excelência, no sul do Brasil. Küster anota nesta correspondência, mais tarde, de que ele mesmo, logo em seguida, se afastara do partido nazista.

4.2

Corresp. de List teuto-cristão , nazista ,para Küster, de 19/02/1937, em resposta à correspondência citada acima. Entre outros assuntos diz que sua opinião a relação com Sínodo se dá pelo fator da Germanidade, e por isso quer manter paz com o Sínodo. Em relação a sua comunidade constata que antes de tudo “ somos parceiros de partido e mantemos entre nós fidelidade ao nosso “ Führer” 183


............ O que importa em nosso trabalho é a renovação integral do homem alemão até o fundamento de sua fé ..... Reconhecemos que o cristianismo falhou gravemente em sua responsabilidade social. Este cristianismo não pode salvar os corpos contaminados e as almas doentes ........” . 4.3

Declaração W. Küster em março de 1937, de que se associara ao Grupo de Trabalho da Igreja Confessante e que recebera a confirmação de G. Reusch.

4.4

Cópia de corresp. provinda de São Leopoldo de 27/05/37, dirigida ao P. Mairose, informando que a atual visão do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Alemã, em relação às Igrejas e Sínodos no exterior é a de que estes não se deixem contaminar pela contradições existentes na igreja na Alemanha.

4.5

Corresp. de W. Küster para G. Reusch, de 11/05/1937. Relata sobre tensões havidas na sua área de atuação, com pessoas ligadas ao partido nazista e informa sobre contatos havidos entre os membros do Grupo de Trabalho da Igreja Confessante no Rio Grande do Sul. Ele escreve: “Se o Sínodo não se aliar ao movimento da Igreja Confessante, ele se esvaziará e perderá a confiança das comunidades”.

4.6

Cópia da correspondência de W. Küster para os colegas Seibel e Volkmann, de 29/06/1937, convidando-os para integrar o Grupo de Trabalho da Igreja Confessante no Rio Grande do Sul.

4.7

Cópía de corresp. do P. Büchli para W. Küster, de 05/07/1937. Manifesta a expectativa de que Küster, Kolb e Becker participem no Grupo de Trabalho. “Es geht jetzt ums Ganze“.

4.8

Cópia da corresp. de W. Küster para G. Reusch, de 14/07/1937. Trata de assuntos do Grupo de Trabalho e informa sobre contatos pessoais estabelecidos com os membros do Grupo e outros colegas na sua Região. Revela também alguns conflitos pessoais que desafiaram colegas a se desvincularem do partido nazista e interessarem-se por sua participação no “Grupo de Trabalho”.

4.9

Cópia de corresp. de Dohms para W. Küster, de 04/o8/1937. Refere que alguma denúncia a respeito de Küster não consta no Sínodo. Há uma denúncia de List, representante do Partido Nazista na região, de que Küster declarara publicamente em uma celebração que “ manter a fidelidade germânica era uma hipocrisia ( Hirngespinst)”.

4.10 Cópia de corresp. de Büchli, para W. Küster, de 11/08/1937. 4.11 Cópia de corresp. de Büchli, para W. Küster, de 18/08/1937. 184


Refere contato com G. Reusch, apresentando a ele as dificuldades que enfrenta pela denúncia vazia de que fora alvo. Sugere que estes assuntos sejam tema do Grupo de Trabalho. Como G. Reusch não respondera, cogita: “will Bruder Reusch schon die Flinte ins Korn werfen, weil die Theologische Arbeitsgemeinschaft einigen Herren nicht passt”. 4.12 Cópia de circular de W. Küster (Carazinho), de 24/08/1937. Contrapõemse à ideia de que as tensões (e até a eventual ruptura) na Igreja Evangélica na Alemanha, não digam respeito ao Sínodo e aos pastores, na Igreja no Brasil. O Sínodo enfim, é membro vinculado à Igreja na Alemanha e não pode ignorar o que lá acontece. Há, portanto, uma boa e suficiente razão para que o Grupo de Trabalho se constitua e atue no Brasil. Afirma que o Grupo de Trabalho não aceita ser um “grupinho qualquer”. O Grupo de Trabalho se constitui como uma comunhão teológica de trabalho que reúne pastores que tenham uma identidade comum na Igreja Confessante e que entendem que este fato é de importância para sua atuação no Brasil. 4.13 Cópia de circular que leva o Nº 1, à semelhança das circulares anteriores do Grupo de Trabalho e, talvez, na continuidade destes, de janeiro de 1938. Temas principais: “A situação Eclesial” e “A situação Teológica da Igreja Confessante na Igreja Evangélica na Alemanha”. 4.14 Cópia de corresp. de G. Reusch para W. Küster, de 24/11/1946. G. Reusch informa ter recebido a notícia de que P. Nöllenburg (Presidente da Região Eclesiástica de Küster, está “sabotando o esforço de renovação da Igreja, ao divulgar um manifesto de 18 pontos, como resultado de uma reunião (Besprechung). Inicialmente este manifesto aborda aspectos da vida da Igreja, mas no ponto 17 manifesta-se lesivo à pessoa de G. Reusch: “Considerando as publicações do P. G. Reusch, os pastores desta região recomendam não convocar o mesmo como professor para a Escola de Teologia, nem como professor de ensino religioso no IPT e Casa Matriz de Diaconisas”. G. Reusch informa que, quando no final da Assembleia Sinodal recebera um convite de Schlieper para assumir a Presidência da Comissão de Finanças do Sínodo e dedicar-se, adicionalmente, a uma tarefa educacional na Escola de Teologia, ele declinara do convite, afirmando que não existiam condições mais essenciais para o desempenho do cargo. Os 18 pontos, mais especificamente, o ponto 17 retoma, portanto, algo que já estava encerrado e que lamentava a retomada do assunto com uma tal agressão pessoal. Na sua opinião este procedimento revelava uma concepção perniciosa que poderia redundar finalmente até numa infeliz “inquisição geral e da constituição de um tribunal 185


disciplinar”. Para G. Reusch isto revelava uma retomada de concepções existentes no período da guerra. Julga que esta iniciativa revelava, em verdade, não a intenção da renovação da Igreja. Na sua opinião, esta polêmica entre pessoas só poderia estar acontecendo porque elas procuram minar o movimento de renovação tornando se infiéis à Palavra de Deus em sua reflexão teológica. Solicita que na Região de Küster se faça um posicionamento a respeito. 4.15 Cópia de corresp. de W. Küster para G. Reusch, de 30/11/1946, em resposta à correspondência de 24/11/1946. Item 4.14 acima). Informa, inicialmente, que não tinha conhecimento de tal posicionamento e de que “estava extremamente revoltado“. “Como acontece que estes senhores não têm a mínima consciência que estão lidando com sujeira”. Os colegas da Região (Kreis) afirmam não conhecer o documento, nem tão pouco o assinaram. Cita alguns nomes de pastores que tenham talvez cooperado na elaboração deste posicionamento, mas fora informado de que Nöllenburg, Simon e Jost, do Kreis Ijui, tenham colaborado na formulação, em reunião que ocorreu em São Leopoldo. Conforme Küster, o documento era do conhecimento do “Spiegelberg”. Escreve, ainda, que na atual situação da Igreja no Brasil, a visita de Niemöller pode ser entendida como um “ presente de Deus”. Afirma que além de se posicionar mais fundamentalmente, protestará veementemente contra o documento de 18 pontos. 4.16 Cópia de corresp. de W. Küster para o P. Osvald Adkinson, Lagoa Três Cantos, de 13/11/1946. Küster dirige-se a Atkinson de uma maneira muito dura porque este se manifestara desvirtuando o seu trabalho comunitário e a sua fidelidade à pátria. Lastima e refuta estas manifestações. 4.17 Cópia da corresp. de G. Reusch para W. Küster, de 08/11/1946. G. Reusch agradece pela solidariedade de Küster. Entrementes conseguira mais clareza sobre os 18 pontos, ao saber que não se tratava de uma manifestação dos pastores da Região (Kreis) do colga Küster. Lamenta profundamente a edição dos 18 pontos e o esforço em conseguir votos contra uma eventual, já ultrapassada, encerrada, convocação de G. Reusch para a Escola de Teologia. Interroga: Quem são os autores deste documento? Quem são os inspiradores teológicos desta manifestação? Que colegas apoiam esta manifestação? Qual é o teor mais exato destes 18 pontos? 186


4.18 Cópia da corres. W. Küster para o P. Nöllenburg, de 09/11/1946. (Esta correspondência já foi resenhada na pasta: Briefwechsel über kirchliche Erneuerungsfragen, ARQUIVO C, item 53). 4.19 Cópia de corresp. de G. Reusch para P. Nöllenburg, de 18/11/1946. (Correspondência já foi resenhada na pasta: Briefwechsel über kirchliche Erneuerungsfragen, ARQUIVO C, item 55). 4.20 Cópia de corresp. de W. Küster para P. Nöllenburg, de 25/11/1946. Solicita imediata resposta de Nöllenburg à sua correspondência anterior, referindo o documento de 18 pontos e repudiando especialmente o ponto 17, que se refere à pessoa de G. Reusch. Afirma que está na espera de uma retratação porque se maculara também o nome da sua região (Kreis) à qual, ambos pertenciam. “Das Übel muss an der Wurzel ausgerottert werden”. Manifesta sua ”profunda tristeza que uma tal manifestação, como a que consta no ponto 17 do manifesto, tenha sido publicada, maculando a própria função de Nöllenburg como Presidente da Região e o espírito de respeito e confiança entre colegas. “In der Kirche sieht es aber traurig aus, ja sie ist verloren, wenn der Geist der Diskriminierung und Diskreditierung die Oberhand gewinnen”. Conclui exigindo “que se afaste definitivamente um espírito tão velho e mau, como este que inspira a manifestação contra G. Reusch”. Como teria sido possível que uma pessoa como G. Reusch, que é alguém que tem algo a dizer para este mais importante problema da Igreja, o da sua renovação, tenha sofrido esta discriminação“. “Vamos fazer a nossa confissão de culpa. (Lasst uns Busse tun ! Gott sei uns Sündern gnädig”, W.Küster escreve ao final.

187


3.7 Pasta: Ökumene ARQUIVO G 1

Corresp. de 11/07/58 , da Conferência de Pastores do Sínodo La Plata (Buenos Aires) dirigida ao Präses Schlieper, agradecendo pela presença e participação de G. Reusch na Conferência, como representante da Igreja no Brasil. O Sínodo La Plata festejava neste ano, em 1958, 50 anos de existência.

2

Idem, corresp. de 11/07/1958, da Conferência dos Pastores do Sínodo La Plata, saudando a Igreja no Brasil e seus membros .

3

Corresp. de G. Reusch para o P. Dr. Gennrich ( Secretário Geral da Obra Gustavo Adolfo da Igreja Evangélica na Alemanha), de 21/12/1960. Agradece pela especial acolhida recebida em sua visita a Berlim. Aguarda filmes e diapositivos para o ensino religioso no Sínodo, que o P. Gennrich iria intermediar.

4

Corresp. de G.Reusch para P. Dr. Niesel, de 06/12/1960. Agradece pela acolhida por ocasião de sua visita à Alemanha. Comenta que o tema atual para a Igreja era a questão da aceitação de pastores provindos de uma Igreja Luterana nos Estados Unidos. G. Reusch opina, sobre a sua proposta, também aceita pelo Conselho Sinodal, de que anterior a qualquer aprovação para a vinda de pastores da Igreja Americana, formule-se com esta Igreja, inicialmente, um convênio formal. Enquanto se trataria desta questão, pastores da Igreja Luterana Americana seriam aceitos para tarefas especiais, talvez supraparoquiais e por tempo limitado ( 3 anos).

5

Corresp. de . Dr. Gennrich para G. Reusch, de 28/12/1960. Solicita uma contribuição de G. Reusch para que escreva um artigo sobre „A história da Igreja Reformada no Brasil“, e apresente um relatório sobre a Assembléia do Sínodo Riograndense a ser publicado no caderno da obra Gustavo Adolfo.

6

Corresp. do P. Dr. Niesel para G. Reusch, de 27/12/1968. Comenta o provável intenso envolvimento do Dr. Niesel na preparação da Assembléia da Aliança Mundial da Igreja Reformada. Informa ainda que está na expectativa da visita do Presidente Wilm (Presidente do Conselho da Igreja Evangélica Unida na Alemanha), ao Brasil. Constata, mais uma vez, „que a Igreja no Brasil, no seguimento a uma onda de crescimento do „Confessionalismo Luterano“, na Alemanha, tornou-se uma Igreja demasiadamente introvertida. „Só superamos isto se 188


colocarmos a nossa Igreja no contexto das outras Igrejas Evangélicas no Brasil, e trabalharmos cooperativamente na busca do ser ( Wesen) da Igreja, conforme o Novo Testamento. Assim acontecerá o „Miteinander“, (comunhão) e o „Füreinander“ (estar para o outro) das Igrejas também, na comunhão com os órgãos ecumênicos „. No momento somente a Igreja Episcopal do Brasil, a Igreja Metodista, a Igreja Presbiteriana Independente e a IECLB, mantém Comissões Ecumênicas que possibilitariam uma tal parceria. Como observadores participariam das reuniões ainda a Igreja Reformada Húngara, a Comunidade Evangélica da Armênia e a Igreja Congregacional do Brasil, todas elas restritas à área de São Paulo. 7.

Corresp. de G. Reusch, em nome da Comunidade de Novo Hamburgo, de 09/03/1965, para P. Dr. Wilm. Agradece pela doação de DM 10.000, destindados à aquisição de uma condução para a Comunidade de Novo Hamburgo.

8.

Corresp. de G. Reusch para Präses Beckmann, de 10/03/1965. Comenta a visita do Presidente P. Wilm ao Brasil e manifesta a sua satisfação pela nova ideia de parceria, provocada por esta visita.

9.

Anexos constantes nesta pasta de G. Reusch, sob o título „ Ökumene“. - Longa cópia manuscrita de G. Reusch ( 52 páginas) de um texto de Erik Wolf sobre „Ordnung der Kirche“. - Estatutos da Federação Sinodal (Ratificados em 1949 e registrados em 02/1950). - Satzung der Riograndenser Synode, maio de 1923. - 30ª Assembléia do Sinodo Evangélico Alemão do Rio Grande do Sul, 23 à 26/04/1932, realizada em Cachoeira do Sul. - Ordnung des Reformierten Bundes, 10/1948. - Kirchliche Einheit und Konfessionelle Bestimmtheit der Evangelischen Kirche in Deutschland, W. Niesel, Schriftenreihe der Bekennenden Kirche, 01/1948. Materiais e temas, divulgados pelo Serviço Evangélico de Comunicação da Igreja na Suiça, Zurique, 1965 : Aus der Ökumene; Dritte Weltkonferenz für Glauben und Kirchenverfassung; pregação de abertura do Arcebispo Briliot, de 08/1952; Dritte Weltkonferenz für Glauben und Kirchenverfassung: Tema: Der Auftrag der Kirche zur Mission und Einheit, R.Monikam. - Apresentando a Igreja Presbiteriana. - Johannes Calvin in seiner Ökumenischen Bedeutung, von Udo Smidt. - Estatutos da Comissão Ecumênica Intereclesiástica- C.E.I.E.

189


3.8 Pasta: Theologische Komission - Comissão Teológica . ARQUIVO H Algumas observações iniciais: Os documentos que estavam guardados originalmente nesta pasta foram sistematizados em 4 blocos: 1. Correspondências ; 2. Pareceres, artigos, manifestações das reuniões da Comissão Teológica ; 3. Listagem das palestras, posicionamentos de G. Reusch. no contexto de sua atuação na Comissão Teológica ; 4. Outras publicações que estavam arquivadas nesta pasta de G. Reusch relativa à Comissão Teológica * , 1957-1958 . G. Reusch encontrava-se , na época, no Pastorado em Novo Hamburgo e era membro da Comissão Teológica Sinodal e posteriomente da Comissão Teológica da Federação Sinodal – IECLB. 1.

Corresp. de H. Dressel, Crissiumal, para G. Reusch, de 15/01/1956. Apesar de sua vinculação com o „Deutscher Bund für freies Christentum“, expressa a sua sintonia com G. Reusch, opondo-se ao que chama de „confessionalistas luteranos“. Afirma que no momento a consciência de interesses comuns entre ele e G. Reusch, mesmo tendo posições teológicas diferenciadas, é a única possibilidade de alcançar algum resultado. Afirma que „é uma pena que o propósito dos luteranos alemães está provocando, cada vez mais, o afastamento dos diversos grupos. É lamentável que as minorias rejeitadas não se organizem, para em comum, lado a lado, fazer valer os seus propósitos.

2.

Corresp. de E. Schlieper para os Presidentes das Regiões ( Kreis) do Sínodo Riograndense, de 18/05/1956. Convida para uma conferência teológica, motivada e coordenada pela Comissão Teológica, para a data de 04 a 06 de julho, sob o tema: O que a Igreja hoje têm a dizer, considerando sua orientação na Sagrada Escritura. G. Reusch está previsto para no 2º dia da Conferência, proferir a palestra sobre o tema: O que a Igreja diz ao Estado ?

3.

Corresp. Circular de A. Müller, de 29/10/1956, dirigida aos Presidentes Regionais (Kreisvorsteher), convidando para a Conferência dos Presidentes Regionais, a ser realizada em 04-07/12/1956. Temática prevista:: „Diálogo sobre perguntas e problemas candentes, mas, sobretudo, palestras a respeito de campos específicos de nosso serviço pastoral e do estudo bíblico.“ 190


4.

Esboço de uma ordem provisória da União dos Pastores. ( Pfarrerbund). „A União dos Pastores da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil é uma comunão fraterna de todos os pastores e demais obreiros colaboradores dos 4 Sínodos. Sua principal tarefa é auxiliar os pastores diante dos desafios e problemas da sua tarefa eclesial , como também em todos as questões de ordem pessoal“ .

5.

Corresp. de G. Reusch para P. von Dobbler, de 28/03/1957. G. Reusch avalia que é chegado o momento de alcançar um diálogo objetivo entre as partes. Mesmo que neste diálogo se cristalizem as diferenças teológicas, é necessário, que no respeito dos pontos de vista diferenciados, se permaneça no bom caminho da Igreja. Este respeito pelas diferenças ,de certo, terá seu reflexo nas eleições para a direção do Sínodo, na qual deverão fazer-se representar e atuar representantes dos dois movimentos.

6.

Corresp. G. Reusch para P. Friedrich, Diretor da Escola de Teologia, São Leopoldo, de 13/05/1957. G. Reusch comenta brevemente a proposta de um Estatuto para a Escola de Teologia, que Friederich lhe enviara: 1. Necessidade de adequar-se na questão confessional à Federação Sinodal, às definições das Assembléias Sinodais e Assembléia da Federação; 2. O corpo docente não deverá deter sozinho a autoridade de convocação ou veto à convocação de docentes; 3. Cancelar a proposta de „Presidente Honorário“ , porque ele vem da realidade das sociedades.

7.

Corresp. de G. Reusch para Prof. D. Schlingensiepen, de 14/06/1957. Refere o recebimento de correspondência que traz em anexo um folheto convidando para a criação de uma nova instituição de formação de Pastores para o exterior, criado juntamente com o Centro Missionário de Barmen (Missionshaus Barmen“ ). Acentua que atuará junto ao Sínodo e na Comissão Teológica pela aceitação plena dos egressos desta instituição para o ministério pastoral no Brasil, apesar de sua orientação confessional especial. Há uma visão errada, centrada em Neudettelsau, de que pastores enviados ao Brasil, sejam somente os luteranos, devendo a instiuição de Barmen, se quiser enviar pastores ao Brasil, na opinião deles, desistir de sua visão de „parceria „ (Miteinader) das duas grandes confissões.

8.

Um projeto do Estatuto para a Escola de Teologia, em São Leopoldo.

9.

Corresp. do P. K. Gottschald para os membros da Comissão Teológica, de 27/05/1957, confirmando a decisão da 52ª Assembléia Sinodal de nomeá-los para a Comissão Teológica. 191


10.

Corresp. do Prof. H. Tappenbeck aos membros da Comissão Teológica, convidando-os para a próxima reunião.

11.

Corresp. do Prof. Tappenbeck, de 07/11/1957, dirigida aos membros da Comissão Teológica, convidando-os para a próxima reunião. Solicita que os membros da Comissão tragam reações ou pareceres relativos à palestra de G. R. proferida na reunião anterior sobre a questão da Confissão (Bekenntnisfrage).

12.

Convite da Comissão Teológica ( P. Tappenbeck) , de 11/12/1957, dirigido a todos os pastores do Sínodo Riograndense, para a realização de um retiro de pastores. O assunto deste encontro será: A Confissão. G.Reusch palestrará sobre o tema „Die Bekentnisgrundlage unserer Synode erötert in Blick auf die Neufassung ihrer Satzung und unter Berücksichtigung der historischen Entwiklung.

13.

Corresp. de G. Reusch para P. Dietrich Von Dobbler, de 18/12/1957. Dá apoio integral ao amigo que estava convocando os pastores para integrar uma „Comunhão de Trabalho Teológico - Igreja e Confissão „ . Informa ainda o amigo de que na Comissão Teológica dedicara esforços para que se colocasse a mão no „ferro quente“ da „ Consciência Confessional da Igreja„. Na sua opinião a tarefa mais importante da Comissão Teológica era a de colocar esta temática em discussão, em um „diálogo livre e fraterno entre a Direção da Igreja e os pastores „.

14.

Um convite a integrar e participar da „Comunhão de Trabalho Teológica – Igreja e Confissão“, enviado pelo P. Dobbler, Presidente da Comunhão. ( Ver item anterior nº 13).

15.

Corresp. de G. Reusch para P. Gottschald, de 24/12/1957, que trata da realização do retiro de pastores e da possibilidade de sua eventual transferência. ( Ver item 12 acima).

16.

Corresp. de P. Gottschald para G. Reusch, de 30/12/1957, dirigida aos pastores, informando da transferência de retiro de pastores, previsto originialmente para fins de janeiro de 1958.

17.

Corresp. de 21/03/1958, convidando para reunião da Comissão Teológica.

18.

Ata da reunião da Comissão Teológica de 21/04/1958. A Comissão toma a importante decisão de propor uma formulação interpretativa sobre o acréscimo de Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, à designação Federação Sinodal. Esta formulação 192


assimila e integra as discussões tensas, das quais G.R. participara, sobre as diversas tradições confessionais do Sínodo ( Comunidades luteranas, reformadas, unidas). O teor da resolução: 1. O conceito „Igreja Evangélica“ testemunha como primeira afirmação a vontade de priorizar o comum (Das Gemeinsame) em relação às diferenças reformatórias internas (Innerreformatorische Differenzen), com o objetivo do crescimento de uma Igreja de Jesus Cristo. 2.Neste contexto a formulação adicional „de Confissão Luterana“, recebe a sua interpretação pelos Escritos Confessionais como consta no estatuto da Federação Sinodal. 3.Diante disto nós afirmamos que a citação da Confessio Augustana de 1530, constante na Constituição da Federação Luterana Mundial, deve ser compreendida no sentido de que estamos na tradição confessional „dos pais“ . Foi destacado ainda na discussão teológica ocorrida ao redor deste ponto que a Confessio Augustana de 1530, tem uma dignidade incontestável, por ser „uma confissão comum dos pais“, apresentada em uma confissão pública. A Confessio Augustana é uma confissão reformatória da Igreja de Jesus Cristo. Esta resolução deverá ser levada à Assembléia Sinodal e divulgada a todos os pastores. 19. Convocação, de 02/05/1958, da próxima reunião da Comissão Teológica, propondo como tema: A concepção dos Missourianos sobre a Escritura. 20.

Convocação para 7/06/1958.

próxima reunião da Comissão Teológica, de

21.

Correspondência de P. Tappenbeck ( Presidente da Comissão Teológica) ao Präses Gottschald, de 17/06/1958. Cita a temática principal da Comissão, constante de seu planejamento: 1) Associação à Confederação Evangélica do Brasil; 2) Ofício e Ordenação (Amt und Ordination)

22.

P. Dressel convida em 05/08/1958 para a próxima reunião da Comissão Teológica. P. Neisel abordará o tema: A posição da nossa Igreja no contexto do protestantismo no Brasil, especialçmente em relação a sua posição teológica fundamental e propósito (Grundhaltung und Ausrichtung). P. Tappenbeck introduzirá o tema: Ofício e Ordenação .

193


23.

Corresp. de P. Tappenbeck para G. Reusch, de 23/08/1958 informando ter recebido os dois artigos de G. Reusch, porém sem indicar os títulos. Estes dois artigos serão apresentados no Encontro Sinodal dos Pastores e publicados em Estudos Teológicos.

24.

Corresp. de P. Tappenbeck para G. Reusch, de 20/09/1958. Informa que Estudos Teológicos está publicando palestra de G. Reusch, apresentada na Conferência do „Kreis“ Porto Alegre, em Abril de 1958 sob o título Grundsatzfragen zur Neuordnung der Verfassung der Riograndenser Synode.

25.

P. Dressel convida os membros da Comissão Teológica para a sua próxima reunião, no dia 27/10/1958, em Estrela. Na agenda da reunião estão os seguintes assuntos: 1. Discussão do parecer da Comissão referente ingresso na Confederação Evangélica do Brasil. 2. Planejamento da edição de um livrinho sobre o tema: Essência e doutrina da nossa Igreja (Em anexo projeto). 3. Palestra de Harding Meyer sob o título: Amt und Ordenation in der Katholischen Kirche (und eventuell auch bei Luther).

26.

Corresp. de P. Dressel e G. Reusch, ao Presidente Ernesto Schlieper, de 13/11/1958, informando-o em nome da Comissão Teológica sobre o parecer desta, a respeito do ingresso da Federação Sinodal na Confederação Evangélica do Brasil. O parecer apoia este ingresso, mas recomenda que a Federação Sinodal consulte a Confederação sobre os dois pontos seguintes: 1. Uma vez que a Federação Sinodal é membro do Conselho Mundial de Igrejas, e assume este compromisso ecumênico, como a Confederação se relaciona com Conselho Mundial de Igrejas. 2. Como a Confederação Evangélica do Brasil entende a afirmação, constante no Art. 1. de sua Constituição, quando diz que: quer estimular a unidade substancial do protestantismo no Brasil.

27.

Corresp. de P. Dressel, de 30/07/1959, convocando a reunião da Comissão Teológica para o dia 17/08/1959. Na agenda constam: 1) Palestra de G. Reusch sobre Amt und Ordination bei Zwingli und Calvin; 2. Posicionamento a respeito dos Estatutos da Confederação Evangélica do Brasil.

194


28.

Cópia de corres. de Schlieper dirigida ao P. Gottschald de 03/03/1959. Refere assuntos que carecem de definições que são de competência entre Sínodos e Federação, relativos à „Ordnung, Rechte und Pflichten des Pfarrers“.

29.

Pareceres, artigos, manifestações das reuniões da Comissão Teológica: 1. Interpretação do acréscimo „ Igreja Evangélica de Confissão Luterana ao nome Federação Sinodal . 2. Anotações pessoais de G.Reusch sobre a „ Ordenação“ 3. Bemerkungen zum Votum der Theologischen Kommission der Riograndenser Synode, zur Ordination. 4. Ordination und Amt im römischen Katholizismus. ( Palestra de Harding Meyer). 5. Geschäftsordnung für das Kirchenamt der Riograndenser Synode. 6. Vorläufiger Vorschlag einer Diziplinarordnung für den Bund der Synoden. 7. Exposição de Hardin Meyer (incompleta) na discussão sobre o significado de manifestações dogmáticas e a necessidade de sua visão frente à essência do Evangelho de Jesus Cristo. 8. Posicionamento do P. Dressel a respeito da exposição de G. Reusch sobre o tema: Das Problem des kirchlichkonfessionellen Selbstverstänisses unserer Riograndenser Synode und des Bundes der Synoden. 9. Algumas teses sobre „ Essência e Significado da Confissão Cristã“. (Apresentadas na reunião da Comissão teológica de 15/10/1957). 10. A questão da confissão ( da confessionalidade) em nossa Igreja. ( Algumas observações apresentadas por P. Hans Wendt). 11. Posicionamento do P. Tappenbeck à exposição de G. Reusch sobre „ Das Problem des Kirchlichen Selbstverständnisses unserer Riograndeser Synode und des Bundes der Synoden“.

30

Posicionamentos, palestras , manifestações de G.Reusch , no contexto de sua atuação na Comissão Teológica . Estão aqui somente listados os títulos destas palestras, posicionamentos. Os originais estão arquivados no ARQUIVO J, sobre Palestras ( Vorträge ). Todas as manifestações e artigos aqui listados foram provavelmente apresentados nas reuniões da Comissão Teológica, no período de 1957-1958, pois estavam guardadas neste pasta de G. Reusch. que leva a designação „ Theologische Komission 1957/ 1958“.

195


1. Zum konfessionellen Selbstverständnis unserer Gemeinden und unserer Kirche in ihrer geschichtlichen entwicklung. 2. Grundsätzliche Erwägungen zur Gründung der theologischkirchlichen Arbeitsgemeinschaft in Brasilien. 3. Aufteilung des leitenden Organes der Riograndenser Synode in Kirchenleitung und Kirchenamt, unter Schaffung von Dezernenten und Referaten. 4. Echte Bruderschaft. 5. Problem des kirchlich-konfessionellen Selbsverständnisses unserer Riograndenser Synode und des Bundes der Synoden. 6. Sinn, Beteutung und Tragweite des Bekenntnisses und der Konfessionalität im evangelischen Verständnis. 31

Outras publicações constantes nesta pasta de G. Reusch a respeito da Comissão Teológica 1957-1958 ( Arquivo H ) 1. 3º Assembléia Geral da Federação Sinodal, 24-27/07/1958, em Curitiba. 2. Folheto informativo sobre a Escola de Teologia, com fotos dos estudantes. 3. Agenda da Conferência Geral dos Pastores do Sínodo La Plata, julho de 1958. 4. „Sobre a justificação“ – Texto da Federação Luterana Mundial, enviado às Igrejas, para estudo anterior à Assembléia Mundial de 1963. O texto foi estudado e avaliado na Comissão Teológica, conforme correspondência de B. Weber, de 10/02/1963. 5. Um exemplar de „Kreuz im Süden“ , órgão da Comunidade de São Paulo, de 1958. 6. Die Kirche in unseren Tagen. Suplemento da Folha Dominical de fevereiro de 1959. 7, Rudolf Bultmann – Uma relação de suas obras. 8 Der Martin Luther Bund (Das Diasporawerk der Evangelischen Lutherischen Kirche in Deutschland, outubro de 1955). 9, Normalstatuten für die der Riograndenser Synode angeschlossenen Gemeinden und ihre Registrierung. (Herausgegeben von der Riograndenser Synode, março de 1931, Th. Dietschi, Synodalpräses.) 10 Pequeno relatório sobre „o caráter e estado actual do Synodo Riograndense „ , apresentado no 11º Congresso Mundial de Escolas Dominicais, Rio de Janeiro, 25-31/07/1932. 11.Lutherische Diaspora, herausgegeben vom Martin Luther Bund,fevereiro 1957.

196


3.9 Pasta: Reformierter Weltkongress – Assembléia Mundial da Igreja Reformada ARQUIVO I

1.

Corresp. de B. Foster Stockwell (Faculdade Evangélica de Teologia, Buenos Aires,) para G. Reusch, de 07/11/1951. Anuncia a visita do Dr. Praderwand (Secretário Geral do da Aliança Mundial Reformada e Dr. Midkiff (Secretário da Missão Presbiteriana do Brasil Central, São Paulo, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos), ao Rio Grande do Sul.

2.

Corresp. de Dr. Midkiff para G. Reusch, de 03.11.91, comunicando as visitas de Dr. Stokwell e Praderwand à Porto Alegre.

3.

Corresp. de Dr. Marcel Praderwand da Aliança Mundial das Igrejas Reformadas, comunicando sua visita ao Rio Grande do Sul e posteriormente à São Paulo.

4.

Saudação de Natal – 1958, de Praderwand e seu staff.

5.

Corresp. de G. Reusch para Dr. Praderwand, de 20/02/159. Expressa sua alegria pela visita próxima e transmite a interpretação da Comissão Teológica do acréscimo do nome Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, ao nome Federação Sinodal.

6.

Corresp. P. Middendorp ( São Paulo) para G. Reusch, de 04/03/1959. Trata-se da busca por tradutores para o 18º Encontro Mundial da Aliança Reformada Mundial.

7.

Corresp. Dr. Praderwand para G. Reusch de 18/03/1959. Informa sobre a remessa de material de estudo para a 18a. Assembléia Mundial e aborda as tratativas para garantir a presença de G. Reusch, como delegado deste encontro mundial.

8.

Corresp. de Dr. W. Niesel para G. Reusch, de 25/03/1959. Faz menção ao encaminhamento favorável de uma questão relativa ao Gerhard. Alegra-se com o fato de que G. Reusch solicita sua membresia à Aliança das Igrejas Reformadas.

197


Solicita que G. Reusch e mais dois colegas do Brasil se candidatem a participar como delegados nomeados pela Aliança Reformada Mundial, na Conferência Mundial em São Paulo. 9.

Corresp. de G. Reusch para Pastor Middendorp, de 26/03/1959. Refere correspondência citada no item 6 acima. Comenta as providências que está tomando relativas à tradutores para a Conferência Mundial das Igrejas Reformadas, em São Paulo.

10.

Corresp. de G. Reusch para P. Middendorp, referindo o mesmo assunto da correspondência anterior.

11.

Corresp. de Marcel Praderwand para G. Reusch, de 10/04/1959. Solicita que se elabore uma programação para a visita de mulheres de Comunidades Reformadas, da Suiça, ao Sínodo, para logo após a Assembléia Mundial em São Paulo.

12.

Corresp. de Middendorp para G. Reusch, de 15/04/1959. Trata ainda, uma vez mais , da busca por tradutores para a Conferência Mundial.

13.

Cópia de corresp. de Praderwand para Miedendorp, de 22/04/1959. Assunto: Busca de tradutores para a Conferência Mundial. São citados P. Neisel (Pastor dos estudantes de Porto Alegre), Dr. Fausel ( IPT) e Shaull.

14.

Corresp. de Praderwand para G. Reusch, de 22/04/1959. Assunto idêntico à correspondência anterior.

15.

Corresp. de G. Reusch para P. Dieter Bluhm (Mondai), de 21/04/1959. G. Reusch fez contato com os pastores brasileiros, que além dele participarão da Conferência Mundial: P. Bluhm (Mondai), P. Bernsmüller (Estância Velha).

16.

Corresp. de Bluhm para G. Reusch, de 07/05/1959, confirmando sua participação na Conferência Mundial .

17.

Exemplar das „Mitteilungen des Schweiz. Evang. Pressedienstes „, Zurique, maio de 1959.

18.

Uma série de materiais preparatórios para a Assembléia Mundial, abril 1959.

198


19.

Corresp. de W. Niesel (Moderador da Aliança Reformada Mundial), informando que o Dr. Paul Jacobs, dispõem-se a visitar comunidades do Sínodo Riograndense, ainda antes da Assembléia Mundial.

20.

Corresp. de W. Niesel para G. Reusch, de 08/05/1959, tratando da possibilidade do P. Locher visitar comunidades do Sínodo Riograndense ainda antes da Assembléia Mundial.

21.

Corresp. de G. Reusch para M. Praderwand, agadecendo a sua nomeação como delegado à Assembléia Mundial e confirmando o interesse pela visita ao Sínodo Riograndense de Dr. Jacobs, P. Locher e Iries Cottier-Patry, esta do trabalho de mulheres.

22.

Corresp. de G. Reusch para P. Mieddendorp, de 13/05/1959, oferecendo, mais uma vez, sua ajuda na busca por intérpretes e tradutores para a Assembléia Mundial.

23.

Corresp. de Praderwand para G. Reusch de 29/05/1959, confirmando a visita deste ao Sínodo Riograndense, ainda antes da Assembléia Mundial Corresp. de P. Bluhm para G. Reusch, de 25/05/1959, confirmando sua ida à São Paulo.

24. 25.

Corresp. de G. Reusch para P. Dieter Bluhm, de 21/04/1959, solicitando informações adicionais referentes a sua ida à São Paulo.

26.

Credencial para a participação de G. Reusch como delegado da Aliança Mundial das Igrejas Reformadas ( 22/04/1959).

27.

Corresp. de P. Gothe para G. Reusch de 30/06/1959, informando sobre a programação da visita do Prof. Jacobs, à Santo Ângelo.

28.

Corresp. do Dr. Niesel para G. Reusch, confirmando o interesse do Diretor P. Benjamin Lochner em visitar o Sínodo Riograndense, ainda antes da Assembléia Mundial.

29.

Corresp. de Dr. W. Niesel para G. Reusch, de 25/05/1959, anunciando sua visita ao Sínodo Riograndense ,em Julho de 1959.

30.

Corresp. de P. G. Berger para G. Reusch, de 30/06/1959, confirmando o interesse do „Kreis Taquara,“ na visita do Dr. Niesel.

31.

Corresp. de G. Reusch para P. Gothe, de 24/06/1959, confirmando a visita do Prof. Jacobs, da Universidade de Münster, ao „Kreis Ijui“. 199


32.

Corresp. de P. Lübke para G. Reusch, de 06/06/1959, informando sobre o programa previsto para visita do Diretor P. Lochner , ao „Kreis Santa Cruz“.

33.

Corresp. de Dr. W. Niesel para G. Reusch, de 08/06/1959, confirmando em definitivo sua visita ao Sínodo Riograndense.

34.

Corresp. de Ottília de Chaves para. G. Reusch, solicitando que este elabore um programa de visitação para a Sra. Georges Ottier-Patry de Genebra/Suiça ao Sínodo Riograndense, com especial atenção para o trabalho de mulheres.

35.

Corresp. de G. Reusch para W. Niesel, de 20/06/1959, dando informações sobre a visita deste ao „Kreis Cachoeira do Sul¨.

36.

Corresp. de G. Reusch para P. Engelhart, de 22/06/1959, confirmando a visita do Dr. Niesel ao „Kreis Vale do Taquari“. Niesel falará sobre o tema: Die theologische und kirchliche Lage in der EKD“.

37.

Corresp. de G. Reusch para P. Bluhm, de 22/06/1959 enviando material preparatório para a Assembléia Mundial e informando detalhes sobre sua realização.

38.

Corresp. da Sra. Marga Bühring, delegada da Igreja Reformada da Suiça, para G. Reusch, de 22/06/1959, confirmando sua visita ao Sínodo Riograndense.

39.

Corresp. de Bluhm para G. Reusch, de 28/06/1959, solicitando informações adicionais sobre a realização da Assembléia Mundial.

40.

Corresp. da Sra. Madame Georges Cottier-Patry, de 24/06/1959, para G. Reusch, confirmando sua visita ao Sínodo Riograndense.

41.

Corresp. de Ottília Chaves para G. Reusch, de 24/06/1959, confirmando o programa para sua visita ao Sínodo Riograndense.

42.

Corresp. de P. Benjamin Locher, para G. Reusch, de 24/06/1959. Trata de assuntos relacionados à sua visita ao Brasil (Assembléia Mundial em São Paulo) e ao Sínodo Riograndense. P. Locher era Diretor do Seminário para Serviço Eclesial da Igreja Evangélica da Renânia. O Seminário integra vários setores: Formação Catequética, Escola de Música, Formação para o Trabalho. 200


43

Corresp. de G. Reusch para o P. Lübke, de 24/06/1959 ,confirmando o programa de visitas do Prof. Jacobs ao Kreis Santa Cruz do Sul.

44

Corresp. de G. Reusch para P. Rudolf, de 24/06/1959 confirmando o programa de visita e respectivos prazos, do P. Jacobs ao Sínodo Riograndense.

45.

Corresp. de G. Reusch para P. Gothe, de 24/06/1959, idem.

46

Corresp. de G. Reusch para Prof. Jacobs, de 29/06/1959, idem.

47.

Corresp. de P. Rudolf para G. Reusch, de 06/07/1959, confirmando visita do P. Locher ao „Kreis Cachoeira do Sul“ e dando detalhes do programa previsto.

48. Corresp. de G. Reusch para Dra. Marga Bühring, da Igreja Valdense do Uruguai, dando detalhes da visita desta, ao Sínodo Riograndense. 49.

Corresp. P. Jost para G. Reusch, de 08/07/1959, confirmando visita do P. Jacobs ao „Kreis Ijui“, com detalhamento da programação.

50.

Corresp. de G. Reusch, para Madame Georges Kottier-Party, de 08/07/1959, dando detalhes do programa previsto da sua visita para o Sínodo Riograndense.

51.

Materiais diversos e algumas anotações pessoais de G. Reusch, da 18ª Assembléia da Aliança Reformada Mundial, em São Paulo, de 27/07-06/08 1959.

201


3.10 Pasta: Vorträge Palestras. ARQUIVO J Considerações iniciais. G. Reusch exerceu em sua longa e engajada atividade pastoral uma intensa atividade teológica. Manifestou-se em palestras, escreveu, desenvolveu teses, externou suas ideias e concepções voltadas aos temas atuais da Igreja, em sua época, posicionando-se reiteradamente nos momentos cruciais e de crise da história da Igreja. Dedicou seu esforço teológico, de forma especial, à alguns temas candentes da atualidade da Igreja na época. 1. Uma intensa atividade teológica G. Reusch desenvolveu na época, que Martin Dreher, em seu livro sobre Igreja e Germanidade, denomina de „A Crise do Sínodo Riograndense „(Capítulo 7, p. 114-157). Em contato com líderes da Igreja Confessante na Alemanha (1933-1934), G. Reusch identifica-se com as concepções teológicas desta e torna-se um líder deste movimento no Sínodo Riograndense (Ver M. Dreher, Igreja e Germanidade, p. 123 ss ). Esta identificação causou naturalmente uma situação muito tensa e difícil, especialmente também a nível teológico, com o pastorado nacional-socialista (Teuto-Cristãos) e aqueles que se reuniam ao redor P. Dohms. Esta realidade desafia G. Reusch a uma intensa atividade teológica ( artigos, palestras, posicionamentos ...), pois, conforme sua opinião, as tensões e discussões tinham em seu cerne a pergunta fundamental a respeito do que é Igreja. Ao redor desta questão fundamental, para a Igreja em todos os tempos, até hoje, giram muitos dos posicionamentos de G. Reusch, na época. 2. Na tensão entre os colegas teuto-brasileiros no Sínodo Riograndense e a identificação pessoal de G. Reusch( com alguns colegas) com a Igreja Confessante, revelava-se a sua paixão teológica pela preservação da essência da Igreja brasileira como Igreja de Jesus Cristo, fiel e servidora, fundamentada unicamente no Evangelho e na tradição confessional comum das Igrejas Reformatórias (Luteranos, Reformados, Unidos), presentes nas Comunidades e entre pastores do Sínodo desde a sua origem. 3. Considerava, por outra, ser essencial para a Igreja no Brasil, conservar as diferenças confessionais de tradição reformatória, porém não no interesse de afirmar as diferenças e sim de centrar-se no comum desta tradição, saindo de 202


um confessionalismo fechado para uma confissão integradora e mais inserida na realidade, com vistas ao objetivo de testemunho e serviço da Igreja.

4. Ao final da 2ª Guerra, no esforço pela reestruturação do Sínodo e da Igreja, após a guerra , colaborou teológicamente e de maneira intensa, para que no Sínodo Riograndense e na Igreja Evangélica no Brasil, pudesse acontecer uma renovação da Igreja brasileira. Fiel às suas concepções renovadoras provindas de sua identificação com a Igreja Confessante e superando ideologias, princípios de caráter étnico e qualquer interferência do estado na vida da Igreja, lutou para que esta renovação da Igreja acontecesse a partir do centro e fundamento da Igreja, assim como o apregoava a Confissão de Barmen. „Jesus Cristo como nos é atestado na Sagrada Escritura, é a única Palavra de Deus que devemos ouvir e em quem devemos confiar e a quem devemos obedecer na vida e na morte“. ..............“ A missão da Igreja, na qual repousa a sua liberdade, consiste em transmitir ao povo ............. a mensagem livre da graça de Deus“. 5. A reflexão teológica de G. Reusch também concretizou-se em várias proposições referentes à Constituição do Sínodo e Igreja e sua organização estrutural e organizacional, na capacitação de pastores, no incentivo às relações ecumênicas com outras Igrejas no Brasil, na sua colaboração nas Comissões Teológicas do Sínodo e da Igreja. 6. Evidentemente G. Reusch em sua reflexão teológica e pastoral ultrapassou também estes temas mencionados. Como Pastor de Comunidade teve intensa atividade de pregação, reflexa em alguns exemplares de prédicas do ministério em São Miguel e Cachoeira do Sul. Contribuiu com palestras e artigos na formação e crescimento das comunidades e seus membros e suas lideranças e na convivência com colegas nas Regiões (Kreis), em que também foi líder coordenador. Toda esta ampla atividade teológica pode ser resgatada, de forma especial, em seus artigos, palestras, posicionamentos, teses e manifestações escritas ,que guardava em suas pastas pessoais sob o título „Vorträge“. Imaginamos que uma grande quantidade de seus artigos e palestras não puderam ser identificados ou não são mais conhecidos. Talvez poderão ser encontradas nas atas dos Conventos Pastorais, ou nas Assembléias do 203


„Kreis“, do Sínodo Riograndense e da Federação Sinodal – IECLB e nos arquivos da Igreja irmã na Alemanha. De alguns destes textos temos só o título, retirado de referências constantes nas correspondências de G. Reusch e da literatura pertinente. Estas palestras, apesar de revistas ,não foram resenhadas especificamente. Elas são extensas e fogem , pelo seu profundo conteúdo, ao objetivo de reduzí-las a um breve resenha de seu conteúdo, pertinente aos atualíssimos temas da Igreja no Brasil na época de seu ministério, nestas terras. É um grande desafio o de penetrar neste rico material teológico, que ultrapassa a nossa capacidade pessoal e se constitui, portanto, em um rico material para futuras pesquisas de pessoas qualificadas Podemos reiterar o convite feito por Dieter Reusch na Introdução deste Volume 2,de que historiadores teológicos se interessem por este amplo material constante neste Volume, considerando a „decisiva influência confessional e teológica que nosso pai exerceu na Igreja Evangélica de Confissão Luterana, no Brasil da época. 3.10.1 Vorträge - Palestras 1 Constavam na pasta com o nome „Vorträge in Synode und EkiD„. Palestras proferidas por G. Reusch no Sínodo e Igreja, guardadas na sua pasta pessoal sob o título: Vorträge in Synode und EkiD. ( Ver no ARQUIVO J ). Chamamos atenção especial para o documento de nº 15, que apresenta as orientações para o Grupo de Trabalho (Theologische Arbeitsgemeinschaft), iniciada e incentivada e coordenada por G. R. em seu ministério, desde 1937. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Das Missvertändnis der Kirche (6 p. datilografadas). Saudação em homenagem ao Sr. Rudolf Müller por sua mudança de Cachoeira do Sul para Porto Alegre, após 25 anos de intensa atuação na Comunidade de Cachoeira do Sul e sua Diretoria (2 p.). Der Reformierte Weltbund in der ökumenischen Lage heute. (3 p.) Warheit als Begegnung (52 p.) Kurze Kommentierung des ersten Satzes der Theologischen Erklärung der Barmer Synode, vom 31. Mai 1934 (8 p.) Die Theologische Erklärung von Barmen (7 p.). Die Autorität der Kirche (4 p.). Kirchwerdung der Kirche. (5 p.). Lage und Aufgabe der werdenden Evangelischen Kirche in Brasilien ( manuscrita, 7 p., com o anexo: Vertrag zwischen der Evangelische Kirche in Deutschland und dem Bund der Synoden in Brasilien). Uma manifestação em longa correspondência de G. Reusch para E. Schlieper de 26/09/1952. G. R. tematiza a sua preocupação sobre um artigo de Präses Schlünzen, na Evangelische Lutherische 204


Kirchenzeitung, sobre o tema „Lutherische Kirche in Brasilien“ . Afirma que Schlüzen evidenciava uma tendência à caracterização unilateral luterana e não evangélica da Igreja. Este fato não leva em conta , conforme G. Reusch, a história da presença de comunidades e pastores de origem reformada e unida na Igreja no Brasil. Constata, em suas considerações ,que esta manifestação do Präses Schlünzen levaria à „restauração de uma luteranização da Igreja“, bem ao contrário da essência Igreja de Jesus Cristo com a qual estamos todos comprometidos, em verdade . G. Reusch quer que a „Federação Luterana se afaste de uma visão confessionalista e se identifique com o essencial do luteranismo e dos reformadores, que nos conclamam a „permanecer firmes no testemunho do AT e do NT a respeito da revelação em Jesus Cristo, única regra e norma para toda a pregação e administração dos sacramentos e de toda a nossa fé e testemunho/ confissão“. 11. Gabe und Aufgabe der Evangelischen Kirche Deutschlands in der Ökumene (8 p.) 12. Entstehung und Entwicklung der Riograndenser Synode in ihrem Verhälnis zum konfessionellen..........., und zum Problem der Leitungsstruktur (5 p.). 13. Lage und Aufgabe einer werdenden Evangelischen Kirche in Brasilien – Gedanken zur Gründung des Synodalbundes (3 p). 14. Das christliche Menschenverständnis in der Auseinandersetzung mit dem bei uns herrschenden Menschenbild. (6 p.) 15. Richtlinien für die Theologische Arbeitsgemeinschaft in Rio Grande do Sul. Publicações que estavam anexas nesta pasta. Verfassung des Lutherischen Weltbundes (publicação de 29/07/1952). Evangelische – Lutherische Kirchenzeitung, herausgegeben im Auftrag der Vereinigten Evangelischen Kirche Deutschlands, 1952/nº 8. Contém o artigo de Präses F. Schlünzen, aplamente comentado e contestado por G. Reusch, em longa correspondência a Ernesto Schlieper (Ver item 10 acima e resenhada nas pastas sobre correspondência). Statuten der Evangelischen Gemeinde von Agudo/Santo Angelo, Municip Cachoeira do Sul, RS. Neufassung des Entwurf’s des Kirchlichen Aussenamtes der Evangelischen Kirche in Deutschland, março 1953. 205


Antrag an die Synode der Evangelischen Kirche in Deutschland, em apoio a Martin Niemöller. Circular do Bruderrat der Evangelischen Kirche von Westfalen. Der Christ in seinem Beruf (Schriften zur Vorbereitung auf die 2. Weltkonferenz des Ökumenischen Rates) Edição Witten/Ruhr. Certidão de ordenação do Diácono Gerhard H. P. Weissenstein, como Pastor do Sinodo Riograndense e da Federação Sinodal. 3.10.2 Vorträge - Palestras 2 Constavam na pasta com o nome „Referate und Vorträge“ - Arquivo J 1.

Grundsätzliches zu einen Gespräch zwischen dem brasilianischen Staat und der Riograndenser Synode – 06/09/1939 (8 p. datilografadas). 2. Princípio de uma conversação entre o Estado Brasileiro e o Sínodo Riograndense, 06/12/1939 (8 p.) 3. Die staatlichen Forderungen unserer Kirche und unsere kirchliche Antwort in geistiger Haltung und prakticher Arbeit – Pastoralkonferenz vom 04/11/1941 (7 p.). 4. As exigências estaduais em relação a nossa Igreja e à resposta eclesiástica na concepção espiritual e na vida prática christiana, 04/11/1941 (8 p.). 5. Die Lehre vom Heiligen Geist in der neueren Theologie (4 p.). 6. Gabe und Aufgabe der Reformatorischen Kirchen in der Ökumene (7 p.) 7. Biblische Einführung in das Thema: Verkündigung in Wort und Sakrament (3 p.) 8. O Ministério Evangélico – Maio 1942 (8 p.). 9. A situação e posição da nossa Igreja Evangélica em consequência das instruções baixadas no mês de janeiro de 1942 (8 p.) 10. Jesus Cristo e a situação atual no mundo – Agosto 1942 (8 p.). Publicações que estão anexas a esta pasta. Die Diskussion um Hans Asmussens Antwort an Karl Barth ( 7 páginas datilografadas). Wort der Unierten Arbeitsgemeischaft zur Warnung vor einer Aufgliederung der Altpreussischen Union, assinado por H. Schlingensiepen e Robenau ( 5 p.). Nachschrift. Die Bekenende Kirche im heutigen Deutschland ( Vortrag von Karl Barth, gehalten am 16. März 1936, in Schaffhausenn) – 9 p. datilografadas. 206


Obs. Provavelmente estes artigos que foram anexados foram datilografados para serem distribuidos entre os pastores amigos e identificados com o Grupo de Trabalho da Igreja Confessante, liderado por de G. Reusch. 3.10.3 Vorträge - Palestras 3. Estas palestras foram proferidas no contexto da atuação de G.Reusch na Comissão Teológica e constavam na referida pasta .

Palestras proferidas por G. Reusch no contexto de sua atuação na Comição Teológica, 1957-1958, guardadas originalmente na sua pasta sob o título: Theologische Kommission. Item 3.8, Pasta: Theologische Kommission, Arquivo H. 1. 2. 3. 4. 5. 6.

Zum konfessionellen Selbstverständnis unserer Gemeinden und unserer Kirche in Ihrer geschichtlichen Entwicklung. Grundsätzliche Erwägungen zur Gründung der theologisch-kirchlichen Arbeitsgemeinschaft in Brasilien. Aufteilung des leitenden Organs der Riograndenser Synode in Kirchenleitung und Kirchenamt, unter Schaffung von Dezernenten und Referaten. Echte Bruderschaft nach Luther. Das Problem des kirchlich-konfessionellen Selbsverstänisses unserer Riograndenser Synode und des Bundes der Synoden. Sinn, Bedeutung und Tragweite des Bekenntnisses und der Konfesionalität im evangelischen Verständnis.

3.10.4 Vorträge Palestras 4. Palestras diversas de G. Reusch que estavam na pasta sobre “ Schriftwechsel mit Stellen des B d.S zum Kirchenproblem “. Palestras proferidas por G. Reusch guardadas originalmente na sua pasta pessoal sob o título: Schriftwechsel mit Stellen des Bundes der Synoden zum Kircheproblem. 1932 - 1939. Item 3.4, ARQUIVO D . 1. Entwurf von Richtlinien für die Theologische Arbeitsgemeinschaft in Brasilien. 2. 3.

Sinn und Tragweite konfessioneller Haltung im inner-evangelischen Gegensatz.. Eine Darstellung reformieter Auffassung (1955). Das kirchlich- konfessionelle Selbsverständnis unserer Synode, ihr Weg und ihre Aufgabe im Rahmen des Bundes der Synoden (1956). 207


4. 5. 6. 7. 8. 9. 10

Mindestvoraussetzungen für die Überordnung des evangelisch Gemeinsamen über das konfessionell Unterscheidende in unserer Kirche. Sätze zum kirchlichen Selbstverständnis unserer Synode und über ihr Verhältnis zum Bunde der Synoden uns zur EKD. Begründung einer Überordnung des evangelisch Gemeinsamen über das konfessionell Unterscheidende in unserer Kirche. Dogmatik zwischen Personalismus und Ontologie. Gogarten zur Entmythologisierung. Kirchenordnung (artigo incompleto) Echte Bruderschafft nach Luther.

3.10.5 Vorträge - Palestras 5. Artigos diversos de G. Reusch constantes em uma pasta especial Artigos diversos constantes em uma pasta original especial., ARQUIVO J . 1.

Stellungnahme zur Anfrage des Pastoralkollegiums der Evangelischen Gemeinde zu Porto A|legre, ob und in welcher Weise desquitierten Gemeindegliedern beim eingehen einer neuen eheamtlichen Verbindung die Mitwirkung eines Amtsträgers zugestimmt werden soll. 2. Stellungnahme zu den Thesen von P. Tappenbeck zur „Wiedertrauung desquitierter Gemeindeglieder „. 3. Die biblischen Grundlagen des Vorsteheramtes. 4. Der Heidelberger Katechismus. 5. Die Bedeutung der Theologischen Erklärung von Barmen heute . 6… Sinn, Bedeutung und Tragweite des Bekenntnisses und der Konfessionalität im evangelischen Verständnis. 7. Die „okumenische Verpflichtung unserer Kirche im brasilianischen Raume. (Ziel : herauszustellen inwierfern un inwieweit wir , als Gliedkirchen des Ökumenischen Rates de Kirchen, den im brasilianischen Raum beheimateten Kirchen verpflichtet sind) 8. Die Evangelische Kirche Lutherischen Bekenntinisses in Brasilien . Eine theologische Besinnung über ihren Weg. (Thema: 1) Fragmentarischer geschichtlicher Rückblick . 2) An Hand des neutestamentlichen Kirchenbegriffs soll aufgezeigt warden, inwiefern die Kirchliche Wicklichkeit dem Massstab der Schrift entspricht und auf welche Weise entwaigen Irrwegen zu wehren ist) 9. Grundsatzfragen zur Neuordnung der Verfassung unsrer Riograndenser Synode. ( Thema : Theologische Voraussetzung einer Kirchenordnung . Es geht um die Frage nach der Eigenart, Charakter, Tragweite und der Formgebung einer Verfassung. ..... Ist die Kirche des 3. Artikels rechtlich verfassbar? 208


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Das Problem der Einheit der Kirche im Verhältnis zur Schrift und zum Bestehen bekenntnismässig veschiedener geprägter Kirchen, (Thema : .... es ist eine transzendente, vorgegebene und aufgegebene Einheit inmitten bekenntnisbestimmter Mannigfaltigkeit verschiedener geprägter Kirchentümer. Aus dieser Einheit die Christus ist, wollen wie leben, auf sie hin wollen wir leben. Diese überkonfessionelle und überdenominationale Einheit ist die Aufgabe und Gabe der Kirche. Die Ordnung der Gemeinde. Thema : 1) Theologischer Ort der Ordnungsfragen . 2) Bei der Grundlegung und praktischer Beantwortung der Ordnungsfrage, zum Tragen kommen lassen, dass Christus als Haupt seiner Gemeinde das primär handelnde Sujekt ist , demgegen über sich die Gemeinde ...... als sekundäres Subjekt, als vom Haupt ausgerichtetes Subjekt versteht . 3) Ein Christsein heisst: In und mit der christlichen Gemeinde dienen . 4) Die Frage nach dem rechten Dienen darf nicht nur kritisch sondern auch forschend gestellt werden, bereit neue Möglichkeiten des Dienens sich zeigen zu lassen. Das kirchenrechtliche Verhältnis von Gemeinde und Kirche in der Riograndenser Synode , unter kritischer Beleuchtung der Satzung der Riograndenser Synopde. Einleitende Bemerkungen zu dem vorliegenden Entwurf einer Neuordnung der Satzungen der Riograndenser Synode. Das Problem des kirchlich konfessionellen Selbstverständisses unserer Synode un des Bundes der Synoden ( .... Wir dürfen den Wunsch haben, dass die Kirchen der Reformation sich mehr und mehr als eine Kirche evangelischer und reformatorischer Prägung bejahen möchten in rechter biblisch, theologischen, reformatorischen und ökumenischen Weite) Begründung einer Überordnung des evangelisch Gemeinsamen über das konfessionell Unterscheidende in unserer Kirche. ( Thema : 1) .....gegen eine Monopolstellung eines Sonderbekenntnisses reformatorischer Prägung in unserer Kirche . 2) Gegen lehrgesetzliche Festlegung auf ein reformatorisches Sonderbekenntnis . 3) Abzuweisen ist die Verwendung eines exklusiven Bekenntnisses im Sinne einer konfessionalistischen Sonderkirche als eklsiologisches Gestaltungsprinzip der Kirche) Zum konfessionellen Selbsverständnis unserer Gemeinden und unserer Kirche in ihrer geschichtlichen Entwicklung (incompleto) Das Männerwerk unserer Synode von der Gemeinde aus gesehen Grundsätzliche Bemerkungen zum Erneuerungsanliegen in unserer Kirche. Sätze zun kirchlichen Selbstverständnis unserer Synode Nesta pasta encontravam-se ainda os seguintes documentos não de autoria de G. Reusch. 209


Posicionamento do P. Hoehn dirigido à Diretoria Sinodal do Sínodoriograndense, de 03/06/1960. Hoehn apresenta uma série de sugestões, a serem debatidas na Diretoria, como colaboração para a discussão a respeito de um planejamento sinodal e de ações missionárias a nível de Sínodo. Listamos algumas de suas sugestões: A necessidade de promover urgentemente um planejamento global da missão, para sair de soluções pontuais e ditadas pela necessidade do momento. Priorizar o ensino religioso nas escolas. Aproveitar professores em atividade nas escolas, capacitar professores e lideranças na comunidade. Cuidar da educação cristã nas escolas superiores, preparar materiais (Cartilhas) para o ensino religioso, desenvolver orientação teológica e pedagógica de professores e lideranças. Constituir um Lar para a Juventude, com atenção especial pelos confirmandos. Educação contínua de adultos, pais e lideranças, complementando o trabalho da evangelização e criando materiais. Promover na tarefa de educação e missão, a cooperação dos órgãos e instituições instituidas (Departamento de Educação, Editora, Instituições de Formação, Coordenações sinodais, Sínodos...... ). Criação de uma Academia Evangélica que poderia ser formadora e coordenadora nas tarefas sugeridas anteriormente. Lista ainda proposições referentes ao trabalho com jovens, ao trabalho com mulheres, trabalho com homens e a necessidade de revisão dos documentos norteadores do Sínodo. - Relatório do Presidente da Federação Sinodal à 3ª Assembléia, realizada após 8 anos da criação da Federação. - Material de estudo ,com apresentação do P. Bertholdo Weber, dedicado à preparação para as reuniões regionais e Assembléia Sinodal, sob o tema: Unsere Kirche in der Ökumenischen Bewegung.

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4 Pasta: Predigten (Prédicas) ARQUIVO K Prédicas 1 Listagem dos textos bíblicos das prédicas proferidas por G. Reusch, especialmente no pastorado em São Miguel - Prédicas 1 - ( 1925 – 1931) e primeiro período de sua atuação em Cachoeira do Sul – Prédicas 2 - (1931 – 1957 ) às quais acrescentamos uma relação de prédicas com carater mais temático – Prédicas 3 . A absoluta maioria dos textos estão manuscritos. AT Salmo 12.49, 56-59. Salmo 57.10-12 Salmo 103.1-2. Salmo 103.1-2 Salmo 103.1-2 Salmo 107.1ss + Mt. 4.4 Salmo 118. 24,25-29 (Zur Grundsteinlegung des Turmes der Kirche) Salmo 118.22-29. Isaías 12. 1-6 Isaías 52.7-10 Hesekiel 36.26-27 NT

Mt 2.1-2 (Weihnachtsbotschaft) Mt 3. 1-9 (Advendpredigt) Mt 4.1-11. Mt 5.3 Mt 5.4 Mt 5.6 Mt 5.9 M .6. 10 Mt 6.24-34 (Niemand kann zwei Herren dienen) Mt 7.15-23 Mt 7.98-99 Mt 10.32. Mt 10.32. Mt 11.25-30. 211


Mt 21.1-11 ( Advendspredigt) Mt 21. 1-11. Mt 28. 1-2 (Osterpredigt). M. 1.15 Mc 26-28. Mc 8. 31-38. Mc 10. 17-27. Mc 10-21 (Wanderer zwischen zwei Welten). Mc 16.1-8 (Osterpredigt). Mc 16 19-20 (Himmelfahrt). Lc 2.52 Lc. 4. 16-30 (Jesus in Nazareth) Lc 5.1-11 (Predigt am 17/07/27) Lc 5. 1-11 Lc 6.31. Lc 8. 4-15 ( Gleidnis vom Sämann). Lc 11.23. Lc 12.49 Lc 13.18-27 (Totensonntag) Lc 16. 19-31 Lc 18. 9-14 (Predigt am 11. Sonntag in Trinitatis) Lc 19. 11-28 (Reformation). Lc 19.41-48 (Predigt zum 29/08/27) Jo Jo Jo Jo Jo

1.11-14 (Weihnachtspredigt) 1.43-51 (Ewigkeit in der Zeit ) 4.16-21 ( Die Liebe – Ihr Ursprung liegt im Glauben) 7.37-38 8. 31-37 ( Gemeinde Restinga Seca, Predigt am 12. Sonntag Trinitatis.)

Jo 10.12-16. Jo 11.5. Jo 13.34-35. Jo 15.5b (Ohne mich könnt ihr nichts tun) Jo 15.5 (Ohne mich könnt ihr nichts tun) Jo 16.33 Jo 16.39 Jo 18.37 (Karfreitag) Jo 20.15. At 1.11 ( Himmelfahrt - Ihr Männer von Galiläa ...) 212

in


At 2.1-4,42-47. At 4.32-37. At 4.32-37. At 5.29 ~(Mann muss Gott mehr gehorchen als den Menschen). Rm 1.16-17. (Reformation) Rm 3,28. Rm 6.4b~23. (Osterpredigt) Rm 8.14. Rm 8.24-32. (Neujarspredigt) Rm 12.1. Rm 13.1-7. Rm 14.5. 1 Co 4.1-2 (Antrittspredigt am 2. November 1924) 1 Co (.24-27 ( Festpredigt bei Gelegenheit des Jugentreffen in Santa – 1 Co 11.10.1925. 1 Co 9.24 – 27. 1 Co 12.4-7. 1 Co 13.13. 2 Co 3.4-6. 2 Co 5.14-21. 2. Co 16.13 (Konfirmationsansprache) Gl 5.16-26. Gl 5,13-18. Ef 3.14-17. Ef 4.1-16. Ef 4.22-24. Ef 5.15-17 (Neujahrspredigt - Predigt am 04/05/1924) Fp 2.1-2; Fp 2.2 Fp 2.4e5 Fp 2.5 -11 Fp 2 12-14 Fp 2.12. Fp 2.12b-13. Fp 3.12-14. Tg 1.22-27. Hb 13.7- 8 ( Reformationspredigt). 1 Jo 3.13. Ap 2.10.

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Maria


Prédicas 2 Listagem de prédicas de G. Reusch, constantes em uma pasta separada, proferidas, provavelmente, mais ao final do pastorado em Cachoeira do Sul e início do ministério em Novo Hamburgo. AT Salmo 23.4 (Meditação na oportunidade de um sepultamento) Salmo 103,1-2 (Meditação p/Bodas de Prata). Cantares 3.14 (Véspera do Ano Novo). NT

Mt Mt Mt Mt Mt Mt Mt Mt Mt Mt Mt Mt Mt Mt Mt

4.1-11. 4.1-11 (1º Domingo da Quaresma). 8.18,23-27 (Jesus acalma a tempestade). 11.2-10 (Quem é Jesus?). 13. 43-47. 15. 21-28 (Domingo Rogate). 16.21 ss. 19.16-26. 20. 1-17. 21. 1ss (Dia de memória dos falecidos). 26.6-13. 26. 36ss. 26.69-75. 28. 18 ss (Himmelfahrstag). 28. 18 ss (Domingo Exaudi)

Lc 2.21 ( Ref. a Dom Camilo e Pepone) Lc 4.16-21 ( 1º dia do Ano Novo). Lc 7.36-50. Lc 11.1 (Senhor ensina-nos a orar) Lc 14. 1-11. Lc. 14. 7-11. Lc 19.29 ss. Jo Jo Jo Jo Jo

3. 1-8. 11.20 a 22 + 28-29. 14.27 16.33. 17.20-26 214


Dia do Evangelismo Nacional celebrado pelas Igrejas Evangélicas Confederadas na Confederação Evangélica do Brasil. Rm 8.28. 2 Co 5, 19-21. Ef 5. 20 (Minhas crianças ....) Fl 3. 12-14 (Celebração no conclave regional da Juventude Evangélica da Região de Porto Alegre, em Novo Hamburgo, com 188 participantes.) Cl 2.6-7 ( Ref. Erich von Weizäcker). Cl 2.6 ss. 1 Ts 5.18 ( Ro. 12.12). Hb 13.9 ( Cl 2, 6-7). (Confirmação) Hb 13.9 ( Confirmação) Ap 3.1-6 ( 2º Domingo de Advento) Ap 3.11 Reflexões: (Abordagem mais temática) -

1ª Meditação mensal de Advento. Inauguração da sucursal do Banco de Intercâmbio Mercantil, Cooperativa Ltda., em Novo Hamburgo. Am Karfreitagabend. Introdução dos membros da Diretoria. O Cristianismo necessita de renovação. Dia em memória dos falecidos. Jesu Urteil über Johannes. der Täufer. An der Schwelle vom Alten ins Neue Jahr. Minha primeira palavra neste momento eu que assumo a responsabilidade de pregador evangélico neste templo e na Comunidade ( N. Hamburgo ?). Minhas crianças: lembrai-vos dos vossos mestres que nos pregaram o Evangelho .............. O nosso apóstolo – Paulo. Paulo e Timóteo. Haben es die Zeitgenossen Jesu leichter gehabt als wir mit der Nachfolge Jesu. Stewarship – Mordomia cristã: País novo, povo novo, Igreja nova. 3 princípios: A Comunidade toma para si a tarefa de viver o Cristianismo prático e positivo, a evangelização, o apostolado leigo. 215


Para realizar este reavivamento, criar comunidades pequenas, com 500 e 1500 membros. -

É tarefa da Comunidade “ fazer missão”, Seguimento a Jesus. Impressos: Amigo das Crianças 1954, Ano 17, Nº 2 (Suplemento da Folha Dominical) Die Gottesdienstordnung der Altpreussischen Union – 10 Dezember 1953. Flugblätter der Bekennenden Kirche. 1947

Prédicas 3 Manifestações feitas por G. Reusch em seu trabalho comunitário e/ou nos encontros com os colegas obreiros, na época do pastorado em São Miguel. 1. Niemand kann zwei Herren dienen. 2. Liebe Konfirmanden ( sem referência específica do texto bíblico) 3. Ansprache zum Frauenhilfefest in Cachoeira do Sul. 4. Ansprache zum 15. November. 5. Poesia: Am Grabe eines Helden in Frankreichs Erde. 6. Abschiedspredigt ( Sem referência e texto bíblico) 7. Ansprache zum Erntedankfest. 8. Deutscher Jugend Kämpfe und Ringen in der Gemeinde. 9. Jahresbericht der Kirchengemeinde São Miguel. Ano 1928. 10. ........................................................ 11. Jugendtreffen in Ijuí, 14-16 Mai 1927. 12. Vortrag über den Kirchenbund gehalten auf der Kreissynode März 1926. 13. Konfirmanden Prüfung. 14. Liebe schaft Leben. 15. Was Jugendgenuss ist. 16. Ein Sündenbekentnis zu einer Trauerfeier. 17. Die Eschotologie des .............. 18 Byzantinische Architektur. 19. Die Christologie des Verfassers des 1 Petrusbriefes. 20. Bericht über das Proseminar unter Leitung von H. Dohms. 21. Unsere Kirche als lebensvolle Vereinigung ihrer Einzelgemeinden. 22. Referat: Die Seelsorge als Seele aller kirchlichen Arbeit. 23. Altkirchliche Bildnerei. 24. Die Notwendigkeit des Religionsunterrichtes und seine stoffliche Entfaltung in der evangelischer Kolonieschule. 25. Wie man in Deutschland Weihnacht feiert. 216


26. Vom Sinn und Sagen .................................... 27. Korrespondenz an Dr.Rentorff ( 02/07/1929), Leipzig; Herrn Fischer, dem Kollegen in Selsorgeamt,................ 28. Wenn wir die einzelnen Evangelien durchlesen, dann bemerken wir dass sich das Bild der gewaltigen Persöhnlichkeit Jesu, eines jeden der Evangelien, in eine besonderer Art wiederspiegelt“. 29. Erinnerungen meiner westfälischen Heimat ..................... 30. Jahresfest des Vereins „ Frauenhilfe“ Cachoeira am 9. Oktober 1932. 31. Satzugen der Deutschen Evangelischen Gemeinde zu Formigueiro + einige Aufzeichnungen der Generalversammlung der Schulgemeinde 25/06/1927. 32. Protokoll zur Eröffnungssitzung der am 2. Mai 1931 in S.S. do Cahy tagenden 38. Sinodalversammlung. 33. Protokol zur 38. Synodalversammlung am 2. Mai 1931 in Sebastião do Cahy. 34. Ausweis der Zulassung als Mitglied des Evangelischen Theologischen Vereins „ aletheia“, Stettin, 26 Jannuar 1925. 35. Salvo Conduto de 12 de Agosto de 1932.

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5. Publicações que se encontravam entre os originais das prédicas - Barth, Karl. Credo. Trata-se de uma cópia manuscrita por G. Reusch em um livreto de escritório (286 p.) completada em 4 cadernos escolares (163 p.), perfazendo um total de 449 p. manuscritas . Estima-se que durante a guerra (o livro de Barth foi editado em 1935 ) G. Reusch não conseguiu um exemplar do mesmo, fazendo a sua cópia manuscrita de um exemplar emprestado de um colega.

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Barth, Karl. Credo. Chr. Kaiser Verlag, München , 1935

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Barth, Karl. Die Ordnung der Gemeinde - Zur dogmatischen Grundlegung des Kirchenrechtes. Chr. Kaiser Verlag, München, 1955 Beckmann, Joachim. Die Theologische Erklärung von Barmen – Eine Auslegung für die Gemeinde.Schriftenmissions-Verlag , Gladbeck Brunotte, Heinz. Die Evangelische Kirche in Deutschland . Verlag des Amtsblattes der Evangelischen Kirche in Deutschland, Hannover, 1955 Cânticos de Natal compilados por R. Becker

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Die Evangelische Kirche in Deutschland, von H. Brunotte (Präsident der Kirchenkanzelei), Hannover 1955. - Der Ertrag des Kirchenkampfes, Edmund Schlink, 1947. - Estatutos geraes, Constituição e Cânones da Igreja Episcopal Brasileira, Pelotas 1933, - Fork, Bernhard Heinrich. Und folget ihrem Glauben nach – Gedenkbuch für die Blutzeugen der Bekennenden Kirche . Evangelisches Verlagswerk GmbH, Stuttgart, 1949 - Held, Heinz Joachim . Martin Niemöller ( 14.1.1892 - 6.3.1984)Symbol eines bekenneden Christentums. ( cópia ) - Koch, Werner. Kirche für die Welt – Bekennende Kirche Gestern und Heute, W.Kohlhammer Verlag, Stuttgart , 1946 -

Manual do Culto Luterano – Formas compiladas ao uso da Igreja Evangélica Lutherana no Brasil, do P. W. Fugmann, Ponta Grossa – Paraná. 218


- Manual do Culto para Egrejas Evangélicas Allemães no Brazil, P. Joseph Hohl, Petrópolis, 1932. -

Verband für Evangelische Auswandererfürsorge, 1925.

- Niemöller,Martin. Ein Lebensbild, München 1952. - Niemöller , Wilhelm. Martin Niemöller – Ein Lebensbild, Chr. Kaiser Verlag, München, 1952 - Niesel, Wilhelm. Karl Barth und der Heidelberger Katechismus. Separatdruck aus „ Antwort „ , Festschrift zum 70. Geburtstag von Karl Barth, am 10. Mai 1956 - Schlink, Edmund. Der Ertrag des Kirchenkampfes, C. Berltesmann, Gutersloh, 1947. - Synodalbericht 1937 ( 44. Ordentliche Synodalversammlung, Santa Cruz do Sul) - Verband für Evangelische Auswandererfürsorge, 1925.

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6

Recordando a Confissão de Barmen Em todo o tempo de seu pastorado, G. Reusch, tanto nos momentos de crise e naqueles em que se buscava uma renovação da Igreja, colaborou teológicamente e de maneira intensa, para com a sua Igreja em todos os niveis e oportunidades.

Em todos estes momentos foi fiel às suas concepções renovadoras, provindas de sua identificação com a Igreja Confessante, superando ideologias, princípios de caráter étnico e qualquer interferência do estado na vida da Igreja. Lutou em todas as oportunidades de forma engajada, por sua Igreja no Brasil e sua missão no mundo, a partir do centro e fundamento essencial da Igreja, assim como o apregoava a Confissão de Barmen, quando dizia: „ Jesus Cristo como nos é atestado na Sagrada Escritura, é a única Palavra de Deus que devemos ouvir e em quem devemos confiar e a quem devemos obedecer na vida e na morte“. ..............“ A missão da Igreja, na qual repousa a sua liberdade, consiste em transmitir ao povo ............. a mensagem livre da graça de Deus. Em consideração e respeito a este fato e identificados pessoalmente com este „confessar a fé „ ,estamos ao final deste Volume retomando os artigos da Confissão de Barmen. Estamos citando, em resumo, os artigos da Confissão de Barmen, do livro do qual Walter Altmann foi o organizador e leva o título „Nossa Fé e suas razões, Editora Sinodal, 2004, das páginas 169 a 171 . „ Confissão de Barmen “. Em 1934, líderes de comunidades evangélicas da Alemanha, luteranas e reformadas, reuniram-se em Barmen e adotaram uma confissão de fé, com o objetivo de contrapor-se à ideologia nacional-socialista centrada na figura do Führer (Adolf Hitler) e à interferência do estado nacional-socialista, com sua ideologia, na vida da Igreja. O principal redator foi K. Barth. 1. (...) Jesus Cristo, como nos é atestado na Sagrada Escritura, é a única Palavra de Deus que devemos ouvir, e em quem devemos confiar e a quem devemos obedecer na vida e na morte. 2. (...) Assim como Jesus Cristo é a certeza divina do perdão de todos os nossos pecados, assim e também com a mesma seriedade, é a reivindicação poderosa de Deus sobre toda a nossa existência. Por seu intermédio experimentamos uma jubilosa libertação dos ímpios grilhões deste mundo, para servirmos livremente e com gratidão às suas criaturas. 3. (...) A Igreja Cristã é a comunidade dos irmãos, na qual Jesus Cristo age atualmente como o Senhor na Palavra e nos Sacramentos e através do Espírito Santo. Como Igreja formada por pecadores justificados, ela deve, 220


num mundo pecador, testemunhar com sua fé, sua obediência, sua mensagem e sua organização que só dele ela é propriedade, que ela vive e deseja viver tão somente da sua consolação e das suas instruções na expectativa da sua vinda. 4. (...) A diversidade de funções na Igreja não estabelece o predomínio de uma sobre a outra, mas antes o exercício do ministério confiado e ordenado a toda a comunidade. 5. (...) A Escritura nos diz que o Estado tem o dever, conforme ordem divina, de zelar pela justiça e pela paz no mundo ainda que não redimido, no qual também vive a Igreja ....... A Igreja reconhece os benefícios desta ordem divina com gratidão e reverência a Deus. Lembra a existência do Reino de Deus, dos mandamentos e da justiça divina, chamando, desta forma, a atenção para a responsabilidade dos governantes e governados. Ela confia no poder da Palavra e lhe presta obediência, mediante a qual Deus sustenta todas as coisas. 6. (...) A missão da Igreja, na qual repousa sua liberdade, consiste em transmitir a todo o povo – em nome de Cristo, portanto, a serviço da sua Palavra e da sua obra de pregação e pelo sacramento – a mensagem da livre graça de Deus. Rejeitamos a falsa doutrina de que a Igreja, possuída de arrogância humana, poderia colocar a Palavra e a obra do Senhor a serviço de quaisquer desejos, propósitos e planos escolhidos arbitrariamente......

7 Uma coletânea de fotografias da vida de Gustav Reusch e Luise Alma Reusch, seus familiares e de pessoas de sua relação acrescentada de alguns documentos históricos ( Em anexo )

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8.

Bibliografia A Declaração Teológica de Barmen. In Estudos Teológicos, Nº 2, Ano 24, 1984. Altmann, Walter (org.). Nossa Fé e sua Razões. Editora Sinodal, 2004, p. 169-171. Beyreuther, Erich. Die Geschichte des Kirchenkampfes in Dokumenten 1933/1945. R. Brockhaus Verlag, Gütersloh, 1947 Busch, Eberhard. Die Barmer Thesen-1934-2004. Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen, 2004 Cópias das atas das reuniões da Diretoria e das Assembleias Gerais da Comunidade São Miguel, no período do pastorado de G. Reusch, de 1925-1930 Diversos: - Kreuz gegen Hakenkreuz, Barmen 1934. Gespräch mit Jürgen Moltmann. Zeitzeichen, 5. Jahrgang, Mai 2004, pg 39 e seguintes. - 75. Jahre Barmer Theologische Erklärung. In VELKD – Informationen, nº 126, p.32 ss. - 75 Jahre Barmer Theologische Erklärung 1934-2009. In: VELKDInformationen, Nr. 127, 15 .Juli 2009. - Declaração de Barmen. In Boletim de Imprensa Alemanha Protestante, edição 1964, pg 5 ss. Dreher, Martin. Igreja e Germanidade, Editora Sinodal, 2003. Helbich, Peter (Herausgeber). Vertrauen im Widerstand, Texte zur Orientierung: Dietrich Bonnhöfer. Mit einer Einführung, herausgegeben von Peter Helbich. Schlink, Edmund. Der Ertrag des Kirchenkampfes. Bertelsmann, Gütersloh, 1947. Schoenborn, Paul Gerhard. Die Barmer Theologische Erklärung: Eine hilfreiche Erinnerung - eine gefährlich Erinnerung. Eine Arbeitshilfe, VELKD. Herausgegeben vom Evangelischen ErwachsenenBildungswerk, Nordreihn EV, Drucksachen 10/83. Com menção especial a G. Reusch e manifestações dele mesmo, nas p 66 ss.

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von Norden, Günther, Paul G. Schoenborn, Volkmar Wittmütz (Herausgeber). Wir verwerfen die falsche Lehre – Arbeits- und Lesebuch zur Barmer Theologischen Erklärung und zum Kirchekampf. . Jugenddienst Verlag, Wuppertal – Barmen Com menção especial a G. Reusch e aos escritos dele.

Uma breve observação final : Unser Vater und Unsere Mutter – Nosso Pai e Nossa Mãe – Volume 2, não tem a pretensão, nem a característica de um livro bem elaborado. Trata-se mais de uma coletânea de materiais, que inclusive será divulgada aos interessados, somente em cópias. Mesmo que tenhamos nos esforçado em fazer o melhor nesta pesquisa, este material, tanto na sua editoração como no seu arranjo gráfico, conterá, decerto, determinada gama de imperfeições. Pedimos desculpas aos nossos leitores, por eventuais falhas na digitação, na perfeição da editoração, pela opção que fizemos no que se refere às citações, no esforço de fazer as resenhas mais próximas do conteúdo essencial de cada documento „resenhado„. Mesmo assim julgamos ter alcançado o nosso objetivo, ao desenvolver este esforço para recuperar, de uma forma mais sistemática, a atividade ministerial de nosso pai, no Brasil e abrir eventual interesse para pesquisas posteriores a partir dos originais guardados, com o Volume 2, no Arquivo Histórico da IECLB. Para aqueles/as que quiserem cópias dirigir-se ao endereço abaixo. Martim Reusch Rua Otto Alfredo Müller 258, Apto 501 95590-000 Tramandaí mk_reusch@hotmail.com . Tel. 0 XX 51 3684 2414 - 51 9191 1753

Junho 2015

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